Nossas Crianças – Dramione / Capítulo 12 – Grávida?

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Draco Malfoy

— Não venha me julgar Hermione Weasley – Gina, eu tinha que me adaptar a chama-la assim, ralhou na direção de Hermione, os olhos inchados pelas lagrimas enquanto apontava na direção dela. Tínhamos nos reunido na sala, a intriga quase palpável, porque éramos amigos que não sabiam dos segredos de amigos, e não eram segredos simples, eram segredos sérios. – Você não tinha o direito de desaparecer depois da morte de Rony, me impedir de ver meu sobrinho! Filho do meu irmão!

— Gina! E Harry? Harry! Como pode deixar isso acontecer? Depois de tudo que você passou, nós passamos pra que desse certo entre vocês dois!

— Já chega! – Eu fiquei de pé, porque meus pensamentos também estavam completamente embaralhados, não era como se eu não quisesse esbravejar tudo o que se passava pela minha cabeça, mas aquilo já passava do ridículo.  – Tem duas crianças dormindo lá em cima, e é mais do que essencial que elas permaneçam assim pra eu levantar são amanhã de manhã. Se vamos todos colocar as garras para fora, que seja, mas vamos ser civilizados.

E voltei a me jogar no sofá, irritado demais com o rumo daquela noite, Blás apenas se encolheu mais na ponta em que estava. Gina tomou as rédeas.

— Desde quando está com Malfoy?

— Não estamos oficialmente juntos, a ideia é ele trabalhar e eu cuidar das crianças enquanto são pequenas – Ela se quer me encarou pra confirmar a história – Fizemos um trato.

— Por que se afastou?

— O meu marido ter morrido não soa como motivo suficiente para você – Elas finalmente se sentaram, olhares de ódio sendo trocados.

Gina revirou os olhos em descaso, cruzando as pernas enquanto se acomodava como uma legitima dama.

— Ele era meu irmão muito antes de ser seu marido Hermione, não se fica de luto e foge com um bebê, se busca apoio.

— Cada um lida a sua maneira Ginevra, e eu não estava fugindo de ninguém. Sou uma mulher independente Ginevra, posso ir aonde eu quiser, as únicas pessoas pra quem eu devia explicações eram meus pais e eles não estão mais aqui.

Senti que o assunto de Hermione tinha terminado, e provavelmente Gina também pois se remexeu desconfortável.

— Desde quando?

Ela baixou o olhar, se recusando a encarar qualquer um de nós. Suspirei.

— Muito antes da morte de Rony.

Eu fuzilei Blás com o olhar, ele deu de ombros.

— Eu nem sabia se ia durar, Gina é inconstante, se eu contasse ela poderia me deixar no segundo seguinte.

— Claro que sim – Eu revirei os olhos em ironia – Estão a anos juntos e não foi o suficiente pra você me contar. Eu conto tudo a você, sabe que sei guardar segredo.

— Não é assim tão simples admitir em voz alta que gosta de alguém Draco – Ele ralhou na minha direção – Eu levei muito tempo para admitir pra mim mesmo, se você tem mais facilidade sorte a sua.

— Nós ainda não terminamos aqui – Hermione travou o maxilar – Mais alguém sabe, sobre você e Blás?

Ela levantou o rosto, vermelho, contido.

— Rony sabia.

Hermione piscou descrente.

— Rony?

Gina riu em ironia.

— Não foi por ele se casar com você que deixou de ser meu irmão, ele sempre soube.

Eu não queria estar na pele de Hermione agora, realmente não queria, era um misto de confusões facilmente perceptível que dava vontade de se afastar. Inicialmente ela tomara as dores de Harry, ele era o melhor amigo dela no final das contas, e ver que o melhor amigo de Potter sabia que este estava recebendo um belo de um galho proporcionado pela irmã era complexo demais, triste demais, onde fora parar a união do Trio de Ouro no final das contas?

— Não esperava mesmo que Rony fosse me denunciar não é? Harry podia ser seu melhor amigo, mas eu sou da família, a irmã caçula, e os problemas são meus e não dele ou seu para que soubesse.

Hermione encarou as próprias mãos, abalada demais para retrucar. Fiz a pergunta por ela.

— Tem mais alguma coisa que precisamos saber?

Ela negou.

— Está grávida – Blás passou a mão pela testa, ele transpirava.

— Maldição Blásio! Eu disse não ter certeza!

— Grávida? – Os olhos de Hermione se arregalaram, os neurônios da sabe-tudo voltando em ação, ela me encarou antes de revezar olhares entre os dois – De quem é?

— Eu disse não ter certeza...

— Você tem sim – Blásio cuspiu em desgosto – Tem dois filhos com aquele miserável, você sabe qual a sensação, eu a conheço o suficiente pra saber, o teste é só a prova de que precisa.

Gina começou a ofegar, ela se ergueu passando as mãos pelo cabelo enquanto andava de um lado para o outro.

— Muito bem! Eu estou grávida! Mas o que espera que eu faça agora? Vai me dar um sermão por eu não me cuidar, vai jogar na minha cara que eu devia ser mais cautelosa? Pedir que eu faça um aborto talvez?

— Não ouse – Ele se ergueu irado, porque era a pior acusação que se podia fazer a Blásio Zabini, com o mau histórico familiar tudo o que ele menos queria era acabar da mesma forma, tendo casos com mulheres casadas e obrigando-as a abortar quando estivessem grávidas, que elas normalmente recusavam levando todo o escândalo a mídia e dando inicio a nova geração dos Zabini. Apesar da falta de jeito, eu sabia o quanto ele desejava que as coisas fossem diferentes.

— Muito bem – Eu voltei a ficar de pé, trancando a porta da sala antes que aquilo se estendesse e causasse uma verdadeira loucura – Precisamos todos nos entender.

— Todos nós sabemos que Blás não vai dar as costas ao bebê, mas não podemos negar que vai ficar mais do que evidente de que o filho não é do Potter.

— Ele ainda é meu marido Malfoy, veja como fala.

Blás se jogou na poltrona, provavelmente possesso.

— É muita hipocrisia.

— Mas qual o problema de vocês dois? Não conhecem a camisinha? Ainda mais por ser só um caso? – Hermione se movimentou ainda chocada. – Qual é! Vocês não têm mais quinze anos!

Blás riu em desdém.

— Não olhe pra mim, eu sou um moçinho responsável.

Todos os olhares caíram sobre a ruiva.

— Eu tenho todo o direito de fazer sexo sem camisinha, eu tomo minha pílula no prazo certo, é por isso que eu quis fazer o teste.

— Você não tomou remédio nenhum na semana que passamos no litoral.

E então Gina empalideceu, me lembrava de uns dois meses atrás ele ter tirado a semana de folga para viajar, e agora o modo como tudo se unia fazia muito sentido.

— Oh meu Deus.

— Você viajou com Blás e Harry não notou nada?

— Foi a mesma semana que ele foi fazer uma palestra em uma Universidade em Nova Iorque – Ela cobriu o rosto com as mãos – Eu finalmente podia ficar em paz, sem os papos constantes de médico e paciente dele. Eu me descuidei merda, o remédio ficou na nécessaire que perdi no aeroporto, precisaria de uma nova receita e levaria tempo demais.

— E como vai ser agora? – Eu cruzei os braços, porque não conseguia ver saída em tudo aquilo.

— Harry precisa saber – Hermione respondeu em um suspiro cansado, minha noite tinha ido por água a baixo – Isso tudo já foi longe demais.