“Como você é lerdo!” Jake gargalhou e continuou no seu banho.

 

Peguei uma mochila que estava jogado no chão e comecei a procurar algo nas gavetas no Jake. Peguei um calça Jeans, duas camisas, meias e cuecas. Tentei achar uma sunga ou coisa assim mais não consegui.

 

“Você não tem uma sunga ou coisa assim?” Perguntei enquanto entrava no banheiro e pegava a escova de dentes dele. Entrei e sai sem olhar para o Box.

 

“Eu não nado com roupas.” Jake desligou o chuveiro.

 

“Lobos.” Fechei a mochila dele e joguei em cima da cama, me sentei para esperar Jake ficar pronto. O vapor que saia do banheiro estava convidativo. A curiosidade começou a tomar conta de mim. quando dei por mim já estava dentro do banheiro, olhando fixamente para o box. A sombra do corpo do Jake recebendo a carga de água, o modo com que ele sacudia o cabelo...

 

Quando dei por mim outra vez já estava sentada na cama, com o coração agredindo meu peito. Eu tinha que ter calma, já estavamos indo para a nossa liberdade. Eu estava muito ansiosa para pensar que ele gostaria de privacidade na hora de se vestir.

 

“Será que você pode ir la na sala rapidinho?”Jake saiu do banheiro com uma toalha azul enrolada na cintura.

 

Minhas bochechas ficaram vermelhas rubi. Como eu podia ser tão sem noção? Me levantei e sai correndo me jogando no sofá.

 

A imagem do corpo do Jake molhado entrando naquele quarto ficou na minha cabeça, acompanhado coma a sombra dele no Box. Eu tentava pensar em outra coisa, mais essa cena continuava se repetindo na minha cabeça, uma vez atrás da outra.

 

“Vamos?” Jake estava com o cabelo totalmente desarrumado, mas isso nem me incomodou. Nos corremos ate a garagem.

 

Todos estavam do lado de fora. Odiava despedir-me, isso me dava uma agonia. Minha mãe me olhava preocupada, enquanto meu pai me olhava nervoso.

 

“Liguei para Charlie, ele disse que vai passar na delegacia amanha bem cedo e vai tirar os dois dias de folga. Não acontece nada de importante por la mesmo.” Minha mãe estava mais confiante, talvez por saber que Charlie me vê como um bebê.

 

Depois que nos mudamos de Forks, sempre que queremos ver meu avô, ele tem que ir até La Puch, la é mais facil não ser notado. Afinal as pessoas de forks iam notar que minha mãe e o seu árido não envelhecem, já em compensação a filha adotiva deles cresce incrivelmente rápido.

 

Já em La Push, nos ficamos mais dentro da floresta que da nos fundos da casa de Bill. Não tem muitas casas por perto, e as poucas que tem so uma ou duas não tem um lobisomem morando nelas.

 

“nós achamos melhor você caçar quando estiver a caminho de La Puch.” Jasper ainda não tinha superado ser o elo mais fraco, embora ele tenha melhorado muito, muito mesmo.

 

“Nessie, se esse cachorro fizer alguma coisa com você, é só você me ligar, eu e Emmett iremos para la na mesma hora!” Emmett riu enquanto Rose fuzilava o Jake com os olhos. Ela estava mais preocupada do que minha mãe.

 

“Aproveite!” Alice me abraçou, seu cabelo fez cócegas nas minhas bochechas.

 

Esme me abraçou fortemente porem não disse uma palavra. Carlisle apenas beijou minha testa.

 

Sentei-me ao lado de Jacob no banco de trás do carro. Abri a janela do meu lado e olhei para a minha família parada do lado de fora, via a dor nos olhos deles. Eu não queria que eles se sentissem mal. Eu só queria passar um tempo longe de casa.

 

“Eles não se sentem, só estão preocupados.” Meu pai ligou o carro e acelerou, minha mão encostada em seu ombro.

 

“Amo vocês!” Eu gritei. Eles poderiam ouvir um sussurro, mas um sussurro parece pouco em relação ao tamanho do meu amor por eles.

 

Cada um deles tem um jeito completamente único de ser. Esme, é tão doce. Ela sempre faz de tudo pra agradar a todos, ela não consegue ver nenhum de nós triste. Adoro quando ela borda blusas para mim. Ela é muito talentosa.

 

Carlisle é um líder nato. Ele lidera e ama essa família, todos nós nos preocupamos e nos importamos com o que ele esta pensando ao nosso respeito. Talvez meu pai só não tenha matado minha mãe quando a conheceu, pelo respeito e admiração que ele tem por Carlisle. Ele me ensina muitas coisas em suas horas vagas, adoro ouvir suas historias de quando andava pelo mundo sozinho e sem saber para onde ir.

 

Alice é tão pequena e tão irritante quando se trata de roupas. Minha mãe diz que jurava que eu ia amar as roupas da Alice já que ela me vestia de cinco em cinco minutos quando eu era mais nova. Talvez seja por isso que tenho trauma de me arrumar demais. Ela sem duvida é a melhor a minha mãe. Ela esta sempre animada, e isso contagia a todos nós. Ela tem outro dom além das visões, não é possível. Ela sempre consegue tudo o que quer.

 

Adoro jogar xadrez com o Jasper, ele é muito concentrado e calculista. È estranho mais quando eu estou triste eu prefiro correr ate ele do que ate minha mãe, ele me acalma tão facilmente, minha mãe não gosta que ele manipule suas emoções, mas eu adoro quando ele faz isso. Ele é reservado, eu não me importo muito com isso, ele sempre me deixa invadir seus espaço.

 

Emmett, ele é mais criança do que eu só que tem o triplo do meu tamanho. Eu adoro provocar ele. Meu pai não deixa mais eu sair para caçar com ele desde que nos inventamos o arremesso de Nessie. Adoro quando ele desafia Jasper para uma luta! É tão emocionante. Eu o desafiei uma vez, eu sabia que não teria chance de ganhar jogando limpo, mas pensei que ele fosse me deixar ganhar. Me enganei. Ele me segurou de cabeça para baixo por quase meia hora.

 

Rose é como uma segunda mãe. Eu adoro como ela fica se admirando em frente ao espelho, e engraçado. Sem duvidas ela é perfeita. Sempre preocupada com a minha aparência, ela quer que eu seja igual a ela.

Acho as brigas dela com Jake engraçadas, eu sei que na verdade eles gostam um do outro.

 

Bella, minha mãe. Eu adoro ela. Eu simplesmente amo ela, desde antes de nascer. Ela lutou por mim, agüentou coisas horríveis, eu me sinto mal quando me lembro de como a machuquei. Sem duvidas ela é a mãe que toda adolescente sonha em ter. Ela é simplesmente perfeita. Linda como as estrelas do céu.

 

Meu pai. Ele é tão carinhoso e protetor. As vezes me um lixo de querer me afastar dele, mas e que eu não consigo ficar com ele dentro dos meus pensamentos o tempo todo, é simplesmente por isso. Eu o amo tanto. Ele é muito mais do que um pai para mim, ele é tudo. Sua voz me acalma, me faz dormi, adoro quando ele canta para mim. E meio estranho mas quando eu olho para o meu pai é como se eu estivesse olhando dentro de um espelho. Sua face pálida e fria e linda, ele é lindo.

 

“eu não estou preparada para ficar longe de você.” Minha mãe olhava por cima do banco, se ela pudesse chorar ela o faria agora.

 

“Mãe, é rápido. Veja isso com uma segunda lua de mel.” Eu sabia como minha mãe sonhava com uma segunda lua de mel, só ela e meu pai.

 

Me inclinei para poder tocar seu rosto. Mostrei a ela uma boa parte das lembranças que eu tenho de nós duas juntas, inclusive a imagem dela ensangüentada após o parto. Ela sorriu, e me abraçou.

 

Meu pai me olhou despistada mente, eu toquei seu rosto com o outro braço mostrando a ele e a minha mãe todas as lembranças que eu tinha com ele.

 

Eu os amo muito.

 

Eles nos levaram ate o portão de embarque. Meu pai insistiu para carregar minha mochila, como se eu não pudesse fazer muito mais do que isso.

 

“Juízo, não demore. Te amo.” Eu abracei-o fortemente.

 

 Te amo, logo minha mente já estará de volta para você desvendar toda a minha viajem.

 

Ele sorriu e se virou em direção ao Jake.

 

“Cuida dela. Não tire os olhos dela!” Meu pais deu mais ênfase aos ‘olhos’. Ele era tão bobo.

 

Minha mãe me abraçou tão forte que quase fiquei sem ar, o cheiro dela tomou conta de mim.

 

“Meu amor, fica bem. Qualquer coisa, se você quiser vim embora antes da hora, é só ligar para nós ta bom? Mamãe te ama muito, muito além da minha existência.” Ela era tão sensível, toquei a bochecha fria e palida dela com a minha rosada e quente.

 

 Te amo além da minha existência.

 

Assim que entramos no avião, eu me aconcheguei no peito do Jake, estava muito cansada para ficar acordada por muito tempo.

 

Senti o avião decolar, mais não abri meus olhos. Algo pesado caiu sobre minha coxa, forcei meus olhos a abrirem mais não consegui então esqueci o problema, afinal Jake estava ao meu lado, ele não ia deixar que nada acontecesse.

 

Meu olhos estavam abrindo devagar, olhei pela janela e vi que ainda era noite, mas já estávamos chegando, as estrelas eram ainda mais lindas vistas do avião. Tentei me mexer e senti o peso sobre minha coxa. Era Jake, ele havia caído sobre minhas pernas depois de cair no sono. Me encostei e percebi que não era o peito de Jake que estava me apoiando e sim o encosto da poltrona.

 

Tentei me mexer sem acordar Jake, mas não funcionou.

 

“Já chegamos?” Ele ia levantando a cabeça das minhas pernas devagar, sua voz estava grossa e seus olhos cansados.

 

“Aham.” Ele se espreguiçou e me abraçou.

 

“Acordada a muito tempo?” Eu sorri enquanto beijava seu rosto. Não, acordei agora.

 

Jacob segurou meu rosto, encarando-me, olhando bem no fundo dos meus olhos. Eu sentia o calor dele passar para mim aquecendo ainda mais todo o meu corpo. Seu coração estava calmo. O meu estava gritando.

 

“Você ta crescendo.” Ele disse enquanto soltava meu rosto e fazia sinal para a Comissária.

 

Eu estava crescendo? É isso que ele acha? Então ele acha que eu ainda tenho que crescer mais?

 

Não é possível que ele não tenha entendido o porque dessa viajem. Eu queria poder ficar a sós com os meus pensamentos, e com ele. Eu precisava disso para poder achar as respostas para minhas perguntas.

 

 

“tem amendoins?” Jake estava com fome, ate que demorou bastante pra isso acontecer.

 

“Mais alguma coisa?”A comissária estendeu dois saquinhos para Jake. Ele negou com a cabeça.

 

“Você quer?” Ele ofereceu um pacotinho.

 

“Não.” Eu estava um pouco preocupada de ter deixado todo mundo pra trás. Talvez isso não fosse ser tão mágico como eu estava esperando.

 

Jake abriu o pacote e jogou todo o conteúdo de uma só vez na boca. Eu ri e cutuquei. Ele riu.

 

Assim que saímos do avião, eu fechei os olhos e respirei fundo, sentindo o cheiro e o gosto dessa floresta. O ar inflou meus pulmões. Eu amava esse cheiro. Jake me abraçou, e caminhamos ate a entrada da floresta. Eu conhecia cada som, cada rido dessa floresta, foi nela que eu cacei pela primeira vez.

 

“você vai carregar minha mochila?” Jake ergueu uma sombracelha enquanto erguia a mochila em minha direção. Eu tinha me esquecido, um lobo não braços para carregar uma cochila.

 

“Tah.” Joguei a minha mochila pra um umbro e coloquei a dele no outro essas mochilas não eram problemas para mim. Poderia carregar Jake.

 

Jacob saltou para trás de duas arvores, e logo depois saiu um enorme lobo castanho-avermelhado com as roupas na boca. Eu guardei as roupas de Jake na mochila dele. Saímos correndo em direção a La Push.

 

Senti o cheiro de cervos, não era meus prediletos, eles fediam. Jake se lançou em direção de onde o cheiro estava vindo. Deixei a minha sede me levar. Avistei os dois cervos. Me virei em direção ao maior, mas logo desisti de ataquei o menor. Jake era homem, e nenhum homem gosta de ser sempre superado por uma garota, mesmo que essa garota fosse meia vampira.

 

Depois de saciar minha sede, eu me levantei a joguei meu cabelo para o lado. Jake estava arrastando o fuscinho no gramado, tentando tirar os vestígios de sangue.

 

Atravessei minha mão pelos seus pelos para poder tocar sua pele. Você ganhou dessa vez.  Ele soltou uma gargalhada em forma de rosnado e acenou com a cabeça para eu subir em suas costas.

 

Eu me agarrei no pescoço dele, o cheiro dele invadia meu cérebro. Seria difícil pensar em alguma coisa desse jeito. O vento brincava com meus cabelos, lançando eles contra meu rosto quando Jake mudava de direção. Não demorou e nos já estávamos diminuindo a velocidade, ate que paramos.

 

Escorreguei para o lado de Jake, enquanto ele se movia em direção as arvores. Me lembrei que as roupas estavam na mochila.

 

“Jake, as roupas.” Eu abria a mochila e segurei sua calça. Ele pegou com os dentes e se enfiou no mei das arvores. Senti dois cheiros conhecidos.

 

Estavam em minha volta, correndo de um lado para o outro. De repente o som das patas tocando o chão parou. Jake apareceu bem na minha frente. Ele tinha um sorriso imenso desenhado nos lábios.

 

“viera te dar boas vindas.” Eu sorri, como eu amava esses lobos.

 

Quil apareceu do meu lado, ele veio na minha direção com os braços abertos. Eu saltei em seus braços. Quil não era muito alto, mas era muito forte. Parecia um armário.

 

“Quil! Quanto tempo!” Eu o abracei novamente.

 

“Como você cresceu formiguinha!” Odeio quando eles me chamam assim, eles ate parecem o Emmett. O cheiro do Quil não era tão bom quanto o do Jake, as vezes fazia cócegas no me nariz.

 

“Ta bonitão em!” Quil não tinha mudado nada desde ultima vez que eu o tinha visto. Afinal eles não envelhecem, como nós.

 

Não sei direito como funciona esse lance de não envelhecerem, as vezes meu coração doe de pensar que Jake não é imortal. Não consigo imaginar como seria existir sem o Jake. Não direito por quanto tempo eles podem viver, não tenho coragem de tocar nesse assunto com o Jake, talvez possa conversar com algum dos lobos esses dias.

 

Tenho medo da resposta que eles iram me dar.E se Jake viver apenas cem anos? Não. Não, isso Não. Cem anos apenas? Muito pouco tempo, porque eu não posso passar a eternidade com ele assim como a minha mãe e o meu pai? Porque tudo na minha vida tem que ser diferente? Eu quero que o meu coração pare no mesmo instante que o de Jake de a ultima batida.

 

Talvez tudo seria mais fácil se eu fosse uma frágil humana. Talvez não, afinal eu sou o que sou, e gosto de ser assim. Como tudo na vida não é perfeito, eu tenho que abrir caminhos para chegar ate a minha perfeição.

 

“Jake, acho que ela me quer!” Eu dei um tapa nas costas do Quil fazendo-o dar uns três passos para frente, tentando se equilibrar.

 

“Ela só é educada! Você é feio pra burro!” Jake sorria mais abertamente quando estava com os seus irmãos. Eu me sentia tão bem aqui, quanto na minha casa, com a minha família.

 

“Ta com ciúmes Jake?” A voz de Seth ecoou atrás de mim. Eu me virei e me joguei em cima dele.

 

Seth não esperava pelo meu ataque, e como estava na forma humana não conseguiu esquivar. Eu e ele saímos rolando pelo chão da floresta. Todos nós riamos. Levantei-me rapidamente, arrumando me cabelo. Seth se sentou no chão me olhando com os olhos inquietos, ele não gostava de perder pra mim.

 

“Como sempre, eu ganhei!” Eu cantei enquanto o ajudava a se levantar.

 

“Não valeu!” Seth resmungou enquanto me abraçava.

 

Seth estava com uma calça Jeans cortada, ele já havia atingido a maior idade física. Estava aparentando seus vinte e poucos anos, assim como Jake e Quil. Ele não tinha ficado tão alto nem tão forte como Jake. Mesmo assim, era muito grande e forte comparando-o a qualquer humano comum.

 

Minha família vampira era maravilhosa, todos eram simplesmente lindos. Eu sabia que todos os vampiros eram assim, maravilhosos. A beleza faz parte da espécie deles. Mas os Lobos também eram lindos, não sei o motivo. Jake me disse uma vez que não tem nada haver com a transformação ou coisa assim. Cada um deles tem uma beleza diferente, mais todos são lindos.

 

“Não era pra você estar “mais velha”? Seth não tinha visto pelos olhos de Jake que eu não estava mais crescendo?

 

“Eu acho que vou ser uma tampinha por toda a eternidade.” Todos gargalharam.

 

Charlie, havia me esquecido que ele já deveria estar na casa do Jack com o Billy. Respirei fundo procurando o seu cheiro. É ele já estava aqui.

 

“Vamos, quero ver meu avô e o Billy.”

Estava com saudades deles, ainda mais do meu avô.

 

“Claro, alteza.” Jake levou o punho nas costas deixando o braço em forma de triângulo, como a alça de uma xícara. Eu encaixei meu braço no dele. Quil encaixou o braço no meu outro braço livre.

 

“Seth as mochilas.” Jake olhou para Seth que estava atrás de nós.

 

“Porque eu tenho que ser o burro de carga?” Porque eles implicavam tanto com o Serth? Eu podia muito bem levar as mochilas.

 

“Seja cavalheiro!” Quil falava em meio a risos.

 

Seth me deu um soco no ombro do quil e correu em direção a casa gargalhando.

 

“Você vai ver!” Quil gritou, soltando o meu braço e saindo correndo atrás do Seth.

 

Eles nunca crescem! Eu me sinto tão em casa quando estou com esses moleques.

 

Jake me abraçou e fomos para sua casa, nos entramos pelos fundos. Charlie e Billy estavam sentados assistindo ao jornal.

 

“Vovô! Billy! Quanto tempo!” Me joguei no sofá ao lado do meu avô. Ele me abraçou fortemente. Depois me pôs de pé em sua frente. Seus olhos se tremiam ao me encarar. Eu havia mudado muito. A ultima vez que ele tinha me visto eu aparentava ter dose anos, há dois anos atrás.

 

“Como você cresceu! Esta tão linda! Seus olhos estão ainda mais parecidos com os de sua mãe!” eu o abracei, afinal ele não tinha me rejeitado. Eu não sei o que ele pensava que nós éramos, mais ele não se importava.

 

Passamos a manha inteira conversando na sala. Charlie teve que ir na delegacia, e avisou que vinha para jantar. Jake foi patrulhar com o resto do bando, afinal ele ainda era o Alpha de um bando. Enquanto Jake não estava aqui, Leah, Seth, Quil e Embry recebiam ordens de SAm, mais Jake ainda era o verdadeiro Alpha deles.

 

Eu estava na cozinha ajudando Billy a preparar o jantar. Billy parecia muito cansado. Eu me ofereci para fazer todo sozinha, mais ele não deixou. Disse que era melhor cozinheiro do que eu, e isso era verdade.

 

Enquanto estendia a massa da torta na forma, eu comecei a pensar na imortalidade de Jake. Billy era muito sábio, com certeza ele saberia me explicar como isso funciona direito.  Porém era do conselho, e poderia se negar a me contar. Resolvia arriscar, eu tinha muitas duvidas, e vim aqui para isso.

 

“Billy, vamos supor, se eu tivesse algumas duvidas sobre como funciona essa coisa de lobo...” Eu sentia meu coração se contrair dentro do meu peito.

 

“Por que não pergunta ao Jacob?” Ele não pareceu se ofender com a minha pergunta.

 

“Talvez eu tenha medo que ele minta para mim.” Eu senti minha voz tremer.

 

Billy me passou o recheio e eu comecei a espalhar sobre a massa.

 

“O que você ainda não sabe?” Billy estava disposto a me contar o que eu quisesse saber. Mas agora eu não sabia que queria mesmo saber quantos anos Jacob riria passar ao meu lado.

 

“Como funciona? Jacob não é imortal, então ele vai morrer um dia” Minha garganta arranhou nas ultimas três palavras “ quanto tempo isso vai demorar?” O ar me falou, senti minhas mãos tremendo.

 

Billy soltou o peixe que estava limpando e girou a cadeira em minha direção. A preocupação estava em seus olhos.

 

“Enquanto ele se transformar nem o corpo nem a mente dele sofre com o tempo, ele fica preso na maior idade física, e na idade mental que ouve a primeira transformação. É por isso que geralmente ocorre por volta dos dezesseis anos.” Ele respirou fundo fazendo as rogas de seu rosto de balançarem.

 

“Quando ele desistir dessa vida, ele começa e envelhecer normalmente, ate que chega a hora da morte.” Morte. Meu coração simplesmente parou com o som que essa palavra fez.

 

“Quanto tempo ele pode viver se transformando?” Esse era o meu maior medo, a resposta que eu mais temia. Preferia ter que conviver com ele só como amigo, do que vê-lo morrer.

 

“Não sei ao certo, nas historias, geralmente são três vidas de um homem normal. As vezes menos. É difícil para um homem ver todos que ele ama morrer, enquanto ele fica jovem e forte. Geralmente quando o imprint morre ele desistem de se transformar, e se entregam a vida normal, esperando pela morte.”

 

Mas eu não vou morrer, pelo menos não de velhice. Então ele não precisara desistir de ser lobo! Meu coração acelerou brutalmente. Não me impressionaria se o Billy tivesse ouvido as batidas de comemoração dentro do meu peito.

 

“NO caso de vocês, eu não sei como vai ser. Jacob pode viver muitas vidas, mais algum dia ele vai morrer. Isso é inevitável.” Billy girou a cadeira em direção à bancada e voltou a trabalhar no peixe.

 

“Eu morro com ele.” Minha voz saiu fraca, não sei como Billy ouviu.

 

“Não deve pensar nisso agora, as vezes um dia vale mais do que um século. Se esse dia for especial.” Billy realmente sabia o que eu precisava ouvir.

 

Peguei o resto da massa e comecei a cobrir a torta. Demorei muito tempo para consegui esticar a massa. Geralmente colocava muita força, e rasgava a massa.

 

Estava decidida a abrir o jogo com o Jake hoje depois do jantar, eu não podia perder nem mais um dia com essa duvida na cabeça. Afinal não sabia quanto tempo Jake ia passar do meu lado. Talvez Billy pudesse me ajudar com essa questão do Imprint também.

 

“Billy, eu sei que vai ser meio estranho falar isso comigo, mais eu quero que você seja sincero.” Um sorrio surgiu no rosto de Billy, levantando todas as inúmeras rugas que ele tinha espalhadas pelo rosto.

“Sim ele pode te engravidar.” Eu senti meu rosto queimar como excesso de sangue que se acumulou em minhas bochechas.

 

“Não, não é isso. E que ... eu acho que ta demorando muito para ele passar a me ver como outros olhos alem dos de amigo.” Billy sorriu outra vez, ele devia estar envergonhado pela confusão cometida.

 

“O amor que ele sente por você é acima de qualquer coisa, ele se adapta ao tipo de maior que você precisa nesse momento. Ele precisa ver que você já esta preparada para outro passo, antes de transformar esse amor de amigo em paixão. Talvez ele precise de uma mãozinha.” Billy piscou para mim na ultima frase.

 

Então eu tinha que mostrar a Jake o que eu sentia. Isso não seria tão difícil... ou seria? Senti o cheiro de Jake e Seth chegando. Eles entraram juntos pela porta.

 

“Que cheiro bom” Seth disse enquanto se jogava no sofá.

 

Jake se aproximou de mim, e viua torta nas minhas mãos.

 

“Eu que fiz!” Ele olhou com uma cara de nojo. “quer um pedaço?”

Jake caiu na gargalhada.

 

“Quem sabe depois de levar ao forno!” Minhas bochechas foram tomadas pelo tom de rosa outra vez.

 

“Onde estava com a cabeça.” Coloquei a trota no forno e fui abrir a porta para meu avô que já estava virando a esquina com a viatura.

 

Esperei meu avô na porta, ele trouxe cervejas, o que significava que iria ter jogo hoje a noite, desculpa perfeita para eu sair com Jake.

 

“ O jantar esta pronto.” Billy anunciou, a mesa não era muito grande então Seth comeu na sala. Fiquei com medo da comida não dar, eles estavam famintos.

 

Eu comi uns pedacinhos de peixe só para não fazer desfeita. Não gostava de peixe.

 

“Esta mesmo uma delicia.” Charlie disse enquanto lambia os dedos.

 

“tem sobremesa! Eu fiz uma torta!” eu me levantei e fui buscar a torta a aparência dela era ótima. Consegui fazer direito!

 

“você que fez eu amor?” Meu avô estava contente.

 

“Sozinha.” Billy  sorriu.

 

Parti um pedaço para cada um deles, a aparência também estava boa. O cheiro de maça estava tomando a casa. Meu avô deu a primeira mordida.

 

“O cheiro esta ótimo” disse Seth enquanto pegava seu pedaço.

 

Charlie fez uma cara estranha, juntou as sombracelhas ate formar uma só.

 

“Nada mal, estava ótimo para sua primeira torta.”

Charlie tentava sorrir.

 

Jake foi o próximo a aprovar. Cuspiu o pedaço que tinha posto na boca.

 

“Que horror! Esta horrível! Credo!” Jake era muita sincero, bem mais que meu avô.

 

“Não esta tão ruim assim.” Meu avô fuzilou Jake com o olhar.

 

Eu coloquei um pedaço pequeno na boca, e o cuspi imediatamente, igual o Jake tinha feito. Mesmo eu não gostando de  comida humana, eu sabia que isso estava realmente muito ruim.

 

“Que horror! Eu sou uma assassina de tortas!” Todos riram.

 

“Eu gostei!” Seth disse da sala. Ele já tinha acabado de comer todo o seu pedaço.

 

“Seth, eu sei que esta uma droga!” Seth riu e pegou mais um pedaço.ele realmente tinha gostado desse lixo?

 

“Minha queria, foi sua primeira torta.” Meu avô estava tentando me confortar.

 

“Primeira e ultima, não quero ser a responsável pela morte de ninguém!”