Remember Me escrita por Tamy Black


Capítulo 7
Decisões




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22/02/08; Apartamento dos Cullen’s – Boston; Massachusetts


Lizzie não estava nada bem, já estava com quase quatro meses de gestação. Mas, ela estava perdendo peso e sua preocupação maior era com o neném. Seu filho, seu pequeno e grande amor. Ela estava se sentindo muito enjoada, saíra das aulas mais cedo do que o normal, Edward estava muito preocupado.

Chegara ao seu apartamento e jogara sua bolsa e seus materiais no sofá, andara direto até o banheiro e vomitara todo o almoço. Resmungara irritada, odiava vomitar, lavara o rosto e se olhara no espelho. Estava mais do que branca, bem pálida e com os olhos fundos, parecia que não dormia há dias. Tirara a roupa, um pouco tonta, e fora para debaixo do chuveiro. A água quente poderia melhorar um pouco o seu estado.

Abaixou a cabeça e fechara os olhos, sentindo a água quente escorrer pelo seu corpo. Abrira os olhos devagar e quando vira aquela gota de sangue no chão do banheiro se assustara, mas depois sentira que era de seu nariz que o sangue viera, pois sua mão fora para lá e quando tirou veio repleta de sangue. Lizzie enfiara o rosto debaixo da água, numa tentativa de estancar o sangue, que dera certo depois de vários minutos, estava sendo difícil de parar o sangramento.

Desligara o chuveiro e se enrolara na toalha, fora para o seu quarto e colocara uma roupa folgada, se sentia mal e muito tonta. De repente sentira uma dor muito forte no ventre e só pensara uma coisa: “Não posso perder meu bebê! Meu Deus me ajude!”. Contorcia-se de dor, mas estava sozinha em casa, tentara pegar o celular, mas antes que chegasse até o pequeno aparelho, sentiu um líquido escorrer por entre suas pernas e quando olhara para elas, se assustara, era sangue, vermelho e brilhante.

As lágrimas já escorriam fortemente por seus olhos, ela não podia estar perdendo o seu filho, o fruto de seu amor. Já soluçava, chorava e a dor continuava. Pegara o celular, mas estava tão nervosa que não conseguira discar o número do celular de Edward. Depois de algumas tentativas conseguira por fim ligar para o marido, que não demorara a atender o celular.

 

- Oi amor, está melhor? – ele perguntara assim que atendera.

- Ed-Edward... V-Venha pr-pra ca-casa a-gora. – ela dizia em meio aos soluços.

- O que foi que houve?! – ele perguntara preocupado.

- Não discuta e venha rápido! – pedira num fio de voz e encerrara a ligação.

 

 Edward não pensara duas vezes, algo de ruim tinha acontecido para Lizzie estar aos prantos. Ele a conhecia suficientemente bem para saber quais eram as suas reações. Que não fosse nada de grave, pensava ele enquanto dirigia desesperado de volta para o seu apartamento. O apartamento em que eles moravam não ficava muito distante do campus da universidade, então não foram mais que cinco minutos de carro.

Edward estacionara o Volvo de qualquer maneira a frente do prédio e subira correndo até seu apartamento, tinha elevador, mas eles moravam no segundo andar, sem contar o fato de que estava desesperado e preocupado demais com sua esposa.

Abrira a porta do apartamento com extrema rapidez e já pudera ouvir os soluços altos da esposa no quarto. Correra até lá e a encontrara sentada no chão, o chão ao redor dela estava repleto de sangue, logo deduzira o que acontecera, mas ficara assustado com o fato de ela estar sangrando pelo nariz também. Quando Lizzie o vira, erguera os braços para ele e o mesmo a pegara no colo, Edward iria levá-la para o hospital mais próximo, talvez ainda pudesse... Ou seria tarde demais.

Lizzie murmurava aos soluços: “eu o perdi, eu o perdi” em seu ombro enquanto estava em seu colo, Edward estava quase chorando, odiava vê-la chorando e ainda mais sabendo que o que ela estava murmurando era praticamente a verdade.

Colocara-a no banco detrás do carro e pedira a ela para se acalmar, mesmo sabendo que era em vão. Edward voltara ao banco do motorista e dera partida no carro, e em menos de dez minutos estavam estacionando no hospital mais próximo. Pegara-a novamente no colo e entrara como uma bala no setor de emergência, pedindo socorro.

Não soube por quanto tempo ficara sentado no corredor esperando que ela saísse da sala com o médico, Dr. Connors, seu professor na universidade e de Lizzie também. Ele ligara para os irmãos e para os pais, obviamente para o pai de Lizzie também. Alguns minutos, intermináveis, diga-se de passagem, depois e o Dr. Connors saíra da sala, Edward se levantara de átimo da cadeira e se aproximara dele.

 

- Então, ela perdeu mesmo? – perguntara temeroso, mas já prevendo o que viria a seguir.

- Sim, sinto muito. – ele disse sério e Edward sentiu os olhos marejarem, tinha perdido o seu filho – Mas, essa não é a sua preocupação maior. – e Edward o olhara confuso e as lágrimas caíam de seus olhos – Como você disse assim que chegaram, ela estava sangrando pelo nariz, sem contar que ela vem me contando de alguns sintomas que não são de gravidez. – o médico continuava a falar e Edward estava mais do que preocupado agora.

- E o que é? – ele perguntara mais uma vez.

- Eu suspeito de leucemia mieloide*, eu já pedi os exames que comprovam a minha suspeita. – Edward ficara bestificado.

 

Leucemia? Sua vida... Tinha câncer?

 

- Mas... – balbuciara ele.

- Ainda não é uma coisa certa, Edward. Mas... – ele não terminara.

- Dr. Connors, há chance de salva-la não há? – Edward perguntara visivelmente aflito.

- Claro que há! Mas, temos que saber se a minha suspeita é certa. – ele disse olhando para o jovem com compaixão.

- Ok. – Edward respirara fundo, afinal ele seria médico dali alguns anos também, tinha que ser racional nessas horas, mas como seria? Se a mulher que ama estava com a suspeita de uma doença dessas? – Como ela está?

- Sedada. – dissera – Pode vê-la se quiser.

- Obrigada Dr. Connors. – Edward agradecera sinceramente.

- Estou aqui para isso, daqui algumas horas o resultado sai e eu venho falar com você, não a acorde, ela estava bastante agitada. – ele pedira e Edward assentira com a cabeça.

 

Edward adentrara o quarto e vira Lizzie mais pálida que o normal, ela ressonava tranquilamente. Já estava com o equipo* e o soro estava conectado a ela. Ele se sentara na cadeira que tinha ao lado de sua cama e ficara velando seu sono, ele riria se alguém lhe contasse antes que isso aconteceria com ele, mas a vendo tão indefesa, Edward não sabia o que faria se o resultado do exame desse positivo. Mas, se o doutor Connors pedira, era porque ele suspeitara fervorosamente disso e não seria ele quem contestaria. Estava pedindo a Deus que o resultado desse negativo, mas os sintomas – por mais que fossem raros – que Lizzie apresentava eram sugestivos a essa infeliz doença, mas tinha o lado bom, a doença tinha uma porcentagem alta de cura.

As horas passavam lentamente e isso era agonizante. Rosalie, Emmett, Alice e Jasper já estavam no hospital dando apoio a Edward, Lizzie ainda dormia, o médico dissera que era normal ela dormir, pois a dose de sedativo que deram a ela fora grande, devido à extrema agitação e inquietação que ela estava. Uma enfermeira entrara no quarto e disse que o Doutor Connors o chamava em sua sala, isso era sinal de que o resultado já havia saído. Edward andara a passos largos até a sala do médico e mentor, seu coração batia desesperadamente, ansiedade era tamanha.

Batera a porta e o doutor o mandara entrar. Edward tomara um fôlego, como se tivesse criando coragem e abrira a porta, ele entrara e o doutor Connors o mandara se sentar, ele estava com o semblante bastante sério. Mau sinal.

 

- E então? – Edward perguntara de uma vez.

- Suspeitas confirmadas. – disse seriamente olhando para o aluno.

 

E o mundo literalmente desabara aos pés de Edward Cullen. Como sua jovem e amada esposa tinha essa doença infame? Sentiu seus olhos marejarem, mas segurara as lágrimas, ele precisava ser forte, por ela. Mas como? O médico falar sobre a doença, o tratamento, o que tinham de fazer, como achar um doador... Mas, ele não estava a prestar atenção em nada. Como ele contaria a ela? Como seria a vida a partir de agora?

Ele conhecia muito bem essa doença, fora um tema de trabalho que fizera, sabia como os pacientes ficavam, como o tratamento era demorado e como na maioria das vezes não se tinha sucesso nos mesmos. A cabeça de Edward estava girando, eram muitas informações e emoções ao mesmo tempo, será que ele daria conta?

 

26/02/08; Forks General Hospital – Forks; Washington 

 

Carlisle Cullen andava pelos corredores do hospital no qual trabalha e era um dos diretores. Ele estava com a prancheta da paciente Elizabeth Marie Swan Cullen, ou seja, sua afilhada. Estava dando uma olhada em seus exames, todos foram pegos de surpresa com a descoberta da doença de Lizzie. Todos estavam muito preocupados.

Pois, ela definhava tão rapidamente, já tinham começado a procura do doador de medula para ela, mas ainda não tinham encontrado nenhum doador. Agora, ele se dirigia até a ala de neurologia falar com seu grande amigo e pai de sua afilhada, ele sabia o que fazer. Ele tinha a solução, mas a teimosia e o orgulho iriam acabar fazendo com que acontecesse o pior. Ele não iria deixar.

Batera a porta da sala de Charles e o mesmo com sua voz grave mandara entrar, ele fizera isso e Charlie não disse nada, o amigo tinha passe livre para adentrar a sua sala a hora que quisesse.

 

- Olá Charlie. – cumprimentou Carlisle.

- Olá Carl. – retribuiu o cumprimento.

- Meu amigo, você sabe que Lizzie chegou há dois dias aqui e eu tomei o caso dela, você sabe os meus motivos, eu já expliquei para todos a doença dela, até para ela própria. – Carlisle disse seriamente – E eu sei que você tem a solução para o problema dela.

- O que você quer dizer? – Charlie balbuciara, ele sabia muito bem do que o amigo estava falando.

- Charlie... – suspirara – Não se faça de desentendido, você tem que ligar para Renée e explicar a situação, ela é mãe e tem que saber! – Carlisle exasperara-se.

- Mas Carlisle, nós fizemos um acordo com o juiz e... – Charlie tentava arranjar uma desculpa.

- E por isso vai deixar sua filha morrer?! – Carlisle quase berrara.

- Não! – Charlie se exasperara, agora.

- Então ligue para Renée e converse, você sabe que Bella pode salvar a irmã, sabe que ela tem uma porcentagem imensa de ser a doadora de Lizzie! Você tem que se decidir: ou seu orgulho, ou a vida da sua filha! – Carlisle dissera firme.

- Ok, eu vou ligar para a Renée, afinal de contas ela é a mãe e num momento desses temos que esquecer tudo. – Charlie disse bufando.

- Isso é o correto meu amigo, e não faça por você, faça por ela. Pela Lizzie, sua filha, tanto quanto dela. – Carlisle dissera sinceramente.

 

Charlie suspirara pesadamente, essa não era à hora para o orgulho. Sua filha precisava do pai e da mãe, e ainda mais da irmã.  Pegara o celular e procurara na agenda do celular o telefone de sua ex-esposa. O telefone dela estava chamando, alguns toques depois e ela atendera, era agora.

 

- Alô? – atendera.

- Olá Renée, aqui é o Charlie. – disse o ex-marido.

- Olá Charlie, algum problema? – Renée sabia que se Charlie a estava ligando, é porque tinha algum problema, já que na maioria das vezes eles se comunicavam via cartas e via e-mails agora que Bella já não mora mais em casa.

- Sim... Precisamos conversar seriamente. – e fora a deixa para que Renée ficasse nervosa.

 

01/03/08; Apartamento de Bella – Oxford; Inglaterra

 

Bella tinha acabado de chegar ao seu apartamento, tinha tido uma discussão com o noivo Oliver, por ciúmes excessivos da parte dele. Já passava da hora do almoço e ainda não tinha comido nada, pegou uma lasanha pré-pronta no congelador e colocara no microondas.

Tirara o casaco e se sentara no seu sofá. Começara a pensar, odiava brigar com Oliver, mas as reconciliações eram sempre ótimas. Ela rira baixinho ao pensar nas outras reconciliações que tiveram. Bella sabia que Oliver iria se desculpar e não demoraria muito.

Estava perdida em pensamentos quando ouvira o som do alarme do microondas, anunciando que a lasanha já estava pronta. Bella se levantara do sofá num átimo e fora até a cozinha, retirara a lasanha do forno microondas e colocara num prato. Levou para a mesa e o cheiro da lasanha estava tão bom...

Quando ela estava se sentando para comer, a campainha de seu apartamento tocara. Era o Oliver! Ele fora rápido dessa vez, pensara ela sorrindo. Fora até a porta e abrira, mas não era o seu noivo.

 

- Mãe?! – perguntara confusa.

 

Só que ela não viera sozinha, tinha um cara atrás dela, mas ela tinha mais ou menos a idéia de quem era. Não podia ser... Por que agora?

 

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Leucemia mieloide*: o nome correto da leucemia, ela tem vários tipos, mas no caso da Lizzie, eu ainda não decidi. *sorriso Colgate*

Equipo*: é aquele fio de plástico onde corre a medicação quando estamos no hospital.

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N/A: Se eu não tiver no mínimo 15 comentários, a fanfic vai ser excluída. Porque gente, já faz um mês que eu postei e só ganhei 6 reviews? :O Pelo amor de Deus! *mega irritada*

FELIZ 2010 pra todos. ;]

Tamy Black.


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