The Return of The New Legends [Hiatus] escrita por Annabel Lee


Capítulo 3
II - O Homem de Sombras


Notas iniciais do capítulo

Leitores lindos e divos! Mais um cap pro ces! ♥



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Rapunzel

Se tinha como ficar mais assustada do Rapunzel estava? Tinha, claro que tinha.

A loira tentou, em vão, achar Soluço e Jack antes do massacre. Ela sabia que aconteceria cedo ou tarde algo perigoso em Hogwarts, como aconteceu em Hogsmeade... Mas não achava que seria tão cedo.

A última coisa que viu foi Soluço correndo para longe da confusão e Merida sumindo ne imensidão de estudantes vestidos de negro. Jack nem se fala! Não havia sinal de sua cabeleira branca em lugar nenhum.

Rapunzel, ao perdê-los de vista, fez a coisa mais sensata que podia: correu. Procurou ir para longe das criaturas escuras e sombrias e dos raios verdes da varinha de Gothel.

A garota deu graças a Deus pelos cabelos estarem trançados. Aquela confusão poderia chamar atenções fatais para ela, e não precisava disso.

Tropeçou numa pedra enquanto corria, e amaldiçoou a si mesma.

Idiota, pensou.

Quando ergueu os olhos, viu o rosto assustado de Anna. A jovem era da Grifinória, mas era incrivelmente parecida com Rapunzel fisicamente. Trançados, os cabelos da Corvina pareciam da medida dos delas (batendo nas costas) e havia poucas diferenças em suas feições.

Ficaram se encarando, como se encarassem um espelho. Rapunzel então, procurou parecer preocupada e puxou a outra para trás de uma parede semidestruída.

– Anna – disse com urgência – eu preciso que você me fale quem morreu.

A garota parecia muito assustada, e gaguejou letras aleatórias antes de responder.

– Muita... Muita gente. Os professores, Violet Perr (da minha Casa), Jane...

Rapunzel a balançou nos ombros.

– E Merida DunBronch? Soluço Strondus? Jack Frost? Louis Robinson?

– Espere – a garota franziu as sobrancelhas – um Robinson morreu, mas não foi o Louis.

O coração de Rapunzel parou de bater um instante, e quando voltou parecia mais dolorido a cada batida.

– Wilbur Robinson? – perguntou, engasgando. Tinha a sensação de sua garganta estar bloqueada com lágrimas que, por conta do pavor, não chegavam aos olhos.

Anna assentiu.

– Sim. O sonserino.

– Droga – Rapunzel sussurrou, então olhou-a nos olhos – temos que sair daqui o mais rápido possível.

O plano de Rapunzel era simples: sair do castelo correndo. O problema é que as criaturas sombrias e sem forma estavam cercando-o e restava quase nenhum lugar para qual fugir. Rapunzel e Anna corriam pela própria vida, desviando-se de colunas e sombras assassinas.

Rapunzel estava tão concentrada em pôr as pernas em movimento, que não viu a figura escura a sua frente quando esbarrou nela.

O homem virou-se. Não parecia muito um... homem. Era mais uma sombra escura que formava a silhueta e rosto de um cara com cabelos arrepiados e olhos dourados – que era a única coisa clara nele. A corvina recuou o passo, assustada com seus olhos gélidos, pois via seus maiores medos dentro deles.

Via uma bruxa encapuzada arrancado seus cabelos com as mãos, via seus amigos morrendo de formas brutais e sangrentas... Via a mãe morrer em seus braços. Os maiores medos que ela nem sabia que tinha.

No exato momento, soube o que era ele.

– Você está aí... – ele disse com uma voz arrastada e gélida, como um sussurro espectral que se perdia no vento. Se fantasmas falassem, suas vozes seriam como a dele.

– Você quem? – Rapunzel perguntou erguendo o queixo. Ela não sabia que era tão corajosa...

– A Herdeira de Corvinal. A que possui o sangue azul da Casa dos Sábios. Uma das minhas ruínas.

Rapunzel tremeu. Estava falando dela. Mas, por alguma razão, não olhava para ela. Seus olhos dourados estavam fixos em Anna, que tremia desesperadamente atrás da corvina.

Então os olhos dele voltaram-se para Rapunzel. Ameaçadores.

– Entregue-me a filha de Corvinal, e eu a deixarei ir.

Ela não poderia fazer isso. Não só porque não queria que mais algum conhecido morresse, mas também porque dizer que Anna era ela e deixa-la ser morta por um Ser Sombrio era crueldade.

– Não entregarei – Rapunzel falou.

– Suponho que não tenha escolha, fedelha. Eu posso mata-la com um simples sonho ruim e terminar o serviço na sua amiguinha sem o menor esforço. É fugir ou morrer.

Rapunzel cerrou os punhos. Ela precisava ficar na ponta dos pés para encará-lo de igual para igual, mas não o fez. Não queria fitar seus olhos de novo.

– Ela não morrerá – afirmou.

O homem de sombras sorriu.

– Sabe quem sou eu, garota tola? Eu sou o Desespero, o Medo, o Pavor, a Fobia e sobretudo o Pesadelo. Sou quem as crianças trouxas e bruxas temem na hora de dormir. Sou quem, por meio de outros nomes, atemoriza os adultos incrédulos. Eu sou a Sombra do Medo em si. Sou o Bicho Papão... Mas, se lhe trouxer conforto, pode me chamar só de Breu.

Rapunzel recuou um passo, trêmula.

Ele era a criatura que Gothel os fez combater durante a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. O Ser que a assustou e mandou Jack para a enfermaria.

Ali, encarando-o face a face, Rapunzel soube que um simples e tolo “Ridiculus” não seria o bastante para derrota-lo.

Como ela não deixaria Anna morrer em seu nome, restava-a a morte. Uma morte dolorosa e enlouquecedora, pelo o que “Breu” disse, mas ainda sim uma morte. E, naquele momento, morte significava paz.

Ela deu um passo a frente, reunindo toda a coragem que tinha, e tirou a varinha das vestes.

– Como quer que queira matar-me – disse com uma calma surreal – terá de fazê-lo agora, pois eu não abandonarei esta garota... Assim como não abandonarei Hogwarts.

Breu inspirou de ódio. Ele ergueu o punho e o mesmo ardeu-se em chamas negras e sombrias. Rapunzel nunca imaginou que fogo negro era tão assustador, mas não recuou.

Ele estava pronto para atacar, então algo o impediu.

– Ei, carinha das sombras! – ela conhecia essa voz, era de Jack Frost, e pairava de alguma lugar acima dela.

Rapunzel ergueu os olhos e viu os três melhores amigos montados num dragão negro de grande olhos verde-limão – o temível e adorável Banguela, que quase a matar uma vez e agora salvara sua vida.

Soluço era quem o guiava.

Rapunzel nunca se sentira tão aliviada ao vê-lo.

– Como ousam... – o Bicho Papão ardia em raiva. Rapunzel correu e pendurou-se nas patas de Banguela, acomodando-se em seus calcanhares de forma segura.

– Aí! – Jack exclamou chamando a atenção do “Senhor do Medo” – sabia que seu olho é totalmente desproporcional ao resto do seu corpo? Por que são assim tão... dourados? Erro de fábrica?

Breu rosnou. Rapunzel viu Anna gritar e se odiou por ter esquecido da garota. Mas era tarde demais... O Bicho Papão causou uma explosão de névoa negra que fez Anna virar um mero cadáver carbonizado.

E teria acontecido com os quatro, se não tivessem voado para longe.


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Notas finais do capítulo

TAM TAM TAM.