Dont escrita por Tamy Black


Capítulo 14
Nostalgia




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No capítulo anterior:


Arrependimento? Não. Eu não podia me arrepender, pois o que eu fiz... Foi simplesmente fazê-lo enxergar o que não via. E isso era mais do que justo, Edward merecia saber o que estavam fazendo por suas costas. Sem ao menos perceber, senti que estava chorando, minhas lágrimas eram grossas e pesadas... A dor de vê-lo daquela maneira me atingiu em cheio.


-x-


Eu passei todo o final de semana em casa, praticamente trancada no meu quarto. A segunda-feira chegara e eu tinha os dois primeiros tempos do dia com o Edward e a Anne, quero ver o que ela vai aprontar... Mas quem me preocupa mesmo é aquele Cullen, Alice me ligara dizendo que Edward passou o sábado e o domingo trancado no quarto, ela que levava algo para ele comer, mas ela só deixava a comida e saía. Ele não queria ver ninguém, eu percebi justamente por sua sacada, a porta passou o final de semana inteiro fechada, não podia vê-lo porque a cortina impedia.

 

Perdi a conta de quantas vezes a vontade de ir até lá me consumiu durante o final de semana, mas eu sempre dava um jeito de desviar a vontade. Arrumei-me para ir à escola sem pressa nenhuma, coloquei uma calça jeans escura, uma blusa branca de lã – já estávamos entrando no inverno, e logo entraríamos de férias de natal pela escola −, um casaco branco com um felpo no colarinho, minhas botas sem salto pretas, fiz uma maquiagem leve e deixei os cabelos soltos mesmo.

 

Peguei minhas coisas e desci para tomar café, meu pai já tinha saído e minha mãe estava sentada a mesa. Comi rapidamente e saí para o frio congelante de Forks, peguei meu carro e quando ia saindo da garagem, vi o Volvo prata já bastante conhecido saindo da garagem também. Então, ele iria para a escola... Obviamente ele seria taxado de corno perante a escola inteira, mas uma hora ou outra ele teria que enfrentar a todos. Suspirei pesadamente e voltei a fazer o que estava fazendo.

 

Cheguei à escola ao mesmo tempo em que ele, estacionei na vaga costumeira e saí do meu carro. Edward estacionara seu Volvo a frente do meu Crossfox e quando ele saíra do carro, vi o seu semblante, ele estava péssimo, mesmo com os óculos escuros no rosto... Mas eu o conhecia bem demais para saber quando o mesmo estava mal e hoje é um dia desses. Percebi que todos que estavam no estacionamento o olhavam e cochichavam uns com os outros. Edward entrara na escola e eu fiz o mesmo, passei em meu armário e peguei meu livro de biologia, o armário dele era três depois do meu. Ele estava lá, pegando seu material também, já tinha tirado os óculos escuros e eu vi suas olheiras, ele não devia ter dormido nada.

 

Tranquei meu armário, já com o livro nas mãos, e saí do corredor. Passei por ele e o mesmo não esboçou nenhuma reação. Fui para a sala de biologia e não tinha quase ninguém lá, o pessoal só começa a entrar perto de tocar o sinal e ainda faltam alguns minutos. Sentei no meu lugar de sempre e coloquei os fones do meu ipod no ouvido, abri o livro na página que estávamos estudando e tentei ler alguma coisa, mas eu não conseguia me concentrar. Toda à hora vinha em minha mente o semblante abalado do meu ex-melhor-amigo. Bufei e fechei o livro, nessa hora o Edward estava entrando na sala, ele sentou ao meu lado. Olhei-o completamente confusa e este me olhara do mesmo modo, eu tirei os fones do ouvido e nos encaramos.

 

- Posso saber o que você está fazendo sentando-se ao meu lado? – perguntei, sem cerimônia.

- Eu não vou me sentar com a... – hesitou – Gilmore. Então, eu vou me sentar com você.

- Sinto muito, Cullen, mas você não vai se sentar comigo. – disse, nervosa.

- Por que não Swan? – ele me indagou – Já fomos muito amigos e por mais que você seja uma ardilosa das brabas, eu prefiro me sentar ao seu lado a com qualquer outro idiota na sala. – disse e senti todo o sarcasmo vindo de sua boca.

- Ardilosa, Cullen? – perguntei, já sentindo o ódio me tomar – Eu já lhe disse que eu não tramei nada. – sibilei cínica – Já que você não quer sair, saio eu. – disse sorrindo debochada e peguei minhas coisas.

 

Eu me levantei e peguei minhas coisas, já estava saindo, mas Edward segurara o meu braço com firmeza.

 

- Fugindo de mim? – ele perguntou.

- Não fujo de ninguém, Cullen. – disse – E será que você pode me soltar?

- Não. – disse firme – Por que não admite que está radiando de felicidade por ver o meu sofrimento, Bella? – sorriu cínico.

- Porque eu não sou como você. – sorri do mesmo modo.

- Mas foi você quem armou tudo... – bufou – Você, sua prima, o irmão idiota da Gilmore e a minha irmã...

- Sua irmã não armou nada comigo, Edward. – não queria que ele ficasse com raiva da Alice.

- Não? – riu irônico – Então por que ela me levou até a área da piscina?

 

Eu já estava bufando de ódio e percebi que tínhamos formado uma platéia.

 

- Ok Cullen, quer saber de uma coisa? – bufei de ódio e ele me encarara – Dane-se.

- Como é? – ele riu.

- Isso que você ouviu. – disse, já estourando de raiva – Será que você é tão cego ao ponto de nos culpar por algo que a sua maravilhosa namorada estava fazendo com você? Será que nem depois de ter flagrado tudo você ainda cisma com isso? – perguntei raivosa.

- Eu sei o que eu vi, eu só quero saber o porquê. – ele disse.

- Eu disse a você desde o início, eu fui contar a você... – já sentia as lágrimas rolarem por minha face – Eu não queria que você sofresse, que você fosse enganado... Mas você preferiu acreditar nela... Ao invés de mim, que você já conhece há anos...  – disse e senti que meu peito ia dilacerar a qualquer momento – Mas não, você caiu como um idiota nas armadilhas dela, Edward. – ri, irônica – E quer saber? – o encarei – Achei muito bem feito o que ela fez contigo.

- E isso tudo porque você se diz minha amiga, não é Swan? – rebateu, irônico.

- Você sabe muito bem que eu o preferia como amigo a qualquer outra coisa, Cullen. – falei, encarando-o.

 

Edward desviara os olhos de mim e eu suspirei pesadamente, ficamos alguns segundos em silêncio e sem nos encarar.

 

- Bem que ela me dizia que você era apaixonada por mim... Como eu nunca percebi? – ele falava sozinho e baixo, mas dava para eu ouvir.

- O que?! – praticamente gritei – Ela dizia isso pra você? – o encarei, aturdida.

- Sim, cansou de me dizer e foi por esse motivo que brigamos várias vezes... – ele suspirou.

 

Eu comecei a rir, mas não era um riso qualquer, era simplesmente um ataque de risos. A Gilmore é realmente patética, ela simplesmente é tão idiota ao ponto de dizer para o namorado que a melhor (ex) amiga era apaixonada por ele?

 

Enquanto eu ria que nem uma doida, Edward me olhava confuso, como se eu fosse maluca.

 

- Será que eu posso saber o motivo de tanta graça? – ele perguntou, ríspido.

- Pode... – disse, no meio das risadas – Realmente a Gilmore é patética. – disse, tentando me acalmar.

- Por quê? – indagou-me.

- Como que uma garota diz ao namorado que a melhor amiga dele é apaixonada por ele? – perguntei, reprimindo mais uma risada.

 

Edward me encarava atônito e pensativo, acho que ele me compreendeu.

 

- É... – murmurou – Talvez você tenha razão.

 

Eu somente o encarei e quando iria dar uma resposta atrevida, o sinal tocou para me interromper e logo o professor estava entrando na sala de aula, assim como os outros alunos. A Gilmore não deu as caras na aula e eu tive que agüentar os dois primeiros tempos do dia ao lado do Cullen. Se isso fosse há alguns dias atrás, eu estaria feliz por estar ao lado do meu amigo, mas as circunstâncias mudaram...

 

Ok, admita Bella... Você bem que está feliz por estar ao lado dele. Dizia minha consciência.

 

A aula se passou e eu finalmente pude sair daquele martírio. Eu já estava no corredor quando a Sra. Cope – a secretária da minúscula escola – me abordou, dizendo que só estavam a minha espera na sala do diretor, para falarem sobre a prova do intercâmbio. Com todos esses problemas, até me esqueci dessa tal prova.

 

Fui andando até a diretoria com a Sra. Cope e assim que entrei na sala, tinham somente uns dez alunos – contando comigo – mais o diretor e a Srta. Williams – a professora de inglês e coordenadora do intercâmbio –, ela sorriu pra mim e o diretor Maison começou a falar. Nós iríamos fazer a prova no final de semana, no sábado para ser mais exato, seria pela manhã; ele nos deu um papel com o conteúdo da tal prova. Eu não fiquei com medo nem nada do gênero, era só conhecimentos gerais, nada de muito específico. Fomos liberados para voltar as nossas aulas, fiquei feliz por isso, mas a Srta. Williams me barrou na saída.

 

- Bella, querida, quero te desejar boa sorte e eu estou apostando em você! – ela disse, empolgada.

- Mas professora, eu não sou a melhor... – disse, constrangida.

- Pra mim, você é a que tem a maior chance de passar nessa prova. – ela disse, ainda animada.

- Bom... – murmurei, ainda constrangida – Então eu agradeço. – sorri e ela retribuiu o sorriso, desejou-me “boa sorte” mais uma vez e se afastou de mim.

 

Entrei atrasada na sala de cálculo, a Srta. Waldorf não brigou, pois eu tinha uma justificativa, mas ela já estava sabendo. Daniel me perguntou o motivo do atraso quando eu me sentei ao seu lado, me expliquei rapidamente e ele somente murmurou um “ah” e voltou a prestar a atenção na aula.

 

Eu fiquei pensativa, queria muito passar nessa prova, acho que talvez se eu desse um tempo nisso tudo, eu ficaria melhor comigo mesma... Sem Edward Cullen na minha vida. O dia se passou corrido, eu vi Edward no intervalo, ele passou o tempo todo debaixo da árvore no pátio, estava chovendo fino, ele ficou sentado com os braços apoiados no joelho, olhando pra frente. Senti-me mal de vê-lo tão afastado de tudo, de seus amigos, de mim...

 

Eu fiquei quieta no meu canto, o observando de longe, dispersa da conversa que rolava ao meu redor, me perguntava mentalmente se o que eu tinha feito foi pra melhor. Sei que não era hora de arrependimento, mas vê-lo tão distante de tudo e de todos era doloroso pra mim.

 

- Bella... – ouvi a voz da minha fadinha preferida me chamar e eu a olhei – Foi o melhor. – disse, certa do que dizia.

- Será mesmo, Allie? – a indaguei, incerta.

- Foi sim, Bella. – sorriu – Ele merecia saber, por mais que agora ele esteja mal, mas ele tinha que saber a verdade. – disse firmemente.

- É. – murmurei – Ele tinha que saber, era o melhor pra ele. – tentei me convencer do que falava.

- Claro. – Alice concordou comigo – Agora, deixe de se lastimar por ele, Edward tem que sofrer para amadurecer... – eu assenti e o sinal indicando que o intervalo tinha chegado ao fim tocou – Vamos pra sala.

 

Eu a segui e fiquei mais que dispersa nas últimas aulas do dia. Assim que – finalmente – o último sinal do dia tocou, eu peguei minhas coisas e rumei para o estacionamento, queria ir pra casa e me trancar no quarto. Acho que o destino estava contra mim, pois quando já estava perto do meu carro, ouvi uma voz muito conhecida me chamar.

 

- Bella! – era Edward e ele estava bem atrás de mim.

- O que? – perguntei, ríspida.

- Eu queria falar com você. – ele disse e eu somente o encarei, esperando que ele falasse – Bom... Será que algum dia você vai poder me desculpar por não ter acreditado em você? – disse tudo de uma vez, ficando sem fôlego.

 

Eu fui pega – literalmente – de surpresa.

 

- Você sabe que eu já te perdoei. – disse, sorrindo da minha insanidade.

- Já? – me encarou confuso.

- Já. – sorri de novo, eu era muito masoquista comigo mesma – Mas, isso não significa que voltamos a ser amigos. – expliquei.

- Eu sabia disso. – sorriu triste.

- É. – murmurei concordando e me voltei para o meu carro.

- Bella. – me chamou e eu o encarei – Eu realmente sinto muito.

- Isso não muda o fato das coisas que você disse, Edward. – disse calmamente – Eu te perdôo pelo fato de que você estava cego de amores pela Gilmore, entendo isso, mas eu não posso mais ser sua amiga... – não sei como consegui proferir aquilo.

- Bella... – murmurou.

- Não diga nada. – eu disse, tentando engolir o choro que vinha.

 

Eu entrei no meu carro, o deixando sozinho, e dei partida. Dirigi o mais rápido pra casa, estacionei de qualquer maneira assim que cheguei e entrei correndo, lutando com as lágrimas teimosas que já saíam escorrendo pela minha face. Ouvi minha mãe me perguntando o que houve, quando passei como um trovão por ela, mas não dei bola. Entrei em meu quarto e peguei meu caderno de composições abrindo na página certa, peguei o violão e comecei a dedilhar a melodia já conhecida por mim e por Edward.

 

Gift of a Friend – Demi Lovato

(n/a: escutem pelo amor de Deus!)


Sometimes you think you'll be find by yourself

Às vezes você acha que vai ficar bem sozinho
Cause a dream is a wish you make all alone

Porque um sonho é um desejo que você faz totalmente sozinho
It’s easy to feel like you don’t need help

É fácil sentir que você não precisa de ajuda
But it’s harder to walk on your own

Mas é mais difícil andar sobre a sua própria maneira

 

Eu me lembro como se fosse ontem, nós dois compusemos essa música quando eu tinha quinze anos e ele dezesseis. Tínhamos passado por uma pequena prova de amizade e foi quando ele me prometeu que sempre seria o meu amigo. Doce ilusão...


You'll change inside when you realize

Você mudará por dentro quando você perceber
The world comes to life and everythings alright from beginning to end

O mundo traz à vida e tudo estará bem do começo ao fim
When you have a friend by your side

Quando você tem um amigo do seu lado
That helps you to find the beauty of all

Que te ajuda a encontrar a beleza de tudo
When you'll open your heart and believe in

Quando você abrir seu coração e acreditar nisso
The gift of a friend

O dom de um amigo

 

Eram belas palavras que faziam com que cada vez mais as lágrimas escorressem por minha face, eu já sabia que minha voz saía entrecortada a cada palavra do refrão da música, pois me doía ao saber que eu não tinha mais o meu amigo pra dizer isso a ele.

 

Someone who knows when you’re lost and you’re scared

Alguém que sabe quando você está perdido e assustado
There through the highs and the lows

Lá, através dos altos e os baixos
Someone you can count on, someone who cares

Alguém que você pode contar, alguém que se preocupa
Besides you where ever you go

Além de você onde quer que você vá

 

Lembro-me de quando ele chegou todo triste ao meu quarto, ele estava brigado com a Gilmore, ele veio até mim só pra me pedir colo... E eu ainda o aconselhei a procurá-la, pedir desculpas e se reconciliar com a idiota loira...

 

You'll change inside when you realize

Você mudará por dentro quando você perceber
The world comes to life and everythings alright from beginning to end

O mundo traz à vida e tudo estará bem do começo ao fim
When you have a friend by your side

Quando você tem um amigo do seu lado
That helps you to find the beauty of all

Que te ajuda a encontrar a beleza de tudo
When you'll open your heart and believe in

Quando você abrir seu coração e acreditar nisso
The gift of a friend

O dom de um amigo

 

Eu amava o idiota do Cullen, mas ele era o meu amigo antes de eu querê-lo como qualquer outra coisa e só Deus sabe o quanto eu sinto a falta dele, do sorriso, do olhar, das brincadeiras, dos nossos momentos de silêncio não-constrangedor, das nossas risadas, nossos momentos juntos...

 

And when the hope crashes down

E quando a esperança falhar
Shattering to the ground

Estilhaçando o chão
You'll, you'll feel all alone

Você estará, você estará se sentindo sozinho
When you don’t know which way to go

Quando você não sabe qual caminho percorrer
And there's no such leading you on

E não há nada te guiando
You're not alone

Você não está sozinho

 

Eu chorava muito, cantando e ao mesmo tempo me lembrando dos nossos momentos. Eu quero o meu amigo de volta! Eu o quero de volta, mas não posso tê-lo!


The world comes to life and everythings alright from beginning to end

O mundo traz à vida e tudo estará bem do começo ao fim
When you have a friend by your side

Quando você tem um amigo do seu lado
That helps you to find the beauty of all

Que te ajuda a encontrar a beleza de tudo
When you'll open your heart and believe in

Quando você abrir seu coração e acreditar nisso
The gift of a friend

O dom de um amigo


Eu cantei o refrão com toda a voz que ainda me restava... Fui dedilhando os últimos acordes da canção que sempre mexia comigo quanto eu cantava. Terminei de cantar e suspirei, deixei o violão em cima da cama e quando meu olhar bateu em frente à sacada, tive uma surpresa imensa! Edward me olhava intensamente de sua sacada, que infelizmente era de frente pra mim, arregalei os olhos, tamanha a surpresa de vê-lo e ele notou que o vi, e saiu da sacada.

 

Estranhei, obviamente, Edward não era de se esconder. Deixei pra lá e me deitei preguiçosamente na cama. Em menos de dois minutos que eu estava relaxada na minha cama, tentando não pensar em nada, mas ouvi a campainha e depois o berro da minha dizendo que era pra eu atender a porta. Levantei da cama a contragosto, desci os degraus da escada pulando de dois em dois, pra chegar mais rápido. Fui até a porta e abri de uma vez, quase caí pra trás quando vi quem estava na minha porta.

 

- O que você está fazendo aqui, Edward? – perguntei.

- Eu quero falar com você. – me respondeu, encarando-me com suas esmeraldas brilhando de intensidade.

- E... – o olhei.

- Eu a ouvi cantando a música que compusemos há dois anos, por que a estava cantando com toda aquela intensidade? – me indagou.

- Eu tenho que te dar satisfação da minha vida, Edward? – perguntei, atrevida.

- Não, mas... – começou a falar.

- Edward, sei que a música é nossa e o que significa tanto pra mim quanto pra você, mas eu não preciso te dizer o motivo de estar cantando-a toda vez que eu quiser... – o interrompi.

- Eu sei, é que...

- “Que” o que? – revirei os olhos.

- Essa música mexe comigo toda vez que ouço você cantar, mas mexeu bem mais a ouvindo hoje. – ele me encarou significativamente com aqueles belos olhos que me faziam perder a razão – Se lembra de quando compusemos? – e ele sorriu torto.

- Lembro sim, mas agora não é à hora de nostalgia, Edward. – disse, querendo cortar aquele assunto – Você tem mais alguma coisa pra falar?

- Sim. – disse, convicto – Eu quero dizer que sinto muito a sua falta.

- Só agora que você vem me dizer isso? – disse, irônica.

- Bella, eu senti a sua falta todos os dias, mesmo quando estávamos “brigados”. – ele disse, sério.

- Edward, eu senti a sua falta também, mas...

- Bella, eu preciso de você de volta na minha vida. – me interrompeu.

- Edward isso não é possível. – disse, irredutível.

- Bella, por favor... – pediu num fio de voz.

- Edward, eu não consigo, sinto muito. – disse, no mesmo tom.

 

Ele me encarou por alguns segundos, abrindo e fechando a boca, eu sabia que ele queria dizer algo, mas não conseguia encontrar as palavras, eu acho. Eu suspirei cansada e ele se aproximou de mim, lentamente, o que diabos ele iria fazer? Edward me dera um beijo demorado na testa e saiu, sem dizer mais nada.

 

Eu voltei para dentro de casa e minha mãe estava saindo da cozinha, me olhando curiosa.

 

- Quem era? – perguntou.

- Edward. – murmurei.

- O que ele queria? – indagou-me, eu tinha ódio dessas indagações da minha mãe.

- Nada demais. – disse.

- Você está bem, meu amor? – olhou-me incerta.

- Tenho de estar. – respondi e voltei para o meu quarto, me trancando lá.

 

(...)


A semana se passou com extrema rapidez, quando dei por mim já era sexta-feira. Durante esses dias, a Gilmore voltou a ir à escola na terça e fez de conta que nada tinha acontecido. Soube pela nanica que a Gilmore tentou se aproximar do Edward, mas o mesmo deu um chega pra lá nela. Falando no Cullen, ele tentou me procurar por esses dias, mas eu não o deixei falar, se eu deixasse provavelmente iria me sensibilizar e deixá-lo voltar pra minha vida. Eu não vejo a hora de fazer essa bendita prova e ir para Montreal, se eu passar.

 

O sábado finalmente chegou e lá fui eu fazer a bendita prova. Cheguei um pouco antes do horário certo e fiquei dentro do carro esperando alguém aparecer, o que não demorou muito, logo a Srta. Williams estava chegando, ela que iria aplicar a prova junto com o diretor. Alguns minutos mais tarde e os meus concorrentes estavam chegando, saí do carro e adentrei a escola. Na hora combinada que iríamos fazer à bendita, estavam todos os dez alunos selecionados – incluindo a mim – sentados nas carteiras de uma sala qualquer da escola.

 

A professora Williams começou a distribuir a prova e rapidamente eu já estava respondendo a mesma. Sinceramente falando, essa prova não tinha nada de muito misterioso. Dava tranquilamente pra fazer, tanto que eu fui a primeira a terminar a prova. Levantei-me da carteira e entreguei a minha prova para a professora, que sorria largamente pra mim. O resultado desta sairia daqui quinze dias, eles adiantaram o dia de fazer e o dia do resultado, pois queriam que o selecionado fosse assim que as férias comemorativas de fim de ano terminassem.

 

Saí feliz da sala de aula e fui caminhando para a saída, assim que pus meus pés pra fora da escola, eu encontrei um garoto, com seus cabelos cor de bronze desalinhado propositalmente, seus olhos verdes que nem esmeraldas, encostado em seu reluzente Volvo prata... Acho que já deduziram de quem eu estou falando.

 

Eu suspirei só de olhá-lo, Edward me encarava intensamente e o seu maravilhoso carro estava estacionado ao lado do meu Crossfox. Fui andando lentamente até lá e passei reto por ele, não queria conversa, mas eu nem dois passos em direção ao meu carro, pois Edward me puxou pelo braço, fazendo com que eu virasse de frente pra ele.

 

- O que você quer, Edward? – fui extremamente grossa, sem necessidade.

- Precisamos conversar.

 

-x-


N/A: Sei que esse capítulo foi meio tristonho e que a Bella é muito cabeça dura, mas eu gostaria que vocês entendessem o lado dela. Porque ela foi magoada por ele, o Edward disse coisas duras pra ela, então compreendam... Mas, e aí... O que vocês acharam? O que será que o Edward quer conversar com a Bella? *mistério* Só no próximo capítulo. *risos*

 

Então, não sei se a maioria sabe, mas eu creio que sim, essa fanfic tem uma outra fanfic, que é narrada pelo Edward, babies.

 

É a Just Friends, é a versão da Don’t, narrada pelo Edzinho. E eu vejo que as reviews são tão poucas e aqui é bem mais, passem lá também, ok? Ah, e pelo amor da santa, passem na Remember Me, tá?

 

Beijos e queijos,

Tamy Black.


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