Altas Loucuras em Hogwarts escrita por Guedes


Capítulo 15
Respostas de algumas perguntas não respondidas


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal! Aqui estou com um capítulo novinho para vocês! Espero que gostem! :=)



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POV Ennelize

Quando eu subi para o meu dormitório na Torre da Corvinal, Meg e Mariana estavam acordadas me esperando, cada uma sentada em sua respectiva cama. Quando eu entrei no quarto elas pararam automaticamente de falar sobre o que quer que estivessem falando. Meg abriu um sorriso de orelha à orelha, enquanto Mari me lançava um olhar de "por favor, não me mate!". Isso não podia ser boa coisa.

– Podem ir desembuchando: o que vocês fizeram? - perguntei.

– Foi a Meg! - exclamou Mari rapidamente. Olhei acusatoriamente para a minha outra melhor amiga.

– O que você fez, Megarret? - perguntei. Ela fez biquinho.

– Ora, mas que feio, Ennie, acusando as suas amigas antes mesmo de elas te contarem o que fizeram!

– Não me inclua nisso - resmungou Mariana se remexendo em sua cama. Nós a ignoramos.

– Você ainda não respondeu a minha pergunta: o que você fez? - repeti.

Meg deu um suspiro e deitou em sua cama.

– Eu te arranjei um possível encontro - falou naturalmente.

– VOCÊ O QUE? - berrei. - Quem te deu a liberdade de fazer isso? Se acha mesmo que eu vou topar essa maluquice, pode ir tirando o seu hipogrifo da chuva.

– Eu não disse que eu te arranjei um encontro - defendeu-se ela. - Eu disse que eu te arranjei um possível encontro.

– Ah, é estou muito mais feliz agora - falei sarcasticamente. - Espera aí… não.

– Qual é, Ennelize! Você ainda nem sabe com quem é!

– E por acaso exite algum garoto nesse colégio que preste? - perguntei erguendo as sobrancelhas.

– Pelo jeito que você está se opondo fervorosamente à se encontrar com alguém parece que existe sim - comentou Mari olhando ocasionalmente para as suas unhas.

Torci para não ter ficado da cor da bandeira da Grifinória.

– Eu não estou me opondo fervorosamente à me encontrar com alguém! - exclamei na defensiva.

– Está sim - responderam as duas ao mesmo tempo. - E ainda está na defensiva - acrescentou Mari.

Meg estreitou os olhos e se inclinou para frente, como se estivesse tentando me observar melhor e conseguir achar, lá no fundo, a resposta para alguma pergunta. O pior é que eu não duvidava que ela conseguisse isso.

– Agora só nos resta descobri quem é - falou.

Bufei.

– Pois então boa sorte com as suas investigações, eu vou tomar um banho para dormir. Boa noite.

***

No dia seguinte, as coisas não foram muito melhores. Minhas amigas continuaram com suas maluquices sobre encontros e namorados pois - eu não sei se para a minha felicidade ou não - tinham esquecido completamente sobre a possibilidade de eu estar gostando de alguém.

Pelo o que eu pude captar das suas reclamações e resmungos o cara era Danny Dannheimer. Ele era da nossa turma, nunca tinha falado direito com o ser mas ele parecia ser uma pessoa legal, pelo menos de longe, mas aparentava ser o tipo de pessoa normal e sem graça. Não gosto de pessoas normais e sem graça. Mesmo assim fiquei me perguntando o que, exatamente, elas fizeram. Será que tinham ido falar com ele? Ou será que tinham tirado essa ideia de suas cabeças? Ou será que foi ele que tinha ido falar com elas? Eu queria saber, mas não iria perguntar.

Mais tarde, quando eu estava fazendo o dever na biblioteca, Danny veio falar comigo. Ao contrário do que você deve estar pensando, o meu primeiro pensamento foi: que droga! Não posso fazer nem o meu dever em paz?

– Humm... Oi, Ennelize - ele falou meio tímido. Eu abri o meu melhor sorriso simpático para ele.

– Oi, Danny - respondi.

– Você... hum... gostaria de ir à Hogsmeade comigo? - perguntou ele erguendo levemente a sobrancelha direita.

Eu não queria ir a um encontro romântico em Hogsmeade, mas a minha vontade de não ouvir Mariana e Meg reclamando o dia inteiro no meu ouvido era maior.

– Claro - falei tentando soar o mais animada que consegui.

– Sério? - ele perguntou meio incrédulo.

– Sério.

– Uau, eu… realmente não achei que você fosse aceitar - ele deu um riso nervoso. - Então… até sábado?

– Até sábado.

Assim que ele se virou para ir embora o meu sorriso falso se desfez e eu soltei um ar que nem sabia que estava segurando. Então alguém saiu do meio das estantes:

– Enganando as pessoas… tsc, tsc,tsc. Que feio, Ennelize. - falou uma voz enjoada.

– Olha aqui, Stéfany - falei me virando para ela. - O que eu faço ou deixo de fazer não é problema seu, ok? E só para a sua informação eu não estou enganando ele. Por que diabos eu faria isso?

– Para provocar ciúmes - respondeu ela simplesmente, me lançando um olhar mortal.

Em quem?

– Em quem? Você acha que eu sou burra? Só porque eu sou da Sonserina não significa que eu não seja inteligente. Eu sei que você gosta do Alvo, Stanford.

Por um segundo eu fiquei paralisada. Como ela tinha sabia? Então eu me dei conta: ela não sabia, mas eu tinha acabado de confirmar. Droga.

Mas já que eu não podia negar… Eu podia usar a verdade contra ela.

– E se estiver? - provoquei erguendo uma sobrancelha. - O que você vai fazer, contar para ele?

– Então você está? - suas sobrancelhas estavam tão erguidas que quase não dava para vê-las e sua voz tinha um tom de incredulidade.

– Eu não disse que sim - falei fingindo estar distraída com o trabalho. - Eu apenas fiz uma pergunta hipótética. Não necessariamente verdadeira, mas não necessariamente mentira. Hipotética.

Eu ouvi ela soltar um grunhido baixinho. Não tinha conseguido uma resposta, e isso claramente a irritava. Comemorei internamente.

– Bem, hipoteticamente - começou -, se você gostasse do meu namorado - ela fez bastante questão de realçar a palavra “meu” - eu te daria apenas um aviso: se afaste dele. Mas como eu sei que não estamos apenas falando hipoteticamente... - Ela se aproximou de mim e sussurrou em um tom ameaçador: - Acho bom que essa estória com esse garoto não seja só enganação e que você não esteja fazendo isso para fazer ciúmes no Alvo, ou você vai se ferrar.

– Você está blefando - falei.

– Veremos - ela retrucou com um sorriso irônico.

Revirei os olhos.

– Sabe, eu já estou começando a ficar cansada disso - suspirei. - Então, se era só isso o que você queria falar, pode ir embora, Stéfany.

Ela me lançou um olhar mortal e depois saiu andando. Segundos depois Alvo chegou com a testa franzida.

– Por que eu encontrei com a minha namorada saindo daqui com o olhar de quem queria matar alguém? - perguntou ele.

– Acho que ela não vai muito com a minha cara - falei dando de ombros.

– Ah, sério? - ele ironizou. - Nem percebi.

– Foi o que eu disse: idiota demais para a Sonserina - repliquei. Ele abriu um sorriso de canto.

– Sério, o que aconteceu? - perguntou.

– Ela veio aqui, falou um monte de besteiras, eu repliquei e ela ficou com raiva. Nenhuma grande novidade - tentei fazer com que a situação perecer o mais simples possível.

– Sei - ele respondeu. Parecia não ter acreditado totalmente em mim, mas não disse nada.

– É - comentei. - Parece que a sua "namorada" - fiz as aspas com as mãos - não gosta que você seja meu amigo.

– Por que as aspas? - perguntou ele franzindo as sobrancelhas.

– Ah, qual é Alvo! - exclamei. - Você gosta mesmo dela? Desse jeito? Porque não parece. Vocês raramente estão juntos, nunca andam de mãos dadas ou nenhuma dessas outras coisas que namorados fazem. Se eu não soubesse jamais diria que vocês são um casal. - Eu não fazia a mínima ideia do por que ter dito aquilo, mas quando percebi já tinha colocado as palavras para fora. Talvez eu só tivesse dito por dizer ou... ou talvez tudo o que eu quisesse fosse uma resposta para essa pergunta. Eu vinha pensando nela por muito tempo e agora tinha aparecido a oportunidade perfeita de fazê-la. E, lá no fundo, eu sabia que havia uma esperança: esperança de que ele me dissesse que não gostava dela. E, por mais que não quisesse, eu nutria essa esperança. E deixei um pouco dela transparecer em minha voz.

– Eu... - ele falou. - Eu preciso pensar... - E então saiu a passos rápidos da biblioteca.

Eu preciso pensar... pensar em que? Na minha pergunta? Ou será que ele tinha ouvido minha conversa com a Stéfany, descoberto que eu gostava dele e apenas quisesse encontrar uma resposta que não me magoasse?

Agora eu precisava de duas respostas.

POV Alvo

As palavras de Ennelize ecoavam na minha cabeça: Você gosta mesmo dela? Desse jeito? Por que elas me deixavam tão confuso? Quer dizer, eu sabia que não gostava da Stéfany, pelo menos não assim, mas na minha cabeça era como se elas não tivessem direcionadas à ela. Era a outra pessoa, mas eu não sabia. Quem? QUEM? Eu não conseguia descobrir.

Fiquei andando sem rumo pelos corredores tentando resolver essa questão. Em um certo ponto eu desisti e resolvi focar em algo mais fácil: o meu relacionamento com Stéfany.

Se eu não sentia nada por ela, por que ainda estávamos juntos? Ennelize não errara em quando disse que não parecíamos um casal, eu me lembrava disso toda vez que acordava de manhã e só a perspectiva de ter um dia inteiro de aulas junto com ela me dava vontade de continuar na cama. Namorados normais não deveriam sentir isso pelo outro, deveria acontecer justamente o contrário. Mas eu me lembro de muitas coisas, e não me lembro de ter pedido ela em namoro. Stéfany inventou isso. Ela que espalhou a notícia por toda a Hogwarts, não eu. Por mim, nem teríamos tido aquele encontro. Mas por que ela teria feito isso? Para me ter como um troféu, para poder dizer que é a namorada do Potter? Ou porque ela gosta de mim? Ou pelas duas coisas? Eu não sabia. Apenas mais perguntas sem respostas...

São tantas a pergumtas que você acha não ter importância, mas que quando você procura por suas respostas não consegue achar, e isso te deixa louco.

Quando dei por mim, estava na entrada do Salão Comunal da Sonserina.

Sabia o que tinha que fazer.

Sanguinário– falei, e a passagem se abriu na parede. Entrei no recinto e varri com os olhos o lugar. Ela estava sentada no sofá com algumas amigas, fazendo uma careta enquanto falava algo - provavelmente um insulto a alguém, que provavelmente era Ennelize. As garotas também tinham o rosto franzido em desgosto.

– Hum, meninas? - falei me aproximando do grupo.- Vocês se importariam se eu falasse com Stéfany, em particular? São só alguns minutinhos. - Elas assentiram e se levantaram do sofá dando risinhos. Percebi que elas ficaram observando a cena de longe.

– Por que você falou para as pessoas que nós estavamos namorando? - disparei. - Quer dizer, no início. Eu não te pedi em namoro, mas você disse para as pessoas que nós estávamos namorando. Por que?

– Alvo, eu... - ela começou parecendo confusa. - Por que você está me perguntando isso?

– Fiquei curioso. Só isso.

– Mas você não é uma pessoa curiosa - argumentou ela. - O que aconteceu? Foi a Stanford, não, foi? Foi ela que colocou isso na sua cabeça.

– Ennelize não fez nada - falei, não gostando do rumo que a conversa estava tomando. - Apenas responda a pergunta.

– Bem, foi porque naquele dia nós nos beijamos. Então...

– Beijar não que dizer que você esta namorando uma pessoa. - Pelo menos não mais pensei em voz alta.

– O que você quer dizer com isso? - perguntou ela com um tom preocupado na voz.

– Nada. Continue.

– Bom, depois disso eu pensei que você gostasse de mim assim como eu gosto de você e... Pera aí, você não quer terminar o namoro, não é? Por favor, não faça isso. Por favor, eu... eu te amo.

Eu fiquei atordoado com essas palavras. Ela me amava? Realmente me amava? Por mais que Stéfany não fosse a melhor pessoa do mundo, não merecia ser enganada dessa maneira. Ser iludida dessa maneira. Eu precisava terminar com ela, mas eu não conseguia. Mérlin, por que eu não conseguia?

– Eu... eu não vou terminar o namoro - foi o máximo que consegui dizer.

Pelo menos não agora.

Saí do Salão Comunal da Sonserina. Minha mente estava a mil. Eu era uma péssima pessoa. Péssima. Como podia estar fazendo isso? Como podia a deixar acreditar que sentia alguma coisa por ela?

Imaginei como provavelmente eu estaria parecendo naquele momento. Um zumbi. Um zumbi vidrado.

Até que eu topei com uma pessoa. Era um garoto, da Grifinória. Ele estava no meu ano, eu sabia disso porque tínhamos aula de poções juntos. O nome dele... Elmond! Elmond Stanford, o irmão de Ennelize. Era estranho, ela não tinha citado ele em nenhuma de nossas conversas. Talvez eles não se dessem bem.

– Potter? - ele perguntou. - Aconteceu alguma coisa? Você parece estranho. Mais do que normalmente.

– Eu estou bem - respondi. Fiquei espantado com a naturalidade do meu tom.

Ele me lançou um olhar desconfiado antes de ir embora.

E, olhando por cima do ombro enquanto Elmond se afastava pelo corredor, eu entendi. Eu entendi a quem as palavras de Ennelize se direcionavam na minha cabeça.

Você gosta mesmo dela? Desse jeito?

Você gosta mesmo de Ennelize? Desse jeito?

Eu... eu acho que sim.


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Notas finais do capítulo

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