Jake não me soltou, ao contrario, me puxou ferozmente para junto dele. Nossos corpos se tocando. A troca de calor que ocorria com aquele toque. O cheiro dele me fez fechar os olhos.

 

Como ele podia ser tão egoísta? Ele não estava vendo que isso estava acabando comigo. Me deixando ainda pior. Já não basta a rejeição?

 

Jake colocou a mão em meio aos meus cabelos, segurando a  minha nuca. Levantou o meu rosto. Com a  outra mão secou as lagrimas que teimavam em escorrer pela minha face.

 

“Não faz idéia de como eu me sinto nesse momento.” A voz dele saiu como um sussurro enquanto seus lábios tocavam a minha orelha.

 

Isso fez com que um arrepio percorresse toda a minha espinha. Senti meu corpo amolecer com o calor que vinha do corpo de Jake. Ele com certeza estava mais quente do que na hora que eu o beijei.

 

Sua mão desceu pelas minhas costas, me puxando fortemente pela cintura ate os nossos corpos estarem completamente colados. Me puxou pela nuca ate que nos lábios se encontrassem novamente. Seus lábios foram logo se abrindo e a sua língua invadindo  os meus lábios. Seu hálito era quente, a temperatura do seu corpo estava aumentando a cada segundo. Seu lábios tinham fome dos meus, o beijo era forte e intenso. Joguei minhas mãos sobre seu pescoço, o puxando mais para perto de mim. Eu precisava de mais, cada vez mais.

 

Eu tinha sede de Jake, e essa sede era muito mais forte e difícil de controlar do que a sede por sangue.

 

Me ergui do chão devagar, jogando minhas pernas na em volta da cintura de Jake, não sabia ao certo o que estava fazendo. Os beijos estavam mais quentes, e rápidos. Cada vez mais intensos.

 

Senti minhas costas sendo pressionadas contra a parede, não sei como Jake fez isso, mais ele percorreu cerca de dez metros ate a parede da garagem sem eu perceber. A mão dele soltou meus cabelos e desceu ate a minha cintura, ele estava me apertando cada vez mais forte, e isso estava me agradando.

 

Via a hora que iríamos derrubar a parede. Minhas mãos corriam pelas costas de Jake, minhas unhas desenhavam em sua pele. Não me assustaria se jake estivesse pelo menos com uns 50°c nesse momento. Jake levou umas das mãos ate minha coxa, que ainda estava apoiada em sua cintura. Seus dedos apertavam a minha perna contra o corpo quente dele. Eu nunca tinha sentido o Jake tão quente como ele estava nesse momento.

 

“Nessie! Quero te dar boa noite antes de ir!” A voz de Charlie fez o meu coração parar.

 

Jake também ouviu mais não se importou continuou me beijando como antes. Por mais que eu estivesse completamente envolvida no momento eu não queria que Charlie viesse me procurar e se deparasse com essa cena.

 

Deixei minhas pernas deslizarem pelo corpo de Jake, ate meus pés tocarem o chão. Segurei seu rosto entre minhas mãos e afastei nossos lábios. Ele lutou para me beijar novamente.

 

“Hei! Calma, Charlie ainda anda armado!” Afrouxei minhas mãos para deixa-lo tocar meus lábios devagar. O afastando logo em seguida.

 

“Eu sou aprova de balas.” Eu sorri, nossos narizes se encostaram, e Jake soltou minha cintura, se afastando.

 

“Nessie!” Charlie já estava ficando nervoso.

 

“Estamos indo!” Eu disse enquanto corria entre as arvores puxando Jake pela mão.

 

Eu não acredito! Jake me beijou! E foi muito melhor do que eu tinha imaginado ou sonhado algum dia. Ele era meu. Meu Jacob. Meu.

 

Minha vontade era de gritar tudo o que eu estava sentindo. Nunca tinha sentido nada parecido com isso antes, meu coração estava totalmente fora de controle. O mundo era só eu e Jake.

 

A noite estava fria, muito fria, porém, meu coração estava transbordando em calor. Meus lábios ainda estava, quentes, e o gosto de Jake estava presente em mim. O gosto dele era bom, muito bom. O gosto combinava perfeitamente como cheiro amadeirado.

 

Sabia que agora seria impossível esconder do meu pai ou de qualquer um da minha família, não conseguiria fingir que nada aconteceu. Eu estava a ponto de gritar ao mundo o que estava sentindo, se houvesse palavras que explicassem o maremoto de sentimentos e sensações dentro de mim.

 

Charlie estava em frente a viatura.

 

“onde vocês estavam?” Meu avô ergueu uma sobrancelha olhando fixamente para o Jake.

 

“Na garagem.” Eu o abracei, ele passou a mãos em meus cabelos.

 

“Boa noite querida. Amanha bem cedo eu volto.” Ele ainda olhava para Jake.

 

“Boa noite vô.” Eu beijei seu rosto.

 

“Billy, tome conta desse garoto!” Billy acenou com a cabeça e soltou um olhar para Jake que abaixou a cabeça e riu.

 

“Espero não ter que te prender.” Charlie disse rindo, mais eu sei que ele estava falando serio.

 

A viatura virou a esquina, então eu entrei na frente enquanto Jake empurrava a cadeira de Billy. Assim que passamos pela porta e soltei um bocejo.

 

“Nessie você pode dormi na cama de Jacob.” Onde Billy estava com a cabeça? Meu avô ia matar ele quando descobrisse isso!

 

Se fosse a uma hora, não veria mal algum nisso, eu cansei de dormir na mesma cama que Jacob. Mas agora era diferente, nós não éramos mas só amigos.

Não sei se me sentiria bem dormindo ao seu lado.

 

Jake olhou assustado para o pai, que logo soltou uma gargalhada.

 

“Você dorme no sofá.” Billy apontou para o pequeno sofá da sala. “Mesmo eu não sendo careta, eu não quero confusão com Charlie.”

 

Jake e eu sorrimos.

 

“Não precisa, eu posso dormi na sala. Jacob não precisa sair do quarto dele.”

 

“Que isso Nessie, e além disso o quarto não é mas de Jacob a muito tempo.” Billy deixou transparecer a saudade que sentia do filho.

 

“E, além disso, aqui e bem confortável!” Jake se jogou no sofá, caindo com as pernas completamente para fora do sofá. Não sei como ele ia consegui dormi ali.

 

“Boa noite crianças. Jacob, estou velho mais não surdo.” Billy piscou para Jacob na ultima frase, não entendi o motivo.

 

“Boa noite Billy.” Billy parecia mesmo gostar de mim, mesmo eu sendo meio-vampira, ele não parecia se importar.

 

Jake havia ligado a tv, eu ate pensei em assistir um pouco, abraçada com ele, mais eu estava realmente com muito sono para isso.

 

“Vou tomar um banho.” Disse enquanto me direcionava ao quarto de Jake. O quarto dele não tinha mais o cheiro dele, isso me decepcionou. Abri minha mochila, peguei minhas coisas.

 

“Droga, odeio dormir de jeans.” Eu tinha esquecido de trazer um pijama. A pressa e inimiga da perfeição.

 

Jake abriu a porta de repente. O quarto era pequeno, quase não dava para nós dois nos mexer. Ele atravessou o quarto, no seu trajeto seu braço roçou no meu, distribuindo uma onda de choque pelo meu corpo.

 

Abriu uma gaveta e tirou uma camisa cinza, pelo tamanho era dele. A camisa estava velha e desbotada. Ele estendeu pra mim.

 

“Pode dormir com ela se quiser, desculpa pelos puídos, mais não tenho muitas roupas aqui.” Peguei a camisa, ele devia ter usado ela na ultima vez que esteve aqui, porque o cheiro estava muito presente.

 

Pela boa educação eu não devia ter aceitado, mas o cheiro era forte o suficiente para deixar minha educação de lado.

 

“Valeu” Jake atravessou o quarto outra vez, dessa vez foi seu peito que roçou no meu braço, fazendo disparar novas descargas elétricas pelo meu corpo.

 

O banho foi rápido, a água estava meio fria. Vesti a camisa de Jake, que em mim ficava mais como um vestido. A gola estava alargada, o que deixou um dos meus ombros à mostra. Estava um pouco envergonhada, mas eu não podia dormir sem me despedir dele. Talvez eu devesse por qualquer roupa para ir la despedir dele, depois eu punha a camisa.

 

Achei melhor ir de camisa mesmo, se não ele podia  ver isso como desfeita.

 

Caminhei ate a sala ele estava rolando de rir no sofá, com a mão na boca segurando o riso. Quando eu entrei na sala ele parou de rir e olhou pra mim. Minhas bochechas ficaram rosas. Andei na direção dele, ele me puxou pelo braço me fazendo cair sentada em seu colo. Jake.

 

Toquei seu rosto com delicadeza, movimentando meus dedos pela sua face.

 

Boa noite.

 

Ele encostou minha cabeça em seu peito. O cheiro dele entranhava mais ainda na camisa.

 

“Boa noite Ness.” Ele se abraçou para sussurrar no meu ouvido: “ Se você ficar com medo, ou se sentir sozinha vem dormi aqui.”

 

Eu podia ate ter seis anos, mais não era uma boba. Eu sabia muito bem o que Jake queria. E o pior e que eu também queria.

 

 

Te amo.

 

 Levei meus lábios ao encontro dos dele, so por alguns segundos. Antes que o beijo me desorientasse eu me levantei.

 

“Te amo Ness.” Jake estava sorrindo, com uma cara meia de bobo. Será que eu também estava assim?

 

Fui para o quarto. Me enfiei embaixo das cobertas, o cheiro de Jake agora estava completamente presente em mim, na minha roupa, no meu cabelo, na minha pele. Fechei meus olhos e me lembrei de cada movimento que fizemos, de cada toque. Era como viver um conto de fadas.

 

Era assim que eu queria viver, por quantos dias fossem possíveis. Com Jake no meu lado cada segundo seria a minha eternidade. Cada palavra será guardada, cada sensação. Meu coração estava completamente fora de controle, acelerava com as minhas lembranças. E era como se eu conseguisse sentir as mãos de Jake no meu rosto. Era tudo tão mágico.

 

Não demorou muito e as fantasias me levaram ao inconsciente.

 

Abri meus olhos devagar e fui me levantando aos poucos. Será que foi um sonho? Senti o cheiro de Jake ainda mais forte em mim. Eu realmente vivi cada segundo ontem.  Dei um giro com os braços abertos me jogando na cama. Abracei o travesseiro. O jake era meu!

 

Não senti o cheiro do Billy, talvez ele tenha saído. Os únicos cheiros que eu conseguia sentir agora era o de Jake e o de ovos. Ovos mexidos.

 

Prendi meu cabelo, resolvi trocar de roupa depois do café. Ao chegar na cozinha avistei Jake sem camisa, com um avental amarrado na cintura. Ele estava brincando com a frigideira no fogão. Não demorou um centésimo de segundo para ele notar minha presença e olhar para mim. Ele abriu um sorriso imenso, era difícil de acreditar que aquele sorriso cabia na face de um humano, ou meio humano.

 

Aproximei-me dele devagar. Ele se virou completamente para mim, sem largar a frigideira.

 

“Bom dia.” As voz estava aveludada.

 

“Bom...” Ele interrompe tocando os lábios rapidamente nos meus.

 

“chih chih” Os ovos quebraram o silencio, pedindo atenção de Jake novamente. JAke se virou outra vez para o fogão e eu me sentei na mesa.

 

“Onde esta Billy?” Perguntei enquanto brincava com um dos cachos do meu cabelo.

 

“Foi na casa da Sue com o Charlie, já devem estar voltando.” Arregalei meus olhos. Meu avô já estava aqui? Quanto tempo eu dormi?

 

“que horas são?” Jacob riu, pegou dois pratos e colocou na mesa.

 

“É cedo, seu avô que chegou aqui ainda estava escuro, ele ficou com medo do lobo mau pegar a netinha dele.”Jake fazia uns gestos de garras enquanto falava, nos dois rimos.

 

Jake colocou os ovos nos pratos, ou melhor meu prato, já que o prato de Jake parecia um bacia. Nos comemos em silencio. Assim que Jake acabou ele tirou o avental e se sentou no sofá para ver TV. Eu lavei os pratos. Parei na porta da sala, Jake estava sentado no sofá com uma das pernas sobre o sofá. Devo ter ficado ali parada olhando para ele por alguns segundos.

Parei em frente a ele, esperando que ele tirasse a perna de cima do sofá para que eu pudesse sentar-me ao seu lado. Ele se sentou ereto, com as pernas juntas. Antes que pudesse me sentar ao seu lado ele me puxou, me fazendo sentar em seu colo. A pele das minhas pernas sentiam o calor das pernas de Jake. Ele me puxou para junto de seu peito.

 

“Jake! Meu avô!” Por mais que eu estivesse amando aquela situação, eu tinha respeito pelo Charlie.

 

“A gente vai saber quando eles estiverem chegando.” Jake foi rosando os lábios em meu pescoço enquanto falava, senti meu corpo se arrepiar por inteiro. Fechei meus olhos devagar e lancei meus braços no pescoço do Jake.

 

Os lábios dele tocaram os meus com ternura. O beijo era romântico e apaixonado. As mãos de Jake acariciavam minhas costas. Os braços dele eram musculosos, e me apertavam. Não que isso me incomodasse, pelo contrario eu queria mais e mais.

 

Eu escutei ao longe o barulho da viatura de Charlie. Saltei para fora do colo de Jake que ficou me olhando como se não estivesse entendendo nada.

 

“Vou trocar de roupa.” Em seguida corri para o quarto para pegar minha mochila.

 

Enquanto eu escolhia o que ia vestir, Jake abriu a porta e ficou parado ali me olhando.

 

“Jake!” Eu disse espremendo meus olhos, queria andar rápido, antes que meu avô chegasse.

 

“Temos três minutos.” Jake sorriu e deu um passo para dentro do quarto.

 

Eu deixei minha expressão se amenizar e dei um passo na direção dele. Estiquei meus braços e o imporei para fora do quarto, ele deu uma cambaleada mas não saiu do lugar. Eu podia o imporá com mais força, mais tinha medo de o machucar.

 

Ele me girou violentamente em direção a parede me espremendo contra ela. Ergui minhas mãos para afasta-lo, mais logo fui contida pelo beijo dele. Esqueci de tudo, só pensava em nós.

 

Minhas mãos ficaram presas na altura do peito de Jacob. Relaxei meus dedos desfazendo a bola que tinha feito para soca-lo.  Passei as pontas dos meus dedos pelo seu peito quente, nossa temperatura era quase a mesma, mais quando nós estávamos nos beijando parecia que ele se aquecia ainda mais.

 

Estava sentindo cada ondulação do seu peitoral definido com meus dedos, ele me pressionou ainda mais forte contra a parede, travando meus dedos. Uma de suas mãos percorria todo o meu lado, enquanto a outra era apoiada na parede.

 

Já devia ter se passado mais de dois minutos quando dei por mim. Usei um pouco de minha força e o imporei, ele sorriu.

 

Seu peito tinha dez pequenos cortes, nos lugares certinhos onde minhas unhas tinhas sido imprensadas. Como eu não senti o cheiro de sangue?  Afinal o cheiro de sangue mexia comigo, acendia  o fogo na minha garganta, mais dessa vez nada, eu não senti nada. Nem ao menos cócegas na garganta. 

 

“tem trinta segundos ate eles entraram pela porta.”

Os cortes já tinha se cicatrizados. Jake saiu pela porta e eu me vesti rapidamente.

 

Eu queria ir nadar, então coloquei meu biquíni por baixo de um short e uma camiseta. Sai correndo para a sala, me sentei e logo em seguida a porta se abriu.

 

Charlie estava empurrando a cadeira de Billy para dentro da casa. Ele olhou na nossa direção, e nós viu. Cada um sentado em um sofá, assistindo TV.

 

“Olá, querida.” Eu acenei com a cabeça e sorri.

 

“Bom dia!” Os dois sorriram.

 

“Sua mãe ligou hoje bem cedo, ela mandou um beijo.” Billy falava enquanto sacudia a cabeça para tirar as gotinhas de água de seus cabelos.

 

“O que ela queria?” Eu estava assustada, será que meu pai conseguiu ler minha mente ou a de Jake nessa distancia?

 

“So saber de vocês, ela esta com saudades.” Eu abaixei a cabeça e sorri.

 

“Amanha de manhã a gente já ta de volta.” Charlie sorriu forçadamente pelo lado esquerdo da boca.

 

Ambos estavam de casaco, menos eu e Jake.

 

“Esta frio vô?” Charlie juntou as sobrancelhas enrugando a testa.

 

“Sim minha querida, estamos no inverno. Vocês não estão sentindo?” Eu fiz biquinho e olhei para o chão.

 

“O que foi?” Charlie se sentou ao meu lado.

 

“eu queria ir nadar.” Sabia que a água gelada não iria me calçar problema nenhum. Mas as pessoas iam achar estranho uma menina e um garoto nadarem nas águas geladas de La push no meio do inverno.

 

“Tem o lugar onde eu e Charlie costumamos pescar, la é bem deserto.” Billy sorriu para Charlie.

 

“As águas devem estar muito geladas.” Charlie parecia preocupado.

 

“Isso não é problema não.” Eu sorri olhando para ele e para Billy.

 

“O que acha de pescarmos um pouco Charlie?” Billy olhou para o Jake que estava sorrindo.