Remember Me escrita por Tamy Black


Capítulo 19
Resistindo


Notas iniciais do capítulo

Hello everybody!
Sorry pela demora. :D
Falo com vocês mais abaixo o/
Divirtam-se (:



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No capítulo anterior:

Eu não sabia o que esperar quando acordasse. Sabia que iria me arrepender novamente, mas eu não queria pensar em nada, só em desfrutar o momento.

-x-

Bella POV.

Tive o sono mais calmo e tranqüilo de toda a minha vida. Comecei a me despertar e tentei me espreguiçar, era o ritual de toda a manhã, mas não consegui porque não estava sozinha em minha cama. Um braço másculo e pesado me impedia de fazer qualquer movimento, um sorriso bobo e idiota escapou de meus lábios.

Edward ressonava tranqüilo e estava absurdamente mais gostoso do que o costume. Mordi os lábios e toquei sua face de anjo, não resisti e levei meus lábios aos dele, um simples e doce selinho. Com muito cuidado desvencilhei-me de seu aconchego e me levantei da cama, ainda nua. Vesti uma calcinha e peguei um robe que estava jogado sob uma poltrona cheia de pastas e folhas, e o vesti.

Com um ânimo fora do comum fui para cozinha, pretendia fazer um café especial, mesmo que a minha vontade fosse ficar na cama agarrada aquele homem maravilhoso que estava esparramado preguiçosamente em meus lençóis. Não foi um susto ver que a minha cozinha ainda se encontrava no caos total.

Rapidamente dei uma arrumada no recinto e comecei a pensar no que fazer, pois não sabia do que Edward gostava no desjejum. Liguei a cafeteira e a deixei trabalhar, abri a geladeira e fitei por alguns segundos, completamente indecisa. Por fim decidi fazer de tudo um pouco, pelo menos o básico.

Fiz algumas panquecas, cortei alguns pedaços da torta de chocolate que havia na geladeira, também peguei o suco de goiaba e o leite, e com cuidado levei tudo para a mesa. Arrumei tudo minuciosamente e sorri orgulhosa, contemplando o meu belo trabalho.

Então suspirei derrotada, a verdade finalmente caiu. Talvez Edward nem gostasse de toda aquela arrumação, eu estava me iludindo, tudo o que eu não queria. Mas não iria desistir, se ele não gostasse, não podia fazer nada, apenas guardar tudo e voltar a viver minha vida.

Voltei ao meu quarto, pois queria tomar um banho e não foi surpresa encontrá-lo terminando de vestir sua calça, a camisa dele não estava lá, pois eu a tinha tirado do chão da cozinha e a colocado no sofá junto com sua jaqueta.

Edward era tão belo, que chegava a cegar-me. Alto, esguio – mas não tão magro – e com seus músculos definidos, rosto esculpido pelos deuses, aqueles orbes verdes e os cabelos cor de bronze completamente revoltos. Seu semblante era sério, e isso fez com que meu coração falhasse uma batida.

- Bom dia – resolvi me fazer presente.

Edward se virou e nos encaramos. Percebi vergonha e receio em seu olhar, corei furiosamente e desviei.

- Bom dia – ele respondeu e começou a se aproximar de mim, ou da porta, já que eu estava escorada nela – Er... Você sabe onde está minha camisa? – indagou, coçando a cabeça.

- Em cima do sofá com a sua jaqueta. – respondi de imediato.

Ele assentiu e ficamos frente a frente. O clima estava muito tenso, parecia que estávamos pisando em ovos. Nem parecia que ele estava dentro de mim há poucas horas e ambos gemíamos descontrolados.

- Hm... Eu... Fiz café – murmurei.

Edward apenas assentiu e eu resolvi sair dali para não fazer nenhuma besteira. Caminhei apressadamente até a sala de jantar e me apoiei numa das cadeiras, Edward pegou sua camisa no sofá e a vestiu, e eu suspirei. Fitamo-nos novamente e sorrimos sem jeito um para o outro, chamei-o para sentar e ele o fez.

Servimo-nos e nem preciso dizer que o silêncio incômodo e agonizante estava instalado, não é? Começamos a comer calmamente e sem trocar nenhuma palavra, eu já estava quase me contorcendo na cadeira, não agüentava aquele silêncio horrível. Sem contar que eu já estava perdendo todo o apetite, mal tinha tocado no café e só havia ingerido algumas garfadas da panqueca, pois meu estômago revirava.

O homem galante e extremamente lindo a minha frente comia uma panqueca, e tomava seu café, mas não olhou em nenhum segundo para mim.

- Estava tudo ótimo, Bella – disse, depois de ter tomado metade do café e comido metade da panqueca – Obrigado, mas eu preciso ir. – murmurou e eu o fitei.

- Ah... – foi inevitável o muxoxo – Ok.

Ele sorriu fracamente e se levantou. Calçou seus tênis, pegou sua jaqueta e o DVD que havia trazido, eu continuei sentada no mesmo lugar, incapaz de falar ou fazer qualquer coisa. Levantei quando vi que Edward estava pronto para sair, fui até a porta e ele também. Abraçou-me de leve e eu inalei sua fragrância mais uma vez, inebriando-me.  

Sorrimos e Edward me deu um beijo na bochecha, eu já estava com a mão na maçaneta para abrir a porta, mas me contive. Eu não conseguiria deixá-lo ir e ficarmos desconfortáveis assim.

- Ok Edward, nós precisamos ficar assim mesmo?

- Como? – me encarou, confuso.

- Qual é... Fizemos sexo, não cometemos o maior crime do mundo! – exclamei, revirando os olhos.

Na verdade, eu queria ter dito que fizemos amor, mas não era pra tanto...

- Cometemos mais um erro, Bella... Já está ficando repetitivo – murmurou, desconsertado.

- Erro? – bufei – Edward, somos adultos, você é homem e eu sou mulher... Você quis tanto quanto eu, então não se queixe. – disse, séria.

- É que... – hesitou – Não quero que isso estrague o pouco da amizade que conquistamos. – fitou-me.

Ficamos presos no olhar um do outro. Não sei por que, mas não acreditava muito nessa história de proteger a amizade. Resolvi deixar essa passar, então dei de ombros, engoli tudo que estava sentindo e disse:

- Isso não irá atrapalhar – falei, olhando em seus olhos – Vamos esquecer – mais uma vez, acrescentei mentalmente.

Edward avaliou-me por um instante, por fim, acho que ele também decidiu deixar pra lá. Sorriu torto e afagou minhas bochechas, forcei um sorriso e tentei – em vão – me acalmar. Por fora eu estava demonstrando uma calma e uma frieza excepcional, mas por dentro eu estava gritando, meu coração estava em pedaços.

Ele se despediu de mim e saiu de meu apartamento. Quando fechei a porta, soltei um suspiro exasperado. Fechei os olhos e senti que as lágrimas escorrerem por minha face. Eu odiava tudo o que estava sentindo, por mais que tentasse negar, era mais forte do que eu pensava.

Edward POV.

Acordei espantado e completamente confuso, não reconheci onde estava, mas sabia que não era no meu quarto. Aos poucos a consciência foi se recuperando, e as memórias da minha virada de ano também. Sentei-me na cama de Bella e cobri meu rosto com as mãos, estava cometendo o mesmo erro pela segunda vez.

Isso que tinha que parar. Era errado, confuso e maluco. Levantei-me aturdido e completamente confuso comigo mesmo, encontrei minha cueca jogada de qualquer maneira por ali e a vesti rapidamente, peguei minha calça e a vesti. E cadê o restante das minhas roupas? Não era preciso resposta.

Assustei-me quando ouvi Bella me desejando um “bom dia”, então nossos olhos se encontraram pela primeira vez. Não posso negar que mesmo com os cabelos desarrumados e com um simples robe no corpo, Bella continuava linda. Sua face corada, seus belos olhos verdes com um brilho estranho, mas ainda assim hipnotizantes.

Desejei o mesmo e caminhei até ela, perguntei onde estava o restante das minhas roupas e Bella em respondeu prontamente. Antes de sairmos daquele clima tenso, Bella disse que havia feito um café. E seria completamente uma falta de educação rejeitar, apesar de que a minha vontade era de ir embora. Pois a minha cabeça estava a mil.

A mesa de jantar de seu apartamento estava cheia de coisas, em meu íntimo eu quis sorrir, por que me fez lembrar como era acordar todos os dias com a Elizabeth, a mesa era mais ou menos assim... Café, bolo, panquecas, suco, etc. Sentamo-nos e começamos a nos servir, completamente em silêncio. Eu – infelizmente – não consegui apreciar sua culinária, pois assim como a irmã gêmea, Bella também tinha a mão boa para cozinhar, mais uma semelhança.

Mas a minha confusão, pressa, afobamento e angústia, não me deixaram saborear e nem falar nada. Praticamente engoli a refeição e comecei a me despedir de Bella. Calcei meus sapatos, peguei o DVD que havia trazido e minha jaqueta, Bella levantou-se e me acompanhou até a porta. Mas antes que eu pudesse respirar aliviado e me acalmar com a tensão, Bella me abordou e tentei ser o mais sincero com ela.

Falhei miseravelmente.

“- Não quero que isso estrague o pouco da amizade que conquistamos.” E essa foi à desculpa mais ridícula do mundo. Por que a verdade era que eu estava confuso e não saberia o que responder a ela, então no momento da pressão, foi à primeira coisa que me veio à mente.

Pensei que Bella iria insistir, e disse que era para nós esquecermos. Mais uma vez. Concordei com ela e me despedi finalmente. Então saí de seu apartamento, quase correndo. Cheguei à garagem e desativei o alarme do Volvo, entrei nele e dei partida, direcionando-me para casa. Eu precisava de um bom banho e tentar colocar minha cabeça em ordem.

Bella POV.

Nem preciso dizer que passei o primeiro dia do ano enclausurada em meu apartamento. James me ligou uns poucos minutos depois que Edward saiu daqui, fiz a minha melhor atuação e conversei com ele como se não tivesse acontecido nada. James disse que chegaria à manhã seguinte e que estava morto de saudades de mim.

[...]

No dia seguinte, acordei normalmente. Tomei um banho, e fui vestir uma roupa para trabalhar. Como estava um frio do cacete nessa cidade, optei por um look quente. Calça jeans, uma blusa roxa com um suéter cinza por cima, calcei um par de scarpins pretos, coloquei um gorro cinza e pus meu sobretudo branco por cima. Peguei minha bolsa que já estava arrumada e saí de casa.

Hoje, dois de janeiro, Elizabeth fazia oito anos de falecida. Então dirigi em direção ao cemitério de Forks, mas antes comprei um buquê de lírios, as flores preferidas da minha irmã gêmea. Estacionei em frente ao cemitério e caminhei até a sua lápide.

Coloquei o buquê em cima do mármore frio, e não consegui resistir às lágrimas. Pedi perdão em silêncio por tudo que estava acontecendo comigo e seu esposo, e também pedi ajuda. Eu precisava resistir.

Limpei minhas lágrimas e resolvi ir embora, eu ainda tinha que trabalhar.

[...]

Cheguei ao hospital, tirei o suéter e o gorro, e coloquei meu jaleco. Falei com a Angela e disse que ela já podia chamar o primeiro paciente.

Passei grande parte da manhã atendo. Já estava saindo para o almoço quando a porta da minha sala foi aberta e era James, ele continha um sorriso gigantesco e me olhava apaixonado. Não tive como não sorrir, corri até ele e o abracei. Não nego que senti falta dele, era bom se sentir amada e desejada.

- Senti muito a sua falta, Dra. Swan – ele disse, com meu rosto em suas mãos.

- Também senti a sua – sorri.

Então sem mais delongas, James me beijou. Completamente apaixonado, acariciava minhas costas e eu enlacei meus braços em seu pescoço, arranhando seu pescoço de leve. Beijei-o com a mesma intensidade, pois eu tinha que esquecer Edward, de qualquer maneira. Soltamo-nos e sorrimos cúmplices. James beijou a ponta de meu nariz e suspirou.

- Então, vamos almoçar? – me indagou.

- Vamos sim, já estava saindo – aceitei – Eu pensei que você não viria trabalhar hoje.

- Estou de plantão na emergência hoje, mas cheguei de madrugada – disse, enquanto caminhávamos para a lanchonete – Só deu tempo de tirar um cochilo e vir pra cá, não vim até a sua sala porque surgiu uma emergência – explicou-se.

Assenti e adentramos a lanchonete de mãos dadas. E quem eu vi primeiro? Advinha? Edward Cullen. Seus olhos fitaram os meus e depois desceram para as minhas mãos entrelaçadas as de James. Então ele abaixou o olhar e voltou a comer, seria culpa?

Em sua mesa estavam meu pai e Carlisle. Eu e James fizemos nossos pratos e fomos sentar com eles. Abracei meu pai e meu padrinho querido, falei brevemente com Edward e todos começaram a tagarelar, menos Edward e eu.

- Bella, querida – chamou meu pai, olhei-o – Estava falando com Edward e Carlisle, que eu e sua mãe daremos um jantar de ano novo hoje em nossa casa, e é claro que a minha filha e seu namorado estão mais do que intimados – sorri.

- Claro que irei – disse.

- Também irei, Charlie, será um prazer – James interveio.

- Ótimo – meu pai estava mais do que contente – Já disse para Carlisle avisar Alice e Emmett, além de Esme é claro.

Voltamos a almoçar tranquilamente. Meu pai e Carlisle estavam contando sobre como foi à virada de ano, o interessante era que ninguém sabia que Edward e eu passamos juntos.

- E você passou sozinha mesmo, Bells? – papai me indagou, sabia que ele iria perguntar.

- Sim – falei, sem pestanejar – Fiz uma comida e assisti a alguns filmes, nada mais do que isso – encarei Edward, brevemente.

Meu pai assentiu e logo mudaram de assunto. Já estava na hora de atender os pacientes da tarde, então me despedi de todos e dei um breve selinho em James de sair. Eu podia sentir um olhar me queimando quando saí do recinto. Falei com Angela e depois fui direto para a minha sala.

[...]

Sem que eu percebesse à tarde já tinha se passado por completo. E às seis horas eu já tinha terminado de atender a todos os meus pacientes. Estava saindo de minha sala e encontrei Edward também arrumado para ir pra casa. Cumprimentamo-nos com um sorriso simples e fomos caminhando em silêncio para a garagem.

- Então, você vai até a casa dos meus pais hoje? – indaguei, quando chegamos lá.

- Claro, Charlie faz questão da minha presença – disse.

- Então nos vemos lá – falei.

Atrevi-me a abraçá-lo rapidamente e caminhei rapidamente em direção ao meu carro. Destravei o alarme e joguei minhas coisas no banco do carona, sentei-me e fechei a porta. Pus o cinto de segurança e dei partida. O Volvo prata de Edward estava atrás de mim. Suspirei e segui meu caminho.

Quando já estava entrando em meu apartamento, meu celular começou a tocar, era James.

- Hei beautiful – ele disse, risonho.

- Oi – respondi, sorrindo – O que deseja?

- Então, já que vamos jantar na casa dos seus pais... Pensei que eu poderia ir buscá-la, para irmos juntos, o que acha? – indagou.

- Uma ótima idéia – aceitei – Vou tomar um banho e me arrumar.

- Okay, então... Irei fazer o mesmo e daqui a pouco estarei buzinando. – disse.

Assenti e desligamos. Joguei minhas coisas no sofá e fui direto para o meu banheiro. Despi-me e entrei no box. A água quente percorria o meu corpo e eu apoiei minhas mãos no azulejo frio da parede. Suspirei... Quando que eu pensava que estaria passando por tudo isso há alguns anos?

Irmã morta. Anos depois eu vou e transo com o viúvo dela, ou seja, meu cunhado. Perfeito. Melhor impossível.

Mas eu tinha que esquecê-lo, mesmo que meu coração lutasse bravamente, mas eu tinha, era mais que uma necessidade.

Terminei meu banho e me sequei, caminhei para meu closet e pensei no que vestiria. Coloquei um conjunto de lingerie roxo, adorava tons escuros em minha pele branca. Por fim, acabei me decidindo por uma calça jeans skinny e escura que gostava, uma blusa cinza e um casaco azul-marinho, calcei um par de sandálias Louboutin que era de uma coleção nova e fui dar um jeito na minha aparência. (n/a: look Bella)

Deixei meus cabelos soltos mesmo, fiz uma maquiagem básica e peguei outra bolsa. Coloquei meus pertences lá dentro e fui passar um perfume. Assim que guardei o vidrinho, meu celular tocou. Era uma mensagem, James já me esperava lá embaixo.

Peguei minha bolsa e tranquei a casa. Desci pelo elevador e saí para o frio absurdo que fazia nessa cidade. Entrei no carro de James (n/a: sem os óculos escuros) e lhe dei um selinho.

- Hm... Cheirosa – disse, mordiscando minha bochecha.

Apenas sorri e ele deu partida no carro, dirigindo em direção a casa dos meus pais. Não foi surpresa encontrar a Mercedes do Carlisle, a BMW do Jasper e o Audi do Emmett já estacionados na porta da minha antiga casa. James estacionou o carro, vestiu seu casaco e ambos saímos de mãos dadas.

Toquei a campainha e minha mãe que atendeu, sorridente. Nós entramos e retiramos nossos casacos, dona Renée os guardou enquanto fomos para a sala. Meu pai já estava lá e sorriu quando nos viu. Carlisle e Esme estavam sentados no sofá grande, Emmett e Rosalie no pequeno – a pequena Anna estava no colo da avó −, Jasper numa poltrona e Alice na outra.

Cumprimentei a todos e me espremi no sofá com James. Só faltava Edward chegar, meu pai disse que o esperaria, porque assim era melhor. Fiquei confusa, o que tanto ele queria falar para toda a família?

Edward POV.

Passei o primeiro dia do ano em casa. Bebendo e olhando a caixa de recordações minhas e da Lizzie. Fazia algum tempo que eu não a abria, e no dia seguinte era o aniversário de morte dela.

Foi impossível não chorar ao rever as fotos do nosso casamento, lembro-me de como eu estava muito nervoso, pensando que ela iria me largar no altar, que ela não me queria... Lembro da hora do sim, de vê-la radiante de felicidade, tanto que seu rosto estava banhado de lágrimas.

E principalmente me lembro de como ela me deu a notícia de que eu iria ser pai, foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida. Mas parecia que aquilo tudo tinha acontecido em outra vida, com outra pessoa. A dor era tremenda, doía como se ainda fosse naquele dia chuvoso, como se eu tivesse acabado de perdê-la...

[...]

Levantei no dia seguinte nem sei como. Tomei um banho e vesti-me para o trabalho, tinha que atender meus pacientes hoje. Saí de casa e sem tomar café, parei na primeira floricultura que encontrei e comprei um buquê de lírios, os preferidos dela.

Dirigi para o cemitério. Estacionei o carro de qualquer maneira e saí, caminhei até a lápide dela. Fiquei surpreso ao encontrar um buquê igualzinho ao que eu carregava já em cima do mármore branco que era a lápide da Lizzie. Só podia ser uma pessoa, Bella. Pois Charlie e Renée traziam um tipo de flor diferente a cada visita, porque levar lírios representava muito mais pra mim. E Bella sabia muito bem que a irmã amava lírios.

Mesmo em meio à dor, consegui sorrir. Apesar de toda a situação entre as duas, era perceptível que Bella amava a irmã mesmo sem conhecê-la, assim como a minha Liz. Respirei profundamente e limpei minhas lágrimas. Toquei o mármore frio e virei-me para ir embora.

[...]

 Concentrei-me no trabalho durante toda a manhã. E quando já estava beirando à hora do almoço, meu pai passou em minha sala. Cumprimentamo-nos e ele me chamou para almoçar, ele sabia muito bem como eu ficava todo o dia dois de janeiro.

Fomos conversando sobre amenidades até a lanchonete do hospital. Entramos na fila e nos servimos, pesamos nossos pratos e nos sentamos numa mesa. Sem demora Charlie Swan também se juntou a nós. Meu sogro estava sorrindo até para as moscas, estava contente demais apesar de saber que dia era hoje. Conversamos brevemente sobre sua filha, e depois ele disse que tinha um convite para fazer a toda a família Cullen, convidou-nos para um jantar em sua casa hoje à noite. E lá se foi o meu plano de encher a cara...

Fiquei disperso por alguns minutos, e meu olhar perdido vagou por todo o recinto. Até que a vi, os cabelos cor de mogno solto e caindo por sua costa, as bochechas coradas, os olhos verdes e tempestuosos. Estava de jeans e salto alto, como era costume vê-la pelo hospital, senti-me estranho quando notei que sua mão estava entrelaçada com outra.

Era estranho vê-la sorridente a James, um de meus amigos. E ele sorria abobalhado pra ela, como se Bella fosse um prêmio, como se ela fosse uma deusa grega. Por um breve momento seu olhar encontrou o meu, mas desviei imediatamente, eu ainda não conseguia encará-la.

Mas acompanhei tudo o que ela fazia. Os dois entraram na fila, serviram-se e caminharam até a mesa em que estávamos. James e Bella sentaram um ao lado do outro, Charlie ficou contente por ver a filha e começou a conversar.

Ele a convidou para jantar e estendeu o convite para o namorado dela. Senti certa repulsa ao ouvir essa palavra. Fiquei receoso quando Charlie perguntou o que Bella fez no Réveillon e a mesma respondeu – olhando significativamente pra mim – que ficou em casa sozinha assistindo a filmes antigos. Isso me fez lembrar como terminamos a noite, nossos beijos, carícias e... Ok, hora de esquecer!

Quando Bella terminou de almoçar, tratou de sair, alegando que tinha pacientes a sua espera. Ela se levantou, despediu-se de todos nós, mas quem ganhou o beijo foi James. Um simples selinho que fez meu estômago revirar. Meu olhar traidor acompanhou-a até que ela passou pela porta da lanchonete. Suspirei baixinho e resolvi ir embora também, aleguei o mesmo que a Dra. Swan e despedi-me de todos, confirmando a Charlie que iria até a sua casa para o jantar.

[...]

Ao final da tarde já não tinha mais nenhum paciente e então já estava liberado. Arrumei minhas coisas e saí de minha sala, encontrando Bella no mesmo corredor. Sorrimos um para o outro e fomos juntos até a garagem, no mais completo e absoluto silêncio, tudo bem que às vezes eu a olhava de esguelha.

Chegamos à garagem do hospital e antes que nos separássemos, Bella me abordou:

- Então, você vai até a casa dos meus pais hoje? – indagou.

- Claro, Charlie faz questão da minha presença – respondi.

- Então nos vemos lá – disse, sorrindo.

Ela me abraçou de leve e inalei aquele aroma de morangos maravilhoso que exalava de seus cabelos. Tão cheirosa... Ok, parou Edward! Soltamo-nos e a vi caminhar até seu carro, solei um gemido frustrado e me direcionei até o meu Volvo.

Entrei no meu carro, dei partida e vi o Uno vermelho dela a minha frente. Saímos do hospital e cada um foi para o seu lado. Dirigi tranquilamente até a minha casa, assim que cheguei fui direto para o banho, precisava relaxar.

Depois de mais tempo do que o necessário debaixo do chuveiro, fui me vestir. Coloquei uma calça jeans preta, uma camisa branca e uma jaqueta preta. Calcei meu tênis, penteei os cabelos e passei um perfume. (n/a: look Edward) Peguei minha carteira, meu celular e as chaves. Já estava mais que atrasado para o jantar.

Dirigi rapidamente em direção a casa dos Swan. E pelo que pude perceber ao estacionar o carro, eu era o último a chegar. Saí do Volvo, ativei o alarme e corri em direção à porta. Toquei a campainha e quem abriu a porta foi Bella. Sorri abertamente para ela e a mesma me retribuiu, deu-me passagem e eu entrei com ela em meu encalço.

- Pensei que não viria mais – resmungou.

Eu apenas sorri e entramos na sala. Todos me cumprimentaram, e eu senti um reboliço em meu estômago – de novo – quando Bella foi se juntar a James, sentando em seu colo e ele abraçando-a pela cintura, protetoramente. Então fui até onde minha irmã nanica e sentei-me no braço da poltrona.

- Antes de irmos jantar – começou Renée – Gostaríamos de lhes dar uma notícia – continuou, olhando significativa para o Charlie.

- Sim – ele assentiu, sorrindo – Chamamos nossa grande família aqui, para dizer que nos casamos de novo.

Abri a boca, surpreso. Todos nós sabíamos que Charlie e Renée haviam voltado a ficar juntos depois que a Elizabeth morreu, mais ou menos um ano depois. Então ela voltou pra Forks e os dois moram juntos desde então, mas eles eram divorciados há tantos anos...

- OMG! – exclamou Bella, exultante.

Levantou-se do colo do namorado e correu para abraçar os pais, com lágrimas nos olhos.

- Por que não me contaram? – ralhou – Nossa... Estou absurdamente feliz por vocês. – sorriu, como boba.

Os dois olharam encantados para filha, acho que eles estavam receosos por ela. Já que Bella não demonstrou uma reação positiva quando descobriu que tinha pai e uma irmã gêmea, e nem quando Renée voltou para Charlie, ela demorou um pouco para aceitar.

Meus pais foram os seguintes a cumprimentar o Sr. e a Sra. Swan. E depois fomos todos abraçar o mais – não tão − novo casal. Depois de todas as felicitações Renée voltou a falar, visivelmente emocionada:

- Fico extremamente comovida pela alegria de todos vocês – fungou – Ainda mais pelo dia de hoje... Apesar de não ter chegado a conhecer completamente a minha filha – olhou pra mim – Sinto por ela não estar aqui. – Charlie a confortou, abraçando-a de lado – E eu sei que ela adoraria essa notícia.

- Sim, ela adoraria – me manifestei – Ela queria vocês dois juntos, assim como queria conhecer a Bella. – olhei para a gêmea de minha esposa e ela sorriu, agradecida.

Renée saiu dos braços do marido e me abraçou fraternalmente.

- Você é um anjo, querido – disse em meu ouvido – Eu sei que você a amava demais. – encarei seus olhos verdes, assentindo.

Renée beijou uma de minhas bochechas e me soltou.

- Então... – suspirou – Vamos comer? – convidou a todos.

Caminhamos para a sala de jantar e tudo já estava posto na mesa. Sentei-me entre minha mãe e Alice, Bella estava a minha frente e sorria pra mim. O jantar transcorreu animado, cheio de conversas paralelas e risadas.

Ao final teve uma bela sobremesa, um mousse delicioso de chocolate. Depois de todos se deliciarem, Emmett e Rosalie levaram Anna pra casa, pois a baixinha já ressonava no colo do pai. Alice e Jasper foram os próximos, minha irmã estava ficando cansada cada vez mais rápido, pois carregava dois bebês.

James foi o próximo, ele daria plantão logo pela manhã, não levou Bella, pois a mesma disse que iria ficar essa noite com os pais. Meus pais foram os próximos e eu decidi ir logo em seguida, Bella me levou até a porta.

- Obrigada por aquilo que disse.

- De nada – dei de ombros – Sei que seria verdade.

Bella afagou meu ombro, sorrindo. Seus olhos brilhavam de uma maneira tão intensa, hipnotizante, que fez meu coração bater mais rápido.

- Boa noite, Edward – murmurou.

- Boa noite – retribuí e acariciei sua bochecha.

E sem que eu percebesse, fui me inclinando em direção ao seu rosto. Pude sentir seu hálito quente em minha face, nossos olhos conectados... Seus lábios vermelhos e super convidativos estavam entreabertos. Não me contive e selei-os com os meus, um simples toque.

Fechei os olhos e aprofundei o beijo, desci às mãos para sua cintura, e senti as pequenas mãos dela entrelaçarem meu pescoço. Minha língua veio de encontro com a sua, saboreando toda a sua boca, era um beijo calmo, delicado, sem pressa alguma, apenas um beijo.

Mas foi Bella que o terminou, tão depressa... Abri os olhos e encontrei a confusão estampada em sua face. Bufei frustrado e antes que pudesse dizer alguma coisa, ela soltou:

- O que estamos fazendo? – sussurrou.

-x-


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Notas finais do capítulo

N/a: Eu sei que sou má por terminado assim. *cara de anjinho* Mas foi legal... Bom, capítulo escrito e devidamente postado. Nossa, esse capítulo eu escrevi em dois dias! Milagre, fato. Porque ultimamente eu estou demorando mais do que o normal na escrita de um capítulo de qualquer fic minha...

Enfim, espero que vocês tenham gostado. E me desculpem pela demora. :/ Outra coisa, cadê os meus reviews? *drama* Cadê os meus 40 por capítulo? Sinto falta, isso também é motivo para a demora da postagem, sabe? *cof, cof* E também sinto falta das minhas recomendações, vamos esticar os dedinhos? :B

Ok, já estou enrolando demais aqui... O próximo capítulo é um dos meus favoritos *olha o spoiler* porque vai acontecer muitas coisas legais, interessantes pra dizer a verdade. Se vocês já perceberam, o Edward está começando a se apaixonar e “talvez” no próximo capítulo, teremos um intimado. É, isso que leram. Rá. (h)

Vou-me agora.

Kisses ;*

Tamy Black.