Remember Me escrita por Tamy Black


Capítulo 8
Excesso de Informações




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No capítulo anterior:

 

- Mãe?! – perguntara confusa.

 

Só que ela não viera sozinha, tinha um cara atrás dela, mas ela tinha mais ou menos a idéia de quem era. Não podia ser... Por que agora?


***

 

- Podemos entrar, Bella? – perguntara Renée, visivelmente apreensiva.

- Cl-claro. – a garota gaguejara, mas dera espaço para a mãe entrar em sua casa seguida do cara que a acompanhava – Sentem-se, por favor.

 

Os dois se sentaram no imenso sofá branco que tinha na sala do apartamento da jovem Swan. Renée se sentara e o mesmo fizera Charlie, sim, era o pai de Bella que estava ali.

 

- Bella, meu anjo, eu não iria fazer isso se realmente não fosse necessário, mas... – Renée já tinha os olhos cheios de lágrimas.

 

Bella estava extremamente confusa, olhava da mãe para o homem extremamente familiar ao lado dela, não disse nada, esperou que a mãe continuasse a falar, mas ela começara a soluçar e Bella se preocupara mais ainda.

 

- Mãe, o que está havendo? – perguntou de uma vez.

- Bella. – o homem se pronunciara pela primeira vez – Eu sou seu pai, Charles Swan.

 

WOW. Bella tomara um choque. Como assim?! Como o cara chega do nada e diz que é seu pai? Sua mãe ainda chorava, Bella que tinha saído de sua poltrona e se agachado aos pés da mãe, ao ouvir o que o homem disse, caiu sentada no chão. Ficando paralisada. Não era possível, depois de todos esses anos...

Bella olhara para a mãe, depois do seu momento de choque, e a mesma somente assentira com a cabeça. Num átimo, Bella se levantou do chão e ficara de pé, virando de costa para os pais, ela estava bufando de raiva. Depois de dezenove anos sem ouvir uma única palavra sobre seu pai e simplesmente do nada, ele aparece e...

 

- Bella, filha, me escute primeiro e depois pode gritar. – Renée dissera, ela conhecia sua filha bem demais para saber qual seria a reação dela.

 

A garota se virara para mãe e lhe lançou um olhar que a mataria se ela tivesse o poder para isso, era uma mistura de ódio, decepção, raiva e confusão. Bella não disse nada, não conseguia encontrar palavras, então se jogou na poltrona e bufou muito irritada.

 

- Será que eu posso saber o motivo disso? – ela perguntou, irônica.

- Pode sim, Bella. – o pai falou e ela lhe lançou um olhar enviesado – Eu e sua mãe éramos dois adolescentes imaturos quando nos casamos... – ele suspirara – Fomos para faculdade e logo sua mãe engravidou, só que não esperávamos somente um bebê, eram duas. – ele disse e Bella arregalou os olhos.

 

Então, aquela ligação de alguns meses atrás era verdade. Da garota que a tinha ligado e dito que era sua irmã, a história que ela achou sem pé nem cabeça, era verdade.

 

- Eu tive duas meninas, você, Isabella e a Elizabeth. – Renée disse, ainda banhada de lágrimas, Bella estava confusa demais – Só que eu e seu pai achamos que daríamos conta de criar as duas, mas as coisas foram dificultando com o tempo e o amor que tínhamos se dissipara... Acabamos nos separando.

- E quando nos divorciamos, pedimos a guarda das duas, mas o juiz não concedeu, então fizemos um acordo: cada um ficaria com uma de vocês e vocês não saberiam da existência de nenhuma da outra, pois eram bebês quando nos separamos e movido pelo ódio e a raiva que estávamos sentindo, acabamos aceitando esse acordo estúpido. – Charlie bufara ao se lembrar do dia no tribunal.

- Os anos se passaram e pensamos que tudo iria bem, Bella, que realmente não precisaríamos nos ver nunca mais. – sua mãe disse calidamente – Mas, sua irmã... – soluçara – Ela está doente, ela pode morrer e só você pode salvá-la, por ser sua gêmea. – e Renée soluçara mais forte dessa vez, sendo amparada por Charlie.

 

Bella ouvia tudo que ambos diziam, era informação demais para a cabeça dela. Era tudo novidade e a raiva que sentia de ambos só ia crescendo, quem eram aqueles dois? Quem era sua mãe? Ela não queria saber de nada, nem de irmã, mãe e pai... Nada. Queria que eles sumissem.

 

- Ok, eu escutei. – Bella disse, bufando – Agora, eu quero que ambos saiam da minha casa e não voltem mais. Não conheço vocês e não quero saber de nada! Isso é muita confusão pra mim! – disse quase gritando de ódio.

 

Charlie e Renée se entreolharam, sabiam mais ou menos que essa seria a reação dela, mas eles deixariam que a filha mais nova – por assim dizer – pensasse nisso e depois voltariam a falar com ela. Eles saíram e Bella desabou no sofá, chorando silenciosamente, não era possível que isso podia estar acontecendo.

 

03/03/08; Forks General Hospital – Forks; Washington

 

Lizzie estava acordada e extremamente cansada, aqueles remédios eram um inferno pra ela. Seu pai estava viajando e ela sabia mais ou menos pra onde ele tinha ido, provavelmente deve ter falado com sua mãe e devem estar indo atrás de sua irmã. Fora necessário essa doença infeliz para que ela voltasse a ver a mãe e a irmã.

Apesar de estar doente e com um pé no caixão, Lizzie tinha fé que iria sair dessa, estava sendo tratada por seu padrinho que era especialista nesses tipos de doença e provavelmente encontrariam seu doador e ela tinha a maior fé de que sua irmã seria compatível a ela, pois elas eram gêmeas.

Ela só estava triste pelo sofrimento que estava causando ao seu amado e por ter perdido o seu bebê, mas eles ainda teriam tempo pra isso, teriam sim.

Edward transferira seu curso para a universidade de Forks, não iria conseguir ficar longe de Lizzie, ainda mais agora. Ele estava praticamente morando no único hospital de lá, mas ele tinha esperanças de que seria por pouco tempo. Antes de Charlie ir para Inglaterra, ele tinha conversado com o genro sobre o que faria lá. Edward já estava sabendo da gêmea de Lizzie, queria conhecê-la, ele iria, era só questão de tempo. 

 

02/04/08; Apartamento de Bella – Oxford; Inglaterra

 

Bella estava tentando se desligar desse assunto, mas as palavras de sua mãe ainda ecoavam em sua mente: “Você é a única que pode salvá-la.” E por mais que tivesse mandado os pais irem pro inferno, e também dito que não sairia do seu país para se tocar no fim de mundo, aquilo ainda a martelava. Era como se ela fosse à única que realmente pudesse fazer algo, mas e se o tal teste desse negativo? Se ela não fosse a tal doadora compatível?

Ela tinha conversado com Oliver, o mesmo acho aquilo surreal demais, duas Bella’s? Na verdade eram duas mulheres que eram idênticas, pelo menos quase, pois Lizzie era loira, tinha puxado a sua avó, mãe de Renée, e Bella tinha os cabelos castanhos herdados do pai, mas ambas tinham os mesmo olhos verdes da mãe.

Lembrou-se do dia em que sua mãe estava indo embora, do modo como ela suplicara para que Bella fosse, para que ela salvasse uma vida, uma pessoa que ela mal conhecia e que era sua irmã. Era coisa demais, Oliver tinha dito a ela que isso realmente podia ajudar a irmã, mas Bella estava com muita raiva, muito ódio por terem escondido isso dela e da tal irmã. Bella era impulsiva demais, falava o que pensava sem medir distância e nem as conseqüências, tinha dito a mãe e ao pai que não arredaria o pé.

Mas, por pena e por desencargo de consciência, ela estava hoje terminando de arrumar suas malas para ir a Forks. Oliver não poderia acompanhá-la, mas ela não ficaria para tempo de apresentações, iria somente fazer o teste e se desse positivo, fariam a transfusão de medula.

Oliver a deixara no aeroporto lhe desejando boa sorte com um beijo singelo nos lábios, Bella suspirara e fora andando em direção ao portão de embarque.

 

 03/04/08; Forks General Hospital – Forks; Washington

 

Muitas horas de vôo depois, Bella já estava no aeroporto de Port Angeles, onde sua mãe a esperava com o pai do lado. Sua mãe fez menção de lhe abraçar, mas Bella impediu que ela viesse.

 

- Vamos acabar logo com isso. – disse, friamente.

 

Bella não quisera descansar quando chegaram já de noite em Forks, foram diretamente para o hospital e fizeram o teste tão esperado. Como Carlisle, seu padrinho que conhecera ali, era o diretor do hospital, o exame sairia na tarde seguinte. Depois de feito o exame, Bella fora para um hotel, não quisera ficar na casa do pai e muito menos quisera conhecer a irmã, só estava fazendo isso para não ter problemas de consciência futuros.

Assim que entrara no quarto do hotel da minúscula e chuvosa Forks, Bella ligara para o noivo e depois tomara um banho, indo logo dormir depois, estava morta de cansaço. Dormira por muitas horas, acordara com o toque estridente do seu celular, era sua mãe dizendo que o resultado do exame havia saído e que dera positivo. Só teve tempo de tomar um banho e voltar para o hospital, Carlisle fizera alguns exames em Bella e logo já estavam dentro da sala de cirurgia, para a retirada da medula de Bella.

Noventa minutos mais tarde, Bella já estava em um quarto para se recuperar da pequena cirurgia, ela sairia no outro dia do hospital, era uma coisa simples e banal, rápida. Sua mãe ficara consigo durante esse dia, mas poucas palavras trocaram.

No dia seguinte, Lizzie já estava recebendo por transfusão de sangue a medula doada por sua irmã gêmea, mas estava muito eufórica para conhecer a irmã, pediu a mãe para que a trouxesse, mas a mãe disse que Bella não queria conhecê-la e nem ter qualquer vínculo com ela, isso a magoou, mas Lizzie meio que entendera a situação da irmã, do nada descobrir tudo isso, era informação demais.

Edward não entendera o motivo da gêmea de sua esposa não querer conhecê-la, já de noite, andou até o quarto da cunhada, pensou em lhe agradecer, por ter ajudado a salvar a vida de Lizzie, mas assim que entrara no quarto, o mesmo se encontrara vazio, somente continha um bilhete endereçado a Lizzie em cima da cama:

 

Eu já fiz a minha parte.

Espero que realmente isso a ajude, mas não quero fazer parte disso, a mágoa é imensa.

Seja feliz, Elizabeth.

Isabella.

 

Ele releu mais duas vezes e tentou compreender a atitude de Isabella, mas não conseguira. Levou o bilhete para Lizzie e a mesma banhou-se de lágrimas quando leu o mesmo. Ela queria conhecer a irmã e agradecê-la por tudo, queria conhecê-la e ser amiga dela, mas a tal Isabella não quis permitir, partiu o coração dele ver Lizzie daquela maneira, mas ela viveu dezenove anos sem a irmã, poderia viver mais alguns.

 

Alguns meses depois...

 

O transplante de medula óssea fora um sucesso absoluto nos meses seguintes. Mas, no meado de setembro, após o aniversário de vinte anos das gêmeas, Lizzie começara a piorar. E fora constatado que seu organismo tinha rejeitado a medula de Bella, no início fora tudo bem, mas houve algo que conseguira subornar o primeiro transplante. Então a luta começara novamente, eles começaram a buscar outros doadores, mas estava ficando difícil, muito difícil...

E Lizzie ia definhando cada vez mais, as sessões de quimioterapia a deixavam fraca e tiveram que raspar o seu cabelo. Sua mãe não saía de perto dela, nem o pai, isso fora um motivo para reaproximar os dois. Renée nem podia engravidar novamente, pois teve problemas no útero há alguns anos e teve que retira-lo. Parecia que o círculo ia se fechando para a jovem Lizzie.

Bella sabia disso, mas não sentia nada, não conseguia sentir. Parecia que seu coração tinha virado uma pedra e ela tinha colocado na cabeça que já tinha feito a sua parte. Edward estava ficando louco, não sabia mais o que fazer, parecia que o mundo estava perdido para ele.

 

02/01/09; Apartamento de Bella – Oxford; Inglaterra

 

02h e 45 min. AM

 

Bella se contorcia em sua cama. Oliver não estava dormindo com ela, pois ambos tiveram uma briga no primeiro dia do ano, mas isso não vem ao caso. Bella sonhava...

 

Love by Grace – Lara Fabian

(n/a: escutem pelo amor de Deus!)

 

Ela estava num imenso jardim, verde e brilhante, o sol quente, mas não trazia aquele calor insuportável, era agradável... Bella usava um vestido branco, folgado e seus cabelos estavam soltos ao vento. Ela estava confusa, era um sonho tão real. Andava devagar e vira uma imensa árvore, debaixo dela tinha alguém que também usava um vestido branco, Bella ficou curiosa e começara a andar na direção dessa árvore, para saber quem era.

À medida que Bella se aproximava da árvore, começara a reconhecer as semelhanças entre ela e a jovem que estava debaixo da árvore. Mas, também tinham as diferenças, a garota era loira e branca, tinha os seus olhos verdes, os mesmos de sua mãe e naquela hora reconhecera que aquela jovem era sua irmã gêmea: Elizabeth.

 

- Elizabeth? – Bella perguntara.

- Sim, sou eu, Bella. – a jovem loira respondera sorrindo ao olhar para a irmã.

- O que você está fazendo aqui? – perguntara.

- Já que você não quis me conhecer, eu tive que vir em seus sonhos. – Lizzie disse, levemente brincalhona.

- Oh... Desculpe-me por isso. – Bella disse, corando.

- Sem problemas Bella, eu até entendo você. – Lizzie disse ao ver o constrangimento da irmã.

- Mas me diga, o que a trás aqui? – Bella insistiu.

- Bella... – suspirara – Eu queria pedir alguns favores a você antes de ir, não podia ir sem ao menos falar com você.

- Ir pra onde Lizzie? – Bella indagou confusa – Vão encontrar um doador pra você, vão sim. – disse, tentando confortar de alguma forma a irmã.

- Não... Não vão. – Lizzie respondeu, mas não estava realmente triste – Bella, não diga nada ainda. – disse, ao ver que a irmã ia abrir a boca para falar algo – Eu queria que você cuidasse do nosso pai, sei que vocês não se conhecem, mas o conheça, cuide dele. – Bella assentiu ao ver os olhos da irmã cheios de lágrimas – E... – respirara fundo – Cuide do Edward, não o deixe enlouquecer, diga que eu o amo mais do que tudo no mundo, diga que eu sempre o amarei, por favor, Bella! Cuide do Edward! – suplicara.

- Sim, do nosso pai e do Edward. – Bella assentiu.

- Diga a Alice que ela é à melhor amiga do mundo, diga a Rose que ela sempre será a minha Barbie, ao Jasper e ao Emmett: que eles são os irmãos que eu nunca tive. – Lizzie soluçava enquanto pedia a irmã e Bella já chorava também. – Carlisle e Esme, nossos padrinhos... Eles são os melhores pais do universo! E a nossa mãe, diga que eu a amo.

- Porque você não diz isso a eles? – Bella perguntou.

- Não posso mais. – Lizzie olhara para o chão – Meu tempo acabou aqui, cuide deles por mim Bella, os ame como eu os amei, Bella eles são as melhores pessoas do mundo! Bella, cuide deles por mim. – Lizzie disse, já de pé e Bella também se levantou.

- Liz, não vá. – Bella pediu.

- Eu amo você, minha irmã. – Lizzie falou e depois olhou para trás, onde tinha uma imensa luz – Meu tempo está se esgotando, tenho que ir. Faça o que eu lhe pedi, é só o que quero. – disse, já se virando para ir.

- Lizzie! – Bella chamou.

- Adeus Bella. – disse sorrindo docemente para a irmã e indo na direção da luz.

 

Bella correu na direção da irmã, mas não conseguiu alcançá-la.

 

***

 

Na mesma hora, acordara. Olhara para o relógio digital em cima do criado-mudo.

 

02h 51min. AM

 

Bella fechara os olhos e em seguida os abrira, olhando desfocadamente para o nada.

 

- Ela morreu. – sussurrara para o nada.

 

-x-

N/A: Eu não tenho palavras para explicar esse capítulo. Foi bastante intenso e eu estou à beira de lágrimas, com essa música então. *limpa as lágrimas* Eu quero saber a opinião de vocês, fato.

Tive que adiantar as coisas, Lizzie já estava passando da hora de morrer. *sorriso amarelo* Desculpa a quem estava gostando dela – assim como eu –, mas era necessário. E o que virá a seguir? Bom, próximo capítulo é o enterro da Lizzie, e com isso a fic passa a ser narrada pelos POV da Bella e do Edward, teremos mais Alice, Emmett, Jasper, Rose e Cia.

Bom, vocês não atingiram a quantidade de reviews que eu pedi, mas chegaram quase perto. E não, não vou excluir a fanfic, eu gosto demais dela pra isso. Então continuem comentando, tá?

Beijomeliga;**

Tamy B.

 


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