Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 53
Alivio




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/435717/chapter/53

A porta do hospital abriu-se dando passagem para um homem pálido. Ele olhava em sua volta tentando enxergar uma pessoa dentre todas sentadas na sala de espera. Ao perceber que isso seria impossível foi ate o balcão de informações.

–Procuro por Emma Belinni – Raoul disse sério aparentando toda a preocupação que sentia. Viu a expressa da atendente e prometeu a si mesmo que se ela demorasse mais algum segundo para lhe informar algo que enlouqueceria.

–Ela está no quarto 506 – falou – fica no quinto andar. – Antes que ela pudesse lhe dizer mais alguma coisa, Raoul saiu apressado. Ele estava em meio a uma reunião quando recebeu a ligação de que ela estava no hospital. Não sabia o que pensar, mas sentiu desespero tanto que largou tudo o que estava fazendo para ir atrás dela. Entrou no elevador, apertou o botão e espero impaciente que as portas se abrissem novamente. O estranho silencio no quinto andar o deixou apreensivo. Caminhou pelo andar em busca do quarto 506, o qual não demorou para achar. Ficou em frente da porta hesitando em abri-la. Respirou fundo antes de colocar a mão sobre a maçaneta e a abrir. Suspirou aliviado ao vê-la sentada ao lado de outra cama segurando na mão do ruivo desacordado.

–Ainda bem – murmurou aliviado ao andar ate onde ela estava. Segurou em sua mão, surpreendendo-a, e a puxou forçando-a se levantar e encostá-la contra o seu corpo – fiquei com tanto medo. Quando me ligaram imaginei que fosse você que estava deitada nessa cama. Nunca mais faça isso. Nunca mais se meta em problemas.

Emma ainda surpresa com o seu gesto aconchegou-se no corpo quente de Raoul. Nem ela mesma lembrava-se do que aconteceu desde o momento em que parou o carro no meio da rua. Lembrava-se vagamente de falar tudo que acontecia para o motorista irritado não demorando para a policia aparecer e ela os levar ate onde Rupert estava desacordado e ainda apanhando.

–Eu tive tanto medo – confidenciou ao deixar algumas lagrimas caírem pelo seu rosto – pensei que... pensei que ele fosse morrer.

–Mas você o salvou. Agora fique calma – disse gentil – eles te machucaram?

–Não... ele não deixou.

–Isso é bom. – olhou para o jovem ruivo deitado na cama com inúmeros curativos. – Já lhe examinaram? Não me parece bem.

–Me deram um leve sedativo, mas já acordei. Estou preocupada com ele.

–Entendo. Diga-me como isso aconteceu?

–Eu... eu estava indo para o ponto de ônibus quando fui abordada por alguns homens. Eles não queriam me deixar passar e tinham uma expressão estranha no rosto quando Rupert apareceu e me salvou.

Algo não está certo nessa historia” Raoul pensou ao ver a expressão no olhar dela.

***
Cristina depositou o copo com café em cima da mesa e encarou o homem a sua frente com um largo sorriso na face. Para ela a companhia de Enzo estava sendo mais agradável do que imaginara. Eles possuíam os mesmos gostos apesar de pensamentos divergentes em certos aspectos.

–És muito divertido Enzo – Cristina falou sorridente ao olhar para ele.

–Obrigada e você é incrível. É a primeira mulher que conheço que é tão apaixonada por fotografia quanto eu. – sorriu esquecendo-se momentaneamente de Emma. – Poderiamos nos ver outras vezes? Digo.. para falar sobre fotografia, é claro.

–Será um prazer – concordou sorridente. Retirou um cartão de visita de sua bolsa, entregando a ele – pode me ligar quando desejar.

Ele assentiu ao pegar o seu cartão, entregando o seu em seguida. Continuaram conversando como se fossem velhos amigos ate o sol se pôr.

***
–O garoto ficará bem? – Raoul indagou ao medico que saia do quarto onde Emma estava com Rupert.

–Sim. Está apenas sedado. Daqui a dois dias poderá voltar para casa. O coloquei em observação apenas por precaução. Nada demais.

–Ótimo e a garota?

–Ela chegou aqui sem nada, apenas um arranhão simples devido a queda ao tentar parar o carro.

–Parar o carro?

–Sim, soube pelo motorista que os trouxe que ela ficou no meio da pista apenas para ele parar. Ela deve gostar muito desse amigo – sorriu – já pode levá-la para casa.

Raoul assentiu não demorando para ver o medico seguir em frente. Ele olhou para a porta do quarto indagando-se em pensamento quais os sentimentos dela para com Rupert. Retornou para o quarto, andou ate onde ela estava tocando em seu ombro.

–Já pode ir.

–Eu.. quero ficar aqui com ele – esclareceu sem tirar os olhos do jovem ruivo – ele me salvou.. o máximo que posso fazer é cuidar dele.

–Ele esta sedado, mas esta bem. Ficar aqui não vai ajudar em nada.

–Eu sei, mas é a única coisa que posso fazer – murmurou entristecida – quero sentir que fiz algo.

–E fez. Você o salvou. – Emma o olhou com o semblante sem expressão assentindo em seguida.

–Não como gostaria. Ele ainda se machucou muito.

Raoul manteve-se em silencio. Sentiu que ela não deixaria aquele quarto ate que o ruivo acordasse. Sentou-se no sofá, digitou uma mensagem rápida em seu celular e observou a jovem loira por intermináveis minutos. Nem ele mesmo percebera, mas sucumbia-se a ela a cada segundo mais.

Emma estava tão distraída ao deixar a culpa lhe corroer que não percebeu a presença de Raoul no quarto. Ao olhar para trás o viu sentado no sofá com a cabeça apoiado no encosto e com os olhos fechados.

–Se estava tão cansado bastava ir pra casa – ela murmurou com um breve sorriso.

–Se eu fosse.. iria te deixar sozinha e não quero isso. Não hoje. – Raoul falou de olhos fechados. Ele não estava dormindo apenas mantinha-se com os olhos fechados e com seus sentidos em alerta. Sem conseguir controlar as batidas de seu coração ou o seu corpo. Emma levantou-se da cadeira que ficava ao lado da cama de Rupert e andou ate onde Raoul estava sentado. Aproximou-se o máximo que conseguiu. Passou a mão pelo rosto dele ignorando o olhar dele penetrante.

–Obrigada – murmurou antes de beijá-lo. Seus lábios estavam tão doces de quanto se lembrava. O beijo outrora lento e singelo transformou-se em um beijo apaixonante e inebriante. No inicio Raoul estranhou a iniciativa da jovem, mas logo entregava-se a acariciando e a beijando sem importar-se. Ele queria sentir que ela estava em sua frente. Ele queria sentir que ela era real. Esqueceu-se de onde estava. Puxou a blusa dela, a libertando. A puxou forçando-a a se sentar em seu colo. Voltou a beijá-la ao mesmo tempo que passava as mãos por seu corpo. Emma controlava-se para não emitir nenhum ruído ou gemido. De alguma forma ela se entregava ainda mais a ele. Com pressa e desejo, Raoul desafivelou o cinto de sua calça para em seguida erguer a saia de Emma. Ele precisava dela naquele instante. Ele precisava sentir que ela era dele e de mais ninguém. Amaram-se no quarto do hospital sem lembrar-se do jovem deitado logo em sua frente. Naquele momento entregavam-se, aos poucos, aos seus sentimentos.

***
O rosto de Emma estava em chamas ao olhar de soslaio para Raoul. Eles encontravam-se deitados no sofá. Ela estava por cima dele com a cabeça apoiada em seu tórax. Não negava a sua felicidade, mas temia. Temia pelo futuro.

–Preocupada com alguma coisa? – ele perguntou solicito ao segurar na mão dela delicadamente. Sem perceber começava a demonstrar o seu lado desconhecido. O seu lado carinhoso.

–Não, apenas pensando em bobagens – mentiu ao olhar para ele. – é a primeira vez que conversamos assim, não é?

–Assim como?

–Pacificamente – fechou os olhos por alguns segundos apenas para sentir a respiração ritmada dele junto com o seu calor – eu gosto disso... – murmurou com um sorriso na face.

–Por mais ilógico que seja eu também estou gostando, cada vez mais disto – confidenciou para si mesmo em um sussurro. A abraçou a medida que seus pensamentos fluíam rapidamente. Tudo era novo para ele. Sentia que deveria afastá-la de si, entretanto não conseguia. Ele a queria perto dele e isso não tinha como negar.

***
A luz do sol penetrava no apartamento 506. Rupert abriu os olhos desorientado, mas ao tentar se levantar sentiu dor em suas costelas. Olhou em volta e sorriu, aliviado, ao ver Emma entrar em seu quarto trajando a mesma roupa de outrora e um buquê simples nas mãos.

–Você esta bem – Rupert disse aliviado ao vê-la.

–Graças a você – sorriu ao ir ate a sua cama – como está se sentindo? Quer que eu chame alguém?

–Não.. Eu estou bem. Fico feliz em ver que você esta bem. Eu estava preocupado.

–Rupert.. não deveria ter feito aquela loucura – o repreendeu colocando o simples buque na mesinha mais próxima – poderia ter... ter acontecido algo grave contigo.

–Eu.. a culpa foi minha antes de tudo. Não poderia que se machucasse por minha infantilidade.

–Rupert..

–Emma, me perdoe.

Ela olhou para o garoto cheios de hematoma pelo corpo e o abraçou sem conseguir se controlar.

–Vamos esquecer o passado e apenas seguir em frente – falou otimista.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lição de Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.