Altas Loucuras em Hogwarts escrita por Guedes


Capítulo 12
Paz...


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal! Espero que gostem do capítulo :=D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/437006/chapter/12

POV Alvo

Depois de Ennelize sair andando pelo corredor e ter me ignorado, eu fui até a cozinha. Sim, o idiota aqui foi conferir se ela tinha mesmo estado lá e descobri que (que rufem os tambores): Não! Ennelize não tinha passado na cozinha nenhuma vez sequer o dia inteiro! Ela me enganou direitinho!

Mas o que mais me intrigou foi: se ela não estava na cozinha, onde estava?

Okay, eu sei que não tenho nenhum direito de me meter na vida dela, porque não era absolutamente nada dela. Por algum motivo, isso doeu. Eu não sabia por que, mas ultimamente eu vinha me sentindo estranho em relação à Ennelize.

Por isso eu estava ansioso para a aula de Herbologia, queria interrogá-la.

Para a minha sorte, o professor Neville nos tinha mandado trabalhar com a mesma dupla da qual tínhamos trabalhado, e a minha tinha sido a Stanford. Stéfany não gostou disso:

– Por que você tinha que ficar logo com ela? Entre tantas pessoas, justo ela!

Parecia até que era ela que faria o trabalho com a Stanford, e não eu.

Ennelize fechou a cara quando fui falar com ela, como se soubesse que eu tinha descoberto sobre sua mentira. Provavelmente sabia, ela era inteligente. Eu fiquei sinceramente surpreso que ela tivesse inventado algo tão fácil de ser descoberto.

– Pode ir começando, Stanford: onde você foi realmente ontem? Porque eu sei que não estava na cozinha.

– Pensei que já tivesse dito a você que as vidas alheias não são da sua conta, independentemente de você ser monitor ou não, Potter - comentou ela grossa.

Eu engoli em seco. Desde o dia dos hipogrifos, nas poucas vezes em que tínhamos conversado, ela se referira a mim como Alvo, e não Potter. Encarei isso como um mau sinal.

– Eu podia te dar uma detenção sabia? - comentei. Eu não queria apelar para a chantagem, mas não resisti. Eu estava determinado a saber onde ela fora, o que era estranho já que a curiosidade nunca foi uma das minhas características marcantes.

Ela olhou para mim com um ar de desafio.

– Vá em frente - disse. - Eu ainda não vou vou te dizer o que era.

Eu não queria dar uma detenção a ela, e mesmo assim não adiantaria de nada. Então resolvi tentar continuar a enrolar.

– Então, pela sua persistência em não me contar o que era, devo concluir que você estava com alguém… - falei maliciando a palavra.

– E se estivesse? Ainda não vejo o que tem a ver com você.

Me segurei para não soltar um urro de frustração. Mas essa garota era teimosa!

– Já que você insiste tanto… - eu falei. - O armário de vassouras do terceiro andar está bastante empoeirado, mesmo… Quarta às oito horas. Esteja lá.

Ela resmungou baixinho, e continuou a mexer na planta em silêncio. Eu fiz o mesmo, e ficamos assim pelo resto da aula.

***

Mais tarde naquele mesmo dia, eu fui procurar Rose. Quem sabe ela me ajudasse a resolver o problema com a Stanford?

Eu a encontrei na biblioteca, e ela estava sabe com quem? Isso mesmo, Ennelize.

– Mas e então, Rose - disse Ennelize -, resolveu aquele seu problema?

Peraí, que problema? E desde quando Ennelize e Rose eram amigas?

– Não, ainda não tive tempo - respondeu a minha prima.

– Então o que esta fazendo aqui?

– Estudando, talvez?

– Não! Perdendo tempo! Vá procurar o Porco Espinho e peça para ele te levar até o Salão Comunal da Sonserina!

Eu tinha a leve impressão de que o “Porco Espinho” era eu.

– O que? Não! Ele vai achar que eu sou uma desesperada!

– E você não é?

– Isso não vem ao caso.

Eu não podia ver Rose, mas tinha certeza que se pudesse ver, seu rosto estaria mais vermelho que um tomate. Aproveitei o silêncio que se instalou para interromper. Encontrei Rose e Ennelize travando uma batalha silenciosa, usando apenas o olhar.

– Hum… Estou interrompendo alguma coisa? - perguntei. Elas me olharam assustadas como se dissessem: “De onde você saiu?”. Provavelmente era isso o que estavam pensando.

– Não - falou Ennelize, por fim. - Eu já estava indo embora mesmo.

E se retirou.

– Por que Ennelize disse para você me pedir para te levar ao Salão da Sonserina? - disparei. - Não, desde quando vocês são amigas?

– Por causa do Escórpio. E não te interessa.

– Por que ultimamente as pessoas pegaram a mania de dizer que nada que eu pergunto me interessa, hein? Se não me interessasse eu não estaria perguntando, oras! - eu exclamei jogando os braços para o alto.

– Então corrigindo: não é da sua conta. Feliz agora? - perguntou erguendo uma sobrancelha.

– Não - falei.

– Então vai ter que se contentar com a sua tristeza. - Ela guardou alguns dos livros que estavam em cima da mesa na estante. - Só um segundo - falou de repente -, Alvo, você estava ouvindo a nossa conversa?

– Não, Rose, imagina - eu respondi sarcástico. - É só que eu tenho super poderes e consigo acessar a sua mente sem usar um Legilimens.

Ela revirou os olhos.

– Há-há-há, eu estou morrendo de rir - essa foi a vez dela de ser sarcástica. - Enfim, o que você quer? Eu sei que não veio aqui só para ouvir a minha conversa com a Ennelize.

– É... - eu olhei em volta para ver se não tinha ninguém ouvindo - é sobre a Ennelize.

– O que tem ela? Ah, deixa eu adivinhar: vocês brigaram de novo.

– Na verdade, por mais incrível que pareça, acho que a minha situação seria mais fácil se fosse uma simples briga.

– Então o que é?

– É que... eu não sei direito. Ontem à noite eu estava fazendo uma das rondas dos monitores e encontrei a Ennelize, ela me disse que tinha ido à cozinha mas depois eu descobri que ela estava mentindo. Agora eu estou determinado a descobrir aonde ela estava e eu não faço a mínima ideia do por que. E hoje mais cedo quando ela disse que talvez estivesse com alguém, de certa forma isso me incomodou. Eu não sei, Rose. Eu simplesmente não sei. Eu estou confuso.

Rose resmungou algo do tipo “Ai, esses lerdos…”. Eu gostaria de saber por que o uso da palavra no plural.

– Por que você não tenta...? - Rose começou, mas nesse momento Stéphany apareceu.

– Alvo! - exclamou. - Eu procurei por você o castelo inteiro!

– Ah... sim - falei desanimado. - O que foi?

– Como assim "o que foi"? - perguntou ela indignada. - Como você pode esquecer que o aniversário da sua namorada é daqui a uma semana?

Rose mordeu o lábio inferior segurando o riso.

– Primeiro: eu não sabia que o seu aniversário é daqui a uma semana - respondi. - Segundo: se é só daqui esse tempo todo por que veio me perguntar agora?

– Plano secreto - ela respondeu olhando para Rose. - Não pode ser compartilhado na frente de... - ela se interrrompeu. - É apenas para o pessoal da Sonserina. - corrigiu.

Rose estava da cor de seus cabelos, mas não de vergonha e sim de raiva - sabíamos o que Stéfany ia dizer. Eu também estava; como ela ousava tentar chamar Rose daquilo?

– Não, continua - incitou a ruiva. - Eu quero saber o que você tem a dizer de mim.

– É, eu também gostaria muito de saber o que você tem a dizer da minha família, Stéfany - falei duro.

A loira engoliu em seco.

– Nada. Eu só ia dizer "na frente de grifinórios". Nada demais - falou. Eu sabia que não era isso, e Rose também, mas deixamos passar.

– Então acho melhor eu ir embora - falou Rose pegando suas coisas. - Tchau, Alvo. Depois a gente continua aquela conversa.

Dei um meio sorriso - é claro que Rose Weasley não deixaria a quase ofensa passar em branco. Afinal, ela era Rose Weasley.

– Que conversa? - perguntou Stéfany.

– Assunto particular - respondi o mais casualmente possível.

– Ora, Alvo, eu sou sua namorada! Você não tem assuntos particulares de mim! - insistiu.

– Eu só não terei nenhum no dia que você também não tiver - retruquei. Ela bufou de frustração.

– Ótimo, então também não vou contar a você sobre os meus planos! No dia em que decidir me contar, me procure! - respondeu, e foi embora.

– Então pode esperar sentada - respondi para o ar.

POV Ennelize

– Sinceramente, Meg, eu não entendo o por que de vocês acharem que eu preciso de uma namorado - falei.

Ela e Mariana trocaram um olhar e deram um suspiro.

– Porque - respondeu Mari -, se você continuar assim, vai acabar sozinha em uma casa com quarenta gatos.

– E qual seria o problema disso? - perguntei. - E vocês esqueceram dos peixinhos dourados.

– Ennelize! - Meg praticamente gritou.

– Megarret! - devolvi no mesmo tom. Ela bufou. Seus cabelos passaram de roxo escuro para vermelho escarlate.

– Eu não vou deixar que a minha melhor amiga termine sozinha com quarenta gatos!

– Você esqueceu dos peixinhos dourados - corrigi, novamente. Qual é, elas tinham algum bullying com peixinhos dourados?

– Não, só gatos mesmo. Eles iriam comer os peixinhos dourados - respondeu Mariana.

– Tem razão - concordei pensativa. - Preciso fazer algo com relação à isso.

– Dá para as duas pararem? - explodiu Meg. - Eu não vou deixar que isso aconteça. Não vou, não vou, não vou.

E então ela saiu do Salão Comunal da Corvinal, no qual nós estávamos.

Depois que Alvo chegou na biblioteca, eu vim para cá e as minhas amigas insistiram com uma história louca de que eu precisava arranjar um namorado. Eu sei, sem sentido.

– Hummm, nós precisamos ir atrás dela? - perguntou Mariana.

– Não esquenta - falei. - Ela deve estar só de TPM, daqui a pouco volta ao normal.

– Sei não - respondeu Mari.

Dei de ombros e subi para o meu dormitório, onde minha gatinha, Pudim, estava em cima da minha cama lambendo uma das patas.

Agora você deve estar se perguntando: "que tipo de pessoa dá o nome da gata de Pudim?". Bem, eu estava com fome.

A única pessoa além da minha gata era Thais, a outra Corvinal com quem eu dividia dormitório.

– Oi, Stanford. - Thais disse, fazendo carinho em Pudim. - Aconteceu alguma coisa?

– Só Meg surtando - respondi dando de ombros. - Nada de mais.

– Ah, tá - ela respondeu. - E por que ela estava surtando?

– Meg acha que eu preciso de um namorado, eu acho isso sem noção, ela acha que eu estou pirando.

– E você está? - ela perguntou erguendo uma sobrancelha. Eu pensei por um segundo se ela estava perguntando só por perguntar ou se a pergunta tinha um significado real.

– O que você acha? - retruquei.

– Que você tem o direito de não querer ter um namorado - respondeu ela.

Nós ficamos vários minutos conversando sobre como essas garotas desesperadas eram completamente ridículas e coisas do tipo, quando Mariana entrou no quarto com um sorriso malicioso.

– Tem uma pessoa na entrada do Salão Comunal querendo falar com você - disse.

Eu franzi as sobrancelhas para ela, que apenas alargou ainda mais o seu sorriso e deu de ombros. Com um suspiro, levantei da minha cama e saí da Torre da Corvinal.

Na frente de entrada, me esperando, estava Alvo.

– O que você quer? - perguntei, seca. - Já não basta me dar uma detenção?

Ele deu um suspiro.

– Olha, Ennelize - disse -, eu vim aqui te propor uma coisa.

Eu queria dizer que não, que não queria nada que ele tinha a propor, mas:

– E o que é? - Minha curiosidade me traía.

– Paz - ele respondeu.

– Como assim "paz"?

No final do corredor, eu vi uma garota loira parar, analisar a situação, e me fuzilar com os olhos. Stéfany.

– Você não sabe o que é paz?

– É claro que sim, seu idiota. Eu só não entendi a sua proposta.

– Pois então, uma das definições de paz é quando há a ausência de conflitos, brigas. É isso o que eu vim propor: que a gente pare de brigar.

Eu fiquei paralisada. Aquilo estava mesmo acontecendo, ou era eu tendo alucinações?

Alvo estendeu a mão.

– Então, amigos?

Eu olhei para o rosto dele, que aguardava a minha resposta, depois para a mão, para Stéfany no fim do corredor e por fim para o rosto dele novamente.

– Amigos - falei apertando sua mão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Campanha: deixe um review e faça uma autora feliz! :=D Adotem a causa!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Altas Loucuras em Hogwarts" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.