Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 38
Ilha de Capri: Adeus




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Os lábios de Raoul se apossaram dos de Emma com avidez. Suas mãos acariciavam o seu corpo a medida que o beijo se aprofundava. O gosto de um mesclava-se com o outro, complementando-se. Um amargo e o outro doce. Um agridoce e o outro salgado.

Emma retribuía com paixão, e por mais que não quisesse admitir tinha esperado por aquele momento. Ela ansiava por seus beijos desde a primeira vez em que o havia beijado. Suas mãos perderam-se nos cabelos dele, sentiu sua respiração faltar e ao afastar os seus lábios dos dele viu o seu olhar em chamas. Vislumbrou outro sentimento que não fosse frieza: desejo.

Os beijos que outrora estavam direcionados aos lábios de Emma começaram a descer em direção ao seu pescoço, não demorando para as mãos dele agarrarem os seios dela, fazendo-a arfar de surpresa e desejo. O desejo já os consumia quando Raoul se deu conta de onde estava e o que fazia. Afastou-se dela e sorriu ao ver a sua expressão de desgosto.

–Não precisar ficar com essa cara, Bella – disse sedutor ao passar a mão pelo rosto dela – podemos continuar isso em um lugar mais reservado.

Emma manteve-se em silencio com a face rubra, pois ainda sentia vergonha de seu comportamento. Ela havia se entregado de tal forma que ainda desejava sentir as mãos dele em seu corpo, os seus lábios sob os seus e o seu corpo próximo ao dele.

–No que estou pensando? – sussurrou consigo mesma ao perceber o rumo de seus pensamentos.

Raoul fitou a jovem a sua frente tendo consciência do efeito que causara nela. A olhou de cima a baixo, suspirou ao retirar o seu paletó e estender para ela.

–Vista – disse sério. Ao perceber a sua hesitação jogou o paletó para que ela o pegasse. – Estamos voltando para a Italia.

Emma segurou o paletó sobre o seu corpo, respirou fundo e o encarou profundamente.

–Eu não vou. – disse séria.

–Como não vai? Não me diga que esta fazendo isto para que eu a beije novamente – sorriu malicioso ao se aproximar dela.

–Não ouse tocá-la – Enzo gritou logo atrás deles. Ele encontrava-se com o rosto avermelhado e a respiração ofegante. - Ela não quer ir com você, apenas aceite.

–Aceitar? O que há para aceitar? – Raoul disse sorrindo – ela é jovem, não sabe o que está fazendo.

–Então és a consciência dela? – ironizou – as consciências costumam mostrar o melhor caminho e não o que lhe é mais conveniente.

Raoul sorriu levemente ao concordar com Enzo, mas ao invés de dizer algo apenas segurou Emma pelo braço e a puxou para perto de si.

–Só porque a beijou acha que ela é sua? – sorriu – ela é minha ate que eu não a queira mais.

–Não.. Sou sua – disse nervosa ao senti-lo tão próximo de si.

Enzo sentiu o sangue lhe subir a face quando viu a cena. Foi ate eles, a segurou pelo braço, puxando-a para longe de Raoul.

–Ela ficará comigo.

–Espero que esteja preparado para as consequências de seu ato – tornou sério olhando para ele intensamente – Emma, saiba que ele irá sofrer se optar por ficar ao seu lado. Deseja vê-lo sofrer por um capricho?

Emma olhou para os seus pés e suspirou resignada ao olhar para Enzo.

–É melhor eu ir com ele... agora pelo menos. Depois nos falamos – disse com um sorriso forçado. Ergueu o seu olhar vislumbrando vitoria nos olhos de Raoul. Caminhou em direção ao helicóptero que os esperava.

–Boa menina – Raoul murmurou ao vê-la entrar no helicóptero, apesar de seu semblante transmitir toda a sua contrariedade – Enzo... Já lhe avisei que isto que esta sentindo é temporário. Ela é apenas uma novidade. Não perca a cabeça por isso – falou antes de virar as costas.

–Não acho que seja uma novidade querer escutar o seu sorriso, ver os seus olhos brilhando ao falar de um assunto qualquer, ao ver a surpresa em seu rosto sempre que me vê ou de apenas me sentir ansioso ao seu lado. Eu estou apaixonado por ela e vou lutar por seu amor.

–Lute o quanto quiser, apenas daqui a um ano – tornou sério ao se afastar deixando um homem entristecido para trás.

***
Enrico levou a taça de vinho aos lábios ao sorrir para o seu tio a sua frente. Giovanni ao saber da presença de Enrico na Itália decidiu-se por visitá-lo e propor, mais uma vez, uma aliança contra Raoul. Eles estavam sentados um de frente para o outro no apartamento de Enzo.

–Fico surpreso ao saber que Raoul não lhe matou quando o viu – Giovanni disse sorridente – soube que foi ate a seguradora.

–Tem mais espiões dentro de uma empresa que não é sua do que gente que goste do senhor em sua própria família. Irônico, não? – sorriu.

–Parece que está compartilhando o mesmo humor de Enzo, ultimamente.

–Um pouco – assentiu – e o que veio fazer aqui?

–Vim para que me ajudasse em uma coisa.

–E o que seria?

–Apenas quero que... Me conte como anda a vida de casado dele. Ninguém vê sua esposa, há inúmeras especulações e a única vez em que a viram foi em um jantar. Muito rápido.

–Quer saber se ele irá se divorciar no período de um ano, não é? Acho que não. Pelo que vejo estão em um relacionamento muito.. quente – sorriu entusiasmado – seria bom desistir.

–Esta fazendo isso para me provocar, não é? Pois bem, dois podem jogar o mesmo jogo. – levantou-se com um sorriso na face – só não venha me pedir ajuda no final do jogo.

–Dificilmente me rendo – Enrico comentou antes de escutar a porta se fechar – Isso está ficando cada vez melhor.

***
O barulho do helicóptero não impediu que os pensamentos de Emma divagassem à medida que ele avançava para longe da ilha. O seu corpo encontrava-se quente graças ao paletó de Raoul, entretanto ela tentava entender o que acontecia a sua volta. Para ela nada daquilo fazia sentido.

Olhou de soslaio para Raoul não conseguindo evitar uma comparação entre ele e Enzo, pois enquanto ele aparentava ser mais centrado e pilotar com mais naturalidade do que Enzo. “Parece que sempre faz as coisas da melhor forma possível, independente de qualquer coisa. Isso é incrível”.

“Como posso olhar para esse homem e achar tudo o que ele faz incrível? Como posso sucumbir sempre aos seus desejos sem me esforçar para contrariá-lo? Como pude deixar Enzo sozinho naquela ilha e vir com ele?.. Talvez... haja apenas uma resposta e eu tenho medo de dizê-la” pensou ao fechar os olhos.


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