Labor Pains escrita por B Mar, B Mar


Capítulo 12
Capítulo 12




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Capítulo 12

Katniss PDV:

A semana seguinte foi corrida. Joshua e Peter (sou mãe, sei que o segredo é um menino) estavam agitados, as capas haviam chegado e o processo de distribuição era louco.

Em equilíbrio a tudo isso estava Peeta. Nós não estávamos oficialmente juntos, mas não era difícil alguém nos encontrar em beijos suaves nos corredores. Sempre que nós encontrávamos, ele me beijava, acariciava meu rosto e então me perguntava como eu estava e sobre Josh e Peter.

Sempre imaginei que acharia tudo aquilo chato e grudento, mas com ele as coisas fluíam naturalmente.

– Está pronta? – Peeta me olhou.

Estávamos no carro, prontos para ir ao auditório ler o primeiro capítulo do livro de Glimmer.

– Estou com medo. – Confessei.

– Vai dar tudo certo. Eu juro. – Ele me deu um selinho.

Não consegui conter o sorriso e Peeta me ajudou a sair do carro. Comparada ao meu antigo corpo, eu estava praticamente idêntica a uma baleia.

Eu nem mesmo conseguia me lembrar de como eram os meus pés.

– Elevador?

Pensei em recusar. Eu não era incapaz de subir escadas, mas meus pés e coluna doíam, além do inchaço que surgira a partir do meu tornozelo.

– Com certeza.

– Seus tornozelos estão bastante inchados. – Avisou quando entramos. – Falou com Odair sobre isso?

– Não acho que há necessidade. – Dei de ombros.

Ele me olhou de canto e puxou o telefone celular. Quando o elevador parou, ele deixou que eu saísse antes de me seguir.

– Finnick?

Lhe olhei boquiaberta.

– Peeta. – Me preparei para resmungar.

– Sou eu, Peeta. Estou ligando por causa da Katniss. Eu acho que os tornozelos dela estão meio inchados demais, não sei se é pelo peso ou atividades, mas estão mais inchados que o normal. – Ele fez silêncio. – Certo... Exatamente. Estamos esperando.

Ele desligou e lhe olhei surpresa.

– Eu não acredito que você ligou para o Finnick. – Exclamei. – Não é nada.

– Se não foi importante ele nos dirá.

Respirei fundo, segundo em frente novamente.

– Ainda sente dor de cabeça? – Ele se preocupou.

Como eu poderia ficar brava com alguém que cuidava tanto de mim?

Dei de ombros.

Havia uma pontada estranha em alguns pontos da minha cabeça, e estava incômodo.

– Está sumindo.

Ele confirmou.

As pessoas de posicionaram aos poucos e logo ele suspirou ao meu lado.

– Vai se sentar?

– Eu queria me deitar, mas não tenho outra opção. – Resmunguei.

Ele beijou minha bochecha e foi para a frente do lugar, enquanto eu ficava na sala anexa, com entrada no fundo do auditório.

Ouvi o discurso de Peeta pelas caixas de som, e, no meio da leitura, ouvi a interrupção de Snow.

– Ah, vai se ferrar. – Murmurei, levantando-me da cadeira.

Quando cheguei no auditório, Snow e Peeta estavam gritando loucamente um com um outro.

– Parem já. – Gritei.

Os dois me olharam de boca aberta e minha coluna deu outra pontada.

– Eu tenho duas crianças briguentas por aqui, e não estou falando das que estão dentro da minha barriga. – Andei até eles. – Snow, você deixou por conta do Peeta e ele foi um ótimo chefe. Queira ou não, os livros que você produz são uma verdadeira merda.

Ele arregalou os olhos para mim.

– E Peeta. – Me virei para o loiro. – O que eu disse para você ontem?

– Katniss. – Ele tentou me interromper.

– O que eu te disse ontem?

– Fale com o Snow. – Ele murmurou.

– Fale alto.

– Me disse para falar com o Snow.

– Você falou com ele?

Ele negou com a cabeça.

– Então vocês podem, por favor, terminar de ler a porra do manuscrito que promete ser o maior da editora e parar de brigar?

Os dois abaixaram a cabeça.

– Ótimo.

Saí de lá pisando forte e voltei para onde deveria estar.

No meio do caminho, senti as pernas fraquejaram enquanto uma contração aparente me rompeu.

– Cacete. – Berrei.

– Cacete, é o código cacete. Marvel. – Ouvi a voz de Peeta.

E, num segundo, tudo virou um caos completo.

Todos se entreolharam e meu assistente correu até o microfone, falando qualquer coisa com os presentes. Na mesma hora, Finnick passou pela porta.

– Peeta. – Ele chamou. – Carro.

Meu corpo foi segurado e praticamente arrastado para o automóvel enquanto a dor se espalhava.

– Katniss, você não sentiu nada? – Meu médico estranhou.

– Dor na coluna, mas todo mundo diz que é normal.

Ele bufou.

– Eu realmente detesto grávidas sabichonas.

Ah, claro. Nós somos amigos, então eu mal posso reclamar de algo.

– Vocês nunca percebem quando o trabalho de parto começa? Por favor. É um bebê querendo sair e seu útero se contorcendo e contraindo para expulsá-lo. – Resmungou.

Apertei o braço de Peeta e ele acariciou minha mão oposta.

– Eu não quero adiantar vocês nem encher o saco, mas eu estou morrendo de dor aqui.

– Você se lembra daquele desenho na parede? – Ele continuou. – Numa escala de 1 a 10, onde está a dor?

Peeta acariciou minhas costas lentamente.

– Talvez três? Acabou de começar.

– Acabou de começar uma merda. – Soltei. – Sete. No mínimo.

Uma contração me rompeu e segurei um palavrão. Peeta nunca havia me ouvido falar tantos palavrões.

– Oito. – Corrigi. – Isso aí, oito.

– Precisamos chegar ao hospital antes do 10. – Meu amigo e médico decidiu.

– Porque?

– Você não quer vê-la no 10 sem a epidural.

Depois disso, o carro foi preenchido apenas pelos meus gritos.

A dor era extremamente forte. E as ruas engarrafadas.

Segurei nos ombro de Peeta quando me curvei novamente.

Além das minhas barriga e costas, a dor parecia se alastrar pelo resto do corpo e, no instante seguinte, a bolsa estourou.

– Você precisa de um estofado novo.

Finnick me olhou com um vinco se formando entre as sobrancelhas.

– Peeta, nós precisamos fazer esse carro se mexer.

Meu... Namorado (?) olhou em volta pelas janelas.

– Estamos completamente parados.

– Sai do carro. – Ele mandou.

Arregalei os olhos.

– O quê?

– Eu estou dizendo, saia do carro. Vá aos carros da frente, berre, grite. Só faça essas pessoas saberem que a Katniss está em trabalho de parto.

Tantos dias ou horas para entrar no parto e quando acontece? No meio de um engarrafamento.

Ótimo. Perfeito.

Quando Peeta saiu, Finnick puxou um aparelho e me entregou.

– Sabe medir a pressão? É automático, mantenha o braço parado.

Obedeci com o maior esforço possível.

Não sei quanto tempo durou, mas deu tempo de chutar o banco sete o oito vezes antes de ouvi-lo apitar.

Quando passei para Finnick, ele ficou em silêncio.

– Nós realmente precisamos chegar ao hospital.

– Porque?

– Sua pressão. – Respirou fundo. – Katniss, você pode ter alguma complicação se não chegarmos logo. A sua pressão está muito alta.

Continua...


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