Remember Me escrita por Tamy Black


Capítulo 29
Sem Você


Notas iniciais do capítulo

ÚLTIMO CAPÍTULO!



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Coloquem pra carregar e dêem play quando eu disser:

* A Thousand Years – Christina Perri

* Without You – Glee Cast

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No capítulo anterior:

Meu coração estava apertado e parecia que diminuía a cada passo que eu dava, fui para a sala de espera e peguei meu ipod na bolsa, coloquei os fones e pus em qualquer música, eu precisava me distrair, mas estava impossível. Mas por que eu estava tentando? Não consegui impedir as lágrimas que começaram a cair.

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Edward POV.

Eu fui atrás dela, mas não consegui dizer as palavras corretas... Não consegui expressar meus sentimentos. Parecia que eu estava preso a algo e não conseguia me soltar. Saí de sua casa completamente desolado, eu queria muito poder modificar a situação, mas parecia incapaz disso.

Cheguei a minha casa e só desabei em minha cama tentando não pensar em mais nada. Acordei no dia seguinte e rumei para o aeroporto, Alice havia me dito o horário do voo de Bella, eu queria vê-la pela última vez antes que ela fosse embora.

Assim que cheguei ao aeroporto logo de cara vi toda a minha família reunida, assim como os pais da Bella e a mesma. Ela estava tão linda... Escondi-me, não queria que ninguém me visse ali. De longe a vi se despedir calmamente de cada um, a vi chorar assim como todos os presentes.

Então o voo dela foi anunciado e Bella deu um último adeus a todos, caminhando lentamente até o portão de embarque, seus olhos vermelhos e assim como seu nariz, rosto banhado pelas lágrimas e um sorriso singelo dançando nos lábios. Bella entregou sua passagem para a moça e então sumiu de vista passando pelo portão.

Era mais que um fato agora: ela foi embora.

Bella POV.

Estar de volta a Phoenix me lembrava da minha vida solitária antes de Forks. A vida de viver em balada quando não estava de plantão no hospital, de viver a minha vida sem nenhum tipo de preocupação.

Mas agora tudo é diferente, estou grávida e sofrendo por estar amando um cara que não consegue se esquecer da esposa morta. Ok, esse pensamento foi rude de minha parte, mas a verdade é essa.

Assim que pisei no estado do Arizona reencontrei a Sabrina e o Oliver. Eles estavam casados há pouco tempo e já encomendaram o primeiro herdeiro, a Sabrina também está grávida, a diferença é que ela já está de seis meses e espera um menino. O Oliver não cabia em si de felicidade. Acabei contando aos dois que estava gravida, e a conversa acabou me levando a dizer o motivo de estar de volta a Phoenix.

Sabrina – mais emotiva que o normal – chorava como se fosse com ela, Oliver a consolava e eu também, apesar de estar comovida e com os olhos cheios de lágrimas. Eles me receberam com um belo jantar em sua casa dois dias depois que eu já estava em Phoenix, matamos as saudades e tudo que tínhamos direito.

Os dias se passavam lentamente, eu havia voltado a trabalhar, Oliver me intimou a ajudá-lo com a clínica especializada em Oncologia que ele e mais alguns amigos estavam inaugurando. Na verdade tudo ainda estava no papel, eles já haviam encontrado o lugar que estava passando por reformas e nada mais era do que uma extensão do consultório deles no hospital onde todos trabalhavam.

 Eu estava grávida, mas estava ajudando no que podia. Sabrina me levou até a obstetra dela e a doutora Emma Harper era um doce de pessoa, ela estava acompanhando a minha gestação agora.

Um mês se passou e eu havia completado quatro meses de gestação, além de ter feito vinte e nove anos de idade. Fui para mais uma consulta de rotina e lá estava eu deitada na maca esperando que a médica fizesse a ultrassom. Conversávamos animadas sobre o meu bebê até que ela ficou muda de repente, estranhei logo, é claro.

- O que aconteceu Emma? – indaguei, tentando não ficar nervosa.

Será que meu bebê não estava bem?

- Bella... Quando você fez o último ultrassom? – me perguntou.

- Quando eu saí de Forks, ainda estava com um mês e meio... – respondi.

- Hm... – ela murmurou apenas – Então preciso te dar uma notícia.

- O que houve? Meu filho está bem? – tagarelei, nervosa já.

- Sim, os dois estão bem. – ela respondeu, com um pequeno sorriso.

Ai que alívio! Suspirei.

Espera... Os dois?

- Co-como assim os dois? – perguntei.

- Você está grávida de gêmeos, querida. – ela respondeu, sorrindo maravilhada – Na sua última consulta não fizemos o ultrassom, decidi esperar os exames complementares que pedi... Mas agora ouça... – e então ouvi dois corações batendo super acelerados.

Meus olhos se encheram de lágrimas e não consegui evitar que as mesmas caíssem. Logo visualizei meus dois pequenos na tela de LCD e aí mesmo que chorei como um bebezinho. Eram dois! Gêmeos!

- Quer saber o sexo agora? – Emma me indagou, doida pra dizer de uma vez.

- Sim – respondi, secando minhas lágrimas.

- Então, mamãe... – ela disse risonha – Temos um rapazinho e uma mocinha linda! – respondeu exultante.

- OMG! – exclamei – Dois! E logo um casal! – murmurei, incrédula.

- Eu acho particularmente lindo, e também é uma dádiva ter gêmeos... Você é gêmea, não é? – ela me indagou e eu assenti apenas – É bem provável mesmo, ainda mais com históricos na família. – sorriu.

Sem demora ela terminou o exame e eu fui me limpar e me vestir. Voltei ao consultório e conversamos mais um pouco sobre os novos cuidados que eu teria que ter por causa dos bebês. Eu estava exultante, quase não escutei direito o que ela dizia, apenas assentia com a cabeça. Saí do consultório e liguei para a minha mãe que atendeu prontamente.

- Bella, meu amor... E então o que eu terei? Uma netinha ou um netinho? – ela atendeu, afoita.

Eu já havia ligado pra ela avisando que teria consulta hoje e que talvez descobrisse o sexo do bebê.

- Acho que os dois. – respondi, misteriosamente.

- Os dois? Como assim os dois, querida? – um segundo para ela raciocinar – OMG! SÃO GÊMEOS? AAAAAAAAAAAAAAAH... CHARLIE VEM AQUI!

Afastei o telefone um pouco do ouvido, iria ficar surda. Ouvi-a surtar um pouco mais até que meu pai teve pena de mim e conversou comigo por alguns minutos, minha mãe tomou o telefone e começou a recomendar mil e umas coisas. Ainda bem que ela estava eufórica e não me tocou no assunto “quando você irá contar ao Edward que ele será pai”.

Assim que terminei de conversar com meus pais, liguei para a Alice e por sorte a Rosalie também estava com ela, poupou-me o trabalho de ligar para a loira depois, então contei a novidade para as duas que faltaram me deixar surda. Depois de tanta conversa, euforia e recomendações, eu fui para o shopping mais próximo, estava morrendo de fome.

Dirigi com cautela e assim que entrei no shopping fui andando diretamente para a praça de alimentação, mas que eu chegasse ao meu destino parei para observar a vitrine de uma loja de bebês. Não resisti e entrei, logo uma vendedora veio até mim e eu pedi para ver o par de sapatinhos que haviam me encantado na vitrine. Pedi dois, ambos brancos e unissex. Sem demora ela foi pegar e me entregou para ver.

Ao ver aqueles pequenos sapatinhos em minhas mãos meus olhos encheram de lágrimas, não conseguia acreditar que estava grávida de gêmeos.

Edward POV.

Os dias passavam lentamente para mim. Eu sentia a falta dela a todo instante... Irônico, não é? Eu me sentia desesperado, como se tivesse uma parte minha faltando... Era um sentimento estranho de se qualificar.

Já tinha se passado um mês e meio que Bella havia voltado para Phoenix. Alice havia convidado a todos para um almoço de família no sábado. Eu só estava indo porque fui obrigado, chantageado para ser mais específico. Estacionei o Volvo na frente da casa da minha irmã e saí do mesmo, trancando-o e caminhando lentamente até a porta.

Toquei a campainha e quem me atendeu foi o Jasper com uma Jennifer emburrada em seu colo. Cumprimentei meu cunhado e peguei a pequena loirinha que estava beirando os sete meses de vida.

- Ei Jazz, cadê a Ali? – perguntei.

- Tá lá em cima com o David e no telefone eu acho... – deu de ombros – Aproveita e leva a Jenny, troca a fralda dela ok? Ou pede a Alice, ou a babá... – ele dizia, nervoso.

- Você tá legal, Jazz? – o indaguei, preocupado.

- Hm... Estou apenas cansado e com sono, a Jennifer resolveu chorar a madrugada inteira e o David acompanhou... Os dois estão febris, a pediatra disse que era por causa dos dentinhos. – disse, suspirando cansado – Até aí tudo bem, o problema é que são gêmeos... Choro em dobro. – bufou.

- Ok – eu disse, tentando não rir do desespero do meu cunhado – Vai descansar um pouco... Vou levar a Jenny lá pra cima, ajudar a Alice e olhar o David.

Jasper apenas assentiu e eu subi as escadas com uma Jennifer choramingando em meu colo, ela estava bem zangada e era pior que a mãe, sério. Procurei minha irmã no quarto dos gêmeos e não a encontrei, mas assim que saí ouvi sua voz que vinha do quarto que ela dividia com o marido.

- Rose, eu comprei roupinhas pros gêmeos! – ouvi minha irmã tagarelar, enquanto trocava a roupa do David – Eu mandei a foto pra ela ver... Não, eu disse que só entregaria se ela voltasse... – Alice gargalhou – Eu sei, Rose... – suspirou derrotada – Ela é uma grávida teimosa, mais do que eu até... Ok, não demora. Beijos. – e então desligou.

- Quem está grávida? – perguntei, mostrando que eu estava presente.

- Edward! – minha irmã nanica exclamou de susto – Nossa... Nem tinha te visto aí...

- Eu sei, você estava concentrada na conversa com a Rose e trocando o David – sorri e coloquei a Jenny na cama, ao lado do irmão.

- Ah... É... – murmurou e pegou a filha no colo – Pode descer com o David pra mim? Vou trocar a Jenny agora. – pediu.

- Ok... – assenti – Mas você ainda não me respondeu quem está grávida. – insisti.

Sou curioso, licença.

- Er... Uma amiga minha e da Rose que está grávida de gêmeos – ela respondeu, um pouco receosa eu diria.

- Eu a conheço? – indaguei.

- Não. – respondeu – Ela trabalha conosco na loja. – sorriu, e eu retribuí.

Então a Jenny começou a chorar pedindo atenção da mãe, era a minha deixa. Peguei o David e saí do quarto, o meu pequeno sobrinho-afilhado ficava a cada dia mais parecido com a mãe, quando ele era mais novinho era parecido demais com o Jasper. Mas agora está completamente a cara da Alice, mas o temperamento é o do Jazz. David é calmo, resmunga é claro, mas é mais maleável do que a irmã.

Algum tempo a família toda estava reunida, muitos sorrisos, risadas, brincadeiras com as crianças... Anna não saía do meu colo, disputava a minha atenção com a Jenny que só ficava calma se estivesse comigo.

- Anna, amor... Deixa o tio Edward com a Jenny, ok? – pedia Rose, tentando acalmar a pequena loira que estava emburrada comigo.

- Mas a Jenny tá roubando o tio Ed de mim, mamãe... – ela disse, fazendo bico.

- Ninguém irá me roubar de você, querida... – disse, afagando sua bochecha rosada com a minha mão livre – Tio Edward ama você, a Jenny é pequena e não entende... Prometo que vamos sair um dia desses e eu vou te levar pra tomar sorvete naquele lugar que você gosta, ok? – pedi, com o maior carinho do mundo.

Anna tentou insistir mais um pouquinho, fez cara de choro, mas parou quando a Rosalie a olhou de forma severa. A loirinha fez bico e foi para o colo do pai.

- Mas você está requisitado, hein mano... – brincou Alice, tentando pegar a filha dos meus braços, mas a mesma berrou alto e então minha irmã a deixou comigo – Nossa... O que deu em você, Jennifer Claire Hale? – olhou séria para a pequena – Recusando os braços da mamãe? Essa é nova... – bufou.

- Quero ver só quando o Edward tiver filhos... – murmurou a Rose.

- Filhos? Acho meio difícil... – desconversei, pensativo.

Minha esposa perdeu nosso filho quando descobriu a doença e a outra mulher que poderia se candidatar a mãe de um filho meu se mudou para bem longe de mim.

- Eu acho que não. – Rose disse, sorrindo.

- Como assim? – a indaguei, confuso.

- Nada, esquece. – foi à vez de ela desconversar e mudar de assunto.

Eu deixei aquela conversa estranha de lado e voltei a minha atenção para a Jenny que brincava com um bichinho de pelúcia em meu colo.

Um tempo depois os gêmeos dormiram e Alice com a ajuda de Jasper levaram os dois para seus quartos. Sem demora, Emmett pediu para conversar a sós comigo, então fomos para o escritório do Jasper.

- Estou preocupado contigo. – ele disse, assim que eu fechei a porta.

- Por quê? – o indaguei – Eu estou bem, não precisa se preocupar – disse, tentando passar tranquilidade.

Mas acho que foi meio em vão. Coisa que eu odiava era deixar a minha família preocupada, já os deixei por oito anos... Chega disso!

- Ok... Você finge que fala a verdade e eu finjo que acredito – Emmett disse, bufando ao final.

Respirei fundo e me sentei numa das poltronas que havia por ali.

- Tá. – murmurei, vencido – Eu não estou legal... Mas também não estou tão ruim.

- Aham, sei. – Emmett disse, incrédulo é claro – Edward, vou ser bem franco contigo. Você me conhece, eu não tenho a paciência da Alice ou da Rose para esses assuntos, muito menos a paciência de Jó dos nossos pais...

Eu o observei por um momento... Realmente eu conhecia muito bem meu irmão, assim como ele me conhecia muito bem. Eu sou o caçula da família, mas uma coisa que dona Esme Anne Cullen nos ensinou foi a ser amigos acima de tudo. Tivemos nossas discussões e implicâncias durante a infância e a adolescência, mas nós três éramos e ainda somos muito unidos.

- Eu acho que você está perdendo tempo – ele continuou – A Bella foi embora porque não podia aguentar um cara que ainda ama a esposa morta. Mas tá mais que na cara que você ama a Bella. – suspirou – Será que você é tão cego e idiota ao ponto de não saber mais como se apaixonar? Como realmente se sabe quando está amando? – disse, raivoso – Pelo amor de Deus! É tão óbvio que só falta o letreiro de neon piscando na sua cabeça! – bufou.

- Emmett... Não é bem assim... – tentei intervir.

- E é como? – ele rebateu, mas como eu não respondi nada, continuou – Edward, você já perdeu o amor da sua vida uma vez... Será que você irá perder uma segunda?

Fiquei calado, apenas absorvendo aquela frase...

“Edward, você já perdeu o amor da sua vida uma vez... Será que você irá perder uma segunda?”

- Só espero que você raciocine, irmão... – Emmett me tirou de meus devaneios – Você merece ser feliz, claro que sim... Mas a felicidade bateu a sua porta e você a dispensou. Pensa nisso, ok? – pediu e eu apenas assenti sem ter o que falar.

Como não tínhamos mais nada pra conversar, Emmett saiu do escritório do Jasper me deixando sozinho com os meus pensamentos. Estava tudo tão confuso em minha mente... Tudo tão desesperador... Eu não sabia o que fazer de verdade.

(n/a: Dêem play em “A Thousand Years – Christina Perri”)

Sem demora eu saí do escritório e voltei pra sala, conversei um pouco mais com a minha família e já era de noite quando eu resolvi ir pra casa. Assim que cheguei, tomei um banho e coloquei uma roupa confortável. Fui até a cozinha e peguei uma garrafinha de Heineken, voltei ao meu quarto já tomando um gole.

Entrei em meu closet e fui até um canto aonde não ia fazia algum tempo. Vi a caixa um pouco grande cor-de-rosa super decorada e me abaixei para me sentar no chão. Coloquei a garrafinha de cerveja ao meu lado e puxei a caixa para mim, abrindo-a em seguida. Ali dentro continha muitos objetos que para alguns significariam lixo, mas para mim tinha um valor sentimental.

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Batimentos acelerados

Cores e promessas

Como ser corajoso

Como posso amar quando eu estou com medo de cair

Mas vendo você sozinho

Todas as minhas dúvidas

De repente vão embora de alguma forma

Um passo mais perto

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A primeira coisa que peguei foi uma caixinha de veludo vermelha, abri e vi o anel com uma pedra de diamante solitária, era simples, mas completamente belo. Foi o anel que escolhi para pedir a mão de Elizabeth em casamento. Sorri ao me lembra de sua expressão de choque quando fiz o pedido e também do sorriso mais belo que já a tinha visto dar.

Fechei a caixa e a coloquei de volta no lugar, a próxima coisa que peguei foi um par de sapatinhos brancos de bebê. Lembro-me que eu tinha acabado de chegar da faculdade, cansado, a Lizzie não havia ido nesse dia, tinha consulta e eu tinha passado o dia preocupado, pois ela estava se sentindo mal e em nenhum momento nós dois imaginamos que ela podia estar grávida. A Liz me recebeu com um sorriso deslumbrante, ela estava estranhamente feliz e eu estava curioso. Lembro que ela disse para eu ir tomar um banho que depois nós conversaríamos sobre o que o médico tinha lhe dito.

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Eu tenho morrido todos os dias esperando por você

Meu amor não tenha medo eu tenho te amado

Por mil anos

Eu vou te amar por mais mil

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Eu dei de ombros e a obedeci, caminhei a passos largos até nosso quarto e enquanto tirava a roupa percebi que em cima de nossa cama havia uma pequena caixa da cor azul-bebê com um grande laço feito com fita de cetim azul-escura. Fiquei curioso e vi que acima tinha um bilhete, ela havia escrito que era um presente especial para mim.

Lembro de abrir a caixa e me deparar um par de sapatinhos brancos e um papel de um exame. Quando vi o que era, lembro que eu meu coração parecia que tinha parado de repente e voltado a bater enlouquecido em seguida. Foi uma felicidade sem tamanho...

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O tempo para

Beleza em tudo o que ela é

Eu serei corajoso

Eu não deixarei nada tirar

O que está na minha frente

Cada respiração

Toda hora tem caminhado pra isso

Um passo mais perto

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E agora meu filho está morto, minha mulher morta e eu aqui sofrendo por algo irreversível. Nem percebi que já estava chorando e num repente, joguei todo o conteúdo da caixa no chão com raiva. Eu não agüentava mais aquilo... Sofrer por algo que parecia não ter fim!

Irritado, bebi todo o conteúdo da Heineken de uma vez. Eu precisava me acalmar e só o álcool poderia me proporcionar isso. Voltei à cozinha e peguei mais uma cerveja, bebi essa de uma vez também, então peguei mais uma e fui pra sala. Procurei numa das prateleiras da estante um DVD que também fazia tempos que não via.

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Eu tenho morrido todos os dias esperando por você

Querida não tenha medo eu tenho te amado

Por mil anos

Eu vou te amar por mais mil

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Era um DVD com vários vídeos que eu a Lizzie fazíamos, desde pequenos tínhamos essa mania. Eu já chorava e bebia cada vez mais, a dor no meu peito parecia que estava dilacerando mais meu coração já ferido. As imagens do DVD me faziam perder a razão, estava jogado no sofá quando sem nem perceber, adormeci.

Eu sabia que estava sonhando, mas como das outras vezes, era real...

Lá estava eu naquele imenso campo verde, o sol brilhava e estava uma temperatura agradável demais. Havia uma árvore a poucos metros de distância, num galho havia um balanço e uma bela moça se balançava lentamente observando o incrível céu azul. Eu sorri instantaneamente, sabia muito bem quem era.

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E o tempo todo acreditei que te encontraria

O tempo trouxe o seu coração pra mim

Eu tenho te amado por mil anos

Eu vou te amar por mais mil

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Caminhei rapidamente até ela e a mesma ao sentir a minha presença se virou para mim, sorrindo meigamente. Ela se levantou e me abraçou apertado, como eu sentia falta de seus abraços... Aspirei seu cheiro maravilhosamente doce e então a soltei, mesmo não querendo.

- Não esperava te ver novamente, Edward – Lizzie disse.

- Nem eu – respondi, sorrindo.

- Não ache que isso é agradável para mim – me repreendeu – Eu apenas preciso conversar com você, e dessa vez é sério.

- Não entendi – murmurei.

Lizzie balançou a cabeça negativamente, então me puxou para sentarmos no chão. Ficamos alguns segundos em silêncio, eu prestava muita atenção nela, enquanto a mesma observava o céu.

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Um passo mais perto

Um passo mais perto

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- Por que você não consegue viver, Edward? – me indagou.

- Até parece que você não sabe, Liz – rebati, bufando – A vida acabou pra mim quando eu a perdi.

Elizabeth me fitou de forma impaciente, suspirou e então falou:

- Você nunca me perdeu, Edward – afagou minha bochecha – A verdade é que o meu tempo acabou. Eu já havia cumprido o meu propósito.

- Não acredito nessa história de “já chegou a minha hora”, você me conhece – revirei os olhos.

- Eu sei – ela riu de leve – Mas é a verdade, querido... – suspirou – Tudo na vida tem o seu tempo, e o meu já estava passando do limite. – sorriu enigmática – Eu só queria que você realmente vivesse... Eu queria a sua felicidade, na realidade eu ainda quero. – me fitou intensamente.

- Como posso ser feliz sem a mulher da minha vida? – a perguntei.

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Eu tenho morrido todos os dias esperando por você

Querida não tenha medo eu tenho te amado

Por mil anos

Eu vou te amar por mais mil

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- Eu nunca fui à mulher da sua vida, Edward. – disse seriamente – A mulher da sua vida é a Bella, sempre foi ela... – sorriu.

- Como assim? A Bella nunca esteve em nossas vidas. – disse, irredutível – Nós somente soubemos da existência dela muito tempo depois... Nós éramos um do outro, Lizzie... Como Bella pode ser a mulher da minha vida? – indaguei, completamente confuso.

- Nossas vidas estão interligadas de tantas maneiras, querido... Tantas que você nem ao menos pode imaginar – sorriu enigmaticamente mais uma vez – Mas o que eu quero ressaltar é que você a ama mais do que um dia já me amou... Você nunca sentiu que parecia que já a conhecia há tanto tempo? Nunca comparou a intensidade dos sentimentos? Da necessidade absurda que você sente sobre ela? O quão maluco e desesperador é ficar longe dela? O quanto dói estar longe dela? – dizia Lizzie, me fitando.

- Eu... Eu... Co-como... – gaguejei.

Elizabeth apenas sorriu docemente, daquele jeito confortante que só ela tinha.

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E o tempo todo acreditei que te encontraria

O tempo trouxe o seu coração pra mim

Eu tenho te amado por mil anos

Eu vou te amar por mais mil

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- Você a ama, Edward. – ela disse, como se fosse uma verdade universal... E era. – Ela ama você... Vocês foram feitos um para o outro! – sorriu – Então vá atrás dela e seja feliz, pelo amor de Deus! Vocês dois precisam disso mais do que qualquer coisa na vida. Ela precisa de você, mais do que você acha que precisa dela!

Eu olhei embasbacado para a loira ao meu lado. Não era possível isso... Era?

- Então faça um favor a vocês dois... Vá atrás dela e a traga de volta para si! – exaltou-se.

- Mas... E você? – a indaguei.

- Eu estou bem, mais do que bem... – sorriu – Eu quero a felicidade da minha irmã e a sua. Vocês necessitam.

- Não sei se conseguirei... – murmurei.

- Você precisa se libertar, Edward... Libertar-me... Precisa admitir pra si mesmo o que sente... – ela disse – Só assim você poderá ser feliz.

Eu não respondi nada, Elizabeth sorriu me encorajando e eu apenas assenti com a cabeça. Ela me abraçou de lado e eu suspirei pesadamente.

- Não é difícil, querido... Só basta querer. – ela disse por fim.

Então ficamos os dois ali... Sentados na grama e observando o céu azul sem nuvens acima de nossas cabeças.

[...]

Acordei no domingo como se eu tivesse feito uma viagem longa e tivesse acabado de chegar, completamente exausto. Percebi que o dia estava amanhecendo, dormi com a casa toda aberta, televisão ligada e luzes ligadas, que maravilha. Levantei-me e constatei que estava cheio de dores, conseqüência de ter dormido no sofá. Desliguei as luzes, a televisão e retirei o DVD do aparelho. Peguei todas as garrafinhas de Heineken que havia bebido e as joguei fora.

Fui para o meu banheiro e resolvi tomar um banho frio. O sonho com a Liz foi um tanto... Esclarecedor. E agora eu precisava resolver minha vida, precisava correr atrás da minha felicidade. Eu precisava dizer à mulher que eu amo, que eu a amo. Ri dos meus pensamentos idiotas.

Assim que terminei meu banho, vesti-me depressa e saí de casa. Ainda era cedo demais, passei numa cafeteria e tomei meu café. Então fui atrás de uma pessoa que poderia me ajudar. Dirigi calmamente até a residência dos Swan e estacionei ao lado do carro do Charlie. Saí do veículo e travei o alarme. Corri até a entrada e toquei a campainha, e quem me atendeu foi o próprio Charlie.

- Edward! – ele exclamou surpreso a me ver ali – Bom dia filho, deseja alguma coisa? – ele disse assim que entramos na casa.

- Sim, gostaria de falar com você a Renée, pode ser? – pedi.

- Claro. – ele sorriu – Gostaria de tomar café conosco?

- Não, obrigado. Já tomei no caminho. – respondi.

- Então nos faça companhia e diga o que gostaria de dizer. – disse ele.

Eu o acompanhei até a sala de jantar e encontrei Renée, ela me cumprimentou com um abraço forte e também pareceu surpresa a me ver àquela hora da manhã ali. De tanto Renée insistir acabei aceitando tomar uma xícara de café com eles.

- Então Edward, o que você precisa? – Charlie me indagou.

- Gostaria de saber aonde se encontra a filha de vocês – falei de uma vez – Eu preciso dela mais do que possam imaginar, e sei que ela também precisa.

- Sim, ela precisa – Renée disse, misteriosa – Mas Edward, ela foi pra Phoenix... Você sabe disso.

- Eu sei, mas pode me passar o endereço? Vou atrás dela. – disse, firme.

Renée e Charlie se entreolharam, receosos, e voltaram a me encarar.

- Você a ama, Edward? – Charlie me perguntou.

- Sim – admiti, sorrindo bobo – Eu a amo, Charlie. Mais do que um dia já amei a Lizzie... Pode ser estranho falar assim, mas eu amo. Finalmente consegui desfazer a confusão que estava em minha cabeça... – tagarelei – E é justamente por isso que preciso ir até Phoenix atrás da Bella, para lhe dizer tudo isso que acabei de falar a vocês.

Renée sorriu largamente, muito satisfeita e Charlie também sorriu.

- Eu sempre soube disso, querido – Renée disse – Eu e sua mãe, mas nós duas não podíamos nos intrometer... Falei a Bella para que conversasse com você, tentasse entender seu lado, mas aquela garota é completamente orgulhosa e cabeça-dura, como pai – sorriu brincalhona fitando o marido que apenas revirou os olhos – Mas tem uma coisa que você não sabe, querido... – ela disse, cautelosa.

- O que? – perguntei, aflito.

- É algo que tanto eu quanto a Renée tentamos convencer a Bella a lhe contar – Charlie completou a frase da esposa – Algo que até Rosalie e Alice sabem, e também tentaram conversar a Bella... Mas como a Renée já disse, aquela garota é completamente cabeça-dura e só faz o que quer e quando quer. – suspirou derrotado.

- É algo grave? – indaguei-os, nervoso.

- Não – Renée respondeu, sorrindo doce – Ela está grávida, querido.

Grávida.

Grávida.

Grávida.

Bella está grávida.

Fitei os dois em choque, mas de repente uma felicidade estranha tomou conta de mim me fazendo sorrir feito um idiota.

- E tem mais um pequeno detalhe – Charlie disse – São gêmeos.

Meu coração falhou uma batida e eu continuei a sorrir feito um babaca. Renée e Charlie sorriam completamente alegres e me parabenizaram.

- Só Esme e Carlisle que não sabiam, a pedido da Bella... Mas como você está sabendo, podemos contar a eles? – pediu Renée.

- É claro. – respondi – Bem, eu preciso ir. – disse, já me levantando – Vou passar em casa e pegar algumas coisas, depois irei direto para o aeroporto de Port Angeles.

- Irei com você, filho – Charlie disse, eu apenas assenti.

- E eu irei esperar a Esme, nós duas já havíamos combinado de ir até a Seattle mesmo. Aproveito e conto a boa notícia. – Renée disse.

Eu apenas assenti então esperei Charlie ir escovar os dentes e pegar sua carteira. Saímos de sua casa e fomos para a minha. Entrei praticamente correndo enquanto Charlie ligava para o aeroporto para ver se tinha algum vôo logo. Fiz uma mala pequena só com duas mudas de roupa e alguns pertences básicos.

- Tem um vôo para o Arizona daqui duas horas, é o tempo que levaremos para chegar ao aeroporto e você comprar a passagem e fazer o check-in – Charlie disse assim que eu apareci na sala com a mala pronta.

Eu assenti e então saímos de minha casa. O caminho até Port Angeles foi tranqüilo, Charlie anotou o endereço de Bella para mim e ligou para o meu pai avisando-o de que eu iria fazer uma viagem rápida e que depois entraria com mais detalhes.

Estacionei o Volvo e quando saímos do mesmo entreguei logo a chave para o Charlie, entramos no aeroporto e eu fui a um dos guichês, comprei minha passagem e não despachei a minha pequena mala, ia comigo mesmo. Charlie ficou comigo até a hora do meu embarque.

- Obrigado por me acompanhar, Charlie – agradeci-o um pouco antes de entrar.

- De nada, faço isso pela felicidade da minha filha e a sua. – sorriu, amistoso.

(n/a: Dêem play em “Without You – Glee Cast”)

Abracei-o rapidamente e então passei pelo portão de embarque. Fui indicado ao meu assento, sentei e tentei ficar calmo. Renée e Charlie prometeram não comunicar a Bella sobre a minha ida. O vôo para Phoenix pareceu demorar mais do que o normal, quando cheguei ao estado do Arizona já era de tarde.

Saí praticamente correndo, fui uns dos primeiros a cair fora do avião. Peguei um táxi e entreguei o papel com o bilhete onde continha o endereço para o taxista. Nem prestei a atenção na paisagem da cidade de Phoenix, agradeci aos céus quando o taxista parou em frente ao prédio de Bella, era de poucos andares e a rua era bem calma e cheia de prédios residenciais também.

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Eu não posso ganhar, eu não possa reinar

Eu nunca vou ganhar este jogo

Sem você

Sem você

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Paguei a corrida e saí do taxi, a parte boa é que o prédio dela não tinha porteiro e eu dei a sorte de encontrar uma senhora saindo e consegui entrar. O apartamento dela ficava no terceiro andar e eu peguei o elevador. Cheguei ao andar desejado e caminhei a passos largos até a porta de seu apartamento. Respirei fundo quando cheguei à frente do apartamento 303, então toquei a campainha, era à hora da verdade.

Ouvi passos indicando que Bella estava próxima a porta, então sem demora a mesma foi aberta e me revelou uma Isabella Swan ainda mais linda que o normal, com sua barriga de quatro meses de gestação já bem avantajada, afinal tinha dois bebês ali dentro.

Bella POV.

Mais um domingo entediante, a única coisa que me alegrava aos domingos era planejar o quarto dos meus filhos. Eu estava tão empolgada, apesar de me sentir a cada dia mais sozinha.

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Eu estou perdido, eu sou inútil

Eu nunca vou ser o mesmo

Sem você

Sem você

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Estava no sofá com as pernas esticadas, passava algum filme bobo na TV que não prestava a mínima atenção, pois estava folheando uma das várias revistas sobre decoração de quarto de bebês que havia comprado, quando a campainha tocou.

Achei estranho, eu não estava esperando ninguém. Larguei as revistas, calcei meus chinelos e me levantei ajeitando meu vestido. Minha barriga já estava bem avantajada, meus dois filhos cresciam perfeitos ali.

Abri a porta e quase tenho um enfarto ao ver quem era. Simplesmente Edward Cullen, mais belo do que sempre foi, estava parado e segurando uma pequena mala em uma as mãos. Ofeguei, surpresa é claro.

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Eu não vou correr, Eu não vou voar

Eu nunca irei fazê-lo

Sem você

Sem você

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- Edward... O que... O que você está fazendo aqui? – balbuciei, ainda incrédula.

- Olá Bella – ele disse, sorrindo daquele jeito enviesado que me matava lentamente – Precisamos conversar, será que podemos fazer isso no seu apartamento.

- Tudo bem – assenti e lhe dei passagem – Aceita alguma coisa? Água, café, suco ou alguma coisa pra comer? – perguntei.

- Não, estou bem – ele respondeu – Eu só preciso conversar com você primeiro, depois cuido de mim.

Eu o convidei para sentar e então ele me encarou, ainda sorrindo.

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Eu não posso descansar, eu não posso lutar

Tudo que eu preciso é você e eu

Sem você

Sem você

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- Bem... – disse, suspirando – Eu vim aqui pra dizer algumas coisas que eu já deveria ter lhe falado. – eu apenas o observava, atenta – Mas só queria saber o motivo de você não ter me contado que estava grávida, eu teria adorado saber por você.

- Quem te contou? – o indaguei, colocando a minha mão de forma protetora sobre meu ventre.

- Eu descobri por um acaso... – ele disse e sorriu – Fui até a casa de seus pais para pegar o seu endereço aqui em Phoenix, e quando declarei o meu motivo de querer procurar você, seus pais me contaram.

- Ah... – murmurei – Me desculpe, eu só estava confusa... Aliás, ainda estou... Mas eu ia te contar, só não sabia quando e nem onde. – disse, envergonhada.

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Oh, oh, oh

Você, você, você

Sem

Você, você, você

Sem você

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- Tudo bem Bella, eu te compreendo... – Edward falou.

- Ok... – suspirei – Agora será que você pode me falar o motivo de estar aqui?

- Posso sim... – ele me respondeu de imediato.

Edward não disse nada de início, apenas me encarava com aqueles intensos e maravilhosos orbes verdes, completamente hipnotizantes. Meu coração batia desesperadamente, fui pega completamente de surpresa... E mesmo com todo esse tempo sem vê-lo eu ainda o amava, ainda o queria de forma ensandecida.

- Bella, eu te amo. – ele disse finalmente.

- O que? – murmurei inaudível.

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Não posso apagar, por isso vou levar a culpa

Mas eu não posso aceitar que estamos afastados

Sem você

Sem você

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- Sim, eu amo você... – ele repetiu – Sei que parece loucura pra você, mas é a verdade. Esse tempo longe de você me fez perceber que não quero te perder, não posso deixar que isso aconteça.

- Não! – exaltei-me – Você ama a minha irmã, a Elizabeth!

- Eu também pensei... – ele me interrompeu – Mas eu te amo mais... Eu não consegui passar um dia sem pensar em você, desde que nos conhecemos... Eu te quero como nunca quis a Elizabeth ou qualquer outra mulher. Você é tão minha, Bella... – disse, sua voz era pesarosa.

- Edward, não faça isso comigo... – pedi, tentando não chorar e acalmar inutilmente meu coração.

- Eu não estou brincando – ele disse e se aproximou de mim, ajoelhando-se a minha frente.

- Você ama demais a minha irmã, mesmo que ela esteja morta... Você pertence a ela. – balbuciei, chorando.

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Eu não posso sair agora, isso não pode ser o certo

Eu não posso ter mais uma noite sem dormir

Sem você

Sem você

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- Não querida... Eu não nego que amei com toda a minha alma a sua irmã... – ele rebateu – Amei a Elizabeth, nunca poderei tirá-la de mim, é verdade... Pois ela foi parte de minha vida, foi meu primeiro amor...

Meu coração parecia que iria se partir em mil pedacinhos ao ouvir aquilo, solucei alto e então Edward colocou suas mãos em meu rosto e me obrigou a fitá-lo. E eu pensei que fosse desmaiar ao encarar aquela imensidão verde.

- Mas você... – ele continuou e abriu um imenso sorriso – Você, Isabella Marie Swan... Eu amo bem mais... Na verdade não se trata da intensidade, e sim de quem você é. Com esse seu jeitinho tímido, mas ao mesmo tempo intimidante... Esse sorriso sincero, esse olhar penetrante, sua personalidade... Você inteira! – ele riu e eu me limitei a um sorriso sem mostrar os dentes – Eu te amo inteira, Isabella. E eu quero você todos os dias da minha vida... Quero estar ao seu lado quando nossos filhos nascerem, quero ajudar a criá-los, quero formar uma família com você...

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Eu não vou voar, não vou subir

Se você não está aqui, estou paralisado

Sem você

Sem você

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Eu solucei alto mais uma vez e Edward limpou minhas lágrimas.

- Mas antes de tudo... – ele disse e eu percebi que ele também chorava, mas não de forma escandalosa como eu – Me perdoa? Perdoa-me por não ter te dado o merecido valor? Por ter te feito sofrer todo esse tempo? Por ser tão indeciso e confuso?

Eu o encarei. Pude ver naqueles olhos o quão sincero e verdadeiro Edward estava sendo.

Edward Cullen realmente me amava.

E constatar esse fato fazia meu coração ferido se aquecer, encher-se de uma vitalidade desconhecida por mim. Eu apenas limpei minhas lágrimas e sorri.

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Eu não posso olhar, sou tão cego

Eu perdi meu coração, eu perdi minha mente

Sem você

Sem você

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- Eu perdôo você, Edward – eu respondi.

Então Edward abriu um sorriso lindo, um sorriso que era completamente desconhecido para mim. Abraçou-me com muito carinho, ficamos ali nos braços um do outro apenas curtindo a presença e o calor de ambos os corpos. Ele se levantou e me puxou comigo, fitou meu rosto vermelho e banhado por lágrimas, e beijou cada canto dele, parando finalmente em meus lábios.

Deus! Como eu sentia falta daquela boca sobre a minha!

Seu beijo começou calmo, gentil... Mas assim que sua língua pediu passagem, tornou-se voraz, quente, apaixonado, desesperado e cheio de saudade. Deliciei-me e me entreguei àquela emoção e fiquei perdida no tempo.

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Oh, oh, oh

Você, você, você

Sem

Você, você, você

Sem você

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Somente nos soltamos quando o ar já estava escasso para ambos. Colamos nossas testas e continuamos de olhos fechados, podia sentir seu hálito em meu nariz. Eu me sentia feliz, completa.

- Obrigado por esse presente, Bella – ele disse e colocou uma de suas mãos em meu ventre, a outra estava firmemente em minha cintura.

- De nada – eu disse e abri meus olhos, encarando-o feliz – É um casal – informei-o.

- Sério? – perguntou empolgado.

- Sim – respondi, contagiada com a empolgação dele – Teremos um menino e uma menina. – e coloquei a minha mão sobre a dele que ainda estava em meu ventre.

- Eu te amo demais, Bella – ele disse e me beijou novamente.

- Eu também te amo, Edward – respondi a ele, entre beijos.

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Eu estou perdido, eu sou inútil

Eu nunca mais serei o mesmo

Sem você

Sem você

Sem você

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Meu coração estava em paz, eu podia sentir. Parecia que tudo realmente estava no lugar que deveria estar.

Fim.

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Notas finais do capítulo

Sem condições de falar qualquer coisa, estou muito emocionada com esse último capítulo. Prometo que falo tudo no epílogo, ok? Só peço que deixem muitas e muitas reviews.
Beijos ;*