Labor Pains escrita por B Mar, B Mar


Capítulo 5
Cap 5




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/437204/chapter/5

Cap 5

Katniss PDV:

– Hum. Katniss. – Peeta abriu a porta para mim. – Eu meio que disse para a Glimmer que você é a editora-chefe.

– Quem é Glimmer?

– Se os céus quiserem, nossa nova escritora.

Arregalei os olhos e ele me empurrou para dentro.

– Olá. – Uma loira grávida sorriu para nós.

– Oi.

– Glimmer, está é Katniss Everdeen. Katniss, esta é Glimmer Song.

– É um prazer. – Apertei sua mão.

– Katniss, Glimmer é a escritora de quem falei. Sobre o livro das grávidas. - Peeta explicou.

Fiz cara de compreensão, mesmo que fosse a primeira vez que ouvia sobre tal assunto.

– Katniss já leu o livro?

Olhei Peeta por alguns instantes.

– Eu ainda não li, estava desatolando a mesa e a agenda, mas pretendo começar amanhã.

Ela sorriu.

– Bom, o livro é um relato de histórias de grávidas que conheci. Sobre a gravidez ser um período bonito, radiante... – Peeta tentou se intrometer.

– Com enjoos, prisão de ventre. – Interrompi.

– Gases e dificuldades de urinar. – Glimmer listou.

– E nem e fale do tamanho os meus quadris, eu tenho medo de não conseguir passar pela porta. Eu ainda não consigo acreditar que a minha barriga vai ficar torta em algum momento.

– É disso que eu estou falando. Imagina só como eu fiquei quando me entalei na banheira. – Ela me olhou. – Não foi legal, eu precisei do meu marido para sair.

– Eu não tenho uma banheira. – Dispensei o comentário. – Prefiro nem imaginar como seria.

– Foi difícil.

– Imagino.

Peeta intercalou o olhar entre nós duas até abrir a boca, mas foi interrompido novamente.

– Bom, Glimmer, o que nós queremos dizer é...

– A maioria dos livros sobre gravidez te faz se sentir deslocada. – Glimmer continuou. – Porque eu preciso estar linda e fofa o tempo todo? Os meus enjoos não são pela manhã, obrigada por perguntar, e não: eu não me cansei de sexo.

Não consegui segurar o riso.

– Eu ainda estou me acostumando com a sensação. – Confessei.

Claro, eu descobri a gravidez há menos de uma hora”

– Quer dizer. – Continuei. – As coisas vão mudar ainda mais daqui pra frente. Eu não vou nem ao menos poder usar salto alto.

– Ai, que saudade dos meus saltos. – Ela choramingou. – Os meus pés doem apenas de imaginar que estou usando um deles.

– Isso é porque você não viu os meus pés ontem, eles estavam do tamanho do universo. – Resmunguei. – Eu já li uns 3 livros que diziam que a questão do salto era autocontrole. Autocontrole só se for da cara deles.

“Sim, eu já havia lido livros sobre gravidez. Na falta do que fazer, invente algo.

– O seu bebê é quietinho?

– Bastante.

“Tanto que, até pouco tempo, eu nem sabia da existência dele”

– Bom, o meu também é assim. Durante o dia. Mas é só eu me deitar... Pronto. Não durmo a noite inteira. Parece competição, eu reclamo aqui fora, ele me pirraça lá dentro. – Gesticulou. – E eu estou no segundo trimestre, estou apavorada com o terceiro.

– Dizem que o terceiro é calmo. Ele só está ganhando peso. – Lembrei.

– É quando ele para de se movimentar tanto. Aposto que vou ficar louca. – Riu.

– Glimmer. – Chamei depois de alguns segundos de silêncio. – É por isso que precisamos de você.

Ela franziu as sobrancelhas.

– Nós, grávidas, precisamos de um livro que diga “Ei. Nós estamos aqui. Gravidez não é a época mais bonita da vida, nós também sofremos”. E nós – Apontei para mim e Peeta. – Queremos ser a casa desse livro.

– Você nem o leu ainda. – Lembrou.

– Bom, eu conheço você. E, se o seu livro for tão bom quanto você, nós venderemos milhões. Além do mais, Peeta já leu. E ele adorou.

– É sério? – Ela olhou meu chefe.

– Claro.

A loira sorriu.

– Eu vou pensar.

Terminamos de lanchar e, na saída, ela me passou um papel.

– Eu tenho aula de parto na próxima sexta. Estou te esperando lá. Leve o seu companheiro.

Ela se foi e olhei Peeta.

– Nós conseguimos. – Ele comemorou e me abraçou por impulso, girando-me em seus braços.

– Peeta. – Reclamei.

Quer comida na sua calça de novo, colega?

– Desculpe.

Ele me colocou no chão e seu rosto se avermelhou.

– Obrigada, Katniss. - Ele repetiu, sorrindo. - Eu tenho uma surpresa pra você.

– Surpresa?

– Sim. Vamos à empresa, aposto que você vai adorar.

(...)

Ele abriu a porta de uma sala.

– Katniss Everdeen. Seja bem vinda à sua sala.

Minha boca se abriu e olhei em volta.

Certo, não estava tudo pronto, mas uma sala só pra mim?

– Peeta, isso é... Minha nossa... Como... Como você... Espera. – Me interrompi, percebendo a situação. – O que quer em troca?

Ele coçou a cabeça.

– Está tão óbvio?

– Você é um péssimo mentiroso.

– Eu quero publicar o livro da Glimmer. – Explicou. – E eu quero sua ajuda... Então...

– Você quer que eu minta. – Corrigi.

– Não é tão pesado assim. – Enrolou. – O Snow não vai me deixar fazer isso, então... E eu quero te colocar numa nova posição.

Arqueei uma sobrancelha.

– Quero você como a nova editora-chefe do seguimento familiar.

– Seguimento familiar?

– Quem melhor que uma grávida para comandar algo sobre uma família?

Talvez alguém responsável?

Respirei fundo.

– Peeta, eu não sei...

– Katniss, meu pai sempre disse que, para ser um bom editor, você precisa ter paixão. Eu vejo isso em você.

Tentei argumentar, mas ele levantou a mão.

– E, sabe... Editores ganham muito mais que secretárias.

Lhe olhei por alguns segundos.

– Muito mais?

– Muito mais.

Ele sorriu e pegou o livro na cabeceira.

– Aqui está. Precisar ler antes de encontrar a Glimmer novamente.

Confirmei e encarei a brochura.

Eu tinha muito trabalho pela frente.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!