Skinny Love escrita por Queen


Capítulo 6
Back in Black.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Sim sim simmmmmm eu estou postando rapido, eu sei, mas eu tenho MUITOS capitulos prontos, sério, tenho uns 10 capitulos prontos e só não posto porque sou uma megera ç.ç
Mas, vou postar logo esse porque eu gosto dele e por causa dos comentarios passados. Já disse que amo vocês? É, eu amo



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– Thalia, abre essa porta. – Minha mãe bateu pela milésima vez – Você vai se atrasar.

Gemi. Tinha faltado aula, de novo, e tinha me esquecido totalmente que eu deveria ir ver a tal psicóloga, a Sally Jackson, ou seria Johnson? Tanto faz, eu não queria ir. Me remexi na cama e me cobri dos pés as cabeças.

Minha mãe havia parado de bater na porta, eu cheguei até a relaxar achando que ela tinha desistido, mas ai a porta foi aberta e eu olhei assustada para mamãe, que ria com um bolo de chaves nas mãos.

– Chaves reservas – ela disse balançando o bolo – Agora, vamos, se vista ou vá assim mesmo, a consulta é daqui a 20 minutos.

Pisquei os olhos lentamente. Cara, como eu queria que aquilo tudo fosse só um pesadelo. Vesti um short, uma blusa regata e calcei um coturno, antigo, mas bonito. Desci as escadas e minha mãe me esperava já dentro do carro então partimos.

A clinica da fulana Johnson/Jackson tanto faz era grande. Era de cor bege e com janelas de vidros em vários lugares. Como se tivesse quartos. Fiquei um pouco desesperada com a ideia de lá ser um hospício. Não que eu tenha medo de hospícios, pelo contrario, eu me sinto bem neles, me sinto descontraída. E é disso que eu tenho medo. Medo de ser louca e não saber. Mas, mamãe ao ver minhas expressões me acalmava dizendo ser só uma clinica.

Quando foi na hora de eu descer, fiquei enrolando o máximo possível para sair do carro: Limpei meus coturnos, depois fucei no meu celular, depois me ajeitei no espelho, depois dei uns suspiros, depois abri a porta, depois continuei enrolando com ela aberta. Aí mamãe percebeu e praticamente me expulsou do carro.

– Cretina. – Murmurei ao ver seu carro dar a curva.

Entrei na clinica. Tinha um cheiro de hospitais e daqueles detergentes de lavandas.

Tinha poucas pessoas. Na verdade, só a atendente, uma garota mesclando chiclete lendo uma revista e um garoto loiro ossudo encarando os ursinhos de pelúcia que estavam na ala de crianças, quase do outro lado da sala.

Fui até a atendente meio tímida e ao chegar lá, ela sorriu, aquele sorriso que toda mulher teria inveja. A mulher era simplesmente perfeita, e tinha uma voz doce quando falou:

– Bom dia.

Eu apenas dei um sorriso mínimo, sem mostrar os dentes.

– Você tem hora marcada?

Assenti.

– Espere um minuto.... – ela olhou na tela do computador e eu olhei seu crachá. Afrodite. Já não basta a mãe da Piper e agora ela? Nuses. – Você é a Thalia Grace?

Assenti novamente.

– Houve uns imprevistos e tem mais uma pessoa na sua frente agora, aguarde só alguns minutos, okay? É já que a doutora poderá atende-la.

Dei meia volta e fui procurar um lugar para sentar. Pensei em ficar perto do garoto ossudo, mas como ele olhava de um jeito tão estranho para os ursinhos eu fiquei com medo dele ser psicopata ou sei lá, então sentei ao lado da garota.

Ela era bonita. Os olhos cor de âmbar, frios, uma postura ereta e séria. Ela poderia ser confundida com uma dessas socialite de 24 anos, mas a forma como ela olhava entretida para a revista de moda, suas roupas cobrirem cada centímetro de pele seu e a mastigação de chiclete sem fim a denunciava. Ela mastigava o chiclete de um jeito estranho, com a boca aberta e fazia um barulho insuportável.

Eu a encarei. Eu gostava de encarar as pessoas. E ela desgrudou os olhos da revista por alguns segundos, me estudou e depois correu os olhos para as letrinhas miúdas novamente.

O garoto ossudo, deixou de encarar os ursinhos e passou a olhar para a menina do meu lado. Céus, ele olhava as coisas ao redor mais do que eu, e ao contrario de mim, ele encarava por muito tempo.

A garota jogou o chiclete fora, a revista em um canto qualquer e se estirou na cadeira, acabando com sua pose ereta e mostrando uma desleixada. Olhou para o garoto que a encarava e então bufou, com um sorriso sarcástico.

– Octavian, pare de me encarar.

O garoto, o tal Octavian, se recompôs e gaguejou:

– Er, hum, er, eu não estava te encarando.

– Imagina... Diz logo o que você quer.

– É eu que estava pensando, pensando que.... Pensando se nós poderíamos...

– Eu nunca vou sair ou trepar com você, perca suas esperanças.

Ele olhou ressentido para ela e voltou a encarar os ursos.

– Essa mal amada... – Murmurou. A menina bufou de novo e puxou do bolso um maço de cigarros. Colocou um na boca, acendeu-o e deu uma tragada.

Eu tossi. Não gostava de pessoas que fumavam. Não gostava que elas fazia isso. Fumar pode matar, e isso não é legal. Mas eu já havia fumado, isso é fato.

Ela deu umas três tragadas antes de Afrodite perceber e ter um treco.

– Reyna! - Ela praticamente gritou – É proibido fumar, você sabe disso.

Reyna apenas deu outro sorrisinho sarcástico, se levantou, caminhou até Afrodite. Deu uma tragada bem fundo e soprou tudo na sua cara.

Não devo comentar que Afrodite teve um piti, ou devo?

– REYNA! EU VOU LIGAR PARA SUA IRMÃ!

– Ligue - Reyna respondeu, voltando para sua cadeira, ao meu lado.

– Reyna – Afrodite disse calmamente, com os olhos fechados – Apague esse cigarro, é proibido fumar aqui e está fazendo mal aos outros pacientes.

– Eu sei que é proibido - Reyna respondeu, jogando o cigarro ainda aceso no lixo – E não tá fazendo mal a ninguém. O Octavian deve estar tendo um orgasmo só em me ver e a Punk aqui só deu uma tossidinha. Não é colega?

Dei de ombros. Afrodite revirou os olhos e voltou a ficar entretida no computador.

– Nunca te vi aqui – Reyna disse olhando para mim – primeira visita?

Assenti.

– Aahhh, é a minha quadragésima só nesse ano. – Ela disse entediada.

Eu apenas continuei quieta.

– Você não é de falar, não é? – Reyna perguntou.

Neguei com a cabeça.

– Eu era assim, gostava do silencio... Mas ai... – Ela fez um barulhinho com a boca, como se estivesse bufando – Eu mudei.

Quem me dera poder fazer isso, mudar.– Pensei.

Ela me olhou de cima a baixo novamente, iria falar algo quando foi impedida por uma gritaria vindo da porta próxima a sala. A porta foi aberta e um garoto moreno, com feições de elfo latino e um sorrisinho zombeteiro saiu da sala. E, antes de fechar a porta, gritou:

– Isso é porque eu sou o LEO VALDEZ! – Ele aumentou o tom quando disse seu nome – Sou o Valdez, seus panacas do caralho.

– Sem xingamentos, Leonardo – Afrodite disse mais ocupada em seu computador.

O garoto deu um sorriso sarcástico e estalou a língua, dando uma piscadela.

– Dite, meu amor, eu sei que você é uma boa boqueteira debaixo dessa faixa de certinha.

Afrodite ficou meio vermelha, o que era estranho, pois ela aparentava ter uns 26 anos. E ai eu pergunto: O que uma mulher bonita daquela, pose de modelo, certinha, fica corada com uma idiotice de um pirralho como o tal Leo? Meu Deus, ninguém merece.

– Aprontou o que agora, Valdez? – Octavian perguntou, se levantando.

– Nada de mais parceiro, nada de mais... – Leo tinha um olhar bem estranho, um pouco avermelhado. Sinal que tinha fumado alguma coisa – Reyna, vamos?

Reyna se levantou de um jeito estranho e foi ao seu lado.

– Eerr, Adeus Dite - ele acenou sarcástico – vamos lá Octavian, tenho umas coisas para nós.

Octavian abriu um sorriso e seus olhos se iluminaram com a pronuncia de “coisas.” Leo já ia embora com os dois, mas então me viu. Parou e encarou-me com uma sobrancelha arqueada.

– Ora ora, temos carne nova por aqui. – Ele me olhou perverso e eu me senti desconfortável, mas não demonstrei – Vai participar do grupo do lerdinho também?

O lerdinho deveria ser o filho da doutora, então eu assenti.

– Te vejo lá então, princesa.

E piscou antes de sair.

Olhei para Reyna, que já estava pronta para ir, mas deu um sorriso ao ver minha expressão.

– Não se surpreenda muito. Á propósito, bem vinda ao inferno.

E se foi, com a pose ereta, os cabelos sedosos soltos e o sorrisinho de sempre no rosto, ao lado de Octavian e Leo.

– Crianças.... – Afrodite murmurou – Então Srta. Grace, a Dr. Sally lhe espera.

Assenti e entrei na porta que o Valdez havia saído.

A sala era grande, com vários sofás e pufes. Era aquelas típicas salas de psicólogas de filmes e tinha um cheiro mais convidativo do que lá fora. Uma linda mulher com os olhos castanhos e um ar doce ao redor de si estava sentada com as pernas cruzadas e olhava para mim como se pudesse ver minha alma.

– Boa Tarde Thalia – ela disse olhando para uma palheta que estava na sua mão – Sente-se.

Sentei em um pufe e apoiei minha cabeça em meu ombro. Eu estava com sono cara, eu vivia com sono.

– Como foi seu dia?

Mexi as mãos, simbolizando um "mais ou menos".

– Entendo. – ela se alevantou e ficou andando pela sala.

– Então, diga-me, o que te incomoda?

Não respondi.

– Tem algo chateando você?

Neguei com a cabeça.

– Hum. Vai ficar meio difícil eu ajudar você, pois você nem sequer fala nada.

Apenas assenti.

– Sua mãe disse que você gosta de música, é verdade?

Assenti, um pouco empolgada.

– Isso é bom. Muito bom. Meu filho tem uma dessas bandas de porão.

Apenas me remexi na cadeira. Não estava afim de saber alguma coisa sobre ela ou o filho patético dela.

– Sabe, eu acho que esse seu comportamento todo é só encenação, para chamar a atenção.

Sabe, eu acho você uma psicóloga horrível que não sabe o que é ter um sexo maravilhoso a um bom tempo. - Pensei mentalmente.

Ela se sentou na cadeira novamente e me encarou.

– Você precisa de ajuda. – Ela falou.

Apenas a encarei.

– E eu, não vou poder ajuda-la tanto assim. Sabe quem poderá te ajudar?

Neguei com a cabeça.

– Seus amigos. – Ela suspirou – Mas, sua mãe disse que você não tem amigos, só uma. Que tal você se socializar mais no grupo de apoio hoje?

Revirei os olhos. Que mulherzinha debochada.

– A consulta está longe de acabar. Mas, como você se recusa a falar alguma coisa, vamos ouvir uma música ou jogar um jogo?

Fiquei mais animada quando ela disse música, percebendo isso, Dra. Sally deu um sorriso tímido e ligou um som do outro lado do sala.

Só que, Deus, ela colocou para tocar pop, tipo, pop, cara, esse povo não sabe o que é cultura não?

Tampei os ouvidos enquanto Justin Timberlake cantava uma música desconhecida.

Ela abaixou o som e me encarou.

– Não gosta de pop? – Neguei – Gospel? Românticas?

Neguei enquanto ela falava diversos tipos de estilo musical.

– Não me diga que você gosta de rock. – Ela perguntou meio enjoada e eu assenti. – Céus, meu filho passa o dia inteiro cantando rock e rock e rock e mais rock, não sei se vou aturar isso em meu escritório em plena consulta.

Bufei. E ela me analisou.

– Ok. Vamos ouvir rock.

Ela foi até o som e colocou um cd que eu não vi a capa/titulo. Mas, quando aquela melodia começou a limpar meus ouvidos eu reconheci a banda.

Nirvana.

Dei um sorriso e fechei os olhos. A única coisa que me deixava nesse estado era a música. A música pode mudar uma pessoa, só é escolha dela se é para a melhor ou para a pior. Fiquei com os olhos fechados ouvindo a música. Era uma das que eu mais conhecia. Senti que a Dra. Sally estava observando-me, então abri um único olho e ela me encarou.

– Você gosta de música. Hum. - Sorriu. Eu apenas a encarei. – Isso já é um grande avanço.

Ela se sentou na sua cadeira e nós duas ficamos nos encarando, até que ouvimos uma batida na porta.

– Pois não? – Dra. Sally perguntou com os olhos grudados em mim.

– Dra. Os meninos estão dando problemas de novo – Afrodite disse com a voz abafada.

– Que meninos?

– O Leo, Octavian e Reyna.

– E o que eles estão fazendo?

– Bebidas, Drogas e uma caixa de som na frente da clinica.

Dra. Sally suspirou pesadamente e caminhou até a porta.

– Se você quiser me acompanhar, pode vir – Ela disse sem se virar – Se não, me espere.

Alevantei, pois queria ver a expressão dela ao ver os meus futuros colegas fazendo uma resenha entre si na frente de clinica. Caminhos até fora e quando Dra. Sally bateu os olhos nos três adolescentes ficou vermelha.

Reyna dançava no meio da rua em plena Califórnia toda descabelada com um cigarro na mão enquanto Leo e Octvian bebiam e ria a toa.

– O que vocês pensam que estão fazendo? – Dra. Sally perguntou tão calma que meus pelos se arrepiaram.

Reyna olhou para nós e riu.

– Estamos aproveitando a vida – Murmurou e depois deu um soluço.

– Francamente, do que serviu toda a sua sessão comigo?

– Nada, Hylla está gastando o dinheiro sujo dela com você por desperdício. - Reyna disse se jogando no chão, ela não estava muito sóbria – Ela deve estar fodendo com alguém agora, não me importo.

Dra. Sally a olhou com pena e depois desviou os olhos para os garotos.

– E vocês, delinquentes?

– Delinquente não, eu sou o Leo Valdez – Leo disse em meio a uma garrafada – O Valdez, seus cuzões.

– Leo... - Dra. Sally tentou dizer, mas ele a interrompeu.

– Relaxa, já estamos indo, só estávamos testando para ver se vai pegar para mais tarde. - Ele disse com um sorriso de orelha a orelha.

– Afrodite, faça o de sempre, leve-os para a saleta.

– Não! Qualquer coisa menos a saleta! - Reyna praticamente gritou, se alevantando – A Dite nos dopa e me obriga a tomar aqueles comprimidos e eu não gosto de lá, parece um quarto de um hospício. Não Dra. Sally, por favor.

– É para o seu próprio bem. – Dra. Sally disse friamentre.

– Não - Reyna começou a soluçar – Não, a saleta não...

– E eu vou ter que lhe dar um banho. - Afrodite comentou cruelmente enquanto limpava as unhas.

– Você não vai tocar em mim, sua mal comida! Não vai tocar em parte nenhuma do meus corpo!

– Eu já vi seus cortes, Reyna, estou acostumada.

– Que cortes? –Octavian perguntou deixando uma bebida de lado.

– Nada de mais, Octavian, e a propósito, vou ter que chamar os seus pais... De novo, e dessa vez eles terão de vir. – Dra. Sally disse rapidamente.

– Eu prefiro ir para a saleta - Octavian disse tão desesperado que eu vi que aqueles três ali eram problemáticos.

– Seus frouxas. – Leo disse em um murmurio – A droga acabou porque a Reyna detonou tudo, a bebida também se foi, e agora?

– Agora vocês vão para a saleta ou eu irei chamar a policia ou seus pais - Afrodite disse sem expressão.

Ai ai ai Dite, eu sei que você só chama o meu pai porque sonha em dormir com ele, mesmo com aquela cara carrancuda que ele tem.

– Mais respeito, Valdez.

Leo apenas riu.

– Okay, vamos para a droga da saleta, lá já tá quase para virar minha casa mesmo.

E eles três se foram com Afrodite, enquanto Reyna voltou com a expressão fria em si e Octavian se debatia com Leo, que ficava dizendo "Eu sou Leo Valdez, o bad boy."

– Eu tenho pena deles – Dra. Sally disse me encarando – Todos os três tem vidas difíceis, e se perdem com drogas e bebidas e os pais acham que eu e o grupo podemos resolver algo... Mas não podemos, isso tudo depende da pessoa.

Apenas engoli em seco, pois vi ali que aquela clinica seria um dos meus piores pesadelos. A saleta já parecia me atormentar e segundo as instruções que estavam no panfleto, o grupo acontecia no porão.

– Mas eu cuido de cada um deles. Eles são especiais. É só que... Sabe Thalia, as vezes, nem toda ajuda do mundo pode salvar alguém.

– Você já quer ir? Vou libera-la mais cedo, depois disso... Ou pode ficar aqui mesmo, Percy e os outros do grupo chegam em meia hora. Talvez daqui até lá Octavian, Leo e Reyna tenham melhorado.

Assenti, eu não queria ir para casa, então sentei em um banquinho na frente da clinica e Dra. Sally voltou para dentro.

Depois de uns dez minutos, meu celular começou a tocar. Era a Annabeth.

– Alo? – Perguntei, rouca.

– Vamos á um show. – Annabeth disse euforica.

– Nem pensar.

– Não é um show de verdade, é só uma banda ao qual o Luke faz parte! E adivinha?! O Percy faz parte dela também.

– Não.

– Sim.

– Não Annabeth.

– Ain, vamos, o Luke vai me apresentar a ele.

– Acho muito injusto da sua parte usar o Luke dessa forma.

– Eu não estou usando-o...

– Está sim. O Luke é afim de você e você fica dando bola para esse tal Percy que nem te conhece e com certeza é um babaca lerdo.

– Como assim lerdo?

– Nada. – Mordi a língua, ela não poderia saber que o Percy filho da Dra. Era o Percy dela.

– Ah. Então, você vai comigo.

– Não!

Sim! E adeus. É na terceira sexta do mês, estarei na sua casa cedo.

– Não Annabeth...

Mas ela já tinha desligado.

***

Logo após que a Annabeth desligou na minha cara, uns 20 minutos depois eu comecei a xinga-la mentalmente, ela andava tão fútil ultimamente que... Deus...

Eu comecei a cogitar na ideia de ir para casa a pé e quando chegasse lá, minha mãe provavelmente acharia que (Pela demora e distancia que eu levaria para chegar até lá) a sessão e o grupo de apoio já havia terminado e eu tinha voltado para casa de taxi.

Mas ai, uma garota morena com os cabelos encaracolados saiu de um carro luxuoso preto com um sorriso lunático á lá Rachel. Ela estava acompanhada de um cara grande com um rostinho de bebe, talvez fossem um casal ou sei lá, mas ela parecia não bater muito bem as bolas porque durante o percurso até entrar na clinica, ela veio sorrindo ao lado dele por qualquer coisa que ele falava para ela. Depois, chegou um garoto branco igual um fantasma, com pose de emo e uma cara depressiva. Logo após ele, veio um grupinho, acompanhado de quatro pessoas: Um garoto que eu até julgaria como bonito, loiro, Uma menina com um corpo perfeito, pose de modelo, um rapaz grande, parecendo um desses jogadores de futebol americano e a Rachel.

Isso mesmo, a Rachel Elizabeth Dare, a lunática que sentou ao meu lado aula passada.

Agora, o que ela fazia em uma clinica psiquiatra para se consultar com uma psicóloga e participar de um grupo de apoio é o que eu não sei.

Quando todos eles entraram, eu resolvi alevantar do banquinho, nenhum deles haviam me notado, mas foi ai que uma moto Haley com um barulho horrível parou no estacionamento.

Um menino com uma pose play boy, alto, cabelos sedosos pretos, olhos verdes mar - O Percy, meu antigo vizinho - acompanhado de uma menina loira sem sal estavam na moto. Eles desceram, trocaram um beijo (Yeah, eu quase vomitei vendo aquilo) e entraram na clinica. Eu os segui logo atrás.

Todas as pessoas que haviam entrado na clinica estavam na sala de espera, conversando, até mesmo Octavian, Reyna e Leo estavam lá, como se nada estivesse acontecido.

Sentei ao lado de Reyna, que me olhou envergonhada.

– Você poderia, por favor, não falar sobre o que houve mais cedo?

Assenti.

Ela também assentiu e direcionou seu olhar para Percy, que estava do lado da loira conversando com Afrodite enquanto as outras pessoas conversaram entre si.

– Pessoal! – Leo disse meio exaltado – Temos uma nova "Amiguinha". A Punk rebelde aqui!

Ele apontou para mim e todos me olharam com curiosidade, eu bufei.

– Vamos desejar boas vindas a ela? – A garota perfeitinha disse exaltada.

Todos desviram o olhar de mim para ela, como se ela fosse uma estranha, que tirou o sorriso do rosto.

– Que é isso gente, vamos dar aquele nosso boas vindas. Sabem? Aquele...

– Aahh – Eles disseram em uníssimo, até mesmo Afrodite, que nem participava da conversa, só observava – Bem vinda ao inferno. - Disseram todos juntos.

Eu apenas assenti.

– Eu já desejei uma boa vindas a ela - Reyna disse – E, bem, eu não sei o nome dela. Ela não fala. Bleh.

– Eu conheço ela. – Rachel falou desviando seus olhos do seu caderno de desenho – Ela é Thalia, mais problemática que eu. Não fala, não come, não tem expressões, não tem sentimentos. As vezes, acho que ela não é humana.

– Pessoal, não devemos falar dela como se ela não estivesse aqui. – O emo depressivo disse.

– Mas ela é estranha. – Octavian disse e eu o encarei – Quer dizer, todos nós somos, mas ela é mais. Ela é punk.

– Preconceito, magricela? – O loiro bonitinho disse.

– Magricela é...

– Não briguem! – A menina morena com cabelos encaracolados interrompeu – Paz e amor!

– "Paz e amor" – Leo disse debochadamente – Francamente, Hazel. Porque você não é paz e amor comigo?

Hazel o encarou.

– Paz e amor com ela. Contigo não, eu te odeio.

– Ai Levesque, eu ainda te pego de jeito, afinal, eu sou o Leo Valdez né?

O garoto grandão com rosto de criança bufou e todos na sala assentiram.

– Cadê o Percy? Ele está demorando de mais. – O menino de aparencia "jogador de futebol americano" perguntou.

– Se agarrando com a Calipso, eu tenho certeza. – Reyna disse friamente.

– Eca. - Rachel disse e depois de dois segundos repetiu. – Eca.

– Você só fala eca porque quer ele pra você e não pode tê-lo. – A menina perfeitinha falou.

– Silena, cale essa estupida boca.

– Hey! – O jogar disse como se fosse em defesa a Silena.

– Relaxa, Beckendorf. – Leo deu uns tapinhas na suas costas – Essas duas ainda se acertam.

– Gente, na boa, cadê o Percy? – O loiro perguntou.

– Ele já vem. – Afrodite disse encarando a tela do pc – Vocês estão muito exaltados. Estão tomando seus comprimidos?

Todos assentiram, mas se entreolharam com um sorriso.

– Eles tentam dopar a gente, mas somos espertos – Reyna cochichou em meu ouvido – Dizemos que estamos tomando as malditas pílulas e então voalá!

Sorri com isso.

– GENTE A TAL THALIA TÁ SORRINDO! – Leo praticamente gritou, atraindo a atração de todos para mim.

– Leo, deixa a garota em paz – O grandão com cara de bebê disse.

– Cai fora, Frank, eu sou o Valdez, fica na tua.

– Olha aqui seu...

Eles já iam partir para a briga quando o Percy entrou na sala, com batom no canto da boca e no pescoço.

– Hey pessoal! Vamos?! – Perguntou alegremente.

– Sabe cara, as vezes me pergunto o que eu to fazendo aqui, participando de um grupo de apoio sendo que eu não preciso – O Emo disse meio enjoado.

– Sério que você não precisa? – Reyna perguntou em deboche.

– Reyna, comporte-se. - Percy disse tentando ser sério, como se ela fosse uma criança.

– Percy, você é um babaca.

Ele a olhou com indiferença.

– Relaxa Percy, isso é recalque. – - Rachel disse. Céus, aquela ali não era a Rachel que eu conhecia na escola, na boa.

– Enfim, vamos? – Percy perguntou.

– Espera, temos uma novata! - O loiro bonitinho disse.

– Quem, Will?

– Thalia! - Will disse animado, me encarando. – A Punk aqui.

Percy me olhou e eu vi uma pitada de reconhecimento no seu olhar, mas ele tratou logo de disfarçar.

– Ah, sim, bem vinda.

Assenti e todos na sala começaram a andar em direção a uma escada, que certamente levava para a parte de baixo da clinica.

Todos se sentaram em suas cadeiras e aí eu pude avaliar todos.

Ao todo, éramos doze pessoas, contando com Percy e Calipso. O grupo de apoio funcionava da seguinte maneira: Percy fazia um discurso sobre a sua vida e soltava frases filosóficas que ele deve ter pego de alguma livro de auto ajuda qualquer. Depois, nós orávamos e ai vinha as apresentações. Uma das coisas negativas do grupo era aquilo, as pessoas já se conheciam mas eram obrigadas a se apresentarem todas as vezes. Por isso, creio que muitas tinham um discurso gravado mentalmente.

Cada um falava seu nome, idade, gostos e o porquê de estar ali.

Eu me senti muito mal por ter julgado e rotulado todos eles quando chegaram, pois depois das apresentações, vi que eu achei que era não era a realidade.

Tipo a Silena. Eu a julguei como uma garota perfeita, mimada e chata. Mas não. Ela tinha apenas 15 anos, sofria Bulimia, tinha anemia, e transtornos psicológicos baixos.

Will estava ali porque tinha problemas com bebidas, tinha 19 anos e um dia, segundo ele, ele faria alguma profissão com arco e flecha.

Nico, o emo, era depressivo. Eu e ele comunicávamos por suspiros. A cada vez que alguém contava sua história, eu suspirava e ele me acompanhava.

Hazel era sorridente daquela forma por que passou metade da sua vida sofrendo. Quer dizer, ela tinha 17 anos mas até os 16 ela sofria Cyberbullying e, segundo ela, ela sorriria até a morte, pois a vida é curta e não deve ser desperdiçada. Frank, não tinha nenhum problema, só ia para acompanhar Hazel. O mesmo caso da Calipso, que só ia pra ficar feito uma amena olhando o Percy.

Beckendorf, que eu julguei ser um garoto "Oh yeh", era na verdade, sensível. Esse era seu problema, ele se apegava de mais a coisas e se machucava muito rápido. Ele era muito.. sensível, sentimental, etc.

Octavian tinha problemas com os pais. Era tudo isso que ele falava quando chegava sua vez.

Rachel, na verdade, realmente ali não era a menina da minha escola. Ela sofria com transtornos bipolares e tinha mil fobias.

Leo, como ele mesmo disse, era o psicopata encubado. Ele gostava de dor, ver as pessoas se sentirem más, ser indiferente, mas ao mesmo tempo era um cara zoeiro. Ele tinha transtorno de personalidade.

E então havia Reyna.

Reyna, sempre sinto um aperto no peito todas as vezes que lembro dela. Do seu jeito de sorrir. De seu jeito de fugir das coisas. Reyna era fria, isso é fato. Sempre com a pose séria. Sempre dando sorrisos sarcásticos. Sempre com roupas compridas em pleno calor californiano. Ela era misteriosa. Ela era como um livro aberto que escondia muitos segredos. Ela nunca dizia o que ela tinha, apenas falava que era muito suicida, só isso.

E escondia tão bem que ninguém desconfiava.

Ah, sim, eu. Na minha vez, eu não falava, apenas assentia e sinalisava para a próxima pessoa falar. Naquele meu primeiro dia no grupo, foi tudo bem demorado, mas quando finalmente acabou, eu me alevantei rapidamente do meu lugar e corri para fora.

Pensei em ligar para minha mãe e ela vir me buscar, mas eu gostava de caminhar, era bom para pensar. Mesmo a clinica sendo longe, eu não estava nem ai. Comecei a andar normalmente, coloquei fones de ouvidos e abri minha pasta com musicas do AC/DC.

Só que, quando eu estava a mais ou menos um quilometro de distancia da clinica, percebi que Reyna me acompanhava. Parei de andar e a encarei.

– Oi. – Foi tudo o que ela disse.

– Eu... Eu posso ir para a sua casa?

Mas o que...? Fiz uma cara interrogativa e ela me analisou.

– Eu não quero ir para minha casa. Está mais do que insuportável ficar com a minha irmã e a mãe do Leo não gosta muito de mim, minha melhor amiga está morta, não tenho para onde ir... Eu não quero ficar perambulando por ai novamente.

Cara, aquela garota tinha problemas, na boa.

– Eu... – Ela respirou fundo antes de falar – Sei que eu te conheci hoje, mas eu nunca pedi nenhum favor a ninguém. Voce é a primeira pessoa ao qual eu realmente estou pedindo algo. Eu prometo me comportar, ser santa na frente da sua mãe... Eu... Eu só não quero ir para casa, só isso.

Eu fiquei com pena dela, sinceramente, uma garota tão séria e seca como ela me pedindo ajuda? Isso é raridade de acontecer. Então, eu assenti e ela abriu um sorriso no rosto, me acompanhando até minha casa.

Mal eu sabia em quê eu estava me metendo. Quer dizer, o que diabos eu estava fazendo? Levando uma estranha para dentro de casa? Nem eu mesma sabia.


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Notas finais do capítulo

Eae, gostaram? Espero que sim spakspaksjkhss
Bom, deixem reviews, okays? E DIGAM O QUE ACHARAM, PFVR.
Beijos. Adieus.
~Queen