Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 59
Ponto Final


Notas iniciais do capítulo

Bem..este é o ultimo capitulo... espero que tenham gostado ate aqui da historia..agradeço o carinho e espero que me acompanhem nas minhas outras historias em andamento como Meu doce mafioso, o Professor, o guerreiro negro, rsrs...
Beijos e comentem bastante rsrs



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O clima no apartamento de Enzo não era um dos mais agradáveis quando a campainha foi tocada. Enzo levantou-se do sofá com o semblante entristecido e ao abrir a porta deparou-se com Raoul, mas não era o seu primo, era outra pessoa.

–Raoul.. o que está... – antes que pudesse terminar de falar, Raoul o empurrou e entrou no apartamento indo em direção ao quarto, sendo interrompido por Enzo – onde pensa que vai? Este aqui é meu apartamento, não pode entrar aqui e sair andando por onde quiser.

–Não posso? – sorriu irônico – seu imbecil. Ela é minha esposa e não sua, ainda não entendeu isso?

–Seu babaca arrogante. Não cansa disso?

–De ir atrás da mulher que eu amo? Não – Raoul respondeu sério – pode me soltar ou prefere apanhar?

Enzo o olhou seriamente sem acreditar que o homem que encontrava-se a sua frente fosse o mesmo com quem havia conversado na seguradora.

–Raoul, ela não esta aqui – Enzo disse calmamente – pode se acalmar e ir embora?

–Eu estou calmo, Enzo, mas sabe o que esta me deixando louco? É saber que ela esta por ai achando que eu não a amo, o que não é verdade. Pela primeira vez em minha vida, eu lhe digo, eu estou apaixonado por alguém.

–Não pode estar falando sério.

–Nem eu mesmo acredito nessas palavras. Sabe o quão denso é imaginar estar apaixonado por uma garota anos mais jovem que você? É doloroso. Você imagina como será a sua vida dali em diante porque não acredita nos sentimentos dela, pois ela esta em uma idade volúvel. O que mais pode fazer é confiar, e você sabe melhor que qualquer um que não sou bom nisso, por isso demorei tanto. A cada instante pensei que ela fosse me deixar por alguém mais novo do colégio ou ate por você, patético, não? E agora me deparo com isso. – murmurou- quando eu estava prestes a dizer a verdade a ela. Estava prestes a dizer que eu a amava e isso acontece.

–Raoul..eu não sabia – Enzo murmurou pensativo. Atônito olhou para trás e viu Emma parada com as mãos sobre os lábios e em seus olhos lagrimas caiam em abundancia. Sentiu o seu coração se apertar, mas em seguida ficou aliviado. – “Tudo esta como deveria estar” pensou ao largar o braço de Raoul – acho que ela já sabe.

Raoul virou-se lentamente e ao deparar-se com a jovem, cujo rosto encontrava-se banho em lagrimas, sorriu, aliviado. Não pelas suas lagrimas, mas pelo olhar caloroso e amoroso que ela lhe emanava.

–Emma eu...

–Raoul... –ela murmurou emocionada ao caminhar em sua direção. – Você... me ama?

–Sim – respondeu confiante.

–Isso... não é mentira, é?

–Não consigo mentir tão bem assim. – aproximou-se dela e a olhou – eu te amo, Emma.

–Raoul..

–Não se atreva a fugir de mim novamente. – tornou autoritário.

Ambos se olharam de forma terna ao se abraçarem. Não houve beijos, apenas olhares carinhosos e um carinho amoroso. Aquela declaração havia acabado com as inseguranças da jovem e deixado o coração do homem frio leve. Ele havia admitido amar pela primeira vez e isso o estava deixando nas alturas. Raoul acariciou as costas dela apoiando a sua cabeça na dela. Um sorriso gentil brotou em seus lábios.

–Eu estava louco procurando por você. Não faça mais isso – ele murmurou.

–Não farei..

–Não se afaste de mim, novamente.

–Não farei.. – prometeu emocionada – mas.. não minta mais para mim.

–Eu prometo – falou sincero sem dar-se conta de que não fazia isso há algum tempo com ela. Sem perceber havia abaixado todas as barreiras. Enzo olhou para o casal e suspirou, não de frustração, mas de decepção. Ele havia esperado por tanto tempo que ela lhe olhasse daquela forma recebendo apenas compaixão e amizade dela.

–Já está na hora de parar. Eu não consigo mais – Enzo murmurou para si ao virar de costas e sair do seu apartamento com o coração aos pedaços.

***
–Mais uma vez sozinho, mas dessa vez não me sinto tão mal – Enzo murmurou ao levar o copo com uísque aos lábios. Olhou em volta a procura de algum conhecido, mas sorriu consigo mesmo ao perceber não ter ninguém – realmente sozinho.

Christina não sabia o motivo que havia a levado para aquele bar no centro da cidade com as amigas, mas assim que sentou-se em uma mesa avistou um homem solitário no bar.

–Isso só pode ser alguma brincadeira – ela murmurou sorrindo.

–Encontrou alguém? – uma das mulheres indagou sorridente ao olhar em volta – é bonito?

–Não é ninguém – Christina disse sorrindo – o que vamos pedir? – começou a conversar com sua amiga, entretanto a sua atenção estava no homem solitário sentado no bar. Após uma hora, deu-se por vencida – Tenho..que falar com uma pessoa, me espera? – levantou-se após suspirar profundamente. Caminhou entre as pessoas e parou ao lado de Enzo – A mesma bebida que ele – pediu ao barman, o qual assentiu.

–Christina – Enzo disse ao olhar para o lado e vê-la sorrir para ele – o que faz aqui?

–Estou com uma amiga e você?

–Bebendo como sempre – murmurou ao erguer o copo na direção dela.

–Não deveria estar mais feliz? Quero dizer, está em um local animado, a musica é ótima e está cheio de gente bonita. É realmente estranho estar tão deprimido.

–Eu não estou deprimido – a corrigiu – estou... um pouco aliviado, eu acho.

–Com o que?

–Com Emma.

–Vocês.. Estão juntos? – indagou com medo do que escutaria, mas ao vê-lo sorrir enigmático sentiu um bom pressagio.

–Juntos? Talvez fiquemos estranhos um com o outro agora, ou apenas nos daremos melhor. Quem sabe?

–Não esta falando nada com nada – bufou ao sentar ao seu lado quando um banco foi vago.

–Ela está com Raoul. Eles estão bem e juntos.

–E você aqui, solitário, bebendo – falou sem conseguir-se se conter – me perdoe.

–Pelo o que? É a verdade – sorriu – mas pelo menos não estou tão só, afinal está aqui comigo.

–Sim – assentiu feliz – então ficará bebendo a noite toda aqui?

–Não sei e você ficará me acompanhando? – indagou esperançoso.

–Não, vim acompanhada, seria errado deixá-la pra ficar com você.

–Acompanhada?

–Pela minha amiga – olhou para trás e a viu olhar para os lados entediada – é melhor eu ficar. Foi ótimo revê-lo, Enzo e se cuida, sim? – virou-se de costas, mas logo sentiu o seu braço ser puxado.

– Isso soa como uma despedida, é assim mesmo?

–Talvez – sorriu levemente ao olhar para o rosto dele – Enzo, não precisa se agarrar tanto a mim assim. Logo tudo ficará bem e não precisará mais se preocupar com isso.

–Me.. agarrar a você?

–Sim, sei que esta assim comigo porque esta triste pelo o que houve, mas não se preocupe. Tudo ficará bem e.. – antes que pudesse terminar, Enzo se levantou e a puxou para si, a beijando calorosamente – o.. porque fez isso? – perguntou nervosa logo que ele se afastou.

–Eu não sei, apenas.. senti que seria o certo.

–O certo? Você esta apenas triste e carente – soltou-se dele e o encarou seriamente – não faça mais isso, por favor.

–Christina.. eu..

–Não importa. Deixe para lá. –virou-se de costas a fim dele não perceber os seus olhos marejados. Ela não queria admitir, mas havia se apaixonado por ele. Havia se apaixonado por um homem que nunca teria. Caminhou em direção a sua amiga tentando não olhar para trás. Ela desejava que tudo acabasse rápido e pudesse sair dali para nunca mais vê-lo. – Me desculpe, demorei mais do que havia imaginado – disse ao olhar para a sua amiga, a qual apenas sorria – porque esse sorriso?

–Bem...presumo que eu deva te deixar só – falou ao levantar-se – leve-a para casa e cuide dela – olhou para atrás de Christina e disse sorrindo – divirta-se.

Christina temeu olhar para trás e ver Enzo, mas não precisou o fazer, pois ele logo ficou em sua frente com uma expressão estranha no olhar.

–O..que foi?

–Já nos beijamos, não foi? – Enzo indagou com um sorriso no rosto – quando bebo demais costumo esquecer as coisas, é verdade, mas não todas.

Christina empalideceu ao escutá-lo. Fingiu não estar abalada, mas ao perceber que ele se aproximava dela, começou a caminhar para trás não demorando para se esbarrar em alguém.

–Enzo.. eu.. não sei do que esta falando.

–Idiota – Enzo murmurou ao segurar em sua cintura e a puxá-la de encontro ao seu corpo – não estou fazendo isso para esquecer Emma e nem quero que pense isso. Admito que estou me precipitando, mas de alguma forma sei que é o certo.

–Enzo está louco? Me solte.

–Não posso. Me lembrei que te beijei e que dormimos juntos.

–NN..Nunca fizemos nada disso.

–No principio achei que tinha sido um sonho, mas com o seu beijo recordei-me de tudo.

–T..tudo?

–Não me lembro de você gaguejar tanto – sorriu ao aproximar os seus lábios do ouvido dela – na próxima eu não irei me esquecer – a soltou, afastou-se e foi em direção a saída. Ela ficou parada sem saber o que pensar ou fazer. Permaneceu em estado de inércia.

–O que houve com ela?- indagou-se com um leve sorriso na face. – mas isso pode estar ficando interessante.

***
Caroline sorriu ao ver Emma entrar na sala com o semblante alegre e um sorriso espontâneo em sua face. Aproximou-se dela sorrateiramente e a abraçou.

–Esta tão feliz que isso tornou-se contagiante – Caroline brincou ao escutar a sonora risada de Emma – há tempos não lhe via dessa forma.

–Verdade e dessa vez tenho ótimos motivos.

–Quais? Não me diga que...

–Sim – seus olhos brilharam e a o seu sorriso tornou-se mais largo – ele disse que me ama.

–Sério? – falou entusiasmada atraindo a atenção dos outros alunos. Emocionada a abraçou com força – estou tão feliz que não faz ideia.

Emma retribuiu o abraço afetuosamente e sem querer seus olhos foram direcionados para Rupert, o qual olhava para elas com curiosidade e uma expressão estranha em seu rosto.

–Você e Rupert... como estão? – Emma murmurou no ouvido de sua amiga com cuidado para que ninguém escutasse.

–Não há nada. Apenas isso.

–Certeza?

–Sim, não sei por que insiste tanto.

–Nem eu – falou sorridente. “Talvez eu deva ajudá-los”pensou. Não demorou para o professor entrar na sala fazendo com que todos os alunos sentassem em suas cadeiras, entretanto a atenção de Emma estava voltada para sua amiga e Rupert. Ela estava decidida a uni-los. No intervalo inventou uma desculpa para Caroline e assim que a viu sair da sala foi ate Rupert. O chamou, separando-o de seus amigos e o levou ate um canto ignorando os murmúrios que escutou. – Diga-me o que sente por Caroline.

–C..Como? – titubeou diante da forma direta com que ela falou com ele – porque..acha isso?

–Eu vi o modo como esta a olhando. Só direi uma vez se a machucar, eu vou atrás de você e acabarei contigo, estamos entendidos?

Rupert olhou para a garota menor que ele e sorriu abertamente. Ele havia esquecido como era divertido conversar com ela sem dramas ou problemas.

–Sim senhora – sorriu – mas Emma, não esta se precipitando? Quero dizer, eu não entendo os meus sentimentos.

–Pode ser, eu admito, mas estou com uma boa impressão – sorriu confiante ao ver o olhar de descrença dele.

***
Raoul tamborilou os dedos no volante de seu carro impaciente. Ele havia chegado mais cedo do que imaginara a saída do colégio de Emma, pois encontrava-se ansioso. Ansioso para vê-la e desfrutar de seus beijos.

–Agora estou agindo como um adolescente – murmurou consigo mesmo sorridente. Minutos depois os alunos começaram a sair e não sendo difícil localizá-la, pois Emma encontrava-se com o olhar atento procurando por alguém – tão previsível – disse ao sair do carro e olhar para ela fixamente. Emma sorriu ao vê-lo e correu em sua direção, abraçando-o, surpreendendo-o. – Todos estão olhando – Raoul disse sorrindo ao pousar a sua cabeça em cima da dela.

–Não me importo – murmurou ao fechar os olhos – Raoul... estou com medo.

–De que?

–Nos livros e nos filmes é nessa hora em que algo acontece para separar o casal.

–Nada pode nos separar, Emm. Já somos um, esqueceu? – depositou um beijo em sua testa apertando-a contra o seu corpo – mas não se preocupe, eu não permitirei que fiquemos separados.

–Promete?

–Quantas promessas tenho que fazer para que acredite em mim? – gracejou ao lembrar-se de sua ultima promessa.

–Muitas – sorriu – afinal um homem frio e inconstante como você, não sei ate quando será amoroso e gentil.

–Até que o nosso amor acabe.

–Então será nunca.

Exatamente” Raoul pensou, mas nada disse apenas abaixou a cabeça e a beijou delicadamente. Emma sentiu através do seu beijo a aceitação dele. A cada instante sentia o amor dele pelas suas ações tão sutis.

***
Enrico sorriu sedutoramente ao entregar a sua passagem para a mulher a sua frente. Para ele, o seu papel já estava concluído com Raoul e o que ele mais desejava eram férias longe de todos os Belinnis.

–Será divertido – comentou ao piscar para a mulher quando ela lhe entregou o seu passaporte.

***
Enzo colocou as mãos dentro do bolso de sua calça ficando em duvida do que deveria fazer. Continuou a olhar para a porta a sua frente sem coragem para entrar. Suspirou frustrado e quando estava prestes a ir embora, a porta foi aberta por duas mulheres que saiam sorridentes. Em um ato impulsivo entrou antes que a porta se fechasse. Caminhou pelo saguão do estúdio fotográfico e logo avistou a pessoa que buscava.

–Christina – a chamou atraindo a atenção de todos que passavam pelo local. As mulheres sorriam ao vê-lo e os homens olhavam curiosos.

–Enzo? – Christina murmurou incrédula. Pediu desculpas a pessoa com quem estava conversando e foi ate onde ele estava – o que faz aqui e como..me achou?

–Não foi muito difícil. Vim te chamar para almoçarmos juntos.

–Está louco ou bêbado?

–Nenhum dos dois.

–Esta brincando comigo? É alguma piada?

–Não. Apenas fiquei com vontade de vê-la e eu vim.

–Enzo..

–Chris, vamos. Prometo que irá se divertir.

–Enzo já lhe disse para não..

–Não estou lhe usando, estou sendo sincero. Desta vez estou seguindo meus instintos. Vamos? – perguntou ao oferecer a sua mão.

–Esta bem – concordou após pensar um pouco – tenho só que..avisar que estou indo almoçar. – Enzo assentiu e logo Christina sumiu. Christina se tranchou em sua sala tentando controlar a emoção que estava lhe invadindo. Ela não acreditava que ele havia ido atrás dela e começava a se perguntar o que seria o correto a fazer naquela situação. – Eu deveria apenas deixar acontecer, não é? – se perguntou e logo assentiu para ir ao encontro dele com este pensamento. Ela daria uma chance para ele e para si mesma.

***

Rupert olhou para a mensagem em seu celular confuso. Aquela era a primeira vez que Emma pedia para se encontrar com ele sem motivo. Suspirou após pensar um pouco e logo se viu na rua, rumo ao local que ela havia indicado na mensagem. Estranhou ao chegar e encontrar Caroline sentada em um banco do parque. Aproximou-se dela e a viu segurar o celular entre as suas mãos.

–Caroline – a chamou – é..uma surpresa.

–Surpresa? Eu é que estou – garantiu levantando-se – imaginei que houvesse me rejeitado aquele dia.

–Te rejeitado? Não, apenas fiquei surpreso e um tanto curioso ao seu respeito.

–Entendi – sorriu demonstrando o seu alivio. – então foi por isso que pediu a Emma para que nos encontrássemos?

–Eu..? Emma? – murmurou confuso e logo percebeu o que havia acontecido. – Carol, posso te chamar assim, não é? – ao vê-la assentir prosseguiu - Eu... não posso dizer com clareza e convicção sobre meus sentimentos. Ainda acho que gosto um pouco de Emma, mas ao mesmo tempo começo a perceber que o sentimento que tenho pode ter facetas diferentes e..

–O que quer dizer com tudo isso? – ela o interrompeu confusa.

–Quero dizer... que se estiver disposta a ser paciente.. podemos tentar.

–Tentar?

–Sim.. podemos nos conhecer e tentar algo mais a frente se for isso que desejamos.

–Isso é alguma proposta? – sorriu levemente diante do rosto avermelhado dele.

–É.. bem..deveria ser – murmurou.

–Rupert.. eu aceito com uma condição.

–Qual?

–Que...você..- caminhou parando em sua frente – me..beije – pediu ao sentir as faces rosadas. Olhou para ele e viu surpresa em seus olhos seguida de uma expressão divertida.

–Isso não é problema algum – Rupert falou ao segurar o seu rosto com delicadeza e beijar os seus lábios.

Rupert optou por esconder a verdade de Caroline e disse a si mesmo que agradeceria a Emma pela oportunidade que ela tinha lhe dado. A chance de voltar a amar alguém e desta vez sendo correspondido.


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