Altas Loucuras em Hogwarts escrita por Guedes


Capítulo 16
Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Eu estou atrasada? Sim. O título ficou uma bosta? Sim. Mas fazer o quê? Culpem a minha criatividade que foi visitar o Carlinhos na Romênia e me deixou aqui!



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POV Alvo

Já era sábado. Por consequência dia de passeio à Hogsmeade. Por consequência dia do encontro de Ennelize com Danny Dannheimer. Preciso dizer que não gostava nadinha daquele cara?

Nos últimos dias eu tinha feito de tudo para conseguir o máximo de informações sobre o encontro dos dois, até chantageado Rose para ela me contar o que sabia, mas, apesar dos meus esforços, eu não consegui descobrir quase nada. Apenas o básico: seria no Três Vassouras às duas horas.

Eu tentei agir o mais naturalmente o possível a tarde inteira, mas era inevitável. Eu não consegui deixar de pensar em Ennie, a garota que tinha me ajudado a prender os hipogrifos do Hagrid, com aquele cara que… Eu não sei de nada para falar sobre ele, então acho que isso já deve ser um contra: Ennelize é uma pessoa escandalosa, ele mal é conhecido.

Sim, eu fiz uma lista de prós e contras para o possível relacionamento de Ennelize. Fique a vontade para me chamar de desocupado, desesperado ou retardado, porque provavelmente eu sou isso tudo.

Quando era uma e meia, eu simplesmente não aguentei mais. Perguntei à Stéfany se ela estava a fim de uma cerveja amanteigada e, para a minha surpresa, ela aceitou de bom grado.

Havia apenas três mesas vazias no pub e eu e Stéfany nos sentamos uma no fundo do estabelecimento. Outra, que ficava perto da entrada, foi ocupada rapidamente o que fez com que sobrasse apenas uma.

E, por ironia do destino, era a mesa atrás de nós.

POV Stéfany

Alvo vinha agindo estranho ultimamente. Eu tinha uma vaga ideia do motivo, mas me recusava a acreditar. Até aquele dia. Até ele me perguntar se queria ir ao Três Vassouras. Como se eu não fosse perceber que o que ele realmente queria, na verdade, era espionar o encontro da Stanford ao invés de tomar cerveja amanteigada...

Idiota.

A porta do lugar se abriu e duas pessoas entraram. Elas se dirigiram para a mesa atrás da nossa. Rapidamente eu reconheci a voz: era ela.

– Então você também gosta de música trouxa? Achei que fosse a única bruxa assim! - exclamou. Eu pude ver Alvo franzir o rosto. Ele não estava gostando disso. Ótimo.

– E eu não achava que você gostasse! Acho que temos mais em comum do que pensávamos - falou Danny.

– É - veio a resposta de Ennelize.

– O que você vai querer? - seu acompanhante perguntou.

– Uma cerveja amanteigada mesmo.

– Então tá.

– Então, Alvo. - Comecei, tentando atrair sua atenção. - O que você vai fazer nas férias de Natal?

– Hã... ficar na casa dos meus avós com os meus primos? - ele falou meio perdido. - Por quê?

– Porque - eu respondi - eu vou chamar você para jantar lá em casa.

– Pera aí, o quê?! - ele exclamou surpreso.

– Foi o que você ouviu - respondi fazendo o meu melhor ar de inocente. - Eu vou chamar você para jantar lá em casa e conhecer os meus pais.

– Mas... por quê?

– Porque eles querem conhecer o meu namorado, oras! - exclamei. - E porque eu também quero que você conheça eles. Afinal, já estamos juntos há mais de um mês.

– Ah, sim - ele falou. Parecia confuso. Indeciso. - Eu... vou.

Alarguei ainda mais o meu sorriso.

– Eu já te disse o quanto eu... - houve uma gargalhada na mesa onde Ennelize estava e Alvo automaticamente desviou os olhos para lá. Imediatamente desisti de terminar a frase, ele não iria prestar atenção mesmo.

– Eu não acredito que ela disse mesmo isso! - ria Ennelize.

– Não é inacreditável? - concordou o Dannheimer. - E adivinha o que ela disse depois.

– O que?

– "Caso algum dia você queira pedir desculpas, já será tarde demais"! - exclamou ele fazendo aquela cara que as pessoas fazem quando não acreditam em algo mas acham isso engraçado. A garota gargalhou ainda mais.

– Meu Deus! Esse foi o fora mais sem noção que alguém já deu na história dos foras sem noção!

– Com certeza.

– Afinal, quem era essa garota?

Danny hesitou por um segundo, então se inclinou sobre a mesa e sussurrou algo no ouvido dela. Stanford ergueu as sobrancelhas mas não disse nada. O garoto corou levemente.

– Eu sei, fui muito idiota por tentar - falou.

– Não cabe a mim julgar você - respondeu ela.

– Sabe, Ennie, você é diferente do que eu esperava que fosse.

– Diferente de uma maneira boa ou ruim? - ela tomou um gole de sua cerveja amanteigada, mas manteve os olhos fixos nos dele.

– Boa - respondeu Danny. Ennelize sorriu. - Hã, Ennelize?

– Sim?

– Você está... - ele falou passando a mão em cima do lábio para mostrar que estava sujo. Ela corou e rapidamente tirou a espuma da cerveja amanteigada que estava ali. - Ainda tem um pouco - ele disse se inclinando para frente.

Danny limpou os lábios dela, mas depois não se afastou. Na verdade, ele foi se aproximando cada vez mais da garota até juntar os lábios dos dois.

À minha frente na mesa, houve um movimento abrupto: Alvo tinha se levantado. Ele saiu andando em direção à porta do pub e, com um grunhido de frustração, eu fui atrás dele.

– O que diabos foi isso?! - eu perguntei para ele quando estávamos do lado de fora. Estava furiosa.

– Isso o que?! - ele devolveu.

– Isso o que?! Esse seu showzinho por causa do Dannheimer ter beijado a Stanford!

– Não teve show nenhum! É você que está pirando!

– Ah, não? Então me explique: porque você saiu do bar assim, de repente?

– Eu não...

– Não me venha com mentiras, Alvo Potter! Eu quero a verdade!

– Então tá. Você quer a verdade? Eu saí do bar por causa de Ennelize sim! Isso te incomoda? Sinto muito!

– "Sinto muito"? Sério? - Soltei uma risada raivosa. - Você é tão hipócrita...

Ele olhou nos meus olhos pela primeira vez desde que saímos do Três Vassouras.

– Antes de falar de mim, Stéfany - disse em um tom de voz controlado -, você deveria experimentar se olhar no espelho.

Eu respirei fundo. Não iria fazer isso, não iria fazer isso, não iria fazer isso...

Minha mão voou e deu um tapa estalado na cara dele.

– Não. Ouse. Falar. Uma. Palavra. De mim.

Fez-se silêncio por durante vários minutos.

– Acho que deveríamos dar um tempo - disse ele por fim.

– Essa foi a coisa mais inteligente que você disse o dia inteiro - concordei antes de virar as costas e ir embora.

Ennelize ia me pagar. Ah, se ia.

POV Ennelize

Danny era um cara legal. Isso era um fato incontestável. E tinha senso de humor. Mas, por mais que eu tentasse, eu não conseguia sentir nada por ele. Nem mesmo naquele momento, enquanto ele me beijava. Nada.

Ele se afastou de mim e me olhou com uma certa expectativa. Eu me senti tão culpada…

– Olha, Danny - comecei -, eu… Você realmente é um cara legal e tudo o mais, só que...

– Oh - sussurrou ele entendendo e corando um pouco. - Tudo bem. Eu… eu nem sei por que fiz isso mesmo.

– Eu realmente gostei de passar essa tarde com você - falei tentando cortar a tensão que se formou. - Nós deveríamos fazer isso mais vezes, mas… como amigos. - Abri um pequeno sorriso, ao qual ele retribuiu.

– É - ele concordou. - É uma boa ideia.

Nós ficamos mais alguns minutos ali, conversando. Até que ficou tarde e resolvemos voltar para o castelo.

E então no meio do caminho encontramos um Alvo cabisbaixo e mal-humorado. E quando Alvo fica mal-humorado, ele fica muito mal-educado. E eu já disse que não gosto de falta de educação?

– Alvo! - gritei. Ele se virou para mim. - Aconteceu alguma coisa?

– Não - respondeu ele grosso. - Eu só estou tentando pensar.

Eu ergui as sobrancelhas para ele.

– E precisa ser grosso assim? - eu perguntei. - Acho melhor tomar cuidado, daqui a pouco vai ficar que nem um trasgo...

Ele revirou as olhos.

– Sabe, Ennelize - ele retrucou no mesmo tom -, eu pensei que você tivesse ficado menos... como eu posso dizer?... Ah, sim: fria.

– Eu não sou fria! - retruquei ficando vermelha de raiva.

– Sério? Então o que você está sendo agora?

– Bem, eu estou tentando ser gentil com um amigo, mas a culpa não é minha se esse amigo é um idiota mal-educado que mais parece um Neandertal.

– Uau - ele comentou irônico. - Ele deve ser um desgraçado para merecer tudo isso, não é?

– Realmente.

Eu estava tão centrada na discussão que nem percebi Danny saindo de fininho atrás de mim.

– Eu tenho pena dele.

– É eu também - concordei, intencionalmente fria, e fui embora dali, tentando convencer a mim mesma de que Alvo Severo Potter era um completo idiota.

E, em vão, tentando conter as lágrimas que tanto insistiam em rolar pelo meu rosto.


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Notas finais do capítulo

É isso aí, pessoal. Participem da campanha Deixem um Review e Façam de Um(a) Autor(a) Uma Pessoa Feliz! :=D



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