Altas Loucuras em Hogwarts escrita por Guedes


Capítulo 23
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEELLOOOOOOO, GUYS! Animados para o último capítulo? Não? Bem, eu também não. É, eu fui escolher logo o último para bater o meu recorde de postagem. Vocês acreditariam se eu dissesse que até hoje de manhã eu só tinha escrito os sete primeiros parágrafos? Por que, é, eu escrevi basicamente tudo isso hoje. Eu espero que o capítulo cumpra as expectativas de vocês...
A gente se fala lá embaixo. Enquanto isso, aproveitem o meu epílogo com quase tantas palavras que o capítulo anterior.
P.S.: eu sei que eu ainda não respondi os reviews, eu ia fazer isso hoje, mas estava ocupada demais escrevendo. Eu vou responde-los assim que postar, OK?



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POV Alvo

Eu ainda podia ouvir a gargalhada de James quando eu apareci na lareira da casa, todo coberto cinzas. E depois a minha mãe ainda me pergunta o porquê de eu querer fazer dezessete anos..., pensei.

Dei um passo para sair da lareira e analisei o lugar em que me encontrava. Era uma sala razoavelmente grande, porém aconchegante. Ela tinha uma grande janela que iluminava o local e dava vista para a rua. Ao lado dela tinha uma porta, assim como na parede do lado oposto. A diferença entre elas era que uma estava fechada e a outra escancarada. O cômodo tinha pouca mobília: um sofá, duas poltronas, uma mesinha que servia de apoio de um telefissão e um móvel com duas gavetas com um vaso de flores.

Em uma das poltronas da sala, estava sentada a minha incrível namorada, Ennelize Stanford.

– Oi - murmurei.

Ela riu.

– Você fica uma graça constrangido – declarou. O comentário não ajudou com o meu humor.

– É, vamos ver se o seu pai compartilha da mesma opinião – resmunguei. Ela sorriu e balançou a cabeça.

– Eu já disse. Não tem com o que se preocupar. Meu pai é uma pessoa... – ela parou por um segundo, procurando um adjetivo – adorável.

Ergui uma sobrancelha. Antes mesmo de nós começarmos a namorar ele tinha me mandado uma carta que não fazia jus ao adjetivo.

– É melhor que você tenha trago a sua varinha, Alvo. O senhor Charles Stanford pode ser alguém legal na maioria do tempo, mas quando o assunto é o namorado da filhinha dele... – Elmond, que só naquele momento eu percebi que estava largado no sofá, balançou a cabeça. – Não posso te dizer que ele esteja lá com o melhor dos humores.

– Muito obrigado, Elmond, você me ajudou muito. Eu sou um poço de tranquilidade depois desse seu comentário – ironizei. Ele riu, se levantou do sofá e saiu pela única porta da esquerda.

Eu fiquei vários segundos fitando o lugar por onde ele desaparecera. Não era que eu estivesse com medo, eu só estava... nervoso. Quer dizer, eu era um cara orgulhoso e que gostava de passar uma boa impressão às pessoas. Principalmente primeira, por que é a que fica. E, bem... a primeira impressão que Charles Stanford tivera de mim era que eu era o cara que fizera sua filha se meter em um duelo e mesmo depois disso não tinha resolvido as coisas com ela. Isso não era exatamente o que eu chamaria de boa impressão. Então eu teria que me esforçar para fazer gosta-lo de mim.

Ennelize colocou a mão no meu braço.

– Ei, quantas vezes eu vou ter que dizer pra você relaxar? Meu pai vai gostar de você, OK? Vamos olhar pelo lado bom, a minha tia já gosta de você ela ainda nem te conheceu.

Arregalei os olhos.

– A sua tia? – sussurrei. Ela fechou os olhos com força, como as pessoas fazem quando fazem besteira.

– Eu esqueci de avisar que ela mora com a gente? – Eu assenti lentamente.

– Droga – sussurrou abrindo os olhos e se recompondo. - Eu acho melhor nós voltarmos, sabe...

– Espera. Tem mais alguma coisa que você se esqueceu de me avisar? – perguntei.

– Hummmm... nós temos um gato – ela disse pensativa. – E... é, acho que não tem mais nada.

Respirei fundo e assenti com a cabeça.

A porta da sala dava para um corredor largo, porém pequeno. Tinha uma porta à esquerda entreaberta em que eu vi algumas estantes com livros, uma poltrona e uma escrivaninha. Outra à direita dava para um lavabo. Nas paredes haviam várias fotos, vários no estilo trouxa, que eu supus terem sido tiradas na época em que a mãe de Ennelize ainda morava com eles, e algumas, mais recentes, no estilo bruxo. Uma bem antiga mostrava uma sorridente Ennelize de seis anos de idade (com um dente faltando), no colo de uma mulher muito parecida com ela. Ela tinha os cabelos negros e cacheados como os dela e alguns traços parecidos.

– É a sua mãe? – perguntei apontando par a mulher da foto. Ela assentiu com um olhar triste. Achei melhor seguirmos em frente.

Perto do fim do corredor tinha uma escada, imaginei que os quartos ficassem lá em cima.

A porta logo no fim dava para uma cozinha que também servia de sala de jantar. Ela tinha uma bancada de frente para uma janela (essa tinha vista para um quintal), uma daquelas mesas que também servem de bancadas e que têm bancos (nesse caso treis) altos servia de “divisória” entre a parte da cozinha e a parte da sala de jantar. Nela tinha uma grande mesa de madeira com seis lugares.

Elmond estava sentado um dos bancos e ria de alguma coisa. Um homem estava com o quadril encostado na bancada e de braços cruzados, ao lado dele uma mulher de costas estava cozinhando alguma coisa. Assim que nós entramos se fez um silêncio assustador, apenas o barulho da faca batendo na tábua de madeira.

O senhor Stanford me analisou de cima abaixo enquanto eu estava congelado ali, sem conseguir mexer nada além dos meus olhos.

Ela não era alto nem magro, nem musculoso nem magricela, nem velho nem novo: era um meio termo em vários sentidos. Ele tinha os olhos de Ennelize e cabelos castanho claro que batiam logo abaixo de sua orelha.

O olhar dele também parecia ser um meio termo: nem exatamente bom, nem exatamente ruim.

– Mas o que... – começou a moça se virando, então nos viu. Ela abriu um sorriso gentil. – Alvo! Estávamos esperando por você. – Depois de mais alguns segundos de silêncio perturbador ela lançou um olhar feio ao homem a lá Gina Potter e acrescentou: - Não é mesmo, Charlie?

– É – respondeu ele emburrado. – Estávamos. – Ele se desencostou da bancada, andou até estar na minha frente e estendeu a mão. – Charles Stanford.

Eu a pertei-a.

– Alvo Potter.

Ele assentiu.

– Eu sei quem você é, garoto. – Contive a minha vontade de soltar um “Que ótimo! Sabe, eu posso não ser da Corvinal como a sua filha, mas eu também não sou estúpido. Eu também sei quem você é” e apenas assenti com a cabeça. A moça, que deveria ser a tia de Ennelize, largo o que estava fazendo e veio até mim. Ela sorriu carinhosa, se apresentou como Bruna Stanford, disso que eu poderia chama-la apenas pelo primeiro nome e me deu um abraço apertado.

– O jantar vai demorar um pouco para sair... por que você não se senta um pouco? – apontou para os dois bancos vazios. Eu fiquei entre Ennelize e Elmond. Pude perceber que ela pegou a minha mão por baixo da mesa, eu apertei, esperando que o contato pudesse me trazer algum conforto.

– Então, Alvo – começou Charles apoiando os braços do outro lado da mesa, de forma que ele ficava assustadoramente perto de mim -, quais matérias você pretende fazer esse ano?

Engoli em seco. Esse era exatamente o tipo de pergunta que eu estava esperando. Tentei não demonstrar o nervosismo que sentia na voz.

– Bem, senhor, várias. DCAT, Feitiços, Transfiguração, Herbologia, Poções, Runas Antigas e Estudo dos Trouxas. Se eu passar nos N.O.M.s, é claro.

Ele ergueu uma sobrancelha.

– Poucas pessoas continuam em Estudo dos Trouxas.

Eu encolhi os ombros.

– Eu acho uma matéria interessante. – Ao meu lado, vi Ennelize morder o lábio, provavelmente se segurando para não soltar algum comentário irônico. Ele assentiu.

E prosseguiu-se mais ou menos desse jeito; comigo sofrendo um interrogatório. Para qual time de Quadribol você torce? Joga o jogo? Em qual posição? Qual sua matéria favorita? O que pretende fazer quando se formar em Hogwarts? (Essa seguida de um protesto de Bruna de que nós “nem sabíamos que matérias iríamos fazer no ano que vem, ainda mais o que faríamos quando nos formássemos em Hogwarts”, o que gerou uma breve discussão entre os dois.)

Ele só parou quando Bruna anunciou que o jantar estava quase pronto para que alguém pusesse a mesa e Ennelize pediu para ajudá-la.

– Foi mal por isso – ela acenou imperceptivelmente com a cabeça na direção do pai que ainda nos observava. – Nós não fazemos interrogatórios diários aqui em casa.

– Só quando o namorado da única filha está aqui – completei. Ela sorriu.

– Exatamente.

O resto da noite foi bastante agradável. O jantar estava delicioso. De sobremesa, nós comemos sorvete e alguns caldeirões de chocolate que eu tinha trago. Depois nós fomos para a sala e vimos algum filme que passava na telefissão, eu me sente no sofá ao lado de Ennelize e passei o braço pelos seus ombros. Ela se aconchegou em mim e eu tentei ignorar os olhares nada satisfeitos que seu pai me lançara. Já passavam das dez da noite quando eu entrei na lareira. Antes de eu ir embora, Charles me chamou.

– Potter – seu olhar me fez estremecer mesmo estando do outro lado das chamas verdes –, acho melhor você fazer a minha garotinha feliz. Ou vai se arrepender.

Eu sorri.

– Pode deixar – prometi antes de ir para casa.

Naquele dia eu não fazia a mínima ideia de que Charles Stanford ainda voltaria a dizer exatamente a mesma coisa para mim, só que sete anos depois. E em um altar.

FIM


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Notas finais do capítulo

E é isso, pessoal. O fim. Eu não sabia se escrevia sobre isso ou o casamento deles, aí eu achei que o casamento ficaria incrivelmente clichê e eu TINHA QUE escrever isso.
Então... eu realmente não sei o que dizer aqui. Eu não quero me despedir de vocês, nem da Ennelize. Do Alvo não, porque eu sei que ainda vou escrever mais sobre ele. Mas aqui vamos nós.
Quando eu terminei de escrever esse capítulo eu fiquei algum tempo fitando a tela do Word. Eu não queria aperta o Ctrl+C, Ctrl+V, eu não queria postar esse capítulo. O meu coração doeu, sabe, eu não queria chegar ao fim... Ele se aperta mais a cada um dessas palavras. Eu sei que vai doer mais quando eu apertar o botão "Assim está bom, registre o capítulo". Eu acompanho 247654899459589385038478 fics e sempre que eu termino de lê-las eu sinto uma dor ao marcar como lidas. Eu tenho certeza que vai doer mais ainda quando eu marcar essa história como terminada. Eu queria poder chorar escrevendo isso, mas as lágrimas não vêm, elas nunca vêm para mim. Então eu fico apenas com essa sensação de que eu vou chorar, mas nunca choro realmente. Eu gostaria de ter escrito uma despedida mais bonita que essa, mas essa sensação é horrível.
Eu quero que vocês saibam que eu amei cada review e cada favorito. Cada uma das cinco recomendações que nós tivemos. Cada leitor, mesmo os que eu não conheci. Enfim, cada coisa. E eu realmente vou sentir falta de tudo isso.
Eu espero poder voltar a encontrar com vocês aqui no Nyah!, seja em outras fics que eu venha a escrever (o que eu espero que não demore) ou em alguma fic de vocês.
Mas o fato é: eu vou sentir falta de ALEH. Muita falta. Não sei se vocês também vão.
E eu não vou pedir reviews nesse capítulo, mas eu realmente gostaria de responde-los uma última vez...
Abraços apertados,
Júlia