Altas Loucuras em Hogwarts escrita por Guedes


Capítulo 18
Natal


Notas iniciais do capítulo

YAY, O NYAH! VOLTOU!!!!!!!!!! YAY, OS CAPÍTULOS EM ALEH VOLTARAM JUNTO COM ELE!!!!!!!!!! O/ ~Dupla comemoração~
Hey, pessoal! Eu teria postado o capítulo muuuito antes, só que o Nyah! deu bug :=(
Queria agradecer a vocês por todos os reviews e às MPs lindas e maravilhosas que eu recebi! Vocês são os melhores leitores do mundo! Eu fiquei dando pulos de alegria pela casa enquanto lia eles!
Capítulo meio romance para vocês, espero que gostem!



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POV Alvo

Já era Natal. Eu nunca tinha passado o feriado em Hogwarts antes, e provavelmente não teria se não fosse pela festa de James. Dou graças a Deus por isso: era tudo lindo. Os jardins ficavam brancos com a neve, a árvore montada no Salão Principal, o teto imitando o clima lá fora com a neve caindo, as armaduras contando canções natalinas e… ok, isto está soando muito gay, acho melhor parar. (Mas estava mesmo muito lindo!)

O tempo passou como sempre: monótono. Com a aproximação do feriado as horas de aulas nós éramos obrigados a aturar ficavam cada vez mais chatas, mas já não podia se dizer o mesmo do resto. A nova decoração do colégio era propícia para armar pegadinhas também via-se guerras de bolinhas de neve o tempo todo, durante qualquer mísero intervalo durante as aulas.

A festa de James já não era nenhum segredo: havia boatos sobre ela e especulações sobre a data de sua realização, mas poucas pessoas, por incrível que pareça, tinham a informação correta. Pelo que eu entendi, ele queria fazer algo diferente desta vez, e isso incluía não convidar o castelo inteiro, apenas a parte com que ele conversava - o que era basicamente o castelo inteiro.

A minha situação com Ennelize tinha avançado miseramente durante esse tempo. Ela passara de “nenhuma palavra” para “comprimento com a cabeça durante a aula de Herbologia”. Como dizem, alguma coisa é melhor que coisa nenhuma.

E era exatamente esse o assunto da minha discussão com Rose naquela manhã de Natal.

– Você precisa ir falar com ela, Alvo – falou minha prima pela milionésima vez.

– Eu já disse, Rose – contestei cansado do assunto -, eu já tentei.

– Então tente de novo.

– Mas ela é cabeça dura, não vai querer ouvir as minhas explicações.

Ela parou no meio do corredor e se virou para mim com a testa franzida.

– E quem disse que você tem que se explicar para ela?

Foi a minha vez de franzir a testa.

– Mas se você não quer que eu me explique, você quer que eu faça o que?

– Que você se desculpe, é claro – ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Pensando bem, talvez não fosse a mais óbvia, mas era uma das.

– Eu... vou pensar no assunto – murmurei.

– Você deveria pensar rápido, sabe – falou Rose voltando a andar. – Porque, se resolver fazer o que eu te sugeri, poderia fazer hoje. É Natal, quem sabe você não tenha mais chances de ser desculpado?

Eu dei um pequeno sorriso.

– Mensagem captada – declarei. – Ah, e por falar nisso, feliz Natal.

Ela sorriu de volta.

– Feliz Natal – disse. – E eu amei o livro que você me deu.

***

Mais tarde eu decidi seguir o conselho de Rose. Por isso, depois do almoço, quando Ennelize se levantou da mesa, eu prontamente pus-me a correr atrás dela.

– ENNELIZE! - Gritei no meio do corredor. Ela se virou para mim e, por um momento, pareceu prender a respiração. Mas depois voltou ao normal.

– Potter, acho melhor você ter um bom motivo para me perseguir aos berros no corredor no meio do dia de de Natal - ela falou, gélida.

Potter. Se ela tivesse dado um soco no meu estômago eu acho que teria doído menos. Mas continuei com o que vinha fazer antes de perder a coragem:

– Bem, eu tenho sim, senhorita Stanford, apesar de você estar mais gelada que a neve lá fora, eu vim lhe pedir desculpas pelo que disse naquele dia em Hogsmeade.

– Caso você não tenha reparado - falou ela, ainda no mesmo tom -, você acabou de repetir a mesma que disse naquele dia.

– Bem, então acho que tenho que pedir desculpas duplamente - respondi.

Ennelize me observou como se eu fosse algo bastante curioso, um animal novo que ela acabara de encontrar e estava tentando entender como funciona.

– Por que você está fazendo isso? - perguntou, enfim.

– Isso o que?

– Se desculpando - ela respondeu impaciente. - Por que você veio se desculpar?

– Por que, bem… é Natal… e eu meio que achei que talvez você colaborasse um pouco, sabe - falei, meio sem jeito. Pedir desculpas não era o meu forte. - E também porque eu fiquei arrependido e queria a minha amiga de volta. - Esta última frase eu acrescentei em voz baixa.

Ennelize sorriu, inclinou para frente e virou a cabeça para que seu ouvido ficasse mais ou menos na mesma direção que a minha boca.

– Eu não ouvi direito, você poderia repetir para mim? - perguntou, divertida. Dei um suspiro. Era claro que ela não iria colaborar, afinal, ela era Ennelize Stanford, e Ennelize Stanford nunca colabora.

– Porque eu estou arrependido e quero a minha amiga de volta - respondi, dessa vez mais alto do que antes.

– Oh, me desculpe, eu ainda não consegui ouvir direito… - ela falou prendendo um sorriso.

– PORQUE EU ESTOU ARREPENDIDO E QUERO A MINHA AMIGA DE VOLTA - berrei. Várias pessoas por perto se viraram para me olhar, mas eu ignorei-as. - Ouviu agora?

Ela libertou o sorriso que prendia.

– Sim - respondeu.

– Ótimo - comentei. - Agora você vai ou não me desculpar?

Ela sorriu ainda mais.

– Vou pensar no seu caso. Enquanto isso, você poderia pensar em um bom presente de última hora, pois eu irei cobrá-lo.

***

Eu aceitei o convite de acompanha-la até o seu Salão Comunal que Ennelize me fizera logo depois, afinal, havia muito tempo que não passávamos um tempo junto como bons amigos. Na verdade, havia muito tempo que não passávamos qualquer tempo juntos.

Foi divertido, em vários sentidos. Um deles era estava tudo diferente, então não precisávamos ficar caçando algum assunto para conversarmos, pois havia bastante. O outro era que, pela primeira vez desde que a propus paz, nós podíamos conversar sabendo que Stéfany não iria aparecer a qualquer momento e dar um showzinho.

Nós paramos na frente de um quadro do qual vinha uma grande gritaria para tentar descobrir o que estava acontecendo. Pelo que eu consegui entender um cavaleiro que tinha bebido demais tentou agarrar uma dama que ficou escandalizada e chamou um outro cavaleiro e eles começaram a brigar. Isso atraiu a atenção de outros quadros que, rapidamente, entraram na confusão. Eu ri e balancei a cabeça.

– Vem, vamos sair daqui – falei para Ennelize. Ela estava entretida olhando para algo acima de sua cabeça e pareceu ficar feliz com a minha sugestão.

– Boa ideia – comentou sorrindo. – O que você acha de...? – ela olhou em volta e então olhou para mim, com um sorriso maroto brincando em seus lábios.

E então saiu correndo.

Eu sai correndo atrás dela, sem hesitar nem perguntar para onde estávamos indo. Ennie se mantinha à uma boa distância de mim, perto apenas o suficiente para que eu pudesse distinguir o caminho que estava tomando e segui-la. De vez em quando virava a cabeça para trás para se certificar disso. Na metade do caminho eu comecei a desconfiar de que ela estava me levando para os jardins. No final a minha teoria acabou se comprovando; mas ela não parou por aí. Ao chegar lá, continuou correndo até as estufas, aonde eu a perdi. Tentei seguir suas pegadas ou qualquer rastro que tivesse deixado, mas estava nevando. Apesar de não ser uma nevasca, era o suficiente para encobrir uma parte dos seus rastros e dificultar a minha vida.

Eu estava entre as estufas três e quatro, quando alguma coisa atingiu as minhas costas com força. Demorei um segundo para perceber que era uma bolinha de neve.

– Ah, então é assim? – perguntei sorrindo para o vazio. – Deixe sua covardia de lado e apareça!

Outra bolinha me atingiu, mas agora vinda do outro lado. Ela está correndo de um lado para o outro para tentar me confundir, pensei. Raciocinei que ela estava escondida atrás da estufa quatro, pois foi a única que não tinha procurado ainda. Aumentei o meu sorriso, fiz uma bolinha e me dirigi até lá. Quando eu cheguei encontrei... nada. Ennelize não estava ali.

Outra bola atingiu as minhas costas, desta vez com mais força.

– Otário! – gritou a voz dela vinda daquele mesma direção. – Achou mesmo que pudesse me passar a perna?

Eu me virei e encontrei Ennelize parada atrás de mim, seu cabelo negro e seu suéter azul marinho pareciam um farol na neve branca brilhante. Ele exibia um sorriso vitorioso no rosto e já tinha uma outra bola pronta em suas mãos, que tacou na minha cara quando eu me virei.

– Já que você quer assim... É GUERRA! – decretei enquanto retribuía o seu ataque, agora que tinha um alvo no qual mirar. Errei mais do que acertei, e acertei mais do que ela. Foi divertido.

Nós ficamos assim por bastante tempo, e entramos não quando ficamos completamente encharcados (o que que não demorou muito); mas sim quando a neve começou a cair em maior velocidade - de forma que mal víamos o contorno do outro na neve – e já não conseguíamos mais atirar um no outro, pois estávamos tremendo demais para isso.

– Acho que vamos ter que passar a noite na enfermaria – comentei quando entramos no castelo e no calor proporcionado por ele. Ennelize riu e concordou.

– É, acho que sim.

Andamos em silêncio até o Salão comunal dela, que era o nosso primeiro destino, em silêncio. Eu sabia que, assim como eu, Ennie também estava lembrando do pouco, porém agradável, tempo que passamos lá fora.

– Hum... nos vemos mais tarde? - perguntei quando, infelizmente, chegamos à escada que levava à Torre da Corvinal.

– Nos vemos mais tarde – ela concordou sorrindo. Retribuí os gesto e a puxei para um abraço. Inspirei fundo o seu cheiro: chocolate e água suja.

– Ennelize? – chamei. Ela me respondeu com um “Sim?”. – Por que você tem cheiro de chocolate?

– Um bom mágico nunca revela os seus segredos - ela sussurrou no meu ouvido. Eu podia ouvir o sorriso em sua voz.

– Claro – comentei e a afastei o suficiente para poder olhar para seu rosto, porém sem tirar os braços de sua cintura. Ao contrário do que eu achei que estaria, Ennelize exibia uma expressão séria e olhava para o teto. – O que foi? – perguntei seguindo seu olhar até que achei... um visgo.

Engoli em seco e voltei meu olhar para ela, que ainda estava parcialmente concentrada na pequena plantinha acima de sua cabeça. Não seja covarde, disse para mim mesmo, ande logo: vá em frente. Você não terá uma oportunidade melhor do que essa.

Como se tivesse lido o que eu acabara de pensar, ela voltou sua atenção para mim. Eu tinha total consciência de que respirávamos o mesmo ar. E de que estávamos a menos de dez centímetros de distância. Principalmente disso.

Lentamente, fui quebrando essa distância. Oito, seis, quatro centímetros. Meu nariz já estava roçando no dela... quando Ennelize virou a cabeça.

– Eu... te perdoo – sussurrou tão baixo que eu quase não ouvi.

Ela se afastou, saindo dos meus braços e me encarou por alguns segundos antes de sair correndo. Podia até não ter sido muito tempo, mas foi tempo o suficiente para eu capitar alguma coisa em seu rosto. Alguma coisa que ela parecia estar prendendo dentro de si, e que estava travando uma batalha interna para manter isso, o que quer que fosse, lá dentro.

E então ela se virou de costas para mim e foi embora, me deixando com uma sensação de vazio.


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Notas finais do capítulo

Eu mereço reviews, não mereço?
E no próximo capítulo nós teremos a festa! Nos vemos assim que eu terminar ele! (Não, esse tempo todo e eu ainda não terminei de escrever o próximo capítulo.)
P.S.: tempo indeterminado.
Nos vemos nos comentários!