Estremeci-me com a sensação que os dedos galados de minha mãe faziam ao percorrer minhas bochechas, dês da ponta do meu queixo ate embaixo dos meus olhos. Aquela pele fria e dura como granito era tão carinhosamente movimentada contra a minha.  Abri meus olhos vagarosamente, minha mãe estava sentada na beira de minha cama, seu leve toque havia se transferido do meu rosto para os meus cabelos. Abri um pouco mais meus olhos e notei meu pai parado ao lado dela. O cheiro deles tomou conta dos meus pulmões. Não importa o tempo que eu passe ao lado deles, o cheiro deles sempre me surpreende.

“Vamos querida, você não quer se atrasar no seu primeiro dia quer?” Os sinos na voz da minha mãe não serviram para me despertar, muito pelo contrario fizeram meus olhos ficarem mais pesados, já estava voltando à inconsciência.

“Meu amor...” Minha mãe realmente estava ansiosa pelo meu primeiro dia no colegial.  e

Eu por outro lado estava completamente apavorada com a idéia de entrar em um prédio lotado de humanos me encarando, não pelo fato da sede, mas pelo fato que eu nunca freqüentei uma escola antes. Durante minha curta infância não podia freqüentar a escola, os outros alunos iam se apavorar com a coleginha que começou o ano semestre com oito anos e terminou com dez ou onze. Meu pai acha que eu posso esperar por uma ou duas décadas antes de começar a freqüentar a escola, porém minha mãe acha que quanto mais cedo melhor.

Mas não é só por minha causa que ela esta assim, ela também esta ansiosa pelo seu primeiro dia na Universidade, já que preferiu passar ao meu lado cada segundo da minha breve infância, com medo de perder algum momento ‘mágico’. Nesse ponto meu pai também esta ansioso, não vê a hora de mostrar os prazeres da faculdade para minha mãe.

“ Não precisa ir se não quiser” A voz doce e calma do meu pai soou tão aconchegante.

“um de nós pode ficar em casa com você” Não queria estragar o dia deles nem de nenhum dos outros de minha família. Quando viram que meu pai e minha mãe iam para a universidade, todos resolveram refazer-la também, e que não queria que um deles desistisse para poder ficar em casa cuidando de mim, eu não preciso de babá.

“ Pode ficar com Esme se preferir” Sua voz saiu mais preocupada dessa vez, odiava quando esquecia que meu pai podia ler minha mente, era difícil de controlar os pensamentos o tempo todo.

Levantei-me devagar, me sentando ao lado de minha mãe, toquei o seu rosto devagar e mostrei todos na universidade. Ela sorriu um sorriso tão sincero, era impossível que eu fizesse alguma coisa para quebrá-lo, além disso, eles suportam a escola por tanto tempo, porque eu não suportaria. Logo em seguida mostrei uma imagem minha sozinha no quarto.

Ela se levantou devagar, se inclinando para beijar minha testa.

“Estamos te esperando na casa grande, mas não demore Alice esta ansiosa a sua espera”

Torci meus lábios, gostava tanto de ser vestida por Alice como minha mãe. Foi à vez de meu pai se abaixar e beijar minha testa: “Minha princesa”.

Meus lábios se curvaram em um sincero sorriso.

Toquei seu rosto de leve, para mostrar a imagem do meu medalhão aberto, expondo a foto de nós três juntos.

Ele deu uma ultima olhada para mim, quando estava já na porta do me quarto, com seus lindos olhos dourados. Caminhei vagarosamente ate o meu banheiro, um banho frio iria me acordar de vez.

Vesti um jeans e uma camiseta qualquer, já que logo mudaria de roupa, calcei meu All Star favorito, eu não iria para a escola com aqueles sapatos de Alice, pelo menos nisso eu ia opinar.

Nossa casa era pequena, minha mãe preferia assim, se fosse pelo meu pai moraríamos em uma mansão, do tamanho ou maior que a do Carlisle e da Esme, que no meu ponto de vista já era bem exagerada, mesmo tendo que abrigar seis vampiros.

 Já estava passando pela sala, quando aquele aroma de tomou por inteira, aquele perfume amadeirado que eu conhecia tão bem. Fechei os olhos e respirei bem fundo, caminhei ate a porta no final do corredor que estava entreaberta, com um leve toque acabei que abri, em um impulso me joguei sobre a gigantesca cama, aqueles lençóis estava completamente tomados com esse cheiro tão delicioso. Olhei para sua cômoda e avistei nossa foto em seu porta-retrato, eu ainda devia ter um ou dois anos, não me lembro ao certo, foram tantas fotos tiras por Rose. Como eu adorava, que me pai tivesse concordado com a idéia de Jacob morar com a gente, afinal ele era o melhor amigo de minha mãe e o eu também. A única exigência dele foi que ele dormisse no final do corredor para distanciar um pouco o cheiro, que para mim era divino.Fechei meus olhos e inspirei fundo, pela ultima vez antes de sair do quarto do Jacob.

Caminhei ate a casa do Carlisle, que ficava a menos de cem metros da nossa. A nossa casa parecia ter sido a casa de algum empregado ou coisa assim antes que nos nós nos mudássemos para cá há três semanas. Nossa segunda cidade depois de Forks. Sinceramente eu achava um pouco de bobeira ter duas casas, já que passávamos a maior parte do tempo na do Carlisle.

O dia estava completamente nublado, um dia perfeito para nós. Assim que parei em frente à porta meu pai apareceu e mostrou seu lindo sorriso.

Entrei na sala sorrindo timidamente.

“Bom dia!” Falar definitivamente não era o meu meio de comunicação preferido, mas tinha que praticar, para não esquecer e estender o braço na direção de alguém quando quisesse dizer algo na escola.

“Vejo que já esta se acostumando a falar ao em vez de tocar” Carlisle, sempre tão concentrado, achei estranho ele não esta no hospital.

“Carlisle vai comprar lustres com Esme hoje” Meu pai lendo meus pensamentos outra vez.

“Nessie, você esta fedendo!” Resmungou rose do sofá onde estava sentada lendo uma revista, ao lado de Emmett, que soltou uma risada e disse:

“Ela esta sentindo falta do cãozinho dela” Revirei meus olhos, sem motivos, porque na verdade eu estava sentindo sua falta sim. Ele tinha ido a visitar o Billy e o bando a menos de dois dias, e disse que voltaria rápido, em três ou quatro dias no, máximo. Mesmo assim eu já estava sentindo um aperto tão forte no peito.

“Agora pare de falar e vamos lá pra cima!” Alice com certeza era a mais animada, principalmente quando se falava em vestir eu ou a minha mãe, embora a gente odiasse isso.

Alice pegou minha mão e saio me puxando para o andar de cima, como ela consegui subir as escadas tão graciosamente assim? Aproveitei que sua mão estava na minha e mostrei para ela um uma imagem minha amordaçada com ela do meu lado segurando um batom e dando uma risada maquiavélica. Ela não conseguiu conter o riso, nem o me pai deixando ecoar uma gargalhada no andar inferior.

Assim que entrei no quarto de Alice já estava tudo, preparado, um vestido lilás estava em cima da cama, ao lado dele uma bolsa marrom e um bolero brando.

“Anda, se vista! Ainda tenho que dar um jeito no se cabelo!” Alice arremessou o vestido em mim, enquanto pegava uma ou duas escovas de cabelo em sua penteadeira. Vesti-me rapidamente, o vestido era na altura dos joelhos, não muito largo nem muito justo, ate que gostei do vestido em mim, principalmente depois que vesti o bolero. Alice saiu de seu closet com um sapato de salto agulha nas mãos. Levantei meus pés mostrando os meus tênis já calçados. Balancei devagar os pés enquanto ela abria a boca de espanto.

“Você não vai estragar minha criação com esses tênis, não vai mesmo!” Inúmeras rugas tinham se formado em sua testa.

“A se é assim, eu visto uma calça e uma camiseta...” não pude evitar o deboche, eu sabia que Alice nunca permitiria isso, ela preferiria um milhão de vezes o tênis do que me deixar ir com minhas próprias roupas no primeiro dia de aula.

Ela espremeu tanto os lábios e me fuzilou com os olhos, enquanto voltava para guardar os sapatos, todos lá embaixo estavam rindo de Alice, ate mesmo Jasper.

Sentei-me em frente ao espelho de Alice, a moldura dele era cravada de pequenas flores de cristais, uma de cada cor, com as flores entrelaçadas era simplesmente lindo. Rapidamente ela escovou, moldou e prendeu meu cabelo, em um rabo de cavalo.

“Pronto minha princesinha!” Ela disse enquanto rosava a cadeira, para me por em frente ao espelho novamente. Tenho que admitir que meus cachos bronzes estavam presos impecavelmente.

Toquei seu rosto, para agradecer e mostrar que eu estava feliz.

Desci as escadas sorrindo, e Alice atrás de mim, desceu com os braços cruzados no peito e fazendo biquinho.

“Alice, ela puxou a Bella, não fique assim.” Meu pai estava no final da escada abraçado com a minha mãe.

É com certeza eu herdei isso de minha mãe, e não foi só isso, Esme costuma dizer que o quanto eu herdei de meu pai na parte física, eu herdei de minha mãe na personalidade. Eu realmente concordo com isso, no meu rosto, da minha mãe, só tem mesmo são os olhos castanhos-chocolates. Apesar de agora minha mãe ter os olhos dourados, talvez os olhos mais lindos dessa família.

Enquanto parava ao lado de minha mãe, Emmett passou por mim e deu um leve tapa da minha nuca, enquanto dizia:

“Se cuida pequena!” Pequena, não gostava quando ele me chamava assim, embora fosse a mas pura verdade, diferente do que todo mundo imaginou, eu não me desenvolvi fisicamente ate os vinte anos, parei nos quinze aproximadamente, isso não me incomodava muito, afinal eu não queria parecer mais velha que meus pais, já que eles teriam eternamente dezessete e dezenove anos. Eu era a menor da família, depois é claro da Alice, isso sim me incomodava um pouco, eu gostaria de ser pelo menos da altura da minha mãe, meus 1.56 me deixavam um cisco perto de qualquer um. Meu pai dizia que eu ainda iria desenvolver mais, minha mãe acreditava nisso, mas sinceramente eu sabia que não iria, afinal já estou com seis anos e meio e dede que completei seis anos que não cresço um centímetro ou engordo uma grama, então acho que meu desenvolvimento já chegou ao fim.

Rose que estava de mãos dadas com Emmett, lançou um beijo para mim enquanto dizia:

“Arrase Nessie.”

Alice vinha logo atrás puxando o Jasper, e respondeu a Rose, olhando fixamente nos meus olhos:

“Ela iria arrasar muito mais se tirasse os tênis!” Revirei os olhos, enquanto Jasper passava por mim, dando um sorriso acanhado.

Carlisle e Esme foram os próximos a passar por nós, Carlisle acenou com a cabeça, enquanto Esme beijava minha bochecha e dizia:

“Boa sorte Nessie.”

No final só restava eu meu pai e minha mãe na sala, todos já estavam em seus carros, mamãe me abraçou apertado e disse no meu ouvido:

“Você vai adorar a escola queria.” Eu apenas sorri, enquanto olhava a expressão do meu pai, ele sorria, um sorriso tão largo, como se algo muito bom estivesse acontecendo.

Será que ele mudou de idéia em ralação a escola assim to rapidamente? Entretanto, agora era sua vez de me abraçar e desejar ‘um boa estréia no complicado mundo dos estudantes’, ao em vez disso ele só me abraçou.

Assim que chegamos na garagem, o jipe de Emmet arrancou, embora eles tenham sido os primeiros a sair da sala, foram os últimos a sair da garagem. Minha mãe foi caminhando graciosamente ate o novo Volvo preto do meu pai, pra ser sincera eu gosto mais do prata, ainda mais agora que ele é meu.

Uma leve brisa soprou, e trousse com ela,  um cheiro muito familiar, e delicioso. Me concentrei  e consegui ouvir as pesadas patas batendo contra o chão. Eu tinha certeza, era ele, era o meu Jacob. Mas ele só chegaria amanha ou depois, porque ele estava voltando mais cedo?