Faltando pouco para eu completar meu décimo oitavo ano de vida, comecei a perceber que eu estava deprimida, provavelmente porque quase nunca saia de casa, raramente comia ou bebia, não ia a festas, passava horas na cama, ouvia a mesma música várias vezes, nunca falava e dedicava a maior parte do meu infinito tempo pensando na morte e nadando em uma depressão profunda.

Eu vi que deveria mudar, procurar ajuda, um grupo de apoio ou sei lá o que. Mas, ao mesmo tempo, eu queria continuar com aquilo: Continuar virando a cara para os problemas, ignorando as pessoas, passando o dia inteiro enfurnada no meu quarto, aguentando as idiotices do meu irmão e etc.

Minha vida se resumia nisso já fazia dois anos e eu só fazia aquilo no começo por pirraça, para chamar atenção. Mas, com o passar do tempo vi que as pessoas não se importavam se eu estava bem ou não. E foi aí que tudo começou a piorar.

Perdi a vontade de viver, demonstrar afeto, abraçar, beijar, falar, dizer coisas simples como: “Eu gosto muito de você” e odiava tudo que se relacionava ao amor. Então, eu percebi que não iria mudar.

Foi tão tal que na quarta-feira em que conheci Luke Castellan, eu tinha feito de tudo para ninguém me ver: Não abri a janela ou cortina fazia duas semanas, tinha matado as aulas dentro do banheiro feminino enquanto fazia rabiscos no meu caderno. Na hora da saída abaixei a cabeça ao máximo possível para ninguém me ver, a fim de ir para casa, trancar-me no meu quarto e esperar o resto do dia ir embora. Como eu sempre fazia.

Queria muito dizer a você, meu caro leitor, que aquela quarta-feira foi normal e a minha vida se seguiu tranquilamente depois dela, mas não foi bem assim.

Se você é o tipo de pessoa que está aqui procurando uma história com muito romance e coisas do gênero, recomendo que pare de ler agora mesmo. Mas, se você é aquele tipo realista, que acredita que o drama não é só baseado em romance, coisas ruins e a realidade não é apenas um casal fofo juntos, acompanhe-me, quero mostrar-lhe uma coisa, na verdade, uma história, que seguirá os seguintes temas:

Um skatista sentimental.

Uma família desnaturada.

Uma psicóloga.

Uma banda de garagem.

Um grupo de apoio.

Uma depressiva suicida.

E o enigma que cerca a Morte.

Meu nome é Thalia Grace. Não tenho uma idade definida. Não tenho ideia do que será meu futuro, não sei quem realmente sou e estou aqui para contar a minha história, detalhe por detalhe, de onde tudo começou.