Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 17
Um convite nada sutil




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Enzo já esperava alguma reação de Raoul, só não estava preparado para ver o seu primo entrar em sua sala com o semblante alterado. Ele não demonstrava frieza e sim raiva. Enzo levantou-se da cadeira e sorriu.

–Acho que é a primeira vez em que vem me procurar – sorriu indo em direção a janela – algum problema?

–Sim. Leve-a consigo – falou sério – já não aguento isso. Leve-a com você, faça o que quiser, mas me mantenha longe disso.

–Do que.. Está falando? – perguntou confuso o fitando.

–Se está se dando tão bem com ela, apenas a leve para morar contigo.

–Está louco? Ela é sua esposa, não minha.

–O único louco aqui é você. Você não esta a levando para shows? Então a leve para casa também.

Enzo parou, olhou sério para Raoul, caminhou ate ele onde estava e tocou em seu ombro como se compreendesse a situação, apoiando-o.

–Não se preocupe, da próxima vez eu te levo junto.

–Nunca vai levar nada a serio, não é?

–Vou – sorriu afastando-se – mas não acredito que quer se ver livre dela. Ficou preocupado, não foi? – ao vê-lo revirar os olhos em sinal de desagrado prosseguiu – você não costuma demonstrar nada ou se preocupar com ninguém. Isso é um ótimo sinal. Falando nisso, o nosso tio Giovanni quer que leve a sua esposa para o final de semana em família. Ele disse algo sobre entrar na justiça para pegar a herança. – deu de ombros ocultando o resto da conversa – será em toscana como sempre.

–Não importa. Ele não poderá fazer nada. Estou casado legalmente com ela, como o testamento dizia.

–Eu concordo, mas ele não sabe quando perder, não é? – sorriu – acho que seria bom levá-la digo... Para a família conhecê-la.

–Porque eles deveriam conhecer alguém que irá sumir daqui há um ano?

–Fala como se ela fosse morrer.

Raoul passou a mão pelos cabelos procurando as palavras corretas.

–Muito bem, irei levá-la – disse por fim virando-se de costas para Enzo indo embora com a sensação de vazio ao perceber que não havia brigado com ele por ter sumido o dia todo da seguradora.

–Algo me diz que esta viagem será muito interessante – Enzo murmurou para si mesmo sorrindo.

***
–Então Rupert quase te beijou ontem e ainda foi para um show com o primo de seu marido? – Caroline disse estupefata – quem me dera que minha vida fosse tão agitada – sorriu diante do olhar cômico que Emma lhe lançava. – Mas.. Porque afastou Rupert quando se diz tão apaixonada por ele?

Emma olhou para o céu em busca de resposta, pois nem ela mesma entendia o que havia acontecido. Elas estavam sentadas na área da quadra, no intervalo, como costumavam fazer quando precisavam falar algum segredo.

–Eu não sei – confessou sem encará-la – por mais que eu sonhasse com aquele momento, não consegui ir adiante. Acho que estava com medo.

–Medo? De que?

–Eu não sei – sorriu levemente – e você, acha o que?

–Acho que não o ama como pensa – deu de ombros ao olhar para a expressão pensativa dela – durante todo esse tempo, você o olhou de longe, percebeu as suas manias, os seus gostos, mas foi apenas ele ir ate você que tudo mudou.

–Nada mudou – rebateu a olhando – só porque eu não quis beijá-lo não significa nada.

–Não?

–É obvio que não.

–Ainda acho que não o ama como imagina – murmurou.

Emma optou por ignorar o ultimo comentário de Caroline, levantou-se e saiu sem se despedir. Por mais que odiasse, ela admitiu para si mesma que algo estava errado com seus sentimentos.

–Vou resolver isso hoje – disse com firmeza ao caminhar ate um grupo de jovens. Ela parou próxima a eles sem saber o que dizer. Estava com medo que ele não falasse com ela. Fez menção de emitir algum som, desistindo em seguida. Quando virou de costas para ir embora escutou o seu nome ser gritado. Olhou para trás sorrindo ao ver Rupert.

–Oi, eu te vi ai parada – ele falou parado em sua frente – queria falar comigo?

–Bem, sim... – sua voz transmitia a incerteza que vinha em sua alma – eu.. Podemos nos encontrar após a aula?

–Claro.

–Certo, vou te esperar na quadra então. – falou saindo antes que a coragem fosse embora de seu corpo.

Rupert não conteve o largo sorriso em seu rosto ao vê-la embora, retornando em seguida para onde estava escutando piadas.

O tempo parecia que não passava para Emma, a cada dez minutos ela olhava para o relógio imaginando o que aconteceria em seguida. A medida que os segundos passavam, ela se perguntava se não estava sendo impetuosa demais.

Os alunos aglomeravam-se para irem embora do colégio com exceção de dois alunos. Emma andava com calma pelo corredor indo em direção a quadra sendo seguida por Rupert, o qual nutria expectativas pelo encontro. Assim que entraram na quadra, Emma o olhou séria e antes que ele pudesse dizer alguma coisa, ela caminhou ate ele, ficando em sua frente.

–Sabe.. Aquilo que ia fazer em sua casa.... – respirou fundo ao olhar em seus olhos. As suas mãos tremiam de nervosismo e o seu coração batia acelerado – Você... Poderia continuar?

Rupert demorou alguns segundos para entender o que ela queria dizer e com um sorriso, bobo, nos lábios assentiu.

Emma ficou parada, mesmo que sua mente a mandasse fugir. Ela sentiu as mãos de Rupert acariciarem o seu rosto de forma delicada. Ele beijou a sua bochecha indo em direção aos seus lábios. Quando ela sentiu os seus lábios unidos, em um terno beijo, fechou os olhos imaginando o tipo de sensação que deveria sentir. Ela sempre leu que o primeiro beijo seria algo para se lembrar a vida, mas naquele instante percebeu que isso não aconteceria. O beijo de Rupert tinha gosto de frutas frescas, mas ela ansiava por algo mais amargo. Ela ansiava por uma mistura.

–E então? – ele perguntou ao afastar o seu rosto do dela acariciando o seu braço – o que fará hoje a tarde? Que tal um encontro?

–Eu... Estou ocupada – disse sentindo a sua face avermelhada – “Porque não consigo dizer a verdade? Que tenho um emprego?” questionou-se sem tirar os olhos dos seus pés – eu.. Tenho que ir – falou subitamente saindo, apressada, da quadra deixando-o confuso para trás. “Talvez.. Talvez.. eu tenha errado” pensou ao correr ate a saída onde levou a mão aos lábios.

No trabalho, Emma, errava os mínimos detalhes. Mostrava-se dispersa. Nem ela conseguia se reconhecer. Ao chegar no apartamento de Raoul, o encontrou lendo um livro sentado no sofá escutando uma musica de Jazz. Ela ia passar por ele em silencio, entretanto ele a chamou.

–Neste final de semana vamos viajar – anunciou sério sem olhar para ela.

–Viajar? Porque?

–A maioria perguntaria para onde. Vamos para a Toscana. Irei lhe levar para conhecer a minha família.

–Por que.. Isso? Este casamento não deveria ser segredo?

–A minha família sabe e deseja conhecê-la. Apenas isso – deu de ombros tentando focar a sua atenção no livro. Ele não escutou nenhuma palavra vindo dela, apenas o som da porta sendo fechada ao longe instantes depois.


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