Cold Wind escrita por miojo


Capítulo 31
Consequências - parte 3


Notas iniciais do capítulo

Gente espero que gostem desse cap. *----------*

boa leitura



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 Mas entre o falso silencio, entre os sons que eu ouvia, um som novo me assustou.

 

Tum Tum Tum Tum

 

 

Minha respiração falhou levemente, e o som sumiu. Eu estava tremendo, tentando entender da onde vinha o som. O que era? Eu estava com medo. Afinal eu não sou como minha mãe, eu tenho medo. Respirei fundo e me desliguei de todos os outros sons novamente, procurando aquele som tão incomum e ao mesmo tempo tão comum.

 

nada.

 

Não escutei nada, então relaxei deve ter sido mais um alucinação. Respirei calmamente e deixem os sons sumirem tranquilamente buscando a inconsciência. Quando já estava beirando-a, o som voltou, tão baixo tão fraco como antes, parecia tão distante e ao mesmo tempo tão próximo.

 

Tum Tum Tum Tum Tum

 

Era praticamente inaudível ate para mim, tinha que me concentrar ao maximo para poder ouvir, e mesmo assim não era com clareza. O som era abafado, suprimido. Como se algo lutasse muito para manter esse som ativo.

 

Comecei a tentar saber de onde vinha o som. Fechei os olhos e comecei segui as ondas sonoras, era tão próximo...

 

Dei um leve salto quando percebi de onde vinha o som fraco. me assustei, não sabia o que isso significava. Podia ser obra do Thomas, ter posto isso aqui para me vigiar, ou me matar, minha única reação foi gritar.

 

“Mãe!” minha voz saiu assustada.

 

Antes mesmo de consegui ficar de pé minha mãe já estava invadindo o quarto junto com o meu pai, minha mãe vinha me abraçar, mas eu estiquei o braço, um sinal para ela parar onde estava.

 

“Querida o que aconteceu?” minha mãe me olhava com dor.

 

“Nessie, eu não consigo entender nada do que você esta pensando, esta tudo sem coerência.”

 

Eu respirei fundo, fechando os olhos, me acalmando. Queria que minha voz saísse calma e compreensível. Mas quando abri a boca foram gritos que saíram dela. Eu mesma me assustei com as palavras escapando.

 

“Tem alguma coisa aqui!” eu apontava com os dois dedos indicadores para o meu abdômen.

 

“Calma Nessie, o que você esta dizendo?” minha mãe tentou se aproximar, dessa vez eu permiti.

 

“Eu estou ouvindo!” eu continuava exaltada, mas sem entender o motivo.

 

Minha mãe me abraçou, me sentando na cama. Meu pai me encarava com o rosto serio e petrificado. Os olhos repletos de ódio. Eu respirei fundo algumas vezes tentando me manter calma.

 

“Nessie eu não estou entendendo, aonde tem o que?” minha mãe mordia o labio.

 

“Eu não sei o que é, mas ta aqui.” Eu apontei novamente para minha barriga.

 

Minha mãe arregalou os olhos encarando meu pai, que estava ainda mais pálido.. o silencio de ambos estava me deixando transtornada. Eu queria entender o que estava acontecendo, eu queria saber o que era aquilo.

 

“Você consegue ouvir?” a voz da minha mãe saiu tão baixa quando o som desconhecido.

 

“è so ficar em silencio e se concentrar.”  E ela fez isso.

 

Os únicos sons que eram possíveis ouvir era a minha respiração pesada, e meu coração acelerado. E então eu estremeci por inteira. Eu reconheci o som, era um pequeno coração. A mesma essência do meu, so que o som era tão fraco.

 

O pequenino coração se esforçava para manter o ritmo acelerado das batidas, ele brigava para consegui bombear o sangue. Eu tinha uma pequena vida dentro de mim. eu comecei a chorar em desespero.

 

“Não! Não pode! Não pode ser!” não gritava, não pode haver uma vida dentro de mim, não agora.

 

Minha mãe e meu pai me olhavam em silencio, e de repente toda a minha família invadiu o quarto. Todos assustados com o meu escândalo. Eles eram vampiros, claro que ouviriam meus choro da casa deles.

 

“O que houve?” Carlisle passou a frente de todos.

 

“Não pode!” Eu ainda gritava.

 

Não poderia, eu não posso ter um filho, não agora. Eu ainda tenho seis anos, dezesseis de for ver pelo lado físico. Eu sou uma adolescente! Eu não posso ter uma responsabilidade dessas, eu não saberei arcar com isso. Eu não vou saber ser mãe!

 

“Se acalma Nessie.” Minha mãe passou a mão nos meu cabelos.

 

“O que esta havendo?” rose pediu passagem e se sentou ao meu lado.

 

“Ela acha, nós achamos que ela pode estar grávida.” Minha mãe foi calma.

 

Todos olharam para o meu pai que ainda estava me encarando com ódio nos olhos, ele fechou devagar os olhos para os abrir em seguida com mais ódio, ele sorriu de leve, para sussurrar com delicadeza.

 

“Agora eu mato aquele vira-lata.”  Ela sorriu diabolicamente.

 

“Para! Ninguém vai matar ninguém!”  Alice falou seria.

 

“Eu não estou grávida, não posso estar,” eu chorava ainda mais alto.

 

Carlisle se agachou a minha frente, segurando meu rosto entre as mãos. Ele parecia calmo e sereno. Diferente de mim que estava chacoalhando de tanto chorar.

 

“Por que você acha que esta grávida?” eu não respondia estava engasgada com as lagrimas.

 

“Ela ouviu o coração bater.” Minha mãe não estava tranqüila, mas também não estava tão nervosa. Rose estava rígida ao meu lado, em silencio.  Carlisle fez sinal para todo mundo deixar o quarto e todos foram.

 

“Emmett e Jasper fiquem de olho no irmão de vocês.”

 

“No vovô?” Emmett gargalhou puxando meu pai para fora do quarto.

 

“Você fica Bella.” Carlisle segurou o braço de minha mãe.

 

Eu ainda chorava. Eu não tenho capacidade de assumir a responsabilidade de uma pequena vida. Eu não tenho capacidade de cuidar nem de mim mesma sozinha, ainda mais de um bebê. Ou o que for que estiver aqui dentro.

 

“Nessie, a sua menstruação esta atrasada?”

 

“Não sei.. ela não é certa.” Eu gaguejava a cada letra, estava entrando me pânico.

 

“Hum, você se sentiu enjoada ou tonta?”

 

“Não.” Na verdade eu só fiquei assim quando o Thomas estava por perto, mas não era esse o motivo, era a repulsa.

 

“Qual foi a ultima vez que você e o Jake transaram?.”

 

“Não teve ultima vez! Foi só uma! Eu não posso estar grávida por causa de uma vez! eu não posso!” eu voltei a gritar, o descontrole havia tomado conta de mim.

 

“Nessie” a voz da minha mãe soou dura, e ela tinha três pequenas linhas entre as sobrancelhas. “Você não era desinformada, e nem o jake. Vocês sabiam que você poderia engravidar, e mesmo assim não tomaram cuidado algum.” Minha mãe pela primeira vez na noite teve uma reação de mãe.

 

“mas eu tenho dezesseis anos!” eu sussurrei.

 

“Isso não é desculpa Renesmee. Quantas adolescentes engravidam? Quantas vezes já ouvimos a mesma historia? Garotas engravidando na primeira relação?” ela me olhava firme, e as minhas lagrimas saiam com mais urgência.

 

“Vamos Bella, me deixe terminar.” Carlisle pediu com toda a doçura possível, minha mãe consentiu.

 

“Dando que hoje já é segunda, temos uma semana de gestação. Se você realmente estiver grávida.” Ele parou por um momento. “os fetos humanos so apresentam batimentos cardíacos entre e terceira e quarta semana. O que significa que esse feto esta se desenvolvendo rápido.” Carlisle concluiu se erguendo.

 

“Mas eu com uma semana de gestação já tinha uma barriga proeminente.” Minha mãe olhou bem a minha, que ainda estava reta como sempre.

 

“Talvez não tão depressa quanto a Nessie, ele será muito humano.” Carlisle me abraçou.

 

“ A troque de roupa, já esta amanhecendo, podemos levá-la ate meu consultório para fazermos os exames necessários para confirmar a gestação.”

 

Carlisle saiu do quarto e eu me joguei no colo da minha mãe, eu estava em prantos. Ela ainda estava tentando ser dura, mas logo se entregou. Me abraçou chorando junto comigo. A porta do meu quarto se abriu lentamente, e meu pai entrou. Eu me encolhi, ele não seria tão calmo quão minha mãe foi.

 

“Posso entrar?” minha mãe fez que sim com a cabeça, eu me escondi atrás dos cabelos volumosos dela.

 

“Nessie, eu não vou gritar, e nem vou matar o Filho da p., deixa para lá.” Meu pai se sentou ao meu lado, me puxando para o colo dele.

 

“Mas eu ainda odio aquele cachorro. Mas também não vou deixar toda a responsabilidade de criar um bebê sobre você.” Ele concluiu beijando minha testa.

 

E então veio outra dor. O Jake. Ele vai me odiar por ter engravidado, ele vai me chamar de irresponsável. Ele vai me odiar! Ele não vai mais querer ficar comigo quando eu estiver inchada. Eu chorei mais.

 

“Ele nunca te culparia, a culpa é dele.” Meu pai rosnou.

 

“Vamos, temos que levá-la ate o consultório do Carlisle.” Minha mãe pegou algumas roupas e jogou sobre a cama, meu pai se levantou e saiu.

 

Minha mãe me ajudou a me vestir, e arrumar meu cabelo. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar, mas eu não conseguia parar. As lagrimas voltavam toda hora, e era impossível conter.

 

Quando estávamos saindo de casa, avistei a Rose, que estava distante me observando, Emmett se aproximou me abraçando.

 

“Se você queria ter filhotes, podia ter ido ao canil.” Emmett gargalhou, eu chorei ainda mais. E minha mãe rosnou.

 

O carro estava silencioso, ninguém falava nada. E então eu ouvi outra vez. o pequeno som. Dessa vez por instinto levei minhas mãos sobre a minha barriga. E uma sensação de paz me engoliu. Se o Jasper não estive ficado em casa eu o culparia, mas agora não tinha quem culpar. A não ser o pequeno ser dentro de mim, ele já fazia parte de mim.

 

As lagrimas voltaram mas agora não por desespero e sim por aceitação, não teria outro jeito. Eu já amava essa pequena bola, antes mesmo de aceitar. Eu não tinha duvidas eu estava grávida.

 

Minha única preocupação agora era a reação do Jake, ele me odiaria. Ele ainda é novo, não quer ter uma responsabilidade dessas. Ele pode me culpar, afinal eu decidi que seria no meio da floresta. Mesmo que o desejo não tivesse apagado todos os meus pensamentos eu não acharia camisinhas por la.

 

Minha mãe olhou para trás já soluçando, eu não entendi.

 

“Eu consigo ouvir.” Ela soluçava, ela estava feliz.

 

Estacionamos atrás do carro do carlisle, ela saiu do carro e nos esperou enfrente a recepção.  Minha mãe me ajudou a sair do carro, mas não era preciso eu estava bem, chorando mas bem. Passamos em silencio pelas paredes brancas e verdes do hospital, chegando a sala do Carlsile, ele nos mandou esperar ali e saiu.

 

Depois de alguns minutos ele voltou.

 

“Vamos, o Dr. Monti me emprestou a sala.” Nós nos levantamos  e o seguimos ate a sala com os equipamentos adequados.

 

“Deite-se ali Nessie.” Carlsile apontou para a maca, com o ultra-som  ao lado. Eu tirei a jaqueta e me deitei.

 

“Queria que o Jake estivesse aqui.” Carlsile sussurrou.

 

“Em que ele seria útil?” Minha mãe se posicionou ao meu lado.

 

“Gostaria de uma amostra do sangue da Nessie.” CArlisle explicou vindo se sentar ao meu lado, em uma cadeira de rodinhas.

 

Ele ergueu minha camisa, colocando o gel em minha barriga, fez cócegas. Mais eu ainda estava chorando. Começou a movimentar o aparelho e então uma imagem embaçada e cinza surgiu na pequena televisão. Eu não entendia nada.

 

“Nessie, sua placenta e bem mais fina que a de sua mãe, mas ainda é um tanto grossa.” Eu me encolhi na maca.

 

“Mas eu consigo ter uma visão razoável.” Carlisle sorriu, mas logo o sorriso se apagou e ele encarou meu pai, que estava ainda mais pálido. Se isso for possível.

 

“O que?” minha mãe apertou minha mão.

 

“Tem certeza?” meu pai perguntou ao Carlisle.

 

“Você pode observar.” Carlisle apontou para tela, mais eu ainda não conseguia entender nada.

 

“O que foi?” eu perguntei dessa vez.

 

“Se acalma.” Carlisli pediu. “Vou deixar você ouvir os corações.”

 

“Como?” eu me exaltei, ficando sentada.

 

“São gêmeos.” Meu pai disse entre os dentes, minha mãe deu um salto para trás e eu deixei meu corpo cair na maca.

 

Se já não fosse o bastante ter a responsabilidade de uma vida em minhas mãos de adolescente, são duas vidas! Minhas lagrimas voltaram com mais força. eu estava desesperada, dois corações, duas crianças.

 

Eu estava chorando fortemente, quando o som das batidas se ampliou pelo quarto. devido ao equipamento.

 

TUM TUM TUM TUM TUM TUM

 

Não importava o quão duro e difícil fosse, eu seguiria o exemplo da minha mãe. Eu defenderia os pequenos bonequinhos dentro de mim a qualquer custo, mesmo que esse custo fosse minha adolescência, ou então minha vida. Eu já amava esses dois.

 

Eu notei que os batimentos estavam acelerados de mais, eles podiam estar doentes. Me inclinei para poder ver melhor a pequena televisão, nada adiantou eu não entendia nada só avistava duas pequenas bolinhas na tela. Cadê meus bebês?

 

“Eles ainda estão se formando.” Meu pai me tranqüilizou.

 

“É mesmo adiantada ?” Minha mãe se sentou novamente ao meu lado.

 

“É sim, mas não tanto como a sua. Se continuar nesse ritmo, ela terá uma gestação de três meses aproximadamente.” Carlisle limpou as mãos e desligou a maquina.

 

“Você se sente fraca?” Ele me perguntou, eu neguei com a cabeça.

 

“Tem caçado mais vezes, ou então sentido uma sede ainda mais forte perto dos humanos?”

 

“Não, o normal.” Eu não sentia nada de diferente.

 

“A Bella teve problemas com isso, você bebia o sangue dela. Talvez devêssemos comprar algum sangue.” Carlisle encarava meu pai.

 

“Mas eu não estou com sede, não mais que o normal.” Eu repeti.

 

“Mas eles iram começar a te drenar.” Meu pai rosnava.

 

“Talvez não.” Minha mãe se levantou.

 

“Bella, ela é mais forte que você era, mas ela ainda é meio humana.” Carlisle tentou convencer minha mãe.

 

“Eu sei. Mas reparem, nos últimos dias a Nessie tem inserido comida humana, ela comeu três dias ovos no café, comeu morangos a tarde um dia. Ela não conseguia comer mais de uma vez por semana.” Eu havia sentido fome esses dia, pela primeira vez.

 

“Eu senti fome, não sede e sim fome.” Eu exclamei.

 

“Talvez eles sejam mais humanos...” Carlisle deduziu.

 

“Sem sede?” meu pai se espantou.

 

“O pai é um lobo.” Minha mãe lembrou.

 

“A mãe é mio vampira.” Meu pai lançou.

 

“As melhores habilidades das três espécies. O ser perfeito.” Carlisle sorriu.

 

                                                         - - -

 

Já estávamos em casa, todos na sala me rodeando. Rose me abraçava, mais ainda estava calada.

 

“Ai eles vão ser tão lindo!” Esme acariciava minha barriga.

 

“Se eles não federem.” Alice conclui rindo.

 

“E Edward, como é ser avô?” Emmett irritava meu pai, eu sorria. Estava feliz com as minhas coisinhas.

 

“E você Carlisle  como é ser bisavô?” Ate com o pai o Emmett implicava.

 

“è perfeito.” Esme respondeu por eles.

“Você ainda é uma criança e já carrega outras.” Enfim Rose falou. Me senti péssima, ela nunca poderá carregar alguma criança.

 

“Eu sei, e é por isso que eu espero que você me ajude assim como ajudou minha mãe. Você é uma mãe maravilhosa, e quero que eles te considerem uma segunda mãe assim como eu considero.” Assim que terminei, Rose me abraçou, soluçando.

 

“Jacob.” Meu pai disse firme.

 

“Ele esta chegando?” eu me estremeci, como ele vai reagir?

 

“Eu vou conversar com ele.” Meu pai rosnou.

 

“Não!” eu gritei. “ eu quero contar.”

 

“Nessie...” minha mãe me chamou.

 

“Mãe.” Eu disse firme e me levantei.

 

“Ele não vai te odiar, vai odiar eles.” Meu pai disse entre os dentes.

 

“São filhos dele!” Rose rosnou.

 

“Se lembra de como ele fiou quando viu a Bella grávida? Agora imagina ele vendo a Nessie naquele estado? Ele não vai suportar a idéia de a ver sofrer.” Meu pai concluiu com dor.

 

“Ninguém toca nela”. Minha mãe e a Rose falaram juntas.

 

“Nós não vamos cometer o mesmo erro.” Carlisle disse firme.

 

“Ele vai entender, é só explicar.” Alice sorriu.

 

“Ele já esta chegando.” Meu pai me encarou.

 

“Eu vou contar.” As lagrimas já desciam com força, quando eu cheguei na porta.

 

Ele odiando ou não. Odiando ou não os pequenos dentro de mim. eu ainda vou ama-lo acima de tudo. Respirei fundo e corri em direção a floresta, indo de encontro ao som das patas maltratando o chão.


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Notas finais do capítulo

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e ai gente gostaram???
espero que sim *--------*

gente ta começando a encaminhar para a minha parte preferida!!
*-------------------*

valeu por todos os reviews
amOOOO

Quem puder, deixa um review ?? por favor?

beijoos amores S2