Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 22
Seguindo o conselho de Enzo




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Rupert observou o olhar distante de Emma durante todas as aulas sem conseguir evitar um longo suspiro. Ele não conseguia mais evitar de ficar a olhando de longe como se cometesse um pecado em aproximar-se dela. Havia escutado alguns rumores sobre ela e temia que fosse verdade.

A mente de Emma não estava na sala de aula e muito menos na Itália, ela ainda pensava em Toscana, no que havia acontecido lá. Apesar de tentar se lembrar do que houve só conseguia lembrar-se do olhar de Raoul. Um olhar faminto. Apenas isso.

Caroline já havia cutucado a sua amiga diversas vezes para que ela prestasse atenção na aula, mas desistiu ao vê-la tão dispersa. Deu de ombros e ao olhar para trás viu o olhar de Rupert em Emma.

–Muito bem, conte-me o que houve – Caroline falou assim que o professor saiu da sala. Emma a olhou como se não tivesse escutado sorrindo em seguida.

–Bem... Muitas coisas – murmurou de cabeça baixa.

–Sou toda ouvidos – disse animada olhando em volta constatando que os outros alunos haviam saído para o intervalo – e aproveite que estamos sozinhas na sala.

–Eu.. Fui pra Toscana com Raoul este final de semana e... Aconteceu algumas coisas.

–Que tipo de coisas?

–Enrico, o parente de Raoul me deu vinho e.. Não me lembro muito da noite passada.

–Hum, não acho que seja um problema se nada tiver acontecido.

–É... Eu também acho que isso – murmurou pensativa – Carol, se pudesse dizer algo a uma pessoa, dizer uma coisa que pudesse... Não sei, deixar as coisas. Nem sei mais o que estou dizendo.

–Pode me contar o que houve. Sabe Que pode confiar em mim...

–Tudo bem – assentiu. Começou a contar sobre o vinho que Enrico lhe ofereceu ate o momento em que acordou ao lado de Raoul, finalizando com a sua ida ao médico e o que ela havia lhe contado – e agora, acha que devo contar isso a ele?

Caroline ficou em silencio assimilando tudo o que havia escutado. Ela não era uma expert, mas sabia quando as pessoas tentavam enganar a si mesmas e Emma estava fazendo exatamente isso.

–Não percebe o que esta acontecendo?

–Como assim?

–Esta querendo se aproximar dele, de Raoul, e por isso que não quer dizer a verdade a ele. Seu medo é de que ele se afaste ainda mais de você.

–Isso. Não é verdade – Emma negou veemente.

–A única que não quer ver isso, é você. Talvez apenas... queira ser grata, mas não acho que seja apenas isso.

–O que.. Quer dizer?

–Emma já pensou que talvez esteja sentindo algo por ele?

Emma fitou sua amiga séria rindo em seguida negando com a cabeça.

–Não sinto nada por ele. Esqueceu por quem sou apaixonada? Posso sentir gratidão como disse, mas apenas isso.

Caroline assentiu sabendo o quanto ela estava errada.

–Quando temos gratidão pela pessoa não queremos que ela fique sofrendo com algo que irá nos beneficiar. Ainda mais quando esse beneficio é a aproximação entre vocês.

***
Raoul não conseguia concentrar-se em seu trabalho. Desde que saiu do hospital em Toscana voltou para a casa sem ao menos falar com seus parentes direito. Ele queria afastar-se do local do crime o mais rápido possível como se fosse possível apagar a culpa desta forma. As letras do relatório a sua frente não faziam sentido, ele não sabia como encarar Emma ou muito menos conversar a respeito com ela.

–Acho que o final de semana de alguém foi bem movimentado – Enzo falou sorrindo escorado na porta. Ele tinha observado o seu primo durante longos minutos sem que o mesmo tivesse percebido a sua presença.

–Imaginei que fosse aparecer mais cedo – Raoul falou o encarando. A sua vontade era de contar o que tinha acontecido, mas sabia que seu primo levaria na brincadeira. Passou as mãos pelos cabelos nervosamente. – Enrico te ligou?

–Na verdade sim – entrou na sala fechando a porta – devo dizer que fiquei bem surpreso com o que ele me contou.

–Vocês sempre foram próximos. – resmungou ao imaginar o que Enrico havia falado.

–Somos a graça da família, ou melhor, o melhor lado dessa família. – deu de ombros sentando-se em frente à Raoul – mas me diga... Como foi a experiência de acordar ao lado de sua esposa com ressaca?

–Conseguiu resumir bem a situação só esqueceu da parte em que violei uma criança – disse sério – diga a Enrico que da próxima vez que eu o ver, irei fazer bem mais que bater em sua cara.

–Violar uma criança? – repetiu confuso. – “Do que... Ele está falando?”pensou.

–O que acha que aconteceu para eu estar com essa cara? – falou mal humorado – nem sei como olhar para aquela garota agora. Desde que saímos do hospital ela também não disse nada. Nem uma única palavra, muito menos me olhou nos olhos. Sabe como estou me sentindo?

–Algo está errado – murmurou pensativo – está dizendo que a levou ao medico?

–Logo pela manhã. Não sei o que fizemos ou se usei alguma proteção. A ultima coisa que desejo é que ela fique grávida.

Enzo assentiu com o semblante estranho. “Mas ela já deve saber que não aconteceu nada então porque não contou a ele?” pensou. “Ahhhh.. Acho que estou entendendo as coisas” um sorriso brotou nos lábios de Enzo, o que deixou Raoul ainda mais irritado.

–Sabe priminho, talvez... Deva ficar mais gentil com ela, sabe... as mulheres ficam muito sensíveis com isso de primeira vez. Ela pode estar apenas... Estranhando o decorrer dos fatos – seu tom era sério, mas por dentro divertia-se. Ele adorava manipular Raoul e Emma havia lhe proporcionado uma ótima oportunidade sem que se desse conta.

Raoul suspirou mais uma vez, fechou os olhos fortemente desejando poder voltar no tempo e nunca ter ido a Toscana com Emma.

–Parece que não valeu a pena ter ido esfregar a minha vitoria na cara de Giovanni – pensou alto sem perceber.

***
Um homem indeciso encontrava-se em frente a porta de sua casa. Ele segurava uma sacola em suas mãos, ao abrir a porta do apartamento deparou-se com a Emma sentada no chão lendo um livro ao mesmo tempo em que fazia anotações. Engoliu em seco ao olhar seu corpo minuciosamente.

–Como posso não me lembrar de tudo? – sussurrou ao procurar algum vestígio em sua mente. Desistiu quando a viu olhar em sua direção. Fechou a porta e andou ate onde ela estava – Boa Noite – Emma murmurou com as faces avermelhadas.

–Tome – estendeu a sacola para ela, viu o seu olhar confuso e em seguida um sorriso em sua face.

–Isso é para mim? – indagou sorrindo ao olhar para o aparelho celular em sua mão. Ele estava lhe dando um aparelho na cor vermelha.

–Percebi que não tinha um. – disse tentando aparentar frieza - Meu numero já esta gravado na memória, entretanto só deve me ligar se ocorrer alguma emergência. – deu as costas a ela, mas escutou a sua voz antes de entrar no quarto.

–Obrigada – gritou da sala segurando o aparelho com força entre suas mãos. Ela entendia o motivo de sentir-se tão bem, pois ele havia se lembrado dela. Ela não se importava com o modelo ou com o valor do presente, apenas se sentia feliz por ele ter pensado nela – Um momento... Eu.. Estou tão feliz apenas por isso? – murmurou pensativa.
Raoul fechou a porta de seu quarto com mais força do que pretendia. Retirou o paletó sem paciência e olhou para o espelho.

–O que.. Desde quando sigo os conselhos de Enzo? – indagou-se ao ver a sua imagem. – Devo estar no fundo do poço. No fundo do poço.


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