Dont escrita por Tamy Black


Capítulo 22
Imperdoável




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No capítulo anterior:


Edward de costas pra mim e a nanica da Gilmore o olhando – intensamente, diga-se de passagem –, ele estava falando algo pra ela. Quanto mais eu me aproximava deles, eu via a Gilmore sorrindo largamente para o meu namorado. Então, sem mais nem menos, Anne Gilmore ficou na ponta dos pés e o beijou. Eu estaquei.

 

-x-

 

Run – Leona Lewis

(n/a: se vocês não escutarem, eu mato! *cara de brava*)

 

Eu não conseguia acreditar no que estava vendo. Pisquei várias vezes para ver se não era fruto da minha imaginação. Os braços da loira já envolviam o pescoço dele, trazendo-o mais para si. Senti meu coração falhar. Meus olhos se encheram de lágrimas e sem ao menos me dar conta, as lágrimas já escorriam livremente pelas minhas bochechas.

 

- Oh My God... – ouvi Alice sussurrar ao meu lado – EDWARD! – ela berrou.

 

Edward se virara assustado e olhar da Gilmore ao encontrar o meu tinha um misto de surpresa e felicidade, tanto que ela esboçara um meio sorriso – vitorioso, pude concluir – e quando o meu olhar encontrara o dele... Eu senti uma repulsa imensa me preencher.

 

- Bella... – ele sussurrara o meu nome, surpreso e nervoso.

- Continuem o que estavam fazendo. – consegui dizer, como se nada tivesse acontecido – Já vi o suficiente. – disse ríspida e me virei para sair, correndo.

 

Ouvi Alice e Edward gritarem o meu nome, mas não dei ouvidos, ainda os escutei correndo atrás de mim. Entrei no estacionamento e desativei o alarme do carro, quando eu abri a porta do mesmo, senti uma mão me puxar com força, obrigando-me a virar de frente.

 

- Bella, me escuta, por favor! – era Edward, suplicando.

- Me solta! – pedi, exaltada.

- Por favor... Eu sei que você viu e eu não mereço explicação, mas eu tenho, por favor... Deixe-me falar! – dizia rapidamente e nervoso ao mesmo tempo.

- Falar o que? – indaguei-o, grossa.

 

Mas eu não estava nem ligando. Eu queria socá-lo, queria matá-la! Queria extravasar a raiva que eu estava sentindo...

 

- Falar que durante esse tempo que temos brigado constantemente você estava sendo consolado com a Gilmore? – praticamente berrei.

 

Alice nos olhava, penalizada.

 

- NÃO! – ele gritou – Não é nada disso!

 

Ele ainda me segurava, eu ainda chorava. Ficamos alguns segundos em silêncio.

 

- Eu não quero ouvir mais nada. – murmurei – Eu quero que você suma da minha frente e me deixe ir embora. – disse entre os dentes − Eu deveria ter ficado no Canadá. – disse ríspida.

- Bella... – ele me olhava, suplicando.

- Me solta. – pedi, mas ele me segurava firme.

- Solte-a ir, Edward. – Alice pediu – Eu vou com você, Bella. – me encarou – Não deixarei você dirigir assim.

 

Eu apenas assenti e então Edward me soltara.

 

- Isso não vai ficar assim. – ele disse, com raiva.

 

Eu não disse nada, joguei as chaves pra Alice e contornei o carro, sentando-me no banco do carona. Vi Alice lançando um olhar repreensivo ao irmão, ele nada disse e então Alice entrou no carro e bateu a porta, dando partida logo em seguida.

 

Eu encostei a cabeça no vidro da janela e deixei as lágrimas caírem livremente. Alice me olhava a todo instante.

 

- Você quer ir pra casa ou pra outro lugar? – me indagou, nervosa.

- Pra casa. – murmurei.

 

Ela assentiu e dirigiu com calma até a minha casa. Assim que chegamos lá, ela me acompanhou até meu quarto, eu me joguei na cama e ela se sentou ao meu lado, escutando os meus soluços.

 

- Bella, eu sinto muito. – ela disse, sua voz estava chorosa.

- Não é sua culpa. – disse entre o choro e me sentei na cama.

- Claro que é! – exaltou-se – Se eu não tivesse dito nada, você não teria visto e talvez o Edward te contasse e nada disso teria acontecido e... – dizia aos tropeços.

- Não. – disse, interrompendo-a – Você fez bem. – suspirei – Agora, posso ficar sozinha? – a olhei seriamente.

- Cl-claro. – ela gaguejou e se levantou – Eu sinto muito, mesmo. – disse por fim e saiu.

 

Eu continuei a chorar compulsivamente, deitei-me na cama e fiquei olhando pro teto. A dor era gigantesca, eu não queria ver ninguém. Era trilhões de vezes pior do que quando Edward não acreditara em mim... Depois de tudo que aquela garota aprontara pra ele... Edward simplesmente se deixa levar!

 

Isso era imperdoável.

 

Não sei por quanto fiquei chorando, mas o choro me levou a dormir e quando acordei já eram sete horas. Levantei-me absorta do que estava fazendo, entrei no banheiro e lavei o rosto. Saí do meu quarto e desci as escadas, a casa estava completamente escura, estranho. Fui até a cozinha e na porta da geladeira tinha um bilhete escrito com a letra da minha mãe:

 

Bella,

Alice me contou o que aconteceu. Decidi não perturbá-la agora, mas assim que nós chegarmos, eu conversarei com você.

Fomos jantar com o Edward e de lá iremos para a formatura dele – afinal, seu pai e eu somos os padrinhos dele −; Edward me explicou o que acontecera. Só por isso que eu estou indo.

Anjinho, se tem uma coisa que eu não duvido, é o quanto o Edward te ama e o quanto você o ama.

Até mais tarde.

Mamãe.

 

“Você está enganada, mãe.” Pensei quando li que ela escreveu que... Ele me ama. Quem ama não trai. Bebi um copo de água e voltei para o meu quarto. Olhei meu celular e tinha umas cinqüenta chamadas não atendidas e algumas mensagens de voz, e todas eram dele. Ignorei todas e desliguei o celular.

 

Fui tomar um banho e assim que saí, coloquei um pijama. Peguei meu ipod e coloquei os fones no ouvido. Pus em uma pasta de músicas animadas e me deitei, fechando os olhos, tentando abstrair tudo que estava sentindo. Mas estava sendo uma tarefa difícil, não estava ajudando em nada.

 

Desliguei o ipod e peguei o notebook. Mais um erro. Assim que o abri, o papel de parede era uma foto nossa. Fechei o computador com irritação. Bufei frustrada e pus a mão em minha cabeça. Fiquei uns minutos desligada do mundo, passeando em minhas memórias felizes com... Ele.

 

Até que fui desperta com um barulho vindo da minha porta de correr que era de vidro. Afastei a cortina e dei de cara com ninguém menos que ele. Pelo vidro, ele fez mímica, pedindo que eu abrisse a porta. Com raiva, arrastei a porta e o encarei.

 

- O que você está fazendo aqui? – perguntei nada amistosa.

- Preciso conversar com você. – ele disse, sério.

- Mas eu não preciso, então... – disse do mesmo modo.

- Você precisa me ouvir. – disse num tom que não admitia replicações.

 

Encaramo-nos por um breve minuto. Então bufei contrariada, saí da porta e me sentei na cama. Ele entendeu que isso era um sim, então passou pela porta e veio até mim.

 

- Você disse que não poderia estar aqui hoje. – começou.

- Eu queria fazer uma surpresa. – disse sem olhá-lo – Mas não deu certo. – voltei a encará-lo, com raiva.

- Eu queria saber o motivo de brigarmos tanto. – murmurou.

- Eu te disse que isso não daria certo. – lembrei-o.

- Eu sei. – suspirou – Mas você ignorou sua opinião quando eu fui até o aeroporto. – rebateu.

- Porque simplesmente eu não conseguiria viver sem você. – admiti – E você me mostrou que podíamos tentar...

- Porque a gente se ama, isso é óbvio. – ele disse, cético.

- Edward, aonde você quer chegar? – disse ríspida – Nós já vimos o que aconteceu durante os seis meses que passei longe. – tomei fôlego – No começo tudo foi caminhando certo, mas depois começamos a desandar e quando eu chego aqui, depois de duas semanas sem nos falarmos, eu te encontro nos braços da Gilmore! Justamente dela! – exaltei-me.

 

Soulmate – Natasha Bedingfield

(n/a: vamos lá, escutando!)

 

- Depois que você foi, ela se aproximou de mim. – começou a dizer sem me encarar – Pediu perdão, disse que se arrependia de tudo que fez. – suspirou – Eu acreditei, ela pareceu bem arrependida. Então, ela me pediu uma chance, para tentar se redimir. Eu dei, afinal o que seria das pessoas sem o perdão, mas eu disse a ela que isso não significaria que seriamos amigos ou coisa do gênero, pois levaria tempo para ingerir tudo que ela fez comigo e com você, sem contar que nós somos namorados. – eu o encarava, lívida de raiva – De início ela se manteve afastada, mas depois que eu voltei do dia dos namorados, ela começou a se aproximar devagar e bem... Eu a aceitei como uma amiga.

- Eu não acredito nisso. – murmurei – Por que não me contou? – indaguei.

- Porque eu não sabia como te dizer! – respondeu – Então, foi quando começamos a brigar e você não pôde vir para o feriado da páscoa... Aí nós começamos a nos desencontrar via internet, eu estava tendo prova direto e também comecei a me comprometer com a formatura... E a Anne começou a ficar mais próxima.

- Eu fiquei sabendo pela Alice que vocês estavam se vendo bastante. – disse com raiva.

- Ela me disse e nós brigamos por isso. – murmurou – Então tivemos uma discussão terrível sobre você não vir hoje. Por que não disse que vinha? – me olhou aturdido.

- Eu já disse que queria fazer surpresa. – repeti.

 

Ficamos em silêncio mais uma vez.

 

- Eu não quero saber de mais nada. – disse, cansada – Independente de tudo que aconteceu, você deixou a Gilmore te manipular mais uma vez. – suspirei – Tanto que a deixou te beijar. – disse, as lágrimas já voltavam a inundar minha face.

- Eu sei que isso não tem perdão. – ele disse, chorando também.

- Ainda bem que você sabe disso. – sorri, forçadamente – Então, você pode ir agora. Já escutei tudo que você tinha pra dizer.

- Bella, eu te amo. Eu quero que você me perdoe, que possamos voltar a ser o éramos. – ele disse, suplicando – Eu não vou conseguir viver sabendo que estamos assim, sabendo que ficaremos longe... Eu não quero isso.

- Se você não quisesse, não tinha feito nada. – disse, fria – Pra mim já chega. Vai embora. – pedi sem forças.

- Bella... – murmurou.

- Não quero saber. – disse sem encará-lo – VAI EMBORA! – gritei.

 

Edward me olhava suplicante, mas fez o que eu pedi. Saiu do meu quarto pelo mesmo lugar que entrara, eu fechei a porta e a cortina. Joguei-me em minha cama chorando mais do que antes.

 

Eu não conseguia acreditar que estava acabado... E daquela maneira. Isso era imperdoável. Chorei, chorei e chorei até não agüentar mais. Acabei por dormir.

 

(...)

 

Duas semanas depois.

 

Durante as duas semanas que se passaram depois do que aconteceu, eu fiquei enclausurada em meu quarto. Não saía pra nada, só comia porque era obrigada. Alice vinha me ver todos os dias.

 

- Bella, já chega disso! – esbravejou − Estou cansada de ver você e o Edward com cara de idiotas durante essas duas semanas! – disse afoita.

- Eu não estou te pedindo para me ver. – disse ríspida.

 

Alice me olhou chocada.

 

- Não acredito que ouvi isso! – disse irritada – Isabella Marie Swan! Você não pode se entregar! Enquanto você morre aí, a Gilmore tá cantando vitória e dizendo a todos que vai voltar com o meu irmão! – disse bufando.

- Ótimo. Avise-me quando for o casamento. – disse irônica – Para eu estar bem longe daqui!

- CHEGA! – gritou – Eu sei que a Gilmore é uma vadia e que o meu irmão é um idiota, mas ele não quer nem saber da idiota lá! – disse irritada.

 

Eu revirei os olhos. Pouco me importava o que acontecia ou não na vida de Edward Cullen.

 

- Mas eu creio que você já sabe disso, já que o meu irmão tenta falar com há duas semanas! – exaltou-se.

- O que é que você quer realmente, Alice? – indaguei-a, irritada.

- Quero que você pare de lamuriar e viva! – esbravejou.

 

Eu respirei fundo e disse:

 

- Alice, deixe-me em paz, só isso que tô te pedindo. – murmurei – Eu quero ficar sozinha com a minha dor e o seu irmão, bem... Ele vai pra faculdade daqui a um mês, então ele vai superar. – disse firme.

- É. Ele vai superar. – disse entre os dentes – Tanto que ele decidiu adiantar a ida pra universidade.

- Sério? – perguntei.

- Sério. Mamãe e papai estão indo com ele, para ajudá-lo a se organizar. – suspirou – Como o nerd que ele é, foi chamado para conhecer Yale com outros nerds, se familiarizar com a nova escola durante os próximos seis anos.

- Yale? – a indaguei, aturdida.

 

E eu que pensava que o sonho dele era ir pra Harvard. Quer dizer... Nosso sonho. Ambos queríamos nos formar em medicina.

 

- É. – ela me olhou, séria – Ele foi aceito em Yale também. – sorriu – Como você disse, ele vai superar... Longe de você.

 

Eu suspirei.

 

- Edward está tão machucado que decidiu desistir do sonho dele. – Alice falou, calma – O sonho de se formar na universidade que o nosso pai se formou.

- Não precisa me deixar mais péssima do que já estou Alice. – disse, sem encará-la.

- Já que você quer ficar sozinha, eu vou indo. – ela disse, séria – O vôo dele é a noite.

 

Ela me olhou mais uma vez e saiu do meu quarto. Fiquei pensativa. Ele desistiu do sonho dele pra ficar longe de mim. Eu não queria que ele sacrificasse seu desejo por minha causa. Levantei-me da cama e fui até a porta da minha sacada, que eu não abria há dias, afastei a cortina e olhei em direção ao quarto dele.

 

Edward estava arrumando suas malas, movimentava-se por seu quarto a todo instante. Eu decidi que iria falar com ele, ainda dava tempo de voltar atrás. Abri a porta e fiz o caminho de sempre até o seu quarto. Fiz todo o processo em silêncio, fiquei no vão da porta e observei-o. Totalmente distraído arrumando suas coisas, sorri involuntariamente. Então me fiz presente, pigarreei.

 

Ele se virou pra mim e me olhara surpreso.

 

-x-

 

n/a:  Por que será que o Edward desistiu do sonho dele de ir para Harvard? Mistério, mistério... *risos* Obrigada pelas reviews e pelas recomendações, como só faltam 4 capítulos para o grande final, gostaria que as recomendações aumentassem, que tal umas 10 para fechar a fic? Uh?

 

Beijinhos e até quinta!

Tamy.


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