Remember Me escrita por Tamy Black


Capítulo 13
Convivência




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No capítulo anterior:


Fechei o álbum de fotos com fúria e o coloquei sob o criado-mudo. Deitei-me na cama e agarrei o travesseiro. As minhas lágrimas não cessaram, eu sentia toda a dor do mundo, como se fosse somente agora que eu estivesse sentindo a falta dela. Como é capaz de sentir falta de alguém que você nem conheceu?


Fui vencida pelo cansaço e acabei por dormir.


-x-


Edward POV.


Acordei com o despertador soando alto. Levantei de minha cama e fui direto para o chuveiro. Depois do banho, vesti-me: calça jeans escura, uma blusa branca, tênis, passei perfume, desodorante, penteei os cabelos e fui pra cozinha, comer alguma coisa.

 

Terminei meu café da manhã apressadamente, pois meu celular tocou. Já me chamavam no hospital. Só lavei minha louça, peguei meu jaleco, minha bolsa, carteira, chaves do carro e saí.

 

Eu gostava do meu trabalho, ser médico é o que eu sempre quis, e ainda ter feito residência em Oncologia era melhor ainda, sei que já vi muitos pacientes morrerem, mas eu os ajudava o máximo que podia. Cheguei ao Forks General Hospital em dez minutos, estacionei em minha vaga e adentrei ao recinto.

 

Mal cheguei a minha sala e fui recepcionado pela Jessica, minha secretária.

 

- Dr. Cullen, o seu paciente do apartamento 302 foi transferido para a UTI, esperam o senhor lá, depois disso o seu pai pediu que o senhor fosse a sala dele. – ela disse, rapidamente.

- Obrigada Jessica. – falei, vestindo o jaleco e pegando meu estetoscópio, pondo-o o no pescoço.

 

Ela assentiu e saiu de minha sala. Bebi uma água e fui atender o meu paciente. E assim já começava o meu dia, atribulado como sempre.

 

Bella POV.


- Bella, querida acorde... – ouvi uma voz feminina ao longe.

- Só mais cinco minutinhos, mãe. – balbuciei.

- Bella, meu bem, você tem que conhecer o hospital... – a voz voltou a me chamar.

 

Hospital...


OMG! ESTOU ATRASADA!

 

Num pulo eu me levantei da cama. Minha mãe sorria pra mim, ainda bêbeda de sono, reconheci que não era o meu quarto.

 

- Dormiu no quarto da Lizzie, por que Bella? – ela me indagou.

- Ah... – murmurei – Entrei aqui por curiosidade e acabei por pegar no sono. – omiti algumas coisas.

 

Mamãe sorriu e disse que meu pai já estava a tomar café, se eu iria sair com ele, eu tinha que ser rápida. Eu assenti e fui para o meu quarto mesmo, entrei no banheiro e tomei um banho rápido. Fui até minhas malas ainda não desfeitas, peguei uma roupa e me vesti, catei um jaleco também e pus na minha bolsa.

 

Olhei-me no espelho e fiz uma maquiagem rápida, tentando esconder a cara inchada do choro e as olheiras. Peguei meus óculos escuros e coloquei na cabeça, desci as escadas correndo e fui direto para a sala de jantar, onde meu pai tomava café, lendo o jornal e minha mãe estava sentada ao seu lado.

 

Sentei do outro lado de meu pai e o mesmo começou a falar comigo sobre o hospital em que trabalharia. Ele disse que Carlisle iria assumir a diretoria geral do hospital e que não poderia ficar mais tomando conta da área de Oncologia, não que ele não fosse mais o médico de lá, ele só não seria mais o responsável pelo setor. Perguntei ao meu pai quem seria o responsável agora, mas ele apenas me lançou um breve sorriso e disse que quando chegasse lá, eu iria saber.

 

Dei de ombros e terminei meu café. Assim que terminamos, eu e meu pai saímos de casa. Eu iria com ele para o hospital, mas eu estava pensando em comprar logo um carro, iria resolver isso amanhã, se eu conseguisse um tempo. Chegamos ao meu novo local de trabalho, meu pai estacionou e nós saímos.

 

Ele me deixou na sala de Carlisle e disse que ele me daria às instruções. Eu sorri e meu padrinho começou a conversar comigo sobre o que me tinha levado a escolher essa residência, admiti que foi por causa da minha irmã, ele sorriu orgulhoso e disse que esse também foi o motivo do filho dele ter escolhido Oncologia também.

 

Isso me fez pensar... Edward trabalhava aqui no hospital também e nós dois escolhemos a mesma área médica. É bem capaz de Carlisle colocar o filho para ser o responsável do setor. Ficamos conversando por um bom tempo, eu já estava entediada, pois eu queria começar a por a mão na massa, mas o padrinho disse que estava esperando uma pessoa e depois nós iríamos fazer um tour pelo hospital.

 

Sem demora, ouvimos a porta bater. Carlisle murmurou um “entre” e não fiquei surpresa ao ver Edward Cullen entrando a sala do pai.

 

- Bom dia. – ele murmurou e nossos olhares se encontraram, mas ele desviou rapidamente, encarando o pai.

- Bom dia. – eu e Carlisle retribuímos o cumprimento.

- Edward e Bella. – Carlisle sorria, Edward se sentou ao meu lado – Vocês obviamente estão sabendo que eu irei assumir integralmente a direção do hospital, certo? – ambos assentimos – E eu deixarei de ser responsável pela Oncologia, então... – suspirou – A responsabilidade do setor que tanto amo, irá ficar nas mãos de vocês dois.

 

COMO É?

 

Eu arregalei os olhos de surpresa e Edward também.

 

- Como assim, pai? – Edward balbuciou.

- Digo o mesmo, Carlisle. – falei – Eu mal cheguei aqui e não sei como esse hospital funciona... – comecei a dizer, rapidamente.

- Acalmem-se. – Carlisle pediu – Eu sei que ambos são excepcionais no que fazem, liguei para o seu chefe no hospital de Phoenix, Bella. – ele se referiu a mim – O Dr. Johnson me disse que você era uma das médicas mais focadas no trabalho que ele tinha e ele estava triste por perder uma profissional tão boa como você. – sorriu e eu corei devido ao elogio – E eu sei muito bem a sua capacidade, meu filho. – olhou para o Edward – E por que não fazê-los trabalharem juntos se ambos são tão bons? – sorriu, eu e o Edward ainda o encarávamos, embasbacados com notícia – Você e Edward farão uma boa dupla, sei disso. – me encarou – Agora, meus filhos, vão trabalhar. – riu – Edward, você conhece tudo aqui, mostre para a Bella, sim? E fale com a Angela, ela será a secretária da Bella.

 

Edward apenas assentiu e eu e ele nos levantamos, saindo da sala do meu padrinho. Eu ainda estava surpresa com tudo isso. Nunca chefiei nada, nadinha... E agora chego a essa cidade e já sou chefe?

 

- Bom... – Edward disse quando chegamos a um corredor – Aqui começa o nosso setor, Isabella. A minha sala é essa aqui. – apontou para uma porta com a placa: Dr. Edward A. Cullen – E a sua, é de frente para a minha. – apontou para a porta da frente e já continha uma placa: Dr. Isabella M. Swan.

 

Eu apenas ofeguei de surpresa, lá em Phoenix eu não tinha uma sala própria. Toda a vez que eu atendia meus pacientes, em consultas particulares, eu ficava rodeando de sala, e nos consultórios de emergência, não se tinha uma sala fixa.

 

- E essa é a Angela Weber, sua nova secretária. – ele disse quando vimos uma moça da minha altura, morena e de cabelos lisos pretos, óculos de grau de armação vermelha, ela tinha uma feição amável, ela vinha em nossa direção.

- Olá Dr. Cullen, - sorriu para o Edward – e Dra. Swan. – sorriu pra mim.

- Oi, mas pode me chamar de Bella. – fiz careta, ela soltou um risinho.

- Bom, acho que a Angela pode te mostrar onde tudo fica, Isabella. – Edward falou comigo – Eu tenho pacientes para atender. – disse frio e saindo de perto de nós.

 

Cara estranho.

 

- Ah... – murmurei e me virei para a Angela – Então, por onde eu começo?

 

Ela olhava para o Edward, que já ia longe, piscou várias vezes e voltou a me encarar, sorrindo.

 

Angela começou a me explicar como funcionavam as coisas no hospital, e então começamos um tour por lá. Eu passei grande parte da manhã andando com ela, pra cima e pra baixo. Encontrei com meu pai e o mesmo era somente sorrisos pra mim, também encontrei com Carlisle umas duas vezes e ele me indagou por que Edward não estava comigo, eu apenas dei de ombros e disse que seu filho tinha pacientes para cuidar.

 

Carlisle estranhou, mas não teve como me instigar mais, pois foi chamado numa urgência. Angela disse que eu iria dividir alguns pacientes com o Edward, pois ele era o médico que tinha mais pacientes e trabalhava o triplo de todos os outros ali.

 

Na hora do almoço, eu comi no refeitório do hospital, com todos os outros médicos. Senti-me um peixe fora do aquário, sério. Sentei-me com meu pai e não tirava os olhos do meu prato nunca. Depois de comer, voltei para o meu consultório, onde começaria os meus primeiro atendimentos nessa cidade.

 

(...)


A tarde passou rápida, quando vi já passavam das seis horas e eu tinha acabado de atender o último paciente. Desliguei o computador, arrumei minhas coisas e saí de minha sala. Despedi-me de Angela e peguei o celular para ligar pro meu pai.

 

- Oi Bella. – ele disse.

- Oi pai. Eu já acabei com meus pacientes aqui, você já tá liberado também? – indaguei-o.

- Oh querida, eu vou entrar em uma cirurgia de emergência agora. – disse – Eu vou me preparar nesse instante.

- Ah... E como eu vou pra casa? – perguntei, preocupada.

- Hm... Sua mãe tá com a Esme, por que você não pede pro Edward te dá uma carona? – ele me indagou – Carlisle me disse que hoje é dia de jantar em família, você vai pra lá e volta com a sua mãe.

- Pai, eu e o Edward não nos damos muito bem, eu não o conheço, vou chegar assim do nada e pedir carona? – bufei – É mais fácil eu pegar um táxi e ir pra casa. – revirei os olhos.

- E você tem dinheiro? – rebateu.

- Hm... – ih, eu não tinha – Não. – suspirei, derrotada.

 

O que eu tinha, gastei no almoço. Eu não sou de andar com dinheiro, só com cartão de crédito, é mais rápido e seguro.

 

- Então fale com o Edward. – papai disse, rindo – Carlisle nem está mais no hospital, saiu mais cedo hoje.

- Hm... Ok, vou ver o que faço aqui. – falei.

 

Despedi-me de meu pai e fui até a sala de Edward, bati a sua porta e esperei. Como eu vou falar com um cara que eu mal conheço e não gosta de mim? Eu não sei.

 

Depois dessa, amanhã mesmo eu vou comprar um carro.

 

Ouvi-o murmurar um “entre” e então abri a porta. Edward estava arrumando suas coisas para ir embora.

 

- Edward. – chamei-o.

 

Ele se virou para me encarar e posso jurar que ele ficou surpreso quando me viu ali.

 

- Ah... Oi. – murmurou, incerto.

- Olha, eu sei que você não gosta de mim, mas eu preciso de um favor seu. – falei rapidamente, ele esboçou um sorriso torto – Meu pai está indo fazer uma cirurgia agora, seu pai não está mais no hospital, eu estou sem dinheiro e ainda não tive tempo de comprar um carro... Então, será que você poderia me dar uma carona até a casa dos seus pais? – disse tudo num fôlego só – É que a minha mãe está lá e eu volto pra casa com ela. – mordi os lábios, tensa.

- Sem problemas. – ele disse, apenas.

 

Suspirei de alívio, porque se ele me negasse, eu teria que esperar meu pai terminar a cirurgia para eu poder ir pra casa. Edward pegou suas coisas e depois nós saímos do hospital em completo silêncio. Eu podia sentir o quanto ele ficava tenso com a minha presença. Deve ser estranho pra ele, já que a minha irmã gêmea era a minha cara, a única diferença era a cor dos cabelos. Elizabeth era loira e pelas fotos percebi que o tom de verde de seus olhos era mais claro que os meus.

 

Fomos para o estacionamento do hospital e eu acompanhei os passos de Edward. Andamos até onde estava um Volvo prateado, ele destravou o alarme do carro e eu entrei no pelo lado do carona e ele fez o mesmo, só que do lado do motorista.

 

E o silêncio ainda imperava.

 

Edward POV.


Não nego que fiquei chocado com a decisão de meu pai. Dar a responsabilidade para uma mulher que nem conhecia o hospital? Insanidade em minha opinião. Até a própria Isabella concordava comigo, pois ela tentou intervir, mas meu pai estava decidido.

 

Já era o cúmulo, pra mim, ela estar trabalhando aqui, era pior ainda, ela ser chefe junto comigo. Meu pai pediu que eu a levasse para mostrar o hospital, mas não fiz mesmo, ela que se virasse com a Angela. Sei que é imaturidade de minha parte, mas eu não conseguia agüentar cinco minutos ao lado dela. Não sei por que, mas eu realmente não conseguia.

 

(...)


O dia passou corrido e eu mal tive tempo de almoçar, comi uma besteira na lanchonete e só. Estava voltando do pseudo almoço quando um amigo de infância meu, parou-me.

 

- Edward Cullen! – disse.

- James Carter. – sorri.

 

Ele me abraçou amigavelmente. James e eu nos conhecemos na escola, ele era o meu oposto, sempre foi o pegador e tudo mais. Distanciamo-nos durante o período da faculdade, mas quando eu voltei a Forks para trabalhar, voltamos com a nossa amizade, sem contar que o James também se especializou em Oncologia.

 

 - Responda-me uma coisa... – começou – A nova médica do grupo de Oncologistas, ela é a cara da Lizzie! – suspirou – Desculpe falar nisso, sei que você não gosta do assunto, mas tinha que comentar isso. – me olhou complacente.

- Tudo bem. – suspirei – A Dra. Swan é irmã gêmea da Lizzie. – falei.

- Tá explicado então. – riu – Mas eu não sabia que a Liz tem uma irmã. – me olhou confuso.

- Nem elas sabiam. – respirei fundo.

 

James me olhou mais confuso ainda, então eu resumi a história rapidamente pra ele.

 

- Puxa... – suspirou – Que mundo maluco! Imagino como deve ser pra você... – disse sem pensar, mas quando viu minha expressão, ele se calou – Desculpe. – sorriu envergonhado – Mas tudo bem, vida que segue... Mano, você precisa sair com a gente...

 

Eu enrolei James e voltei para a minha sala.  

 

(...)


Já tinha acabado meu expediente, estava arrumando minhas coisas quando ouvi batidas a minha porta. Disse que a pessoa podia entrar e quase caí pra trás quando vi que era ninguém menos que Bella.

 

Ela começou a falar apressadamente e toda nervosa, sei disso porque ela falava e gesticulava como a Liz fazia... O que eu estou pensando?


Eu esbocei um sorriso torto quando ela disse que sabe que eu não gosto dela. Ponto pra ela. Isabella simplesmente estava me pedindo carona até a casa dos meus pais. Só queria saber como ela sabia que eu estava indo pra lá... Ah, obviamente ela devia ter ligado para seu pai e o mesmo informou que toda sexta-feira era dia de jantar em família.

 

Não tive como negar, eu não sou tão ruim assim. Fomos para o estacionamento, desativei o alarme do meu carro e ela entrou, fiz o mesmo. Assim que fechei a porta, arrependi-me imediatamente de ter aceitado dar carona a ela. Não é que a mulher tem o mesmo cheiro que a Lizzie? Não, eu devia estar ficando louco. Era aquele mesmo cheiro de rosas que a minha esposa tinha, aquela fragrância que acalma e ao mesmo tempo é deliciosa.

 

Abri os vidros e respirei profundamente, enfiei a chave no contato e dei partida. O percurso para a mansão dos meus pais fora feito no mais completo e absoluto silêncio. Eu evitava olhar pra ela, não queria voltar a sentir aquele cheiro delicioso e nem encarar aqueles olhos verdes, tinha me feito muito mal, por isso abri as janelas.

 

Assim que chegamos à residência dos Cullen, eu estacionei ao lado do carro do Jasper e a Isabella saiu e eu também. Ela me esperou e me acompanhou até a porta, toquei a campainha e sem demora, a porta foi aberta por minha mãe. Ela estava com um grande sorriso no rosto e me olhou confusa quando viu a afilhada ao meu lado.

 

- Bella, minha querida! – abraçou afetuosamente a mulher ao meu lado.

- Olá Esme. – ela respondeu.

- Vem, vamos entrando. – disse sorrindo.

- Oi mamãe, também estou aqui. – disse, com cara de tédio.

 

Minha mãe riu e depois me abraçou. Nós todos entramos e vi logo minha sogra, ela falou com a filha e depois comigo. Vi Alice sair da cozinha com um pratinho de brigadeiro, essa gestação já estava começando a fazer efeito, Jasper vinha ao seu lado.

 

- Já comendo Alice? – sorri zombeteiro.

 

Alice me mostrou a língua e depois me abraçou. Bella já conversava animadamente com meu pai, bem devia estar falando sobre o primeiro dia de trabalho. Sem demora Emmett e Rosalie chegaram com a minha sobrinha, então eu fiquei mais feliz ao vê-la, a Anna me lembrava que eu ainda podia viver.

 

O jantar de família transcorreu numa maravilha, Charlie não pôde vir, porque a cirurgia demorou mais do que o previsto. Então, depois do jantar, Renée e a filha se despediram de todos, indo embora pra casa. Nesse momento da despedida, eu percebi uma coisa: todos se despediram animadamente da gêmea da Liz, eram somente sorrisos a ela, isso me enervou.

 

Sem demora, eu me despedi da minha família e fui para a minha casa. Cheguei, larguei minhas coisas no sofá e fui direto para o chuveiro. Depois de banhado, vestido confortavelmente, deitei-me em minha cama e apaguei. E pela primeira vez, em sete anos, sonhei com a Elizabeth.

 

Eu estava chegando a um jardim de uma casa totalmente branca, nesse jardim tinha todos os tipos de flores que se possa imaginar e a minha Lizzie cuidava delas com um sorriso imenso no rosto.


Sorri ao vê-la tão bonita, com um longo vestido branco, seus cabelos loiros presos numa trança muito bem feita. Ela sentiu que alguém se aproximava dela e quando me viu, sorriu largamente.


  - Meu amor! – exclamou e se jogou em meus braços.


Senti toda aquela fragrância que era totalmente igual a da irmã gêmea. Soltamo-nos depois de longos minutos, eu sentia muito a falta dela.


- Sinto sua falta. – murmurei, quase num sussurro.


Lizzie apenas sorriu.


- Eu sei disso, querido... – suspirou – Precisamos conversar e rapidamente, meu tempo é curto.


Olhei-a confuso.


- Edward, já se passou tanto tempo... Está na hora de você viver! – exaltou-se – Eu sei que o amor que sentíamos um pelo outro era tão intenso e enorme... Mas eu não posso mais amar você do jeito que era... – falou séria – Está na hora de você voltar a ser quem era, meu bem... Eu não o reconheço mais...

- Mas eu não posso viver sem você, Liz... Eu te amo e nosso amor é pra sempre, lembra? – disse, desesperado.

- Eu me lembro, Edward... – suspirou – Mas eu não estou mais com você... – afagou meu rosto e eu fechei os olhos, eu sentia falta dos carinhos dela – Apenas viva, viva por mim... – suspirou mais uma vez e me deu um beijo na bochecha.


Levantei num átimo. Abri os olhos e enxerguei a parede do meu quarto. Sem perceber, já estava chorando. Como eu poderia viver? Eu não vivo há anos... Era completamente impossível.

 

Bella POV.


Eu fui totalmente bem recebida por Esme, minha madrinha, e por toda a família dela. A única pessoa que não me aceitava era Edward. E sinceramente, isso não me importava. Era complemente tenso toda a vez que estávamos presentes no mesmo local. O jantar foi muito bom e agradável. Depois fui para casa com minha mãe, tomei um bom banho e caí em minha cama, apagando imediatamente.

 

(...)


O tempo começou a passar rapidamente, sem que eu percebesse. Eu já estava completamente familiarizada com o hospital e com a família Cullen, eu e Edward somente falávamos o essencial e nada mais.

 

Fui ao casamento do Oliver e da Sabrina, foi incrivelmente lindo, levei meus pais à tira colo. Rever meus grandes amigos me fez sentir saudades de Phoenix, mas eu não queria mais voltar, a pequena cidade de Forks me cativou.

 

O outono estava chegando e com isso o mês de setembro, o mês do meu aniversário e da Elizabeth. Quando eu morava em Phoenix, geralmente eu ia com os amigos para a balada, mas não sei o que fazer aqui, ainda mais que todos que me conhecem agora, também conheciam a Elizabeth.

 

(...)


O tão esperado dia chegou. Dia treze de setembro, eu estava completando vinte e oito anos. Minha mãe, Esme e Alice conseguiram me convencer a dar um jantar. Antes de ir para o hospital, eu passei no cemitério de Forks com um buquê de lírios brancos, soube por meu pai que eram as flores preferidas da Lizzie.

 

Não foi surpresa pra mim encontrar com o Edward saindo do cemitério, ainda bem que ele não me viu chegar, mas eu vi o seu semblante, ele estava com os olhos vermelhos, obviamente estava chorando. Respirei profundamente e fui até o tumulo de minha irmã, sob ele também já continha um buquê de lírios brancos também, Edward devia tê-los deixado. 

 

- Feliz aniversário irmã. – disse – Sinto muito não vir aqui mais vezes... – murmurei – Eu queria ter conhecido você. – falei, sinceramente.

 

Saí do cemitério também chorando, mas silenciosamente. Fui para o hospital e trabalhei o dia inteiro, já estava arrumando minhas coisas para sair, quando abriram a porta da minha sala num supetão.

 

- Feliz aniversário, Bella! – era James Carter.

 

Nós ficamos bons amigos desde que comecei a trabalhar aqui, conheci-o no meu segundo dia.

 

- Obrigada. – falei, sorrindo em seguida.

- Não tive tempo de vir falar com você, dia corrido hoje. – falou e veio até mim, abraçando-me apertado.

- Sem problemas. – disse, ainda em seus braços.

- Quer seu presente agora ou só quando estiver na sua casa? – indagou-me, brincalhão.

 

Eu ri.

 

- Você quem sabe, já que é você quem vai me dar. – falei.

- Então, eu lhe darei quando chegar a sua casa. – sorriu – Fica feio chegar de mãos abando. – riu, maroto.

 

Eu o acompanhei. James esperou que eu terminasse de arrumar minhas coisas e assim que o fiz, nós dois fomos para o estacionamento. Eu já comprei um carro, depois daquela saia justa, comprei logo no dia seguinte.

 

James entrou em seu carro e eu entrei no meu. Dirigi rapidamente pra minha casa, estacionei o carro e já entrei em minha residência correndo pro meu quarto, tomei uma ducha relaxante e fui me arrumar. Coloquei uma lingerie, pus meu vestido, calcei meus sapatos, e fui fazer minha maquiagem, deixei meus cabelos soltos. Eu já estava completamente pronta quando ouvi baterem a minha porta.

 

Era meu pai, ele me olhou e sorriu.

 

- Você está linda, Bells. – me deu um beijo na bochecha.

- Obrigada pai. – sorri.

- Tenho um presente pra você... – falou e me entregou um livro de capa vermelha – Na verdade não é bem um presente, é o diário da sua irmã, ela estava escrevendo desde que descobriu que tinha a doença até quando pôde escrever. – falou.

- Ah... – murmurei.

- Achei que você iria gostar de ler. – deu de ombros.

- É claro! – disse, feliz.

 

Meu pai sorriu e me abraçou novamente, depois saiu de meu quarto. Folheei rapidamente e vi a caligrafia de minha irmã, tive vontade de ficar em meu quarto e ler todo o diário dela, mas eu tinha uma festa para ir. Deixei o diário da Liz em cima da cama e saí de meu quarto, desci as escadas e já encontrei uma grande parte de meus convidados, era à hora da festa.

 

-x-


n/a: Primeiramente, eu gostaria de agradecer a todos que pediram que eu não excluísse a fic. Agora, eu realmente vi que vocês gostam da RM, e eu entendo o lado de vocês. Sei que vocês querem Edward e Bella juntos – pra ontem –, mas nessa fanfic não vai ser assim tão rápido. Só posso dizer que está mais perto do que antes, pra esses dois ficarem juntos de verdade, ainda têm muita água pra rolar...

 

Só gostaria que vocês não me abandonassem, porque a RM é o meu bebê, eu gosto muito mesmo dessa fic. Ela tem o enredo mais lindo do mundo, e não é porque sou quem escrevo, mas ela é linda mesmo, apesar de todo o drama.  Obrigada pelas reviews e pelas recomendações novas, amo muito vocês, sério.

 

Bom... Vamos falar desse capítulo agora. *respira fundo* Vocês já perceberam o quanto o Edward mudou do começo da fic pra cá, ele agora está num estágio de depressão muito comum, isso acontece com várias pessoas, ele não aceita que a esposa morreu e puxa vida, já se foram sete anos que a Lizzie morreu... Bem, sobre a Bella, ela está começando a derreter o gelo que há em seu coração, se é que deu pra perceber. Apareceu um personagem importante aí, o James. É, chega de Jacob. ‘-‘ Não vou dizer por que o James é importante agora, vocês vão ver isso mais na frente. E o diário da Lizzie apareceu... Esse é um objeto importante, e tô me esforçando muito para que ele saia do jeito que eu imagino.  

 

Não me decepcionem de novo, tá?

 

Beijos,

Tamy B.


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