Little Soldier escrita por Ysmiyr


Capítulo 26
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

CUPACKES

Esses dias sem nyah me mataram T-T Mas, pra compensar isso, trouxe mais um capítulo, um pouco mais comprido, pra comemorar1 o/ YEY
MAS no ultimo capitlo teve pouco gente comentando T-T mas como sei que nao deu muito tempo pra comentar antes do site bugar, to relevando e postando. mas quero os coments maravelhosos de sempre, ok? Senão nada de outro!
PESSOAS COM CORAÇÃO FRACO
pulem esse capitulo. peguem resumo com alguém. Mas se voce chora facil nao leia. Estão avisadas.
E pra minha infeclicidade(eu nao paro de escrever, tá tudo atrasado T-T) crirei uma fic nova. É um conjunto de ones angst de nico, todas baseadas em músicas. YAY Pra quem se interessou a primeira one ja foi postada:
http://fanfiction.com.br/historia/505028/Nico_Angst_Files/
Bem é isso, até o/



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Quando Thalia finalmente saiu de cima de mim, notei que éramos observados. Havia uma menina baixinha, ruiva dos olhos azuis, sentada numa raiz e nos encarava sem piscar. Ela se passaria por normal. Se não fossem pela tristeza carregada em seus olhos. A mesma que Nico carregava. Olhos que alguém que viu demais, fez demais e que está cansado disso.

–Thals- apontei com a cabeça em direção á menina e minha irmã suspirou. Com esse sinal a ruiva se ergueu e veio até nós, roupa branca e arco nas costas. A presença dela me inquietava, mas eu não tinha certeza do que fazer. Nem mesmo quanto Thalia se ajoelhou com uma mesura, eu me movi. A menina me sorriu nostálgica, e por um instante seus olhos faiscaram em prata, brilhantes como a lua. E então paralisei, pois aquela não era um amenina ruiva qualquer.

A floresta borrou um pouco atrás dela, e quando olhei novamente para frente, não era apenas a deusa-menina.

Era noite, e elas eram muitas. Roupas militares brancas e arcos reluzentes pendentes nas mãos habilidosas. Atrás delas um monstro abatido. Ao meu lado, uma menina morena, alta, de vestido bege e boina verde as olhava encantada. O brilho em seus olhos implorava por reconhecimento. A deusa ruiva sorriu para ela, uma vez. E um sentimento de perda se espalhou como veneno por meu corpo.

Aos poucos começou a clarear novamente e a deusa me sorria triste. Senti vontade de gritar com ela. Porque agora eu sabia exatamente como Bianca tinha morrido; e quão facilmente isso podia ter sido evitado; o quanto a vida de Nico poderia ter sido melhor; mais feliz.

–Peço que deixe esses sentimentos de lado por um instante. - ela pediu com tristeza numa voz de sinos. Thalia me olhou atravessado- E que se aprontem. Hoje à noite, peço que todos os grandes heróis dessa batalha se reúnam aqui. Não é necessário levar nada. - ela encolheu os ombros numa expressão humilde. Ergui uma sobrancelha para isso, mas não disse nada. Com um último aceno, Diana se virou e começou a andar, sem pressa para o lado oposto. Mais uma vez, me surpreendi com a simplicidade da deusa, mas não quis me permitir gostar dela. Não. Mesmo.

–Voce acha que eles... -Thalia não precisava terminar para eu entender o que ela queria

–Tenho certeza. - Mas mesmo sabendo, o pensamento me trouxe nada além de raiva.

(...)

Já era noite quando Diana retornou. Todos os sete, mais Reyna, Thalia e o treinador Hedge esperavam enfileirados, com expressões solenes. No entanto, faltava uma pessoa. Nico passara o dia todo fora, e ninguém tinha me deixado descer no submundo para ver como estava tudo.

–Deem as mãos, por favor, façam um círculo. -A voz da deusa me chamou de volta da minha onda de autódio, e senti mais do que vi Percy e Thalia segurarem minhas mãos com força, como se temessem que eu fosse correr a qualquer instante.

E então tudo escureceu, como se uma neblina descesse em cima de nós. Ficamos parados por alguns instantes, sem ver nada, mas sem nos mover. Não conseguia ver o rosto dos outros, então não sabia o que estava acontecendo. Mas, apesar disso, eu ainda me sentia calmo.

Alguns segundos depois e a névoa sumiu e eu tive que fechar os olhos para a claridade excessiva.

Se algum dia eu tinha imaginado como era o Olimpo, nada chegava perto disso. Era grande, não, enorme. Branco e dourado machucavam os olhos mesmo no escuro. Atrás da montanha do palácio, uma lua enorme brilhava, e parecia deixar tudo com um ar mais mítico.

Ao pé da escadaria que nos encontrávamos, os deuses menores estavam enfileirados ao lado dela, até o topo. Todos de vestes brancas, e nos olhavam solenes. Tive uma breve impressão que eles podiam entender o que sentíamos, e esse pensamento me confortou.

–Isso está meio grande do que eu me lembrava. - Percy comentou aleatório e ele e Annabeth compartilharam um olhar cúmplice, como se isso fosse verdade e a culpa fosse de um deles. Por um instante senti uma pontada de ciúmes. Eles tinham tanta história, tanta coisa que passaram juntos... E com Nico também.

–Vamos acabar logo com esse teatro. -Thalia resmungou tomando a dianteira. Como se fosse para desafiar os deuses, nos postamos lado a lado, não permitindo que ninguém fosse nem líder, nem escalão menor. Nossas mãos estavam juntas como que pedindo a alguém para reclamar. Foi um acordo mútuo que ninguém precisou dizer. Tudo que fizemos foi por nossa conta, e nenhum deles ajudou. E nenhum deles tinha o direito de dizer que algum de nós era inferior apenas pela parte olímpica do sangue.

Ao longo do caminho alguns dos deuses menores nos acenaram, ou balançaram a cabeça em concordância. Me surpreendi quando Cupido e Thanatos fizeram isso, no topo da escadaria, mas retribui mesmo assim. Haviam feito mais por nós que qualquer outro.

Empurramos a porta, e só agora dei por falta de Diana, mas não me incomodei. Nossa procissão seguia e nossos passos ecoavam ritmados no assoalho dourado. Por isso não foi difícil notar quando outra pessoa tentou passar perto. Barulhos irregulares de passos e um farfalhar de uma capa nos fizeram parar, e eu saí da formação, correndo de encontro à porta bem em tempo de pega Nico pelo braço, me sentindo orgulhoso por ter notado que era ele sem nem mesmo ter visto.

–Jason. - meu nome saiu como um lamurio, um pedido quebrado para que o soltasse. Quando olhei para ele com atenção vi que usava um manto negro, comprido e em seus pés seus usuais coturnos desamarrados. Quase sorri feliz por saber que havia funcionado.

–Onde você pensa que está indo?-inquiri, tentando manter a voz baixa. Ele me olhou com desespero nos olhos negros e a luz da lua que entrava pelas janelas só fez tudo parecer mais fantasmagórico.

–Embora daqui, não é obvio?- ele rosnou, e por um momento me pareceu que todas as paredes que eu havia conseguido derrubar durante aquele tempo voltaram a se erguer.

–Ah, mas não vai, não mesmo. – falei o arrastando de volta para a formação. Todos nos olhavam curiosos, mas pude pegar um olhar culpado e um tanto melancólico quando olhei para Percy. - Todos os heróis...

–Exato. Os heróis. - ele concordou e tentou se soltar novamente, com uma força que eu tinha esquecido que ele possuía.

–Então onde você pensa que está indo?-quase gritei, o puxando de volta pelos ombros. E então me senti culpado. Porque ele me olhava como se pedisse liberdade, como se estivesse à beira de lágrimas, como naquele dia que ficamos nos estábulos do Argo II, escorados a estátua, e ele tinha me deixado vê-lo sem nenhuma máscara.

–Eu não sou nenhum herói, Jason. - ele murmurou, mas no silencio, todos escutamos. Mas ele não parecia se recordar que havia mais alguém ali.

–Nico, sem você os acampamentos teriam se destruído! Sem você, Percy e Annabeth nunca teriam voltado! Sem você nós nunca teríamos conseguido fechar as portas! E sem você nós nunca teríamos conseguido sequer chegar até a Grécia!- Despejei, o chacoalhando. Ele balançou a cabeça.

–Eu não fiz nada! O que vocês fizeram merece reconhecimento. Vocês são os heróis. - e ele parecia tão miserável ao dizer isso que eu senti vontade de chorar. Mesmo depois de tudo, ele ainda não conseguia ver que sem ele nós jamais teríamos conseguido sair disso vivos, que jamais teríamos vencido.

–Nico... -tentei, mas não sabia mais o que dizer.

–Sem você eu não teria conseguido nem chegar até os quinze, Nico. - De repente Percy estava ao meu lado, e parecia mais velho que nunca.- Quando saí do submundo aquela vez... Acho que nunca me senti tão culpado. De novo, você só estava salvando minha vida. - ele se adiantou e colocou uma mão sobre a minha, que ainda estava em seus ombros.- E eu nunca te agradeci. Nem mesmo da primeira vez que isso aconteceu. -ele gesticulou para o lugar e eu tive que me segurar para não perguntar como aquilo já havia acontecido.

–Se tem alguém aqui que merece ser chamado de herói, é você. Porque tudo que você fez... Nunca foi para ter mérito, ou reconhecimento. Voce fez porque era certo. Apenas por isso. Todos nós tivemos outras razões. - ele forçou Nico a o encarar, e me surpreendi quando não vi mais aquela dor que ele sempre tinha quando olhava para Percy. Era um sentimento novo. Quase como se...

–Vamos. Vamos pegar o que é nosso por direito. - Percy completou nos encarando, e me deu um sorriso como se pedisse desculpas. Entendendo a intenção dele, retribuí o sorriso, e me voltei para o corredor. Nenhum de nossos amigos ainda estava ali, mas não me importei.

Porque quando puxei os dois comigo para avançar,

Nico não resistiu.


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