Remember Me escrita por Tamy Black


Capítulo 10
Raiva e Arrependimento




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No capítulo anterior:


E eu acordei dos meus devaneios quando ele pronunciara o nome da minha irmã. Mas, quando eu ia dizer que não era ela, o dono dos mais belos e tristes olhos que eu já vi tombara para trás, caindo completamente inconsciente.

 

***

 

Edward POV.


Eu tinha absoluta certeza de que estava sonhando...

 

Estava num imenso campo verde, mais verde do que Forks. O sol estava lá, brilhante e quente... A sensação do calor era agradável. Eu me sentia leve, feliz e relaxado. Não conseguia entender o que fazia ali, mas sabia que era algo importante. Comecei a caminhar lentamente, sem destino.

 

Não muito longe de onde eu estava, vi uma imensa árvore. Suas folhas bem verdes e nela tinha vários frutos, não me perguntem quais eram. O que me chamou atenção era que debaixo dessa árvore estava uma mulher sentada com suas costas apoiadas no tronco desta. Ela usava um vestido branco, que lhe dava leveza, com a barra cheia de flores estampadas, ela olhava para o horizonte, observando o sol, seus cabelos loiros balançavam docemente sob o vento.

 

Meu coração inflou quando eu percebi quem era ela, minha Lizzie. Sorri largamente com o pensamento e corri para chegar mais rápido até ela... Eu tinha tantas coisas para lhe falar... Acho que ela percebeu a minha aproximação, pois virou o rosto para mim e ela me lançara um belo sorriso, o sorriso mais lindo que já brotar em seus lábios.

 

Lizzie se levantara do chão num átimo e abrira os braços para mim, não esperei por mais nada, apressei a corrida e me joguei em seus braços. Era tão bom abraçá-la... Ficamos abraçados não sei por quanto tempo, mas eu não queria soltá-la nunca mais...

 

- Edward. – ela me chamara assim que nos soltamos, me fazendo encarar seus belos orbes verdes.

- Liz... – murmurei – Eu... – hesitei, incapaz de proferir alguma palavra com coerência.

- Não diga nada meu amor. – ela disse, tocando meu rosto com suas belas e delicadas mãos – Eu sei. – disse com firmeza, me olhando intensamente.

- Eu amo você. – disse e beijei a palma de sua mão.

 

Ela somente sorriu torto e depois me dera um beijo demorado em minha bochecha.

 

- Está na hora de voltar... – ela murmurara e sorrira depois.

 

Encarei-a absolutamente confuso, mas quando ia abrir a minha boca para perguntar o porquê...

 

Eu abri os olhos. Tentei em vão me acostumar com a intensa claridade de onde estava... Mas o que raios aconteceu comigo? Olhei o teto absurdamente branco e a luminária acesa – obviamente – e senti algo no meu braço direito, eu estava com a veia puncionada, e vi o frasco de soro ao meu lado. Ótimo, eu estava num leito de hospital e até vestia aquelas camisolas descartáveis maravilhosas. Bufei de ódio e fiz menção de me levantar, mas ouvi uma movimentação ao meu lado e quando virei o olhar, quase caio para trás.

 

Bella POV.

 

Eu fiquei desesperada ao ver o belo homem ao meu lado, na frente da lápide da minha irmã. Gritei por meus pais e os dois saíram desesperados do carro, e ficaram mais ainda quando viram quem estava ao meu lado. Minha mãe me disse que o nome dele era Edward Cullen e ele era ninguém menos que o viúvo de minha irmã. Com ajuda dos meus pais, nós conseguimos levantá-lo do chão e o levamos para o hospital daqui, onde Charlie trabalha e o meu padrinho – pai do tal Edward – trabalham, sem contar que só tem esse hospital aqui em Forks.

 

Assim que adentramos a emergência do hospital, Edward fora logo atendido, e não me perguntem o motivo – porque nem eu sei – de eu não conseguir sair de seu lado em instante algum. Somente saí para trocar de roupa, pois eu também estava ensopada, depois que o Dr. Cullen examinara o seu filho ele passara pra mim.

 

- Meu Deus... Você e a Lizzie são extremamente iguais... – ele murmurara assim que me vira e eu somente sorri torto – A diferença é a cor dos cabelos.

- Er... – hesitei – O seu... – pigarreei a garganta – Filho vai ficar bem?

- Vai... – disse, meio incerto – Ele só está abalado com isso tudo, obviamente, mas eu creio que ele pode superar isso.

- Eu também espero. – murmurei.

- Como soube que...

- Que minha irmã estava morrendo? – completei a pergunta e ele assentiu com a cabeça – Não sei, mas... Algo me dizia isso. – murmurei, não queria falar sobre o sonho que tive com ela – Eu só queria ter passado algum tempo com ela. – admiti – Se eu não fosse tão estúpida... – e senti meus olhos encherem de lágrimas.

- Não se culpe, Bella. – ele disse, afagando minhas costas.

 

Eu fui liberada para ir embora e minha mãe me levara para a casa de Charlie. Ela estava lá desde que viera para ficar com a minha irmã. Eu precisava urgentemente de uma cama, estava muito cansada, mas eu não conseguia dormir. Fiquei num dos quartos de hóspedes, minha mãe também estava em outro, já que ela e o Charlie não eram mais casados, mas eu sentia que minha ainda nutria algo por ele. Pode ser coisa da minha cabeça. Vencida pelo cansaço, acabei dormindo.

 

Quando acordei no dia seguinte, era muito cedo. Tomei um banho e desci as escadas da casa, não tinha ninguém. Resolvi sair para tomar um café, mas acabei indo para o hospital de táxi. Ao chegar lá, fui direto para o andar onde estava o Edward. Encontrei sua mãe, minha madrinha, Esme e ela me abraçou demoradamente, me elogiando e dizendo o quanto eu estou bonita. Pelo menos ela não me comparou a minha irmã, disse a ela que eu queria ver como estava o Edward. Ela disse que ele ainda estava dormindo profundamente, devido à chuva e ao fato de que ele estava desnutrido, acabou por adquirir uma forte pneumonia.

 

Esme disse que estava indo a cantina comer algo, perguntei se ela sabia onde estava a minha mãe e a mesma me respondera que ela estava na sua casa, estava com Alice, à filha dela mais nova, pois Alice ainda estava debilitada. Eu assenti e disse que falaria com ela depois, deixei que Esme fosse até a cantina e entrei no quarto. Vi Edward deitado na cama do hospital, ele ressonava tranquilamente, parecia um anjo dormindo. Apesar de seu aspecto estar debilitado, ele continuava lindo.

 

Sentei-me na cadeira ao lado da cama e me pus a observá-lo. Alguns minutos depois, ainda continuava com meu olhar preso em seu belo rosto. Minha irmã tinha um bom gosto, não posso negar. Oh Deus! O que eu estou pensando? Ele é o viúvo dela, marido dela, o cara que ela amava, e o sentimento obviamente é recíproco!  Suspirei pesadamente e balancei a cabeça, tentando esvair aqueles pensamentos impróprios.

 

Peguei meu celular no bolso da calça jeans que usava e o liguei, acredito que tenha muitos recados para escutar. Assim que o liguei vi o ícone na tela que mostrava que eu tinha mensagens de voz. Escutei-as, eram todas de Oliver. E eu acabei por me esquecer completamente dele. Eu não sabia o que faria da minha vida agora, se ficaria aqui, se voltaria...

 

Eram tantas coisas para eu pensar... Bufei inquieta, odiava essa indecisão na minha cabeça. Estava perdida em meus pensamentos quando escutei uma movimentação, meu olhar foi diretamente para o Edward, ele estava acordado, pois seus olhos estavam abertos e ele tentava se mexer, queria levantar. Rapidamente saí do meu lugar e me postei ao seu lado, ele me encarou surpreso.

 

- Liz... – começara a falar.

- Não. – disse ríspida e o interrompendo – Não sou a Elizabeth. – o encarei e ele me olhava confuso – Sou Isabella, a irmã gêmea dela.

- Ah... Claro. – suspirou e voltou a se deitar.

- Como você está se sentindo? – o indaguei, preocupada.

- Péssimo. – disse prontamente.

- Eu acredito. – murmurei.

 

Ficamos alguns segundos em silêncio, sem nos encarar e eu acho que aquela conversa acabara ali.

 

“Pronto Bella, você já viu que ele está bem, que vai se recuperar. Então você já pode ir embora.

 

Minha consciência dizia irritada, mas eu não conseguia sair dali. Mas a razão falou mais alto e eu me virei para sair.

 

- O que você faz aqui? – ele me indagou, eu já estava com a mão na maçaneta da porta.

 

Eu me virei lentamente para encará-lo, sinceramente eu não sabia o que responder.

 

- Ela era a minha irmã, não era? – o respondi com uma pergunta – Então, eu tinha que vir.

- Agora que ela está... – hesitou – Morta – senti a dor dele ao proferir aquela palavra – que você resolveu vir? – senti todo o sarcasmo daquela pergunta.

 

Eu me calei, não tinha nada para responder. E por mais que eu estivesse aos pedaços, porque afinal de contas nós éramos irmãs, tínhamos um laço que nos ligava, nascemos no mesmo dia, fomos geradas juntas, tínhamos pais que nos amavam incondicionalmente... E o arrependimento por não querer ficar com ela nos últimos meses na face da Terra, me pegou em cheio. Eu só percebi que estava chorando quando as lágrimas começaram a escorrer por minha face.

 

- Ela queria conhecer você. – disse Edward, com os olhos cheios de lágrimas – Mas você não quis, Isabella. – disse meu nome com repulsa.

 

Eu não disse mais nada, simplesmente me virei e saí do quarto dele. Passei correndo por sua mãe, ainda a ouvi perguntar o que eu tinha, mas não parei. Saí do hospital aos prantos, soluçando como uma criança abandonada. Sentei-me nos degraus da frente do hospital, não me importava de estar chorando e as pessoas passavam por mim.

 

Edward tinha razão. Ela queria me conhecer, mas eu não quis.

 

Edward POV.

 

Era ninguém menos que a irmã gêmea da minha Lizzie, a Isabella. Elas poderiam se parecer muito fisicamente, mas as personalidades de ambas eram totalmente opostas. Sei que a tal Isabella tinha os cabelos castanhos, diferentes da minha loira. Também sei que a chamei duas vezes de “Lizzie”, justamente porque suas feições eram idênticas.

 

Percebi pelos poucos minutos que estávamos ali, no meu quarto, que ela era diferente demais. E queria saber o que ela fazia ali, mas a raiva por ela ter feito a minha Liz sofrer com a sua indiferença me consumiu, fazendo-me despejar aquelas palavras a ela. Isabella ficou sem reação, obviamente, pois quem cala consente.

 

Ainda bufando de raiva, nem percebi que minha mãe já estava ao meu lado, ela me olhava estranho.

 

- O que foi mãe? – a indaguei.

- Edward, como você está meu filho? – ela me olhou sorrindo docemente, mas seus olhos demonstravam preocupação.

- Melhor, posso saber como eu vim parar aqui? – perguntei.

- Pode. – sorriu devido a minha frustração – Você se lembra que passou o dia inteiro debaixo da chuva torrencial de ontem, Edward? – eu assenti com a cabeça, ela me lançou um olhar repreendido – Você ficou sem se alimentar, pegando chuva... Isso fez com que você desmaiasse e se a Bella não tivesse chegado ao cemitério... – hesitou – Você ainda estaria lá, meu anjo...

- Ela que me ajudou? – indaguei, surpreso.

- Sim, meu amor... – sorriu e me deu um beijo na testa – Não me mate de preocupação novamente, ok Edward? – disse me repreendendo novamente.

- Ok, mãe. – concordei, amuado.

 

Ouvi-a suspirar pesadamente e ela passou suas mãos delicadas em meu cabelo. Eu já não prestava mais atenção em nada, voltei meu olhar para a janela e vi que estava chovendo torrencialmente.

 

- Posso saber o motivo de a Bella ter saído daqui correndo e chorando, Edward Anthony Cullen? - me indagou.

- Bella? – perguntei confuso.

- Sim Edward, a Bella... Irmã da Lizzie. – disse, enfadada.

- E vocês a chamam de Bella? – ri com escárnio.

- Edward, não se faça de engraçadinho. – repreendeu-me – O que aconteceu?

- Nada de mais. – disse, entediado – Eu só disse umas... – hesite – Coisas a ela.

- Que coisas, Edward? – me indagou novamente, arqueando a sobrancelha.

 

Eu resumi para minha mãe a conversa que tive com a Isabella e para o meu desprezo, minha mãe fez o favor de brigar comigo.

 

- Edward! Eu não acredito que você falou isso para a Bella! – disse raivosa – Ela não tem culpa de nada. – repreendeu-me – Bella teve seus motivos e você não é ninguém para julgá-la, você não a conhece!

- E você a conhece? – rebati.

- Não, mas pretendo conhecê-la. – disse, por fim – Ela se arrependeu, meu filho. – olhou-me triste – Você deve agradecer a ela, por ter te ajudado. – disse, mais calma.

- Não quero falar com ela. – disse, pausadamente.

 

Minha mãe balançou a cabeça negativamente e suspirou, depois se sentou na cadeira e ficou lá, não disse mais nada a respeito de Isabella. E eu me entreguei a minha dor.

 

Bella POV.

 

Fiquei por incontáveis minutos sentada ali, chorando. Senti os pingos de chuva cair sob mim. Será que nessa cidade nunca pararia de chover? Senti alguém tocar o meu ombro e não virei para olhar.

 

- Bella... – reconheci a voz, era de Charlie – Se levante daí, você vai pegar uma pneumonia como o Edward, ande... – pediu.

 

Eu me levantei a contragosto e fiz a menção de ir embora, mas ele segurou o meu braço.

 

- O que houve? – indagou-me.

- Nada. – disse, num fio de voz e sem encará-lo.

- Bella... – murmurou – Vou levar você para casa. – disse e afagou minhas costas, para que eu o acompanhasse.

 

Eu o segui até seu carro e ele abriu a porta para mim, a chuva já estava engrossando. Entrei no carro e fiquei sentada lá, logo Charlie já estava dentro também e deu partida no mesmo. Chegamos rapidamente a sua casa e encontrei minha mãe ao entrar, ela me abraçara e me perguntara o que eu tinha, apenas murmurei um “nada” e fui para o quarto onde estavam minhas coisas. Tomei um banho e coloquei uma roupa quente, joguei-me na cama fofa e macia.

 

Voltei a chorar e senti todo o arrependimento me consumir, mais ainda.

 

-x-

 

n/a: o Edward pegou pesado com a Bells, mas a culpa foi dela. Obrigada pelos reviews, amo todos vocês. E com mais um capítulo eu igualo ao que era lá no TF. Comentem, comentem!

Pessoas lindas, as minhas fanfics têm comunidade no Orkut, entrem lá! E se quiserem me perguntar qualquer coisa, só ir ao formspring. :D

Beijos a todos,

Tamy Black.


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