Altas Loucuras em Hogwarts escrita por Guedes


Capítulo 14
O armário de vassouras de terceiro andar


Notas iniciais do capítulo

Hey, people! Essa semana eu não atrasei :=D
Espero que vocês gostem!



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POV Alvo

Eu sinceramente não sei o por quê eu propus paz à Ennelize. A ideia surgiu depois da minha pequena “discussão” com a Stéfany na biblioteca, quando eu estava voltando para o Salão Comunal da Sonserina, eu achei boa (lê-se: ótima) e resolvi fazê-lo. Foi um impulso, mas foi um impulso bom.

De certa forma, fazer isso me deu uma sensação um tanto de alívio. Não haveria mais discussões nos corredores, nas aulas ou enquanto estávamos fazendo o trabalho de Herbologia.

E quando nós ficamos conversando eu descobri várias coisas sobre ela que eu nem imaginava: que ela era extremamente observadora; a parada da Lufa-Lufa; que sua cor favorita era verde, mas não um tom de verde comum: era da cor da grama dos gramados de Hogwarts; a maioria das músicas que ouvia eram trouxas e que se pudesse ser um animal seria um gato (porque gatos comem, dormem, são preguiçosos, podem sair de casa e ainda sim são amados).

Eu sabia mais coisas sobre Ennelize, do que sobre a minha própria namorada. Isso era definitivamente estranho.

Por falar nisso, obviamente Stéfany não reagiu bem ao fato de que agora eu e Ennelize éramos amigos, e a solução que encontrou para mostrar isso foi ficar grudada em mim mais tempo do que já ficava. Sério, de vez em quando eu tinha vontade de vomitar.

Então, quando estava saindo da minha aula de Poções, esbarrei em alguém. Quem era o ser? Isso mesmo, Ennelize Stanford.

– Me desculpe. - Falei junto com ela, o que me fez rir e ela dar um sorriso de lado. - Tudo bem?

– Sim. Alvo, se me dá licença… Estou atrasada para História da Magia.

– Ah, okay - fiquei um pouco desapontado, mais sei como é a reação de uma corvinal quando outra pessoa atrasa ela para uma aula, principalmente se essa pessoa for Ennelize.

Mas de certa forma até que foi legal. Quer dizer, até anteontem ela teria algo do tipo “‘Tá cego?” ou “Olhe por onde anda, Potter”, me lançado um olhar raivoso e continuado a andar. Hoje ela até me deu um sorrisinho.

Depois disso eu tinha aula de Feitiços, o que era uma droga já que há um bom tempo que tinha prometido a Stéfany ajudar ela na matéria, o que resultava com ela enchendo o meu saco a aula inteira. Eu estava quase pegando um dos itens do kit mata aulas das Gemialidades Weasley quando ela chegou:

– Alvito! - exclamou Stéfany se escorando no meu braço.

– Já disse para não me chamar disso - falei franzindo o nariz em um sinal de desgosto.

Ela me ignorou completamente.

– Você vai me ajudar na aula de Feitiços hoje, não é? Eu sou tão ruim...

– Então por que você não pede ajuda para o professor, hein? - perguntei irritado.

– Porque - respondeu ela - você disse que ia me ajudar nas aulas.

– Mas o professor é melhor que eu!

– Tá, mas eu quero que você me ajude.

– Isso não faz nenhum sentido, nem é algo inteligente.

– Você está parecendo alguém da Corvinal - ela comentou com um ar frio.

– E qual seria o problema disso? Os corvinais são inteligentes e inteligência é algo bom.

– Já que você ama tanto os corvinais porque não vai se juntar à eles? - Ela disse isso e depois foi embora batendo o pé.

Demorou algum tempo para que eu percebesse o que ela estava tentando dizer.

Mais tempo ainda para perceber que não tinha achado aquela uma má ideia.

***

No dia seguinte às oito horas, eu fui para o armário de vassouras do terceiro andar, monitorar a de detenção de Ennelize.

Quando eu cheguei, ela já estava lá, sentada ao lado da porta brincando com a manga do seu suéter. Não consegui deixar de reparar que estava linda...

Droga, Alvo você tem que parar com isso, briguei comigo mesmo.

– Você está atrasado - ralhou ela.

– Oh, me desculpe por atrasar a sua detenção um minuto, senhorita Stanford - falei em um tom irônico. - Prometo que da próxima vez isso não se repetirá.

Ela revirou os olhos e me deu a língua, em um gesto de completa maturidade.

– Não vai haver uma próxima vez - resmungou enquanto se levantava.

– Não acredito nisso - sussurrei apenas para mim mesmo. - Bem, você vai ter que limpar esse armário sem magia - falei em um tom que ela ouvisse. - Então, se quiser terminar isso cedo, sugiro que comece logo.

Mais uma vez ela revirou os olhos e pegou o paninho e o frasco com a poção de limpeza que estavam em minhas mãos. Ennelize entrou no armário e começou a limpar a sujeira, enquanto eu me sentei no corredor e fiquei observando.

Ela é bonita, realmente bonita, dizia uma parte meio delirante do meu cérebro. E inteligente, e legal, e não te odeia mais, e não tem namorado, e...

Balancei a cabeça. Esses tipos de pensamentos vinham se tornando cada vez mais frequentes, toda vez que eu deixava minha mente vagar, ela ia em direção a Ennelize. Toda santa vez. E tinha também aquelas vezes em que eu me pegava pensando se acontecia o mesmo com ela.

Escórpio dizia que eu estava ficando louco, e eu concordava plenamente com ele.

Se passaram mais quinze minutos nesse silêncio, antes de Ennelize falar:

– Então você é do tipo de monitor que adora dar detenções?

– Na verdade - respondi -, a sua foi a primeira detenção que eu dei até agora. Geralmente eu fico com preguiça demais para isso.

– Então por que raios você deu pra mim?

– Ennelize, eu disse "geralmente". Na maioria dos casos, o "geralmente" não se aplica à você.

– Devo levar isso como um elogio ou uma ofença?

– Os dois.

Ela assentiu.

– Ok, mas lembre-me de nunca mais andar por aí depois da hora no seu dia de monitoria.

– Pode deixar - falei com um sorriso divertido nos lábios. - Agora você vai me dizer o que estava fazendo aquele dia depois da hora?

Ela olhou para mim, como se, por um segundo, pensasse em me dizer a verdade - e talvez até mais alguma coisa -, mas voltou a fazer o seu trabalho.

– De jeito nenhum - sussurrou. - Se quiser saber, terá que descobrir por si mesmo.

– Olha que eu vou tentar mesmo - ameacei.

– Boa sorte - ela disse com um sorriso de canto.

– Muito obrigado - falei, fazendo com que nós dois ríssemos.

– Estou vendo que você é bastante curioso - comentou ela.

– Na verdade - eu falei -, eu não sou. Só que...

– O geralmente não se aplica a mim - completou ela.

– Exatamente - concordei. - Mas sabe de um coisa? - acrescentei depois de alguns segundos. Ela ergueu as sobrancelhas. - Acho que isso é uma coisa boa.

Ennelize sorriu.

– É - disse. - Acho que isso é bom.

POV Ennelize

Nós já estávamos conversando há muito tempo. Tanto que, em um certo ponto da tarefa, eu parei de limpar o armário e ficamos simplesmente sentados conversando. Há tanto tempo, que acabamos falando sobre Stéfany. Eu nem sei como o assunto chegou lá, mas quando eu vi já estávamos em um discussão aferreada sobre a garota, suas qualidades e seus defeitos (principalmente sobre os seus defeitos).

– Ah, mas ela nem é tão má assim assim… - comentou Alvo.

Eu abri a boca, prestes a contar a ele sobre a sua ameaça no dia anterior, mas voltei a fechá-la. Se eu contasse isso à Alvo, ele falaria com Stéfany e ela pensaria que eu contei à ele para fazer com que ele ficasse contra ela, e não em um comentário leviano em uma conversa tarde da noite, durante a qual eu estava extremamente cansada, mas não iria dizer isso pois não queria que ela terminasse. Então achei melhor fazer um comentário vago.

– Você só diz isso porque nunca viu o lado negro dela, e você só não viu ele porque ela gosta de você - retruquei. Ele franziu a testa, pensativo. - Sinceramente, Alvo, às vezes eu acho que você é idiota demais para ter ficado na Sonserina.

– Ei! - ele exclamou se fingindo de ofendido. Mas depois eu ouvi ele resmungar baixinho: - Está parecendo até a Lily.

Ergui as sobrancelhas ao comentário, e ele deu um suspiro: claramente não tinha sido sua intenção que eu o ouvisse.

– Minha irmã mais nova diz isso o tempo todo. E James também, mas só de vez em quando - explicou. O que me fez cair na gargalhada.

– Vejo que sua irmã é inteligente - comentei quando terminei de rir. Ele revirou os olhos.

– Muito engraçado - comentou sarcasticamente.

– Não disse que era pra ser - retruquei.

Ele sorriu e se levantou do chão.

– Vem, já está tarde. Por mais que eu seja monitor, se nos pegarmos aqui a esse horário conversando, e não cumprindo a detenção, estamos meio que ferrados - ele disse, me oferecendo a sua mão, que eu aceitei. Sorri, tentando desfaçar o arrepio que correu por todo o meu braço quando fiz isso.

– É claro que estamos - concordei.

Alvo me acompanhou até a Torre da Corvinal, e o caminho até lá foi silencioso. Ele andava perto de mim, mais perto do que normalmente, o que me deixou nervosa.

Não pense na proximidade entre vocês, disse a mim mesma, pense na distância.

Bem, não preciso dizer que meu conselho foi completamente inútil.

– Hum… Boa noite? - falou Alvo quando chegamos ao meu Salão Comunal. Seu tom de voz era levemente desanimado.

– Boa noite - eu respondi.

– Tenha bons sonhos - falou ele. - Sonhe comigo - acrescentou.

– Claro - eu falei revirando os olhos. - Até porque eu nem tenho coisas mais interessantes para sonhar… - falei no meu melhor sarcasmo forçado. Eu realmente não tinha coisas melhores com que sonhar. Na verdade, era muito provável que eu sonhasse com ele, pois isso já tinha acontecido antes.

Ele deu um sorriso torto.

– Eu espero que não - brincou. Não pude deixar de sorrir com o comentário. Nos encaramos em silêncio por mais um segundo, antes d’ele me abraçar. Eu não esperava ser abraçada por ele, o que no início me deixou meio confusa e perdida, mas depois eu retribuí o abraço.

Tinha plena consciência de seus braços envolvendo a minha cintura, dos meus braços envolvendo o pescoço dele e do seu hálito quente no meu pescoço.

– Boa noite - sussurrou, antes de me soltar e ir embora. Eu fiquei vários segundos parada, apenas encarando o corredor vazio a minha frente, até finalmente sair de transe e subir para o meu dormitório na Torre da Corvinal.

Céus, eu estava completamente apaixonada por aquele garoto.


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Notas finais do capítulo

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