Remember Me escrita por Tamy Black


Capítulo 9
Dor




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Edward POV.


Eu não me importava com a chuva que estava caindo torrencialmente sob mim.

 

Eu não me importava com mais nada na minha vida.

 

A única coisa que eu queria era estar no túmulo ao lado do que está diante de mim.

 

Elizabeth Marie Swan Cullen, doce esposa e preciosa filha.

*13/09/1988.

+02/01/2009.

 

Era tanta dor que eu já estava inerte a tudo e a todos. Eu ainda não conseguia acreditar que a minha... Minha Lizzie não estava mais comigo. Ela estava bem e de uma hora pra outra... Eu já não estava mais ligando para as lágrimas que escorriam pela minha face.

 

Eu simplesmente desabei ao ver o seu corpo sem vida quando a vi no velório. E o que mais me matava, era que eu não estava ao lado dela quando a mesma dera o seu último suspiro. Quem estava era Alice, que estava em choque no hospital, ela desmaiou e não conseguia dizer nada, somente chorava.

 

Entrei no mais absoluto desespero, meu pai me tirou do lado dela a força, a mãe de Lizzie – Renée – estava inconsolável, tanto quanto o Charlie. Mas, acho que nenhum deles sentia a mesma dor que eu, ninguém sabia o que se passava pela minha cabeça.

 

O enterro aconteceu a não sei quantas horas e eu não consigo sair da frente do túmulo dela, não consigo... Parece que ela levou uma parte de mim consigo. Eu sei que todos já haviam ido e que eu tinha prometido ao meu pai que iria logo em seguida, mas eu tinha como sair dali. Eu queria estar com ela, à vida não tinha mais sentido sem ela.

 

Bella POV.

 

Eu me levantei na mesma hora da cama e comecei a arrumar as minhas coisas de qualquer maneira na primeira mala que vi no meu closet. Não sabia o porquê de estar fazendo isso, − aliás, eu sabia sim −, mas o sonho que tive com a Elizabeth foi muito real.

 

Então, por puro impulso, eu estava de mala pronta para ir ao fim de mundo chamado Forks. Eu não sabia, simplesmente sentia, que tinha que ir para lá. As coisas que ela me pediu no sonho, eu não sabia como, mas eu iria cumprir. Minha cabeça estava a mil e no fundo eu sentia um remorso me corroendo por dentro.

 

Eu sei que os motivos que tinha para ter feito o que fiz, não eram aceitáveis. Só que agora não era hora de corroer-se, era hora de agir e pelo pouco que sei, ainda tenho que fazer muitas coisas para me redimir com a minha irmã.

 

E infelizmente ela não estava mais aqui. Do nada, me veio um choro repentino, mas por que eu estava chorando? Eu e Elizabeth não tínhamos vivido nada juntas, não tínhamos nenhuma lembrança que poderia se dizer nossa, ou algo que compartilhamos juntos.  Era estranha essa ligação com ela, muito estranha.

 

Deixei um recado na secretária eletrônica do apartamento do Oliver e já arrumada, tranquei meu apartamento e rumei de táxi para o aeroporto. Por sorte, consegui um vôo para Washington que sairia dali a duas horas, resolvi comer alguma coisa e ligar para a minha mãe.

 

O seu celular chamava e chamava, já estava desistindo, quando finalmente atendeu a ligação.

 

- Alô? – não era a minha mãe, acho que era o meu... Pai.

- A Renée, por favor. – pedi.

- Bella? – ele reconhecera a minha voz?

- Sim, sou eu. – disse.

- Sou o Charlie, seu... Pai. – ele estava com a voz rouca e meio embargada.

- Eu percebi, quero falar com a minha mãe, por favor. – pedi, direta.

- Desculpe, mas ela não está em condições de falar. – ele disse e eu o escutei fungar.

- Eu já imagino o que seja, Charlie. – não iria chamá-lo de pai, não ainda – E por mais estranho que isso pareça, sei que a Elizabeth já não está entre nós. – o senti ofegar – Eu só queria avisar que estou indo para Forks.

- Co-como você sabe da Lizzie, Bella? – indagara-me, aturdido.

- Simplesmente sabendo. – disse por fim – Avise-a pra mim, ok?

- Claro que sim, mas você não quer que eu a busque em Port Angeles? – ele pediu.

- Tudo bem. – eu disse, não saberia me virar por ali mesmo.

- Ok, eu preciso ajudar com as coisas do velório da sua irmã, por mais que me doa... – ele suspirou – Ainda temos você, querida. – fungou.

 

Decode – Paramore

 

Não consegui responder, simplesmente murmurei um “até logo” e encerramos a ligação. Às duas horas se passaram rapidamente e eu já estava no avião destinado ao meu país. Passei dez horas dentro de um avião, nove horas ainda de Oxford para Washington, mais uma no pequeno avião para Port Angeles. Quando desembarquei no pequeno aeroporto da cidade próxima a Forks, já eram mais de três horas da tarde, eu tinha dormido no avião, me sentia cansada.

 

Charlie e minha mãe estavam a minha espera, minha mãe assim que me vira correra até mim e me envolvera num abraço apertado, soluçando muito, diga-se de passagem. Ela estava com os olhos inchados e eu dei um abraço tímido no meu pai, ele também estava visivelmente abalado, mas acho que a qualquer momento desabaria.

 

- Antes de irmos para qualquer lugar... – comecei a falar, encarando ambos – Eu queria vê-la.

- O enterro foi no começo da tarde, antes da chuva torrencial que está agora. – Charlie disse.

- Então, eu quero ir ao cemitério. – eu pedi.

 

Minha mãe não disse nada, apenas assentiu com a cabeça e ainda chorava silenciosamente. Fomos para o carro de Charlie e mais uma hora depois, estávamos adentrando a Forks. Chovia intensamente e logo paramos na entrada do cemitério. Meus pais fizeram a menção de sair junto comigo, mas antes que eles o fizessem, eu me adiantei.

 

- Eu quero fazer isso sozinha. – supliquei e minha mãe chorou mais compulsivamente – Só me digam aonde encontrá-la.

 

Meu pai me deu as coordenadas e eu saí do carro, antes de eu sair, Charlie dissera que eu podia levar o tempo que quisesse, eles estariam me esperando no carro. Saltei para fora do veículo, não me importando com a chuva que caía naquela minúscula cidade. Senti os saltos finos das minhas botas afundarem nas poças de lama que banhavam o chão da entrada do cemitério, simplesmente me guiei pela rápida orientação de Charlie para encontrar a lápide de minha irmã.

 

Mas não foi preciso muito esforço para encontrá-la. O cemitério estava muito deserto, a não ser por uma pessoa que estava ajoelhada de frente para a lápide, que provavelmente era a da minha irmã. Estranhei, quem seria aquela pessoa? Aproximei-me mais e percebi que era um homem, ele estava ensopado pela chuva, ao me aproximar mais ainda, notei que ele estava de olhos fechados e com uma das mãos em cima da lápide de mármore branca.

 

De cima, vi a escritura que continha na lápide:

 

Elizabeth Marie Swan Cullen, doce esposa e preciosa filha.

*13/09/1988.

+02/01/2009.

 

Era o túmulo da minha irmã.

 

Senti minhas pernas amolecerem e meu coração batia descontroladamente. Minhas pernas cederam e eu acabei ajoelhada ao lado do homem desconhecido. As lágrimas caíam como a grossa chuva que banhava toda a cidade. Eu não conseguia entender o motivo da dor que estava apertando todo o meu peito, era como se uma parte minha estivesse indo embora.

 

E eu não liguei para o desconhecido ao meu lado.

 

Depois de a chuva ter lavado as minhas lágrimas, senti um toque no meu ombro esquerdo. Vir-me-ei para encarar o desconhecido, só podia ser ele me tocando. E me arrependi amargamente de ter feito isso, pois ao encarar os belos orbes verdes do desconhecido, tive a impressão de que já o conhecia a vida inteira, além de senti toda a dor que aqueles olhos transbordavam.

 

A expressão dele ia de surpresa a confusão. Ele me olhava como se eu não fosse real, mas quem era ele? Aqueles olhos, não me eram estranhos...

 

- Lizzie... – ele murmurara.

 

E eu acordei dos meus devaneios quando ele pronunciara o nome da minha irmã. Mas, quando eu ia dizer que não era ela, o dono dos mais belos e tristes olhos que eu já vi tombara para trás, caindo completamente inconsciente.

 

-x-

 

n/a: Oi gente! Dois meses sem postar nada na RM, sinto muito. Bem, como a maioria deve saber a RM ganhou a enquete e ela que voltou da hibernação. Ótimo! Eu queria que ela ganhasse mesmo. Obrigada pela compreensão. Espero que vocês tenham gostado do capítulo e comentem muito!

Passem na minha one-shot: The Cure.

Beijos,

Tamy Black.


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