Remember Me escrita por Tamy Black


Capítulo 16
Loucura




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No capítulo anterior:

E eu não conseguia retirar a imagem dos dois se beijando da minha cabeça.

-x-

Bella POV.

Fui pega de surpresa com o beijo urgente de James. Não posso dizer que não gostei. Fazia algum tempo que eu não me relacionava, então meu ego estava feliz por estar com alguém. Apesar de que não era o alguém que eu queria. Sim, eu só posso estar louca. Querer ninguém menos que Edward Cullen, para todos os efeitos, meu cunhado.

Depois do beijo, curtimos o restante do show abraçados, mas parecia que eu estava fazendo a coisa errada. Consegui tirar esses pensamentos com as músicas. O show terminou, quase não conseguimos nos despedir do pessoal. James estava animadíssimo e andávamos de mãos dadas, era meio estranho.

James me levou pra casa e nos beijamos novamente antes que eu saísse do carro. Eu me permiti começar a gostar de alguém, James é um cara legal e muito bonito, então eu só precisava me concentrar nele. Ainda não éramos namorados, nem nada, esse foi apenas o nosso primeiro encontro.

Saí do carro e entrei em casa, subi as escadas e entrei em meu quarto. Fui tirando os sapatos e me despindo, tomei uma ducha quente e coloquei um pijama confortável. Deitei-me em minha cama e ainda demorei pra dormir. Meu pensamento me traía, em vez de estar me lembrando do beijo com o James, eu estava me lembrando do beijo com Edward. Com muito custo, consegui dormir.

(...)

O sábado se passou e eu nem percebi. Passei o dia com meus pais em casa, ambos estavam de folga e fizemos um programa em família. Ficamos vendo filme o dia inteiro. Já era de noite, eu estava deitada no sofá e a minha cabeça estava no colo da minha mãe e meu pai estava sentado numa poltrona ao lado do sofá.

De repente o telefone começou a tocar, meu atendeu de prontidão e eu dei pause no DVD. Ele começou a falar alegremente ao telefone, confirmou alguma coisa e desligou.

- Quem era? – minha mãe indagou.

- Esme, - sorriu – convidou-nos para almoçar amanhã e eu confirmei. Ela e Carlisle fazem trinta e um anos de casados.

- Ah, ótimo! – minha mãe sorriu – Que eles sejam mais felizes do que são.

- O Emmett não tem trinta e um? – perguntei, curiosa.

- Sim – mamãe me respondeu – Ela casou grávida do Emmett, com três meses de gestação.

- Então se casaram para a Esme não sair falada? – indaguei novamente.

- Não – quem respondeu foi meu pai – Seus padrinhos se amavam intensamente, e já estavam noivos antes da Esme descobrir a gravidez.

- Ah – murmurei apenas.

- Um ano e alguns meses depois eles tiveram a Alice e depois de mais dois anos tiveram o Edward. – mamãe disse – Eu e ela engravidamos quase juntas, pois a diferença sua e do Edward é de apenas dois meses e alguns dias.

Assenti com a cabeça e apertei o botão do play e voltei a prestar a atenção no filme. Maravilha. Vou ver o meu cunhado amanhã. Quando o filme terminou já era tarde e passava da meia-noite, subi para o meu quarto depois dos meus pais e peguei meu celular, tinha duas chamadas não atendidas, era o James e a última ligação fora feita há poucos minutos. Redisquei o número e sem demora ele atendeu.

Ficamos conversando por uns trinta minutos, até eu reclamar de sono e que teria um compromisso amanhã. Antes de encerrarmos a ligação, ele me convidou para ir ao cinema amanhã pelo final da tarde, eu aceitei e nos despedimos, por fim eu desliguei. Suspirei e coloquei um pijama, deitando em minha cama em seguida e dormindo meio que instantaneamente.

Acordei com a minha mãe me chamando, ela disse que já passava do meio-dia e que eu não iria tomar café da manhã, iria comer na casa dos Cullen. Levantei meio sonolenta e fui direto para o banho, não demorei muito debaixo do chuveiro. Saí e me sequei, coloquei uma calcinha e um sutiã. Fui direto para o closet escolher uma roupa, optei por uma calça jeans preta e que ficava bem justa em meu corpo. E tive que trocar de sutiã, pois a blusa que eu escolhi deixava grande parte do meu ombro a mostra, tive que colocar um sutiã sem alças.

Calcei uma sandália de salto médio verde-água e peguei minha bolsa Marc Jacobs da mesma cor. Coloquei minha carteira, celular e outros pertences básicos, pois iria de lá para o cinema com o James, iria dizer para ele ir me pegar, dependendo da hora que iria terminar o almoço. Fiz uma maquiagem básica e não muito chamativa, deixei meus cabelos soltos mesmo e passei o meu perfume novo 212 VIP Carolina Herrera.  Olhei-me no espelho e sorri diante ao meu look, estava legal e simples.

Desci as escadas e encontrei meu pai arrumado sentado na poltrona e folheando uma revista, minha mãe vinha da cozinha e estava linda em seu vestido azul-marinho. Assim que eles me viram, elogiaram a minha roupa e então saímos. Não iria dirigir mesmo, então fui com eles no banco detrás do carro do papai. Chegamos rapidamente à mansão Cullen e meu pai estacionou ao lado da Mercedes do meu padrinho.

Saímos do carro e papai o trancou, meus pais foram andando a frente e de mãos dadas, e eu fui atrás, sorrindo ao ver que mesmo depois de alguns anos separados o amor nunca deixou de existir. Mamãe tocou a campainha e quem atendeu a porta foi o Emmett com a Anna em seu colo, a loirinha a cada dia que passava ficava mais linda. Ela abriu um imenso sorriso e já foi gritando “Tia Bella!”, e pulando em meu colo. Cumprimentei o Emmett e entramos na casa, Anna ia tagarelando comigo.

Esme em seguida apareceu, nem parecia que ela tinha três filhos, continuava em forma e linda. Cumprimentei-a com um pequeno abraço, já que a pequena Cullen estava em meus braços. Meu padrinho apareceu juntamente com a Rose e eu os cumprimentei também, minha amiga tirou a filha dos meus braços alegando que a Anna já estava grandinha demais para colo, com essa eu tive que rir.

A campainha tocou e Esme foi abrir a porta, eram Alice e Jasper. A baixinha estava linda com um vestido verde curto e folgado. Sorri para ela e a mesma retribuiu, abraçamo-nos depois que ela cumprimentou os pais. Com os minutos se passando, chegaram mais alguns parentes dos Cullen. Até que Edward chegou, de calça jeans, camiseta e casaco, perfeito. Não consegui segurar o suspiro baixo. Meneei a cabeça e voltei à atenção para a Anna que falava alguma coisa que eu não me lembrava.

Anna era uma graça e com o passar dos minutos e enquanto o almoço ainda não era servido, eu me divertia com ela. Mas percebi que o tio dela não estava gostando muito da nossa aproximação, pelo que a Rosalie me contou, Edward e Anna eram grudes desde que a pequenininha nascera. E eu lá tinha culpa se a menina gostava de mim? Não, nenhuma.

Até que alguém começou a me cutucar, virei pra trás e me deparei com ninguém menos que James, fiquei sem reação, eu não esperava vê-lo aqui.

- O que você está fazendo aqui? – foi à primeira coisa que eu falei.

James riu e me deu um selinho rápido.

- Oi Bella, estava com saudades – dizia, brincalhão – Oi Anna, como vai você? – se dirigiu a Anna que sorria lindamente pra ele.

- Oi tio Jay – ela o cumprimentou e ele se abaixou para ficar da altura dela, deu um beijo na testa dela e ela o abraçou.

- Anna, deixa o tio Jay falar com tia Bella rapidinho? – ele a indagou, docemente.

Não posso negar que James tinha jeito com as crianças. Tanto que ele é pediatra e oncologista. Anna assentiu com a cabeça e saiu saltitando até onde estava a sua mãe.

- Desculpa, mas é que eu não esperava vê-lo aqui – falei.

- Meus pais são amigos dos Cullen de longas datas – ele disse, sorrindo – E esqueceu que eu e Edward somos amigos de infância?

- Sim – sorri tímida.

O pior que eu tinha me esquecido mesmo, e como aqui em Forks todo mundo se conhece, era bem óbvio que os Cullen conhecem os Carter. James e eu ficamos conversando, depois Emmett e Rosalie apareceram, e a conversa ficou animada, eu sempre ria horrores com o Emmett. Ele e Rosalie são advogados, Emmett trabalha numa conceituada empresa em Port Angeles, e a Rosalie é promotora. Durante o tempo em que ficamos conversando, James segurava minha mão ou passava o braço ao meu redor. Não que eu me incomodasse, mas dava aquela sensação de posse estranha.

Até que finalmente Esme disse que o almoço estava servido, então todos saímos da casa e fomos para a área externa, o almoço seria servido nos jardins, que estava cheio de mesas e cadeiras. Fui fazer o meu prato, eu estava faminta, já que ainda não tinha comido nada.

Edward POV.

Passei o sábado inteiro jogado em minha cama, assistindo a programas idiotas e sem sentidos na TV. O domingo amanheceu e eu acordei com o meu telefone tocando, atendi meu grogue.

- EDWARD ANTHONY CULLEN – nem é preciso dizer quem era – POR QUE RAIOS VOCÊ AINDA NÃO ESTÁ NA CASA DOS NOSSOS PAIS?

- Bom dia, Alice – disse, bocejando – E o que é que tem na casa dos nossos pais? – perguntei, sentando-me na cama.

- É O QUE? – ela estava completamente histérica, essa gravidez estava deixando minha irmã mais louca do que ela já era – VOCÊ SE ESQUECEU QUE HOJE É O ANIVERSÁRIO DE CASAMENTO DELES? SEU INGRATO, INSENSÍVEL, IDIOTA E RIDÍCULO! – começou a me xingar – VEM PRA CÁ A-GO-RA! – berrou mais uma vez e desligou na minha cara.

MERDA!

Eu realmente tinha me esquecido. Levantei num pulo da cama e corri para o banheiro. Despi-me rapidamente e entrei debaixo do chuveiro, não foi um banho muito demorado. Saí e me sequei, fui até o closet e coloquei uma cueca. Peguei a primeira calça jeans que vi na frente e a vesti, peguei uma camiseta branca com algumas estampas e um casaco de capuz preto. Calcei meus tênis e penteei o cabelo rapidamente, passei perfume e desodorante, vesti a camisa e o casaco.

Cacei minha carteira e meu celular pelo meu quarto, e saí. Peguei as chaves em cima da mesinha na sala e finalmente saí de casa. Destravei o Volvo e entrei, pisando fundo no acelerador. Cheguei rapidamente à mansão dos meus pais e vi vários carros estacionados, estacionei o meu um pouco longe, já que cheguei bem tarde. Toquei a campainha e quem atendeu foi a minha mãe, abracei-a apertadamente e fui atrás do meu pai. Assim que o vi, abracei-o e vi Alice se aproximar, arrastando Jasper consigo.

- Quando você vai aprender que não vive sozinho, Edward? – ela ralhou comigo, estava bufando de ódio – E quando você vai parar de pensar só em si, idiota? – ralhou mais uma vez.

Bufou irritada e saiu batendo os pés para longe da gente, encarei Jasper e o mesmo respirava profundamente.

- Está arrependido de ter engravidado a minha irmã? – ri.

- Sei que ela está mais irritadiça que antes, mas ela tem razão Edward – disse, encarando-me seriamente – Mas eu acho que um dia você vai acordar e perceber que está deixando a sua vida passar por algo que não tem solução. – disse sério e se afastando.

Bufei entediado, ninguém nunca iria entender o que eu passo. Deixei pra lá e comecei a andar, algumas pessoas paravam e me cumprimentavam, falei com meu irmão e a Rose, perguntei da pequenina e a Rose disse que estava com a Bella. Então eu vi as duas, Isabella e Anna conversavam animadas num sofá. A gêmea da minha esposa estava bonita, não posso negar, ela usava uma calça jeans e uma blusa que mostrava grande parte de seu ombro. Seus cabelos castanhos estavam soltos e ela sorria pra minha sobrinha.

Fiquei a observar as duas por bastante tempo, eu sei que a Isabella sabia que eu a estava olhando. Eu estava tão absorto nas duas e em como elas se comunicavam tão bem, que nem percebi que alguém me chamava.

- Terra chamando Edward – pisquei e olhei para o lado, era o James.

- Ei cara – nos cumprimentamos.

- E aí? – sorria – Você viu a Bella? – claro que ele tinha que mencioná-la.

- Bem ali com a Anna – apontei, entediado.

- Valeu. – agradeceu e se afastou, indo até ela.

Ele a cutucou e a mesma se virara pra ele, completamente surpresa. James a beijou e eu senti repulsa, um sentimento estranho, mas era. Parei de observá-los, isso não me levaria a nada mesmo.

- O que você tanto olha para o James e a Bella, Edward? – do nada, minha irmã chega e pergunta.

- Nada – respondi de imediato.

- Sei – disse, mas com a cara de quem não acreditava mesmo.

- Está mais calma? – mudei de assunto, mas já me arrependendo do que perguntei.

- Não muito – Alice respondeu, estreitando os olhos.

- Alice, você sabe que tudo que você sente os bebês sentem, não sabe? – tentei acalmar a fera.

- Eu sei, eu sei – disse enfadada.

- Ótimo, então não preciso dizer que a sua gravidez foi complicada de acontecer, e que cada vez que você se altera por nada aumenta o risco de perder os meus sobrinhos. – disse sério.

- Não precisa me lembrar, Edward – bufou.

- Só quero o seu bem, pequena – acariciei suas bochechas de fada – E o bem dos gêmeos é claro – sorri – Então faça um favor aos seus filhos: não se altere e nem se irrite.

- Se você ajudasse também, né? – ralhou.

- Alice, deixe que de mim eu mesmo cuido, tá? – ri – Cuide apenas dos seus bebês, certo?

- Tá – disse, frustrada – Mas pelo menos tenta, okay? – me olhou, implorando – Eu não agüento mais ver você definhando a cada dia, Ed... – vi seus olhos verdes encherem de lágrimas – Você acha que ninguém te entende e tudo mais... Mas não é verdade, Edward. – suspirou e limpou as lágrimas que caíam – Nós sofremos junto contigo, é só olhar bem pra nossa mãe e vê que se ela pudesse, estava caindo ao seu lado. – fungou – Já são sete anos, Edward. Praticamente oito, acha mesmo que a Elizabeth estaria contente de te ver assim?

- Ok, ok – a interrompi, já estava cansado dessa ladainha – Vou tentar, mas não prometo nada.

Minha irmã assentiu com a cabeça e me abraçou apertado. Sei que eu estou mentindo, só falei aquilo pra acalmar a Alice, ela não pode ter emoções fortes, e eu não quero prejudicar a sua gravidez com os meus problemas. Ela me soltou e esboçou um pequeno sorriso, que eu retribuí na mesma hora. Alice se afastou de mim dizendo que precisava ir ao banheiro, eu apenas assenti e vi minha mãe se aproximar dos convidados, ela avisou a todos que o almoço estava servido.

Todos os convidados foram para o jardim de trás da casa, onde tinha a piscina e uma área com churrasqueira e mais coisas. Várias mesas estavam organizadas e tal, esperei a multidão sair de perto para eu fazer o meu prato, não coloquei muitas coisas e fui me sentar com a minha família. Durante todo o almoço, eu percebi o quanto era abençoado por ter pessoas maravilhosas em minha vida.

Meus pais estavam mais do que felizes juntos, sempre sorrindo um para o outro e a troca de olhares apaixonados era feita a todo instante. Meus irmãos estavam acompanhados de seus parceiros, minha sobrinha estava sentada feliz enquanto Rose lhe dava sua comida. Senti nostalgia, eram muitos os momentos que eu e a Liz compartilhamos esses momentos. Mas não era a hora de ficar me lembrando disso. Comi em silêncio e apenas os observando.

  Assim que terminei minha refeição, permiti-me olhar o ambiente, até que meus olhos pararam diante da seguinte cena: numa mesa não tão longe da qual eu me encontrava, estavam os Swan e os Carter. Ninguém menos que os pais da Elizabeth e da Isabella com os pais do James. E falando nos filhos, ambos estavam sentados lado a lado, e trocando sorrisos e carícias. Sério que eles já estavam juntos?

- Ai que bonitinhos! – a exultante exclamação da minha irmã me fez desviar os olhos casal perfeito.

- O que foi, Allie? – Rose fez o favor de perguntar.

- O James e a Bella – ela respondeu, Alice também olhou o casalzinho.

Todos que estavam à mesa olharam para a mesa a poucos metros a nossa frente.

- James é um rapaz adorável – minha mãe disse, sorrindo – Ele e a Bella formam um casal bonito.

- Fazem mesmo – meu pai concordou – Que bom que a nossa afilhada já está ajustada a cidade.

- Por que não estaria? – Emmett indagou – Já faz dois meses que a Bella chegou.

- Os pais dela pensavam que ela não se ajustaria a cidade, pensavam que ela não agüentaria, mas ainda é cedo para afirmar, eu acho. – mamãe disse.

Bem que ela podia ir embora, não é? Mas eu não tenho essa sorte toda.

- Espero que ela seja feliz aqui – meu pai complementou – Bella não era feliz em Phoenix, desde que a Renée voltou a Forks ela ficou sozinha naquela cidade imensa, sem contar com os anos que morou na Inglaterra com o noivo e tudo mais...

- Espera, espera – dessa vez quem se manifestou foi eu – Noivo?

- Sim, ela foi noiva por cinco anos e deixou o rapaz no altar – minha mãe contou – Bella não se casou porque não amava o rapaz.

- Nossa – Alice murmurou – Dessa eu não sabia.

- Vocês não a conhecem o suficiente. – papai disse, sorrindo – Bella pode aparentar ser tímida, mas ela tem um grande coração depois que você a conhece.

- Sei – murmurei baixinho e revirei os olhos.

O tempo começou a passar mais devagar. Meus irmãos e eu preparamos uma homenagem aos meus pais, Emmett fez um vídeo com a maioria dos nossos vídeos caseiros e fotos. Ficou muito legal, tanto que nossa mãe sucumbiu às lágrimas e abraçou a nós três ao mesmo tempo. Eles cortaram um bolo, com direito a bonequinhos em cima e tudo mais.  A tarde já estava se esvaindo e o sol estava começando a se por, eu já estava cansado de ver a Isabella e o James aos beijos toda hora, até que graças aos céus, eles foram embora de mãos dadas.

Todo aquele grude já estava me dando nos nervos. Renée e Charlie vieram conversar comigo, eu gostava dos dois, eram muito gentis e pessoas maravilhosas. Já era de noite quando eu finalmente fui pra casa. Estacionei o Volvo e entrei em minha residência, já fui tirando o casaco e a blusa. Andei até a cozinha e bebi um copo de água. Sentei-me em minha sala e liguei a TV, tirei meus sapatos. Fiquei por um bom tempo assistindo a TV e tentando esvair alguns pensamentos muito nada a ver.

Bella POV.

O almoço foi tranqüilo. Conheci os pais do James, eles se sentaram junto comigo e com meus pais. A mãe dele – Georgina – era linda, loira e com belos olhos azuis – já sei de quem James herdara toda a sua beleza – e seu pai – Jonathan – tinha os cabelos castanhos claros e os olhos castanhos bem claros. Descobri que James tinha uma irmã mais nova, Alexia, ela estava na universidade de Princeton cursando Ciências Sociais, estava pra se formar. James estava muito carinhoso comigo e super feliz, mas eu não conseguia sentir a mesma empolgação que ele, não sei o motivo.

Depois que comemos e que Esme e Carlisle cortaram o bolo, eu e James saímos, iríamos ao cinema. Despedi-me dos meus pais e do Sr. e Sra. Carter, e fomos. Não queria ir muito longe, afinal era domingo, então fomos ao cinema de Port Angeles. Assistimos ao filme Um Parto de Viagem (n/a: assistam, é muito engraçado) e eu ri bastante, assim como James. Assim que o filme terminara, fomos passear pelo shopping, fizemos um lanche e depois voltamos para a nossa cidade.

Cheguei a minha casa quase as onze da noite, no dia seguinte tinha trabalho. Dei boa noite aos meus pais, que estavam namorando no sofá da sala – detalhe – e subi as escadas, entrando em meu quarto. Meus pais nem me deram atenção e isso me fez pensar que eu deveria ter a minha própria residência, cuidaria disso assim que fosse possível. É óbvio que eu não vou morar com os meus pais eternamente.

Entrei em meu quarto e fui tomar um banho de banheira, queria relaxar. E assim o fiz, depois coloquei um pijama confortável e liguei a TV que havia em meu quarto. Estava passando uma série que eu gosto e fiquei ouvindo e lendo um relatório.

(...)

As semanas começaram a passar rapidamente. O mês de outubro já estava terminando. Eu já tinha arranjado um apartamento, mas ainda não havia me mudado. Estava acertando os detalhes da compra, iria morar num prédio próximo ao centro de Forks, ficava apenas há três quadras do hospital. Minha mãe chiou, é claro, dizendo que não havia necessidade de sair da casa deles e todo aquele teatro de mãe. Meu pai apenas disse que se era o que eu achava melhor, então ele me apoiava, e disse também que a casa deles sempre estaria de portas abertas pra mim.

O trabalho continuava a ocupar quase 100% do meu tempo, mas eu ainda tinha meus tempos de folga. James e eu continuávamos na mesma, saindo, namorando, fazendo programas juntos, mas ele ainda não havia pedido exclusividade, e eu nem sei se daria a essa exclusividade a ele. Ok, eu estou exagerando. James não tinha concorrência, mas eu ainda não me sentia apaixonada por ele. Gostava do tempo que passávamos juntos, ele era super legal, atencioso e mega carinhoso, tudo que uma mulher adoraria ter, mas parecia que faltava alguma coisa, não sei. Mas eu gostava da sua companhia, era reconfortante saber que havia alguém – além de seus pais – que se importa contigo.

Edward e eu continuávamos com o nosso tratamento profissional. Era somente: “oi, bom dia, boa tarde ou boa noite” e nada mais. E eu ainda não conseguia me esquecer daquele beijo. Já era pra eu ter esquecido, ele estava bêbado e não queria saber de nada, então não adiantava ficar remoendo a história. Eu estava saindo de casa, já era noite e um plantão hoje era noturno. Fiquei surpresa quando vi na escala que eu e Edward estaríamos juntos no mesmo plantão, em geral sempre intercalamos. Despedi-me dos meus pais e saí de casa, já estava fazendo frio em Forks, por isso estava bem agasalhada.

Entrei no meu carrinho e fui dirigindo tranquilamente até o Forks General Hospital. Estacionei na vaga costumeira e percebi que o Volvo prata do Cullen estava estacionado perto do meu. Dei de ombros e abri a porta, peguei minha bolsa e saí, ativando o alarme. Andei calmamente até o elevador, apertei o botão e sem demora a porta se abriu. Entrei no elevador e apertei o meu andar. Questão de poucos segundos eu cheguei e fui para a minha sala. Deixei minha bolsa ali e tirei o casaco, peguei meu jaleco e o coloquei. Abri minha bolsa e tirei o diário da Elizabeth, fazia dias que eu não lia, se desse, eu atualizaria a minha leitura nessa madrugada. Fui até a outra sala, onde estavam as enfermeiras e afins.

Dei boa noite e as garotas sorriram pra mim, elas começaram a me passar tudo que estava acontecendo. Tinha alguns pacientes internados, alguns na UTI, e também ajudaria na emergência geral do hospital. Edward estava na UTI, ajudando numa emergência. Fui dar um passeio pelos outros setores e ajudei no que era necessário. Fiquei num dos consultórios da emergência e atendi alguns pacientes, de crianças a adultos. Até que estava calmo.

Já passava da meia-noite, então eu resolvi ir para a minha sala, o plantão estava calmo e eu disse para as meninas que se precisassem de mim eu estaria em minha sala, elas assentiram e eu continuei o meu caminho. Assim que entrei em minha sala, tirei o jaleco e o coloquei em cima da cadeira, sentei-me confortavelmente em minha cadeira e abri o diário da Lizzie na página em que eu havia parado e comecei a ler. Fui lendo até que cheguei no dia em que a minha irmã soube que eu havia recusado a fazer o teste de compatibilidade de medula, eu ainda não tinha conseguido absorver tudo.

Forks General Hospital – 04/03/09

Meus pais chegaram da Inglaterra ontem pela manhã e vieram sozinhos, talvez a Bella viria depois. Eu podia conhecer muito pouco da minha mãe, mas eu sabia quando estavam me escondendo alguma coisa. E eu sabia que havia algo que ela queria dizer e não sabia como. Minhas suspeitas se tornaram reais quando hoje, depois que meu pai entrou de plantão e que Edward havia ido pra universidade – ele havia transferido o curso para a Universidade de Forks −, e minha mãe ficou sozinha comigo, ela começou a falar.

Renée disse que ela e meu pai já haviam contado toda a verdade para a Bella, mas que ela não havia aceitado de uma forma positiva. Eu compreendia a minha irmã, do nada seu pai – aquele que ela nunca vira na vida – aparece juntamente com a sua mãe e lhe conta que você tem uma irmã gêmea e esta está doente precisando da sua ajuda exclusivamente, é completamente surtante.

Edward obviamente já estava sabendo de tudo e quando soube que eu tinha uma irmã gêmea, ele disse que queria conhecê-la. Mas quando soube que a minha irmã não viria para Forks nem que o mundo acabasse, ele pirou, ficou irritado e muito nervoso – coisa que é muito difícil para o meu marido –, tentei acalmá-lo, disse para tentar entender o lado dela. Sei que depois dessa, começaram as buscas para um doador compatível. Eles não acreditavam que a Bella iria vir e fazer o teste.

Mas algo me dizia que ela viria. Poderia demorar, mas ela viria. Eu sinto isso.

Minha leitura foi interrompida por alguém que abriu a porta da minha sala com violência. Deparei-me com ninguém menos que Edward, olhei-o aturdida. Ele ia me perguntar alguma coisa, estava com alguns papéis de exames nas mãos, mas seus olhos verdes depararam com o objeto que estava em minha mão: o diário da Elizabeth.

Edward POV.

Os dias começaram a passar mais rápidos do que de costume. Eu como sempre estava focado em meu trabalho. A gravidez da Alice já estava em seu quarto mês, daqui duas semanas entraria no quinto. Ela estava bem mais calma e não via a hora de saber o sexo dos rebentos. Minha irmã disse que na última consulta não deu pra ver por causa da posição na qual eles estavam, mas ela tinha fé que conseguiria ver antes do nascimento deles. Eu não sou pai, mas serei tio, e aposto que é um casal.

Eu estava de plantão noturno e me surpreendi quando vi a escala, a Dra. Swan também estava de plantão. Estava resolvendo uma emergência na UTI e assim que saí de lá fui para um dos consultórios da emergência. O plantão estava calmo, nada de muito grave. Estava analisando uma tomografia de uma paciente que estava em observação, até que percebi que precisava tirar uma dúvida, e só quem poderia em responder era a Swan. Perguntei as enfermeiras onde a Dra. Swan estava e elas me disseram que a Isabella tinha ido para a sua sala devido à calmaria no hospital.

Fui andando até a sua sala e abri a porta sem nem pedir licença. Sim, foi grosseria da minha parte, mas a dúvida me consumia. Mas assim que abri a porta, esqueci o que vim fazer ali assim que meus olhos, sem querer, focaram o objeto que estavam nas mãos dela: o diário da Lizzie. Eu ia perguntar algo sobre os exames que estavam em minhas mãos, mas assim que vi aquele diário, que tantas vezes vi a Lizzie escrever, nas mãos dela, da irmã idiota dela...

- O que você faz com o diário da minha esposa? – a indaguei, segurando para não estourar.

Depois que a Lizzie morreu, eu procurei esse diário por todos os cantos da casa. Eu queria lê-lo, queria saber os pensamentos dela durante toda a descoberta da doença e durante o tratamento, ela não me deixava ler, e eu queria. Procurei muito aquele diário, mas nunca o encontrei. E vê-lo nas mãos da Isabella, da pessoa menos indicada no mundo para ter aquele objeto, era demais pra mim.

- O que? – ela rebateu, sem entender.

- Não vou repetir − disse, tremendo de raiva – Como você conseguiu isso?

- Meu pai me deu de presente de aniversário, ele disse que a Lizzie deu a ele antes de morrer. – falou, endireitando-se na cadeira – Ele achou que seria interessante pra mim.

- Como você ousa? – a raiva já era perceptível no meu tom de voz.

- Não estou te entendendo, Edward – ela disse, olhando-me confusa.

- Como você ousa chegar aqui, depois de anos, com a desculpa esfarrapada de querer conhecer a Elizabeth? – urrei.

- Eu nunca disse isso! – ela se exaltou, levantando-se da cadeira – Eu decidi voltar a Forks porque meus pais me queriam por perto e não por querer conhecer a Lizzie depois de morta!

- Ela quis conhecer você, sabia disso? – berrei novamente – Ela queria conhecer a irmã dela, mas você... Com todo o seu egoísmo, sua arrogância idiota, não quis!

- Eu me arrependi do que fiz, mas você não é ninguém pra me dizer nada e eu não devo nada a você! – falou, no mesmo tom que eu.

- Claro – revirei os olhos – Você não deve nada a mim, você deve a sua irmã morta...

- Pára de falar assim! – veio andando até mim, com raiva – Eu tinha meus motivos, era tudo muito confuso! – disse, encarando-me seriamente – Mas por que merda eu tô falando isso pra você? – disse falando mais para si do que pra mim – Olha, Cullen... Eu sinto muito por tudo que aconteceu a Elizabeth, posso ter errado, mas ela sabe que eu me arrependo a cada dia por não a ter conhecido.

- Espero que você se arrependa mais ainda. – disse, a interrompendo.

Mistake – Nickelback

(n/a: escutando, por favor!)

Ela me encarou estupefata e só o que eu senti em seguida foi o lado esquerdo do meu rosto esquentar. Isabella me deu um tapa muito forte, encarei-a morto de raiva, minha tolerância e paciência já tinham atingido o limite. Estávamos tão próximos que eu podia sentir sua respiração ofegante e sua expressão de incredibilidade, seus olhos verdes − tão mais tempestuosos que o da Lizzie, tão raivosos − encaravam-me intensamente.

Como eu mudo e dirijo pela besteira,

Que me atormenta dia-a-dia

Você pode realmente notar que eu fui embora?

E a minha reação aquele tapa foi completamente o oposto do que seria correto. Eu simplesmente a peguei pelos ombros e colei seus lábios nos meus, num beijo desesperado. Foi um beijo rápido, mas foi retribuído a altura. Soltei-a ofegante e nos encaramos mais uma vez. Era o verde no verde. Então quem me agarrou agora foi ela.

E eu estou fora da muralha,

Fora da montanha,

Fora de seu lugar,

Eu estou fora da segurança,

Fora dos telefones,

Fora da raiva,

Que erro.

Seus pequeninos braços foram parar ao redor do meu pescoço e suas mãos bagunçavam o meu cabelo ainda mais. Minhas mãos foram parar em sua cintura, apertando-a mais contra mim. O beijo era desesperado, como se fosse à última coisa que faríamos no mundo. Nossas línguas dançavam freneticamente, eu já estava ficando louco só com aquele toque.

Quando você perdeu as pedras para jogar

Esses que eu encontrei para fazer fogo

E todas as almas solitárias que dizê-lo demitido.

Era insano e completamente louco o que estávamos fazendo, mas eu não conseguia parar, na verdade, eu não queria parar. Rapidamente eu já estava sem jaleco e Bella apertava meus ombros, arranhando-o levemente com suas unhas compridas e bem feitas. Com habilidade eu tirei sua blusa e tive a bela visão de seus seios protegidos pelo sutiã azul escuro de renda que ela usava, que fazia um belo contraste com sua pele branca e completamente macia.

E eu estou fora da muralha,

Fora da montanha,

Fora de seu lugar,

Eu estou fora da segurança,

Fora dos telefones,

Fora da raiva,

Que erro.

Eu a beijava loucamente, como se a minha vida dependesse daquilo. Ela arrancou minha blusa e passou a mão em meu peito, arrepiei-me com seu toque. A pressa e o desejo eram tamanhos que foi só a questão de abrir a calça jeans e eu já estava a possuindo por completo. Era desajeitado, desesperado, insano, maluco, perfeito, mas eu fui ao céu e voltei quando me senti dentro dela.

Que erro,

Que erro,

Que erro,

Que erro,

Começamos as nos movimentar lentamente, eu a ouvia ofegar e gemer baixinho, sempre tomando seus lábios contra os meus, era um vício. Os movimentos sincronizados, gemidos abafados com beijos, minhas costas deviam estar extremamente vermelhas por causa das unhas dela. Eu a apoiava contra a parede e segurava uma de suas pernas.

Eu nunca estive perdido,

Eu nunca estive achado,

E não faz diferença, se eu estou ao redor,

Nunca foram palavras, nunca foram ações

Nunca foram promessas que eu não nunca cumpri.

Ela me beijava e agarrava meus cabelos com fúria. Eu ia e vinha de forma louca e alucinada, ela pedia por mais gemendo entre meus lábios. Eu podia estar louco e cometendo o maior erro da minha vida, mas eu não estava raciocinando. Eu só sabia que a queria daquele jeito desesperado e gostoso.

E eu estou fora da muralha,

Fora da montanha,

Fora de seu lugar,

Eu estou fora da segurança,

Fora dos telefones,

Fora da raiva,

Que erro.

Mais algumas estocadas e senti o corpo dela tremer sob o meu, ela havia chegado ao seu limite, e sem demora eu cheguei ao meu. Era uma sensação única e indescritível. Ficamos alguns segundos abraçados, eu a espremendo contra a parede para ser mais exato. Até que a ficha caiu.

Eu não vejo como sair disto,

Puxando o fio,

Eu estou sempre puxando o fio,

Eu estou sempre puxando o fio,

Que erro, erro.

Eu havia transado com a irmã gêmea da minha esposa.

Mas agora não era a hora para me arrepender. Saí de dentro dela e me ajeitei, fechando o zíper da calça em seguida e ela nem ao menos se moveu. Catei minha blusa e a vesti depressa, peguei meu jaleco e juntei os papéis que outrora estavam em minhas mãos. Parei frente a ela e nos encaramos. Seus olhos verdes ainda cintilavam desejo, ela já havia ajeitado sua roupa, só faltava colocar a blusa.

Como eu mudo e dirijo pela besteira

Que me atormenta dia-a-dia.

Eu não conseguia dizer nada, não conseguia raciocinar. Apenas saí de sua sala e coloquei meu jaleco de volta. Tentando não pensar no que havia acabado de ocorrer.

-x-

N/a: WOW. WOW. WOW. WOW. Alguém ainda vive? *risos* Hm... Alguém chegou a pensar que isso iria acontecer agora? Acho que não. *mais risos* Enfim, eu não via à hora desse capítulo chegar, fato. Bom, mil desculpas pela demora, mas o mês de outubro foi o mais louco desse ano. Enem – leia-se: merda –, trabalhos e mais seminários na faculdade, eu caí doente umas duas vezes, estava surtando a todo instante, e ainda teve ROBSTEN no aqui no Brasil no começo do mês de novembro. E eu surtando, lógico.

Sim, acho que vocês querem explicações sobre o ocorrido, né? Então vamos lá, sei que todo mundo deve tá se perguntando: “MAS QUE PORRA É ESSA TAMY? ELES FUNFAM ASSIM DO NADA?”, acalmem-se, não é do nada, isso já estava na minha cabeça desde o começo e como já disse, estava empolgada para chegar esse momento. Vocês sabem que esses dois são malucos, complexos e inconstantes, não é? Pois então, isso foi coisa do momento, nada programado, era o desejo puro. E é óbvio que os dois queriam isso, lá no fundo, super enterrado no subconsciente, e outra coisa óbvia, eu precisava que isso acontecesse para dar rumo à história. Muita gente estava reclamando que eles dois só ficavam naquele chove não molha e pá, então engulam suas palavrinhas, tá? *pisca*

E posso dizer que estamos no meio da história, ainda não sei exatamente quantos capítulos a RM terá ao todo, mas posso dizer que chegamos ao meio de tudo. Outra coisa que posso dizer é que muita coisa ainda vai rolar, e eles não vão ficar juntos e felizes pra sempre depois desse capítulo. Ainda tem muito nó para ser desenrolado até eles ficarem definitivamente juntos. Enfim, acho que já falei demais, espero que tenham gostado e tudo mais. Recomendem e deixem reviews, tá legal?

Beijinhos de morangos ;*

Tamy B.


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