Skinny Love escrita por Queen


Capítulo 24
It's Time.


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Um mês sem postar em skinny love! Socorro, isso é uma horror, não é? Desculpem-me, sério, desculpem-me muitão, vocês sabem que eu amo voces e essa fic, então não fiquem magoados comigo.
Estou em fase de recuperação escolar, então no momento to dividida fazendo um trabalho e escrevendo minhas fics ao mesmo tempo, que vida cruel meu Deus! Sinto que bombei em Física, mas vamos manter a fé!
Alguém aqui vê The 100? Eu comecei a ver e to achando muito muito muito foda, omgggsshiddd
E, ah, to com fic nova galera, e terminei o cronograma dos capitulos de skinny love, o que me faz querer chorar já que só teremos mais quatorze semanas até o fim da fic, aiinnnnnnnnnnnnnnnnnnn, não gosto nem de pensar!
Sei que algumas pessoas estão meio magoadas comigo porque não fiz um capitulo falando sobre o que se passou em Santa Monica, mas é que eu quis dar uma de John Green e deixar para a mente dos leitores sobre o que aconteceu, sobre elas terem dias obscuros com Reyna se cortando e dias maravilhosos em que Reyna arrastava Thalia para a cidade a fi,m de se comunicar com as pessoas.

Bom, esse capitulo tá meio curto (sorry) mas agora é oficial: toda sexta tem capitulos! Aêêêêêê. a fic vai acabar mais rapido, eu sei, chorem.

leiam as notas finai!!!



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Silena pulava de um lado para o outro com os braços para cima, Rachel e sua cabeleira ruiva a acompanhava, enquanto eu e Hazel tentávamos mexer os pés vagarosamente de um lado para o outro. As vozes desafinadas de Reyna e Leo preenchiam o porão onde acontecia o grupo de apoio, Beckendorf e Frank faziam uma dança engraçada enquanto Will e Nico observavam Lee na bateria.

Quando Percy chegou no grupo naquela tarde trazendo uma guitarra todos nós estranhamos, ainda mais pelo fato de no canto da sala haver uma bateria. Nós fizemos aquela mesma apresentação de sempre e depois ele perguntou para cada um de nós o que gostávamos de fazer, o que queríamos ser e etc, ele fez diversas perguntas sobre nossa vida pessoal e nos divertimos com isso, como quando Beckendorf disse que gostava do estilo de Silena e ela ficou vermelha, pois estava na cara que ela se arrumava bastante para ir até mesmo na esquina da sua casa. Então Luke e Lee invadiram o porão cantando e chamando nossa atenção, Percy anunciou que havia chamando-os ali para trazer algo novo para nós e perguntou se queríamos que eles tocassem, todos nós concordamos e afastamos as cadeiras, eles conectaram os instrumentos na caixa de som e nós começamos a dançar enquanto eles tocavam e cantavam, as vezes um ou dois de nós arriscava na cantoria, e era muito engraçado a forma como a voz de algumas pessoas ficavam pelo microfone.

– Estou tão feliz! – Rachel disse ao meu lado, ela havia parado de pular e agora observava tudo ao nosso redor, parecia encantada – Eu nunca fiquei tão feliz antes. Estou em um lugar que amo muito com as pessoas que amo muito, vendo dois garotos lindos tocando e um cara maravilhoso cantando, ouvindo musicas que adoro, mesmo com a voz desafinada do Leo e Reyna atrapalhando a cantaria do Percy está tudo maravilhoso, eu estou muito feliz.

E então ela começou a chorar e soluçar, achei aquilo totalmente bizarro, não entendi como ela poderia estar totalmente feliz em um momento e agora soluçava aos berros, as lagrimas grossas atrapalhavam sua visão e ela continuava dizendo que estava feliz com a voz embragada, quando me aproximei ela me afastou com força, dizendo que estava tudo bem, Will chegou e a abraçou enquanto ela continuava a chorar, ninguém disse nada a respeito, pareciam fingir que não estavam vendo aquela cena toda e Percy parecia preocupado, me virei para Hazel.

– O que houve?

– Ela tá tendo aqueles ataques de bipolaridade dela, é raro ela tê-los, mas tem, Dra. Jackson disse que a mente dela é confusa, por isso ela é muito amável em um momento e uma vaca em outro. Já nos acostumando, e quando ela começa a chorar ninguém além do Will ou o Percy chegam perto dela, ela confia muito neles. O Percy porque ouve todos os problemas dela e a ajuda e Will porque ele são insuperáveis, muito amigos e tal.

Olhei novamente para eles e percebi que ele limpava suas lagrimas e cochichava algo em seu ouvido, fazendo-a reprimir um sorriso. Ele provavelmente disse algo que a deixou envergonhada, pois ela o empurrou e ficou com o rosto da cor do seu cabelo, realçando suas sardas. Will deu uma risada gostosa e a abraçou novamente. Sorri de lado, aquela pequena cena me deixou feliz.

A porta do porão foi aberta e um Octavian confuso passou por ela, mas depois começou a prestar atenção em Reyna cantando. Olhei para Luke e acenei, ele deu um sorriso rápido de lado. Nós nos víamos raramente, apenas nos ensaios e nas trocas de aula. Estávamos nas provas finais, diversos simulados acontecendo e as provas para as universidades estavam cada vez mais próximas. Então não tínhamos tempo para absolutamente nada, e havíamos trocado de sala por culpa das matérias diferentes, então quando nos víamos era nos ensaios e trocávamos poucas palavras, já que não tínhamos tempo a perder. Shows surgiam aqui e ali e ganhávamos algumas gorjetas, fazíamos vídeos de covers e Lee os colocava no youtube, não poderíamos fazer um CD, já que Percy não tinha tempo para compor uma musica propria, então o que restava eram apenas covers. O pior é que eu estava à procura de um emprego, já que do nada varias dividas foram surgindo e minha mãe parecia não dar conta, já que ela gastava metade do seu dinheiro com bebidas e eu ou Jason não poderíamos fazer nada.

– Grace, sua punk nerd do satã, venha até aqui – A voz de Luke soou pelo porão e todos olharam para mim.

– Você não manda em mim, skatista sentimental. - Rebati.

– Por favor.

Revirei os olhos e fui até ele, que passou o microfone para mim, sorri e então Mardy Bum começou a tocar, era a nossa musica. Quando terminamos ouvi palmas e dei um abraço apertado em Luke, que cochichou em meu ouvido:

– Quero te ver hoje à tarde.

– Não tenho tempo, procura de emprego, estudar e visitar meu pai.

– Você pode fazer isso depois.

– Não tenho tempo, Luke.

– Eu sei que não, mas não nos falamos direito já faz duas semanas.

– Tudo bem. Onde?

– No cemitério.

– O que? – Perguntei confusa.

– Você não ia visitar seu pai? Vou aproveitar e levar a Sam para ver a Miih.

Parei para pensar um pouco em como aquilo soava tão mórbido, e realmente era. Luke se afastou e me direcionou um sorriso caloroso, retribui meio hesitante, já que passei a observar as coisas ao redor, em como todos estavam felizes, e por um momento eu senti dor e desespero, pois imaginei como seria caso eu os perdesse, caso ficasse longe de todos eles, como seria minhas tardes de quarta feira sem eles, sem minhas consultas com a Dra. Jackson, minhas aulas chatas sem Rachel ou dias ensolarados sem a companhia de Reyna e Leo. E o pior de tudo, eu pensei por um misero momento como seria se eu perdesse Luke, e aí percebi o que doloroso iria ser, creio eu que seria incapaz de esquecê-lo.

Estávamos cantando It's Time quando Afrodite apareceu e ordenou que parássemos, pois Sally estava com um paciente com caso delicado de estresse, que não aguentava ouvir o mínimo barulho possível, Percy gemeu em protesto e perguntou se poderíamos continuar com o som mais baixo, mas ela negou e disse que já estava na hora de pararmos, pois o horário havia acabado. Mesmo depois de protestos ela negou e nós fomos praticamente expulsos para fora, Reyna estava zangada e parecia querer matar Afrodite, elas não se davam bem.

Fomos para fora e ficamos batendo um papo, depois peguei um taxi e fui para casa. No caminho aproveitei para comprar o de sempre: Agua, queijo e lírios. Quando cheguei em casa estava tudo escuro e percebi que a campainha não estava funcionando, tentei ligar a luz mas não ligou, então fui na sala e Jason estava sentado com uma cara emburrada olhando para diversos papeis, me aproxime cautelosamente e sentei no seu lado.

– O que houve?

– A queridíssima Julie Asher Grace deixou um presentinho para nos antes de capotar na cama bêbada. E, hum, a energia foi cortada.

Certo, ele estava irritado.

– Como assim?

Ele não respondeu, apenas me deu os diversos papeis, pegou o álbum da família e se sentou no outro sofá. Achei aquele comportamento infantil, mas não disse nada a ele, olhei para os papeis e percebi que eram contas. Mais contas que o normal. Percebi que a conta de luz estava atrasada há dois meses e a de àgua a quatro, o carro estava com a manutenção para pagar, o cartão estava estourado com dois meses de juros pelo supermercado e bar, havia alguns boletos de lojas que eu nem sabia que existia, a internet e rede telefônica iriam ser cortada em quatro dias. Encarei aquilo espantada e vi que havia outro rolo de papeis, boletos de compras em farmácia, minhas mãos soaram.

– O que... É isso?

Jason não respondeu, apenas apontou vagorosamente para a calculadora e eu olhei o resultado da soma de todas as dividas. Estava um preço absurdamente auto, arquejei.

– Isso não é o pior – Jason disse calmo olhando para as fotografias, ele passava os dedos por cada uma delas. Parecia preocupado e chateado com algo – Ela perdeu o emprego faz uns bons três ou quatro meses, antes mesmo do acidente ou de você ir para a clinica.

– Por que ela não contou?

Jason deu de ombros.

– Nós... Podemos usar a conta poupança, sabe...

– Não adianta, Lia. Está muito baixa pois ela estava gastando o dinheiro com bebidas e pagando contas aqui e acolá. Nem um empréstimo poderia cobrir isso tudo.

– Então devemos conseguir um emprego, pegar um empréstimo mesmo assim, pegar o restante da poupança e quitar tudo.

– Ou poderíamos pedir para a tia Ártemis.

– O que? Não! Claro que não, nós já abusamos demais do limite e você sabe que ela vai pagar a minha e a sua faculdade, que vai nos ajudar com as despesas do meu apartamento.

– Apartamento?

– É, porque eu me escrevi apenas para uma faculdade aqui, se e passar em outras...

Jason assentiu e eu suspirei. Minhas mãos ainda soavam e eu sentia que minha cabeça latejava, eu precisava organizar aquilo tudo logo e deveríamos conversar com a nossa mãe, sobre o álcool e tudo mais. Sentei ao lado de Jason e vi que ele encarava uma fotografia que estava eu, ele e o papai. Em um jogo de basquete, eles dois sempre amaram esse esporte. Dei um sorriso fraco e coloquei a cabeça no seu ombro.

– Você se lembra desse dia?

– Sim, claro que lembro, eu estava tão feliz. E o papai me deu uns bonés legais e me deixou comer sorvete até tarde, um moleque veio flertar com você e ele ficou tão chato, mas tão chato, que você ficou zangada com ele por quase uma semana.

– Aham, e vocês gravaram um vídeo bem escroto falando em como a mamãe ficava estranha de bobes. Você dizia: Ela parece a dona Florinda! E o papai: Mas ela continua linda assim. E fazíamos careta de nojo em seguida.

– Eu sinto saudades dele.

– Eu também.

– Quero ir visita-lo.

– Eu vou hoje com o Luke, quer ir?

– Contanto que vocês não fiquem se agarrando para mim esta tudo bem.

Eu ri e dei um tapa em sua testa. Então Jason ficou tenso e olhou para a janela.

– Eu... Eu me lembrei de algo, ontem a noite.

– Do que você lembrou?

––De quando o papai morreu.

Eu prendi a respiração por um tempo e ele me lançou um olhar significativo explicando que estava tudo bem. O sangue corria calmamente em minhas veias, minha respiração ficou regulada e ele continuou:

– Lembrei de como me senti. Eu não consegui acreditar, porque ele partiu sem eu dizer pra ele que por mais que eu preferisse a mamãe e ele preferisse você eu sempre amaria ele, pois ele sempre foi um ótimo pai. Ele se foi sem eu ter pedido desculpas por ser tão imaturo. Ele se foi sem eu dizer tantas coisas. E a pior delas é de como eu sentiria falta dele quando eu estivesse saído de casa para viver minha própria vida. Mas ele se foi e falta veio antes da hora, mas eu... Eu consegui ir em frente, sabe? E eu não culpei você. Na verdade eu não liguei muito para você, tipo, que se foda você, tudo bem que eu te amo e tudo mais, porem você vinha se mostrando uma péssima irmã, e quando você se fechou para o mundo eu não liguei muito, mas me importava, e gostaria de pedir desculpas por isso.

– Tudo bem Jason, isso é passado.

– Mas o passado sempre vem na sua memoria algum dia. E causa uma dor tremenda.

– Jason, o que há de errado com você? Até uma semana atrás era sei lá, um adolescente que só sabia farrear e agora é todo maduro e responsável, sabe até filosofar.

– Ouch. – Ele disse indignado.

– Ouch. – Repeti.

Rimos e então quando me levantei para guardar os papeis com as dividas ele disse:

– Eu lembrei do Leo também, e isso me assustou porque eu lembrei das coisas que aconteceram com ele.

– O que?

– Bom, sobre os pais dele e... - Ele percebeu que eu não sabia do que eu estava falando, então mudou rapidamente de assunto – Mas enfim, o que vamos fazer para o comer? Estou morto de fome.

Ele me direcionou um sorriso discreto e cauteloso. Lancei-lhe um olhar desconfiado, mas decidi deixar isso de lado. Sugeri fazer macarronada e ele fez um comentário maldoso sobre eu amar massas, mas não me senti ofendida, na verdade eu realmente gostava de cozinhar algo que tivesse muita massa, sempre foram meus pratos favoritos. Eu tentava manter os pensamentos em coisas distintas, mas sempre voltavam para a minha mãe deitada em sua cama, cheirando a álcool e morrendo aos poucos.

***

Mordi um pedacinho de queijo enquanto Jason continuava sentado balbuciando coisas desconexas olhando para a lapide. Luke e Samantha estavam conversando baixinho, ela havia chorado um pouco quando entramos no cemitério, mas depois se acostumou com o ambiente. Sentei-me ao lado de Jason e cruzei as pernas, meu estomago borbulhava um pouco, eu estava me sentindo tão estranha. Há alguns meses eu estaria ali desabafando sobre como minha vida continuava tão monótona, e agora eu tinha tanto para contar que chegava a dar medo.

– Oi Herói – Sussurrei segurando um lírio, senti uma nostalgia atingindo meu peito e respirei fundo, olhei para o céu e continuei: – Está tudo bem aí em cima? As coisas aqui embaixo andam confusas. Tenho boas e péssimas noticias. Por onde eu começo? Hum, boas sempre são melhores, não é? Okay, pai. Eu descobri que aquela minha imensa vontade de estar sempre magra é uma doença, e eu consegui me tratar. Mas tenho medo de recaídas, por isso sempre que possível continuo indo para o grupo de apoio, aprendi a gostar de lá. Consegui voltar a me socializar, foi difícil, mas consegui e percebi que o silencio pode ser legal, mas se comunicar é muito melhor. Viajei com uma amiga para Santa Monica e nós vivenciamos muitas coisas e eu aprendi algumas coisas com ela também, por isso estou tão feliz e liberal. Nós estamos vivendo, mas estamos morrendo a cada dia um pouco. A vida é apenas uma passagem para a morte, aprendi isso, por isso estou aproveitando cada momento. Lembra-se que eu disse que havia um garoto gostando da Annabeth? Então, eu acho que ele meio que gosta de mim e eu gosto dele, e tenho tanto medo de perde-lo, tanto. Tia Ártemis está cada vez melhor, quero dizer, ela está a cada dia uma mulher espetacular, você deveria ter muito orgulho da sua irmã mais nova.

Parei de falar e bebi um pouco de água, Jason não estava mais ao meu lado, ele estava em pé afastado olhando para alguns túmulos, como eu gostava e gosto de fazer quando vou em cemitérios. Estralei os dedos e continuei:

– Coisas péssimas sempre acontecem com os Grace, isso é fato. Mas as coisas estão realmente indo de mal a pior. Jason sofreu um acidente a um tempo atrás e ficou em coma, quando acordou ele estava sem lembranças dos últimos dois anos, ele nem se lembrava do fato de você estar morto, Herói. Sinto muito. Foi muito chocante a forma como ele recebeu a noticia. Mamãe está se afundando no álcool, e acho que ela está doente, já que volta e meia a vejo tossir e disfarçar. Estou com medo, queria que você estivesse aqui comigo, papai. Com todos nós – Minha voz estava embargada e então eu comecei a chorar e soluçar. Abracei-me e me encolhi um pouco, tentando controlar minhas fungadas, senti alguém sentando ao meu lado e acariciando meus cabelos, mãozinhas gordas e quentes. Samantha. – Eu sei que... Que deveria superar, mas essa palavra não existe quando o assunto é morte. Eu estou com medo de o destino estar pregando uma peça, pois em um momento tudo está maravilhoso e em outro tudo está horrível. Por quê? Me diz, por que? Eu sinto sua falta, Herói. Todos os dias. A todo o momento. Eu te amo muito. Sempre vou amar.

Samantha enxugou algumas lagrimas que desciam pelo meu rosto e eu sorri de lado, apertando sua bochecha em seguida. Isso me fez ficar um pouco melhor e eu voltei a falar.

– Hoje o dia está nublado! Sim, pai! Nublado. Umas duas semanas atrás choveu, se você estivesse aqui iria adorar. Não há nuvens e nenhum sinal de sol, o que é algo surpreendente. O ar está leve e cheirando a fim de verão. Trouxe queijos novamente, e vou deixar com John, já que ele adora. Há lírios também, lindos e cheiros. Estou estudando bastante para o vestibular, quero muito ir para Oxford, falta menos de um mês e isso me deixa nervosa, mas vou fazer as provas consciente. Herói, eu tenho que ir, vou a procura de um emprego novo hoje. Espero obter resultados. Amo você, papai.

Levantei-me e Samantha beijou meu rosto, sussurrando em seguida:

– Não gosto de te ver triste, Thatá. Sorria, seu sorriso é lindo.

Sorri e ela retribuiu, Jason parecia melhor e falava com alguém pelo telefone, Luke estava com os braços cruzados nos encarando.

– Quero ver o tumulo da Miih – Samantha disse manhosa.

– Vamos lá – Luke disse e pegou Samantha no colo, depois estendeu a mão para mim e eu a apertei. Caminhamos de mãos dadas até Jason e ele disse que estava com Piper na linha, que era para encontrarmos ele na saída do cemitério. Passamos por diversos túmulos e eu fiz todo o meu ritual de pular de um tumulo e outro, Samantha as vezes me acompanhava e então dávamos uma risadinha. Quando chegamos no tumulo da Michele, Luke ficou tenso e meio receoso. Sam apertou a minha mão com força e fez um biquinho, lagrimas começaram a cair dos seus olhos e eu fiquei sussurrando em seu ouvido que estava tudo bem, que ela estava em um lugar melhor e ela assentia, ainda chorando.

Luke nada disse, apenas ficou encarando a lapide cinza com o nome dela gravado, colocou uma rosa branca ali e se afastou. Ele soltou um longo suspiro, falando baixinho:

– Eu amo você. Lembre-se disso. Para sempre.

Então eu comecei a chorar, mesmo sem nunca ter ao menos falado com Michele, sem nunca ter conhecido ela, eu apenas conseguia sentir a dor de Sam e Luke ao redor de nós, e eu estava tão sufocada.

– Ela... Ela costumava dizer que a vida era bela, que adorava minhas fotografias porque mostrava o quanto valia a pena viver – Luke disse hesitante soluçando – E então ela se matou. Eu fiquei tão desesperado. Eu não sabia o que fazer. Eu não conseguia acreditar. Seu corpo estava ali, morto, pendurado em uma corda no lustre e seus pulsos cortados. E eu gritava enquanto Reyna sacodia o corpo de Michele, chorando. Eu não conseguia acreditar. Eu... Eu não sei porque ela fez isso e as vezes acho que esse ato foi tão egoísta que não consigo perdoa-la, mas ela foi o meu primeiro amor, o primeiro amor de verdade. E então ela está agora a sete palmar do chão, cheirando a enxofre e morte, e coisa ruim, enquanto ainda poderia estar aqui... Viva.

Eu nada disse, pois realmente não sabia o que dizer. Apenas lhe abracei e ele apertou meu corpo com tamanha força que fiquei meio tonta, mas estava tudo bem. Beijei seu rosto e me afastei, limpei suas lagrimas e ele sorriu fraco.

– Obrigada – Sussurrou e eu assenti.

– Precisamos ir. – Falei, já estava ficando tarde. Luke assentiu e pegou Samantha no colo, ficou olhando por um tempo a lapide antes de olhar para mim e eu desviar o olhar.

– Você disse que eu deveria seguir em frente. não ficar preso ao passado. Ter uma nova vida e alguém que me acompanhe. Eu estou fazendo o que você sugeriu, Michele. E estou muito feliz por isso. Até.

Já dentro do carro Jason ainda falava no telefone e Samantha prestava bastante atenção em seus gestos, e às vezes o imitava, o que fazia ele ficar constrangido. Coloquei meus pés no lugar de sempre: em cima do porta luvas e o braça para fora da janela. Luke cantarolava alguma musica qualquer e eu olhava no jornal as propostas de emprego, mas tudo o que havia era faxineiro ou babá, e eu não queria nenhum dos dois.

– Eu não estou achando algo legal aqui – Murmurei e revirei os olhos. Eu já estava ficando sem esperanças em relação a ter um emprego, quando Luke falou:

– Hum... Na agencia do meu pai há uma lanchonete, e estão precisando de garçonetes lá. Não é um trabalho muito pesado e você trabalha por tempo integral por causa da escola, e o salario é bom.

– Sério?

– Sim.

– Vamos para lá agora!

Ele olhou no seu relógio de pulso e negou.

– Agora a lanchonete já fechou, mas eu vou falar com meu pai hoje mesmo e então você começa amanhã.

– Ai meu Deus! Obrigada Luke!

Estiquei meus braços e enlacei em seu pescoço, o trouxe para perto de mim e beijei seu rosto. Fiquei encarando seu perfil encantada, até que ele rapidamente virou o rosto e me deu um selinho. Corei e me afastei, sentindo algo estranho em minhas entranhas. Só agora eu havia me dado conta de algo: amigos não se beijam.

"Mas eu não quero ser só seu amigo" foi o que ele dissera, mas porque eu? Uma garota que já passou por diversos problemas e ainda passa por alguns, uma que é bonita mas nem tanto, que tem um gosto estranho para as coisas, que mesmo depois de muita luta ainda não consegue se interagir totalmente com uma pessoa. O que ele viu em mim?

Olhei para ele e em troca ele desviou o olhar da estrada por alguns segundos e me direcionou um sorriso. Corei novamente. Sam e Jason fizeram barulho de vômito e nós começamos a gargalhar. Era muito bom estar com eles. E tudo o que eu conseguia pensar era que eu queria estar sempre ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

Migosssssssssssssss, eu to um pouco malzinha por falta de comentários, alguns leitores se mantém comentando sempre, como a minha querida Lily (mim bja mulher) mas outras sumiram, e isso me machuca porque eu amava a opinião de todas. Tipo, Anne e Amia, vocês são importantes para mim, sério, Cherry você também, sumiu em Arabella, GIO KATIE VAGABUNDA ONDE FOI QUE VOCÊ SE METEU SUA EKLJSKHEIYHESJK TE ODEIO. MENTIRA TE AMO.
E tem a Aghata: Olha, eu não sei o que foi que eu fiz pra você não comentar mais, talvez você nem mesmo acompanhe mais a fic, mas só quero que saiba que seus comentários eram tipo, muito importantes para mim, eles chegavam a fazer minha escrita boa pra caralho, talvez você esteja ocupada por ter se mudado, ou está chateada com alguma falha minha e acredita que skinny love saiu dos trilhos, mas não importa o quanto você critique bem ou ruim skinny love, seus comentários vão ser sempre os fav, sempre, então Aghata, seja lá o que tenha acontecido e o problema for comigo, me desculpe.
Tem gente também que não comenta por que eu parei de responder, MAS AMIGOS EU NÃO TENHO CULPA SE MINHA NET AS VEZES GOSTA DE SAIR PRA DAR O RABINHO, TÁ, DESCULPEM. Sim eu to revoltada e aí, qual o problema! Gente a fic tem setenta e sete leitores e apenas SETE PESSOAS COMENTAM. OLHA EU TO %%%%%%%%
Oha vocês que sempre comentam merecem um beijo bem gostoso tá, venham aqui, eu sou muito profissional viu, venham, podem me beijar, eu deixo.

Tá, agora sério, comentem! Vou tentar responder de madrugada tooooddooooossssss, e também to com saudades de recomendações, cade as recomendações? Ain!

Minha nova fic: http://fanfiction.com.br/historia/528798/Cartas_para_Hope/

Todas as minhas três fics irão atualizar semanalmente as sextas feiras! Yeah! Tuts tuts tuts.

Então, gostaram do capitulo? Espero que sim, qualquer duvida chamem no ask: queenfanfics. Adoraria responder.

Beijos.

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