Mudanças escrita por Thay


Capítulo 54
Capítulo 54


Notas iniciais do capítulo

Viram? Eu disse que ia fazer o possível pra voltar mais cedo, vou tentar fazer isso outra vez tá, já disse que amo vocês? Se não disse estou dizendo agora. Gente, acho que esse capítulo foi um daqueles onde eu pude encontrar um equilíbrio pra cada coisa faz muito tempo que não sinto isso em um espero que concordem, com vocês mais um capítulo.



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— Não, não, de novo não.- ele correu para fora da casa com Theo em seus braços e viu a viatura da polícia, seu coração triplicou as batidas e por alguns segundos sentiu de novo aquele desespero de que tinha perdido tudo, se acalmou ao ver as duas descendo porém toda a calmaria foi embora quando viu que Claire estava com um de seus braços imobilizado.
— Calma, Tony, o que aconteceu?- Pepper o pergunta ao vê-lo tão desesperado.
— O que aconteceu? Vocês sumiram, foi isso que aconteceu!- diz ele nervoso entregando Theo que insistia em ir para o colo da mãe.- Por que a Claire está assim?!- ele pergunta ao ver agora mais de perto que ela está com com curativos, arranhões no rosto, no braço bom, em suas pernas e com uma camisola típica de hospital.
— Ah, é que essa mocinha achou de me desobedecer, não foi, Claire?- Pepper a repreende ela olha para o pai, seus olhinhos azuis estavam marejados e bem abertos, sua boca sustentava um biquinho de alguém que estava contendo o choro e um de seus pés estava tinha a sua ponta arrastada no chão, ela tinha aprontado, era desse jeito que ficava quando aprontava e ela levava alguma bronca.- Por que você não conta pro seu pai o que você aprontou e te faz ficar toda machucada e com o braço sub-luxado, hein?
— Eu só...- ela funga se cortando.- Só queria o coelhinho, papai.- ela diz manhosa indo para ele que não nega o seu colo.- Não briga, papai.
— Eu não vou brigar, bolinha.- ele diz agachando-se para pegar com o maior cuidado sua pequena no colo.
— É por isso que ela é assim dengosa, eu brigo e você passa a mão pela cabeça dela!
— Pepper, você sumiu com a minha filha, não me deu notícias e agora ela está machucada eu não vou brigar com ela!
— Ah, e você vai brigar comigo? Primeiro, que ela é nossa filha. Segundo, eu não sabia que ela ia se machucar. Terceiro, nós só saímos, Tony, não precisa ficar assim!
— Eu não preciso?! Dá última vez que você saiu recebi uma ligação do Happy me dizendo que o seu carro tinha explodido e em seguida descobri que tinha perdido minha mulher e o meu filho que eu nem sabia que ela tava carregando, então me deixe ficar assim por que eu tenho todo o direito de ficara assim!
— Calma, filho, suas garotas estão bem.- o Xerife intervém e lhe dá um sorriso apaziguador.
— O quê? Por que vocês estão com o Xerife?
— Eu estava verificando uma ocorrência de agressão no hospital e as vi lá sozinhas então me prontifiquei a trazê-las pra casa.
— Mais uma vez obrigada, senhor.
— Não precisa agradecer.- ele sorri para Pepper que sorri de volta e entra em casa com Theo em seus braços.- Suas garotas estão bem, filho, relaxe.- ele diz em tom ameno e Tony respira fundo.
— Obrigado por trazê-las.
— Não foi nada, vá ficar com sua família.- ambos se cumprimentam, ele se despediu de Claire com um aceno e partiu.
— O que você fez, Claire Potts Stark?
— Eu queria o coelhinho, papai.- ela repete com mesma voz manhosa.- Mamãe, tá com raiva de mim, papai.
— Não tá, princesa, só tá assustada por que você se machucou, mas eu vou falar com ela.
— Uhum.- ela voltou a mergulhar o rosto na curva do pescoço do pai e eles entraram.
— Pep...
— Theo está brincando na sala fique com ele e me dê ela aqui.
— Pedindo com esse jeitinho tão meigo quem é que não lhe atende?- Tony ironiza e com cuidado para não machucá-la mais Tony passa Claire para Pepper e vai ficar com o Theo que estava brincando dentro de seu cercadinho.- Se a sua irmã não estivesse machucada com certeza ela iria apanhar, se quer evitar palmadas, Theo, evite fazer besteiras.- Tony dialoga com ele que no momento está ''preocupado" demais com seu brinquedo de encaixar as peças pra poder tocar do que em prestar atenção em seu pai.- Me ouça, Theo, ouça o seu pai, por que eu sou a voz da grande sabedoria.- ele diz aumentando o seu tom de voz e contemplando a si mesmo.
— Só se for a voz da grande sabedoria da estupidez humana!- Pepper grita do andar de cima, atrapalhando seu momento e ele estreita os olhos.
— Não a ouça, jovem Padawan, ela não sabe o que diz!
— Vou mostrar ao jovem Padawan a reportagem da nossa casa no fundo do oceano e vamos ver quem é que não sabe o que diz!- ele encaixa a peça que falta e se empolga com gritinhos e palmas ao ver seu brinquedo tocando e emitindo luzes.- E pelo visto ele está lhe dando um valor besta, Cavaleiro Jedi!
— Fica na tua, Pepper, cuida da bolinha que do Theo cuido eu e eu não sou um cavaleiro eu sou um mestre Jedi!- Pepper não o rebate e a discussão se encerra, Tony volta a se engrandecer para o seu filho dessa vez em um tom menos baixo porém todo o seu discurso era ignorado pelo menino que no momento estava ocupado demais com seus brinquedos para dar valor ao que ele estava falando.- Você é um péssimo ouvinte, Theo Stark.
— Mais uma coisa que vocês se parecem então.- Pepper rebate com palavras amargas e de cara fechada.
— Vai ficar com essa cara aí do tamanho de um bicho até quando? Por que era pra mim tá com essa cara e não você.
— Me deixa em paz, Tony.
— Ela conseguiu dormir?
— Se não tivesse conseguido eu não estaria aqui.
— Eu tô tentando evitar uma discussão, mas você não está facilitando.- ela suspirou e deixou seu corpo cair sobre o sofá.- O que houve?
— Sua filha sendo irresponsável igual a você! Por um segundo, eu afrouxei o aperto por um segundo e ela se soltou da minha mão pra ir atrás daquele maldito coelho e rolou ribanceira abaixo!
— Como é que é?! E você não fez nada?!
— Quando eu vi ela já tava rolando tudo o que eu fiz foi deslizar atrás dela, argh! Ela só podia ser sua filha!- ela esbraveja irritada, mas no fundo tudo é preocupação do mesmo jeito que ela se machucou, mas teve ferimentos leves ela poderia ter se machucado gravemente e só de pensar nisso, Pepper, entra em pânico.- E você ainda passa a mão na cabeça dela como se nada tivesse acontecido!- ela diz ainda no mesmo tom agora de pé andando de um lado para o outro.- Agora, o que teria sido de mim se ela tivesse batido a cabeça em uma pedra, em um toco? Ham?!
— Mas ela não bateu.
— É, mas e se tivesse batido, e se tivesse tido um traumatismo craniano? A essa hora a nossa filha poderia estar em coma, poderia estar...- ele a interrompe com um abraço e ela o aperta.- Eu sou uma mãe horrível.
— Pepper, para com isso, acidentes acontecem você não é uma mãe horrível a bolinha que é traquina demais.
— Eu tive medo.
— Eu sei, eu sei, por que não me ligou?
— Eu estava sem celular e quando ela caiu eu comecei a gritar por socorro, uns mochileiros que estavam por perto foi quem nos ajudaram e lá no hospital eu estava tão nervosa que eu não me lembrei de ligar pra você. Desculpa, eu a coloquei em perigo.
— Ei, para com isso, tá bom? Ela está bem e dormindo lá em cima.
— Você está tão maduro, em outros tempos você estaria louco.
— Por dentro eu estou e provavelmente mais pra frente a gente vai brigar por causa disso, mas por enquanto saber que vocês estão em casa sãs e salvas já me basta.
— Bah!- Theo grita para chamar atenção de seus pais que direcionam seus olhares para ele.- Mama!- ele diz esticando os bracinhos para ser pego.- Mama!
— Ah, meu Deus! Mama? Você quer a mamãe, meu amor?
— Mama!- ele continua a tentar se esticar e Pepper o pega em seu colo o aninhando em seu corpo com alegria.
— Eu passei o dia todo com você e sua primeira palavra possível de decifrar é mamãe?- Tony questiona indignado para o menino que nada entende.- Você traiu o movimento, Theodore, papai está decepcionado com você.
— Cala a tua boca, Tony, por que eu carreguei, eu amamentei, eu perdi noites com a Claire e a primeira palavra dela foi papai.
— Eu também perdi noites com ela nada mais justo que me chame primeiro, mas deixe estar, Anthony Theodore Potts Stark, daqui a 16 anos quando você me pedir um carro eu vou me lembrar deste momento.- Tony diz ainda olhando indignado para o menino que no momento só queria enfiar na boca de seu pai seu pequeno e rechonchudo dedo, Pepper riu adorava os momentos dramáticos de Tony e por alguns segundos esqueceu-se do pequeno acidente com Claire.
— Eu preciso ver se ela está bem.- Tony nada disse apenas permaneceu sentado no sofá e esperou ela retornar.- Ela está bem.- ela diz mais aliviada e senta-se com Theo ao lado de Tony.
— Eu imaginei, caso o contrário teríamos ela chorando aqui.
— Eu fico vendo ela cair e rolar repetidas vezes na minha mente e em cada uma delas eu tenho um fim diferente e nem um deles é bom.
— Eu sei como é, acredite, quando eu vi as luzes das sirenes na parede eu imaginei inúmeras coisas e nenhuma delas eram boas, mas aí eu vi vocês e tudo sumiu, Claire está bem, amor, sob a nossa proteção e cuidados então não imagine desgraças apenas abra os olhos e veja a realidade.- Pepper estreitou os olhos curiosa, poucas foram às vezes em que seu marido apresentou tanta sensatez, ele não perdia uma parte de seu jeito Tony Stark de ser, mas agora apresentava mais responsabilidade do que ela nunca pensou que ele um dia fosse ter.- Que foi?- ele pergunta ao ver a forma como estava sendo encarado, Tony sabia que tinha inúmeros jeitos de Pepper o olhar e nem todos os jeitos ele conseguia entender, mas esse jeito ele sabia que era algo bom, no entanto, não o deixou menos curioso para saber.
— Nada, eu só... nada. Você já comeu?
— Agora que você perguntou, não.
— Então venha.- ela diz levantando-se e lhe estendendo a mão que é pega por ele.

Na cozinha enquanto preparava o jantar Pepper se divertiu ao ver Tony dramatizar por 'papai' não ter sido a primeira palavra de Theo, ele ainda chamava o pequeno de traidor e suas indignações juntas de um chocalho/mordedor era o que arrancava risadas do menino e consequentemente deles nada era mais contagiante que uma risada espontânea de uma criança e nada os trazia mais felicidade que momentos como esses, não poderiam ser gravados e nem rebobinados como numa fita para poder vivê-los novamente, mas bastava fechar os olhos para lembrá-los.

Foi em um sobressalto que Tony despertou, ele odiava acordar assim, às vezes tudo se resumia em um sonho onde ele estava caindo de um prédio ou de algum lugar alto sem poder ter a capacidade de voar, no entanto, agora foi um pesadelo, um pesadelo onde ele perdeu seus filhos e sua esposa, Arno estava lá rindo, mais uma vez havia o derrotado e dessa vez levado todos consigo, felizmente tudo não passou de algo onde ele pôde acordar e ver que nada condiz com a realidade, seu primeiro ato ao se situar foi ver se sua esposa estava bem e ela estava, ele posicionou seus dedos para poder verificar sua jugular somente para sentir ela pulsando, Pepper estava viva e isso era um alivio, tudo era um sonho ele sabia, mas tinha de checar por isso levantou-se e seguiu para os respectivos quartos de seus filhos só para também ter a certeza de que estavam tendo aquilo como dizem ser "o sono dos justos", voltou ao seu quarto e tentou voltar a dormir, mas o sono o abandonara já havia se mexido tanto que estava vendo a hora de Pepper acordar por isso decidiu sair do quarto, ficou na sala ligou a tevê tentou se distrair, mas não conseguiu, terminou por fim lá fora sentado no pequeno ancoradouro olhando para o lago extenso a sua frente e os poucos vislumbre de reflexo que ele dava.

— Deu formiga na cama?- Pepper pergunta e ele abre os olhos, ouviu a madeira rangir a medida que avançava sabia que só poderia ser ela então apenas continuou relaxado e esperando.
— Não.
— Então o que houve?- ele pergunta sentando ao lado dele, Pepper estava completamente enrolada as únicas partes visíveis de seu corpo era sua cabeça e uma parte de suas mãos que seguravam as pontas do lençol.
— Tive um pesadelo e nele eu tinha perdido vocês.- ele suspirou e Pepper encostou a cabeça em seu ombro.- E você, o que te tirou da cama?
— Além da falta do seu corpo?- ele assentiu.- Um pesadelo também, Claire e Theo eu via os dois caindo de uma pequena ribanceira semelhante a que ela caiu e quando eu ia atrás eu me dava conta de que era uma monte tipo a do Everest.
— Mentes e suas brincadeiras.
— Bem sem graça por sinal.
— Concordo.
— Não está com frio?- ela pergunta a ele que está apenas com uma calça de moletom cinza e uma regata preta.
— Não.
— Então se prepare pra sentir calor.- ela o avisa levantando-se para se sentar atrás dele, suas pernas entrelaçaram a cintura dele, a frente de seu corpo colou com as costas do corpo dele, seus braços o rodearam também o cobrindo com cobertor, seu rosto afundou-se na parte de trás da cabeça dele, o cheiro da natureza misturado com o do seu marido lhe deu a certeza de que fragrância melhor não existe.
— Melhor?
— Muito.- ela responde enquanto sente suas pernas serem alisadas por ele.
— Pepper, sobre hoje mais cedo quando você me disse que sabia que te traí.
— Eu não...
— Espera, deixa eu falar. Eu estava aqui sentado, pensando em tudo, e então eu me dei conta que eu nunca quis te trair, houve mulheres que me sorriram, que flertaram, que me chamaram a atenção seja por seu corpo, por seu rosto ou pelos dois, mas nunca imaginei dormindo com elas ou querendo isso, pra te falar a verdade era algo rápido no segundo tinham a minha atenção no seguinte eu já tinha esquecido, acho que agora faz sentido.
— O quê?
— Eu ter parado quando chamei por você e ela me corrigiu dizendo o nome, eu achei que tinha sido só um lampejo de consciência e claro que eu tive, mas eu achei que tinha sido aquele conceito moral de "não trair a minha esposa", mas não era isso, eu realmente não queria trair a minha esposa, eu me conheço, você me conhece se eu quisesse...
— Não teria conceito moral nesse mundo que te parasse.
— E eu parei, eu voltei a mim e fui pra casa tentar recuperar você por que eu não queria te trair, eu não queria te perder, tudo o que eu queria era uma chance de poder ter você outra vez comigo por que eu tive pouco tempo, nós tivemos pouco tempo e eu quero extrapolar todos os tempos com você, Pepper, eu não sou mais o mesmo homem, hoje me vejo falando coisas que não imaginei que falaria por que eu achava tão piegas, hoje eu amo uma mulher e não me sinto um imbecil dizendo em voz alta que a amo, acho que ninguém sabe o que é amor, se é uma resposta química, sentimental, uma necessidade fisiológica para que nosso corpo não entre em declínio, enfim, ninguém sabe, mas o que eu tenho certeza é que amar alguém como eu amo você é dentre tantas coisas não se sentir obrigado a ser fiel por que a possibilidade de trair nem passa em sua cabeça. Desculpe, amor, eu...- ela se desvencilhou com agilidade contornando seu corpo e sentando-se de frente a ele que foi atacado com um beijo que ele quebrou.- Pep...
— Cala essa boca, Tony, e me beija como se o mundo fosse acabar a qualquer segundo.- era um beijo, mas não um beijo qualquer era aquele tipo de beijo que se dá quando o ano rompe, quando as nossas esperanças para o ano que chegou se renovam, quando por um segundo se tem a sensação de que pode conquistar o mundo e que somos invencíveis, Pepper conhecia Tony como conhece a palma de sua mão, sabe que uma das coisas mais fortes que ele tem a seu favor é a lábia, o poder de persuadir, mas não havia persuasão, não havia a tentativa romântica de querer consertar um erro era ele apenas falando e mostrando a ela que sempre existe um Tony que consegue surpreender e fazê-la amá-lo ainda mais.

Duas semanas se passaram e a família Stark ainda permanecia em Vermont e não tinham a mínima vontade de irem embora tudo era tão simples porém não os entendiava, nem de longe teriam férias tão boas quanto essas, mas ao menos não poderiam reclamar que nunca as tiveram em algumas coisas eram feitas novas descobertas e uma delas era a descoberta do ciúme de Claire que usava como desculpa "estar dodói" para obter toda a atenção de seus pais que muitas vezes era dada a Theo.

— Bolinha?- Pepper a chamou e a menina de cabeça ainda baixa fungou.- Bolinha, meu amor, por que você está chorando?- ela pergunta preocupada ajoelhando-se do lado dela.- Você machucou seu braço?
— Não.- ela responde com a voz abafada e claramente embargada.
— E o que foi, princesa?
— A senhora e o papai não gostam mais de mim.
— O quê? Não, Claire! Quem te disse isso?
— É sim! Não gostam mais por causa do Theo!- ela diz batendo o seu pé e levantando o rosto para sua mãe que a viu com o rosto coberto em lágrimas e bochechas vermelhas.- Tudo é o Theo, eu não tenho mais papai e mamãe por causa do Theo, eu odeio o Theo!
— Claire, você não pode dizer que odeia o seu irmão!- Pepper a repreende e ela tenta se levantar e correr, mas é impedida por sua mãe.- Seu pai e eu amamos você, meu amor, você é a nossa filhinha, a nossa primeira filhinha e nunca vamos deixar de amar você, nós temos tanto cuidado com seu irmãozinho por que ele é pequenininho e não pode fazer as coisas sozinho como você pode fazer algumas, por exemplo, você já é uma mocinha e pode ir no banheiro fazer xixi ou tomar banho sozinha, pode comer sozinha, não é?- ela assentiu ainda com um bico em seus lábios, um bico típico de Tony quando faz birra.- Seu irmão não pode, se ele fizer xixi e eu não o limpar ele vai ficar cheio de machucado, ele não pode tomar banho sozinho e nem pode comer sozinho você vê a sujeira que ele faz, mas você tem razão de estar com raiva do papai e da mamãe, mas vamos dar um jeito nisso, que tal dar mais um passo no caminho de mocinha e ser a mocinha grande que ajuda o papai e a mamãe a cuidar do seu irmãozinho?
— E o que faz?
— Muitas coisas, você pode me ajudar a dar banho nele, a vestir ele, ensinar ele a falar, dar comida, também pode mostrar a ele que não pode fazer algumas coisas, como por exemplo, não puxar o rabo do gatinho como ele quis fazer anteontem quando aquele gato veio participar do nosso almoço ao ar livre, lembra?
— Lembro.
— E então, tem isso e um monte de outras coisas, mas aí você vai vendo por que se eu disser tudo perde a graça, você quer ajudar o papai e eu nisso?- ela olhou pra sua mãe pensativa e depois suspirou, sua cabeça acenou afirmando que queria e Pepper sorriu satisfeita.- Agora me prometa que nunca mais vai dizer que odeia o seu irmãozinho.
— Prometo.- ela diz com firmeza e beijando seus dedos para firmar a promessa.
— Ótimo, agora...- Pepper foi interrompida pelo som de uma forte chuva que já era prevista graças as nuvens tão acinzentadas porém ela só não contava com o esquecimento das roupas que ela tinha lavado e estendido no quintal.- As roupas no varal!- ela exclama e corre passando por Tony feito um raio para poder apanhar as roupas estendidas, achando graça da situação Tony deu sua contribuição para ajudá-la levando apenas o cesto para que ela depositasse as roupas, em alguns segundos de idas e vindas e tentando proteger um amontoado de roupas Pepper conseguiu cumprir sua missão, mas em compensação ficou completamente ensopada.- Muito obrigada, Tony!- ela agradece irritada e ele ri.
— Eu trouxe o cesto.
— Seu idiota, eu não teria me molhado tanto se você tivesse me ajudado.
— Ah, é esse o problema? Pois está resolvido.- ele diz e sai da proteção da varanda para a chuva.
— O que você tá fazendo?
— Você não estava achando ruim ter tomado um banho de chuva? Pois então, tô tomando um também, estamos quites.- ele diz sorridente e sem se incomodar com a água que cai sobre si.- Sabe quando foi a última vez que eu tomei um banho de chuva? Acho que eu tinha 7 anos e estava nu.
— Por que você estava nu? Quer saber, deixa pra lá, só entre pra não ficar resfriado!- ela manda autoritária, mas ele dá de ombros e começa a caminhar pela propriedade.- Tony? Tony!- ela chama irritada, mas ele se afasta mais e mais bufando de raiva Pepper saiu da proteção da varanda para trazê-lo de volta, mas acabou desistindo quando viu o sorriso que ele trazia consigo.
— Topa uma corrida?
— O que?- ela nem teve tempo de assimilar e o viu sair correndo como nunca tinha visto antes.
— Vem, Pepper!- ele chama e ela revira os olhos, mas corre atrás dele que com o seu espírito competitivo falando mais alto nem percebeu que ele estava levando-a para o cais, na verdade ela só deu conta disso quando voltou a superfície do lago a qual havia caído.
— Seu porra!- ela xinga e joga água nele que ri.- Isso não tem graça, Tony.
— Aproveita o momento, amor.- ele pede e a puxa para si.- Olha só, a gente já tava molhado mesmo, qual o prejuízo que vamos ter por termos caído nesse lago?
— Ham... não sei, pneumonia, talvez.
— Que pessimismo, Sra. Stark.
— Você me perguntou qual era o prejuízo, não foi? Eu disse!
— Mamãe!
— Claire o que tá fazendo aqui?- ela pergunta a menina que estava igualmente ensopada e os olhando da ponta do cais.
— Eu vi vocês correndo pra cá aí quis vim também.
— Corre pra dentro de casa, bolinha, mamãe e eu estamos bem atrás de você.- a menina assim o faz e em pouco tempo os três estão dentro de casa encontrando meios para se esquentar.- Já já a gente se esquenta mais, princesa.- Tony diz pra ela que mesmo já estando agasalhada ainda treme um pouco.- Pode vim um pouco mais perto da lareira.- Tony a instrui como se esquentar e quando ela se dá por satisfeita se afasta enquanto ele ainda permanece mexendo na lareira.
— Claire!- Pepper a chama com o seu famoso tom repreendedor e atrai a atenção de Tony que estava cutucando a madeira da lareira.- Não é pra mexer nas coisas da sua avó!- ela diz agachando-se do lado da menina após depositar sobre o centro uma bandeja com três xícaras de chocolate quente.
— Eu só tava procurando um livro pro papai ler uma historinha pra mim, mamãe.- ela diz inocentemente e com vários álbuns abertos ao seu redor.- Desculpa.
— Tudo bem, mas da próxima vez nos peça ajuda pra procurar.
— Tá, eu vou pedir. Quem é essa moça com o Theo?- ela pergunta olhando para a foto de um dos álbuns que está a sua esquerda.
— Moça com o Theo?- Tony se aproxima pra ver a foto, mas logo desfaz a confusão quando vê a foto.- Não é o Theo, bolinha, sou eu.
— Você era gordinho, fofinho, gostoso, dá vontade de morder.- Pepper falou pra foto como se tivesse falando para um bebê e Tony riu alto.- Embora eu reconheça e diga que você e Theo se parecem, quando a Marta me dizia que ele é a sua cara quando você tinha a idade dele eu pensava que era exagero, mas vejo que não. Tony, nosso filho é igual a você.- ela diz olhando para o bebê.
— E quem é a moça?
— A moça, é a mamãe do papai.- Pepper responde e ela passa a ponta do dedo no rosto de Maria.
— Ela é minha vovó?- Tony assentiu e ela voltou a olhar para a fotografia.
— Essa é a vovó Maria.
— E cadê ela, papai?
— A vovó Maria mora no céu, bolinha.- Pepper responde ao vê-lo sem jeito para respondê-la.
— Como uma estrelinha?
— Não, como um anjinho, ela é o anjinho que protege o papai.
— Papai tem um anjo bonito... E esse quem é?
— O pai do papai.
— É o vovô Howard.
— Ele também é um anjinho que protege o papai?
— Tá mais pro anjinho que atrapalha o anjinho que protege o papai.- Tony brinca e ela faz bico.
— Então eu não gosto dele.- ela diz decidida e virando a página do álbum.
— Claire.- Pepper repreende e volta a página onde está a foto de Howard.- Ele é seu vovô, bolinha, você não pode dizer que não gosta dele.
— Ele não cuida do meu papai então eu não gosto dele.- ela responde virando a página mais uma vez e Pepper dá um tapa no braço de Tony.
— O papai tava brincando, bolinha, o vovô Howard também é um anjinho que protege ele.- Pepper diz e mais uma vez volta a página.
— É, papai?
— É, princesa.
— Então eu gosto dele.- ela diz alegremente e Tony sorri.
— Sua facilidade de gostar e desgostar de alguém é impressionante, bolinha.- Tony comenta e se junta a sua esposa e filha para ver os álbuns de uma família que ele não se lembrava ter sido assim algum dia.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado e também espero os reviews de vocês, até o próximo capítulo.