Nossas Crianças - Dramione / Capítulo 4 - Sumiço

Draco Malfoy~*

— Eu juro cara, não aconteceu nada.

— Então por que ela estava com o seu roupão? Por que eu não acho que Hermione Granger teria um roupão daquele-

— Olha é uma longa história.

— Eu tenho tempo o suficiente.

Blás havia colocado um abbafiato no meu escritório depois de ter me arrastado até ali, agora sua persistência estava perto de me tirar do sério.

— Sério cara, eu realmente não to a fim de falar sobre isso com você agora.

Ele balançou a cabeça em afirmativo.

— Certo –Levantou as mãos para o alto como quem se rendia. – Mas assim que você tiver tempo vai ser a primeira coisa que irei te perguntei.

— Tá, tá tá. –Resmunguei já o colocando para fora do escritório. Ele parou bruscamente espiando Hermione na cozinha, bufei, e quando o vi sorrir resolvi ver o que havia de tão interessante.

Hermione havia colocado Willian e Lena em respectivas cadeiras e o radio tocava uma musica no volume baixo, provavelmente ela não queria atrapalhar a nossa conversa.

Sorri. Ela rodopiava aqui e ali, cantando a musica com os lábios fechados. 

— Bom acho que não vou querer atrapalhar mais nada. – Blás me trouxe de volta a realidade.

Ele já havia parado de bisbilhotar Hermione e me olhava divertido. Sorri sapeca.

— Sai daqui logo vai, some de vista.

Ele riu e foi embora. Após fechar a porta, sorri sozinho perdido entre pensamentos. Olhei em direção a cozinha ainda sorrindo.

Abri a porta, mas a música já tinha acabado, e o balé também. Sentada, alimentava Will e Lena sorria por algum motivo.

— Posso entrar?

Ela balançou a cabeça em afirmativo ainda sem olhar na minha direção. Servindo-me de café e pão, sentei ao seu lado, mas ela permaneceu calada.

— Queria fazer uma festa para Willian, o que acha?

Ela olhou para mim com os olhos arregalados.

— O quê?

— É. Podíamos convidar algumas pessoas, o que acha?

— Espera. –Ela colocou a colher que alimentava as crianças sobre a mesa – Está falando sério?

— E porque não falaria?

Ela encostou-se à cadeira pensativa, após alguns minutos olhou em minha direção e sorriu. Mordeu o lábio inferior e me perguntou.

— E eu posso convidar quem eu quiser?

— Pode, afinal, o filho é seu não é?

Ela pulou em cima de mim me abraçando com força toda contente, quando se separou pediu que eu ficasse de olho nos meninos e saiu correndo subindo as escadas falando e rindo sozinha.

Encostei-me a cadeira, e beberiquei mais um gole de minha xícara de café. Sorrindo, feliz por ela estar de acordo, agora, quem sabe alguém não resolva falar bem de mim a ela.

~*~

1 semana e 4 dias depois

— Draco você separou as bolsas? - Perguntou aos berros.

— Separei! –Gritei do andar de baixo.

A festa seria no quintal nos fundos da mansão e ela não quis me dizer quem havia convidado. Fiquei um tanto nervoso em relação a isso, mas logo me acalmei. Ela não seria capaz de trazer Grifinórios aqui espero. Uns ou outros é claro, mas não todos que eu tinha em mente.

Desci as escadas e vi que ela não estava mais na sala. Nos fundos da casa, ela conversava alegremente com a maluca da Luna Lovegood. A campainha tocou, mas elas estavam entretidas demais para escutar qualquer coisa, e resolvi atender eu mesmo.

Ao abrir a porta, por ela passam o Sr e a Sra. Potter, minha mãe, Narcisa e Blás.

Os Potter não se dirigem a minha pessoa, como se eu fosse completamente invisível. Dirigem-se diretamente aos outros.

Blás olha rapidamente em minha direção e os acompanha. Em seguida minha mãe me abraça e beija, noticiando o tamanho que era a saudade de minha pessoa. A única coisa que faço é escutar, balançar a cabeça em positivo e em seguida caminhar atrás de todos.

De alguma maneira, ao chegar, não encontro o clima pesado que pensei que ficaria ao chegar lá. Ginevra Weasley Potter conversava animadamente com minha mãe. Blás com Luna e Hermione. Já Potter, pegava um prato colocando um pouco de tudo.

Está tudo quieto demais.

Quando se tem crianças pequenas, se estranha com o silêncio.

— Hermione? - Perguntei.

Ela olhou para mim animada.

— Pois não?

— Onde estão as crianças?

Seu sorriso se desfez.

— Pensei que estivessem com você.

Fechei os olhos e suspirei o mais fundo que consegui tentando não fazer escândalo. Luna foi atender mais alguém que havia chego, e ao abrir os olhos encontrei o mesmo misto de medo e desespero nos olhos de Hermione que acho que teria no meu. Ela se levantou bruscamente e ambos nos dirigimos ao andar de cima.

Abrindo a porta do quarto do meio do corredor encontro apenas Lena no berço.

Meu coração dispara.

Se Will conseguiu sair do berço, sabe Merlin o que teria acontecido, afinal ele poderia muito bem cair da escada em instantes. Hermione corre para o quarto dela, depois o meu, e juntos a cozinha, sala, e banheiro, mas escutamos uma movimentação nos jardins.

Voltando ao fundo da casa, todos se encontram em uma roda perfeita, sendo que a mesma não está fechada, terminando assim no corredor em que nos encontramos.

Will tenta se levantar do chão com dificuldade, tropeçando sempre que vai colocar o segundo pé no chão de modo a manter uma postura ereta.

Hermione coloca ambas as mãos na boca, sorrindo sem conseguir controlar as lagrimas.

A emoção que sinto naquele momento e indescritível, não há como descrever uma cena em que um menino que deveria ser seu filho dando os primeiros passos.

Ela se ajoelha e eu também para dar-lhe a apoio.

Com dificuldade, a criança chega até nós, após muito incentivo. Eu o abraço, considerando o fato que ele acabou por cair em meu colo, à emoção é tamanha que nem mesmo eu consigo controlar as lagrimas.

Hermione me analisa contente por alguns segundos e abraça-nos, enquanto as pessoas a nossa volta se contentam em apenas se deleitar com a cena.

Logo a festa está mais animada, rixas deixadas de lado, para comemorar um dia importante, na hora do parabéns, sai na foto Hermione com Will no colo, em uma tentativa falha de soprar a vela, ao lado eu com Lena nos ombros, dormindo com o dedão na boca.

A foto saiu divertida, como se realmente fossemos uma família feliz sem preocupações.

Quem me dera.