Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 11
Bem Estar




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Caroline olhou para Emma a espera de uma resposta. Ela havia visto a amiga trabalhando em um café no dia anterior.

–Porque não me disse nada? O que esta havendo afinal? – Caroline indagou alto atraindo a atenção de algumas pessoas próximas. Emma sorriu sem graça ao perceber que estava chamando a atenção. Puxou sua amiga pelo braço a levando ate um canto do pátio do colégio.

–Só me prometa que não contara para ninguém – pediu.

–Eu prometo. Sabe que não conto nada a ninguém.

–Está bem – assentiu olhando em volta – para entender preciso lhe contar do começo. –Emma começou a falar sobre tudo que estava acontecendo em sua vida desde a ida ao advogado ao seu casamento com Raoul. Durante toda a narração observou a reação de Caroline não ficando surpresa com o olhar pasmo dela – e agora quero conseguir dinheiro para sair de lá – terminou tentando sorrir.

–Porque não me falou antes? Eu poderia ter a ajudado de alguma forma – aos poucos a culpa assolou o coração inquieto de Caroline. Ela se sentiu mal por estar sendo tão egoísta, enquanto Emma enfrentava tudo sozinha. – Esqueça o que eu disse antes. Pode contar comigo para o que precisar.

Emma assentiu feliz, não pelas palavras dela, mas por poder ter alguém com quem desabafar quando precisasse. Voltaram para a sala envolta de um ar de amizade e segredos. A sala encontrava-se em confusão, pois o professor que decidiria as duplas para fazer os trabalhos do semestre.

–Tomara que fiquemos juntas – Emma disse a Caroline, a qual apenas concordou.

–Muito bem, todos sentados – um homem sorridente falou ao consertar os óculos em seu rosto. Olhou para todos os seus alunos, pegou as suas anotações e começou a falar – como devem saber a nota deste trabalho irá equivaler a 50% da nota do semestre então não fazer ou tirar nota baixa será comparado a perda na matéria. Escolherei as duplas, pois acho mais justo desta forma. Vamos aos nomes? – começou a falar entusiasmado ao ver os semblantes desanimados – Emma Sartorelli e Rupert Galli – anunciou prosseguindo.

Se o coração de Emma pudesse parar em algum instante, aquele seria o momento perfeito. Sem saber como agir olhou para trás vendo um sorriso nos lábios do ruivo, o qual acenou para ela discretamente.

–Isso tudo só pode ser um sonho – murmurou para si mesma antes de sorrir para ele. No final da aula todas as duplas conversavam entre si. Emma respirou fundo tentando se acalmar ao ver Rupert se despedindo de seus amigos indo em sua direção – fique calma – ordenou a si mesma.

–Parece que somos parceiros a partir de hoje.

–Verdade – sorriu bobamente ao concordar – quando quer começar?

–Quando estiver disponível. Podemos fazer na escola após as aulas, na minha casa ou na sua. – propôs.

–Acho que... na sua casa pode ser uma boa opção – “Na minha não posso já que não tenho uma e nem poderia fazer no apartamento de Raoul, após as aulas tenho trabalho.” Suspirou ao lembrar-se de sua realidade.

–Certo, podemos começar amanhã. Tudo bem? – ao vê-la assentir sorriu – vou indo então. Ah, me dê o seu telefone – falou tirando o celular do bolso da calça.

–Eu... Não tenho...

–Não tem celular?

–Não.

A mãe de Emma nunca havia concordado consequentemente Emma nunca fez questão de ter um aparelho.

–Isso é estranho – murmurou pensativo – o meu é esse – pegou o caderno dela anotando o seu numero – basta me ligar então. Ate mais – disse antes de lhe dar as costas. Ela olhou para a letra dele sorrindo sem dar-se conta do sorriso dele ao se afastar dela.

***
Uma chuva constante castigava a cidade criando um clima nostálgico e aconchegante a noite italiana. Emma olhou para o céu desolada ao ter que ir para o ponto de ônibus em baixo de chuva. Olhou desanimada para as pessoas com seus guarda-chuvas e suspirou ao correr ate o ponto de ônibus. O seu trabalho a distraia sempre que sua mente vagava ate o homem frio com quem morava. A água molhava o seu corpo grudando o seu uniforme escolar fazendo com que as suas curvas ficasse com um ar sensual. Seus cabelos estavam ensopados assim que o ônibus parou.

A primeira coisa que fez ao abrir a porta do apartamento foi espirrar. Ela sentiu os seus olhos lacrimejarem, e prometeu a si mesma nunca mais fazer aquilo. Encontrou as luzes acessas, estranhou, mas deu de ombros. Ao chegar na cozinha avistou Raoul arrumado com calça jeans, uma blusa e um paletó.

–Você está péssima – ele disse ao olhar para ela de cima a baixo ignorando as suas curvas moldadas.

–Eu sei.. Obrigada por me lembrar – disse fraca ao espirrar novamente. Ignorou ao passar por ele buscando em todos os armários algum chá.

– Está procurando algum chá é? – indagou com a expressão zombeteira.

–Sim – murmurou sentindo o seu corpo mole – “Não posso estar gripada. Isso seria muito rápido” pensou preocupada com sua saúde.

–Não tomo chá. Nunca gostei – disse dando de ombros ao ver a expressão derrotada dela. Emma apenas assentiu ao lhe dar as costas seguindo para o seu quarto, onde pretendia tomar um banho quente e se deitar. Raoul ficou a olhando sair sentindo algo em sua consciência. Pegou o celular discando um numero rapidamente – Sou eu. Aconteceu um problema. Depois nos falamos – desligou antes que a outra pessoa retrucasse. Retirou o seu paletó, pegou algumas mudas de uma folha que sua avó o fazia cultivar alegando que quando ele ficasse doente ela ajudaria – Essa velha estava com razão uma vez em sua vida – disse a si mesmo ao perceber a ironia. Esquentou água, procurou na geladeira algo comestível e que não tivesse sido feito por ela.

Emma se deitou cobrindo-se assim que se vestiu. Levou a mão a testa percebendo estar, um pouco, mais quente que o habitual. Já estava fechando os olhos quando a porta do seu quarto foi aberta por Raoul segurando uma bandeja com a expressão mais infeliz no rosto.

–Recomendo tomar o chá depois que comer – falou ao colocar a bandeja sobre a cama.

Emma o fitou sem ação. Ela não sabia o que pensar ou dizer naquela situação.

–Coma antes que esfrie – a voz dele soou mais distante que esperava.

–Porque está.. Fazendo isso? – questionou ao sentir o cheiro da sopa impregnar as suas narinas – imaginei que...

–Não pense bobagens. Apenas não quero ninguém me acusando se for parar em um hospital.

–Entendi. Muito justo – murmurou sorrindo levemente ao pegar a colher e tomar a sopa lentamente. Raoul a observou comer saindo do quarto instantes depois.

–Porque cancelei o meu jantar com ela? Só posso estar ficando louco. Droga de vida – resmungou ao ir para seu quarto.


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