– Lily, e se eu me perder na lareira? – Marilu perguntou pela décima vez. Revirei os olhos.

– Não se preocupe você não vai se perder. – disse. – Agora vai logo, o James já foi e deve estar nos esperando.

Marilu assentiu e pegou um punhado de Pó de Flu. Logo após entrou na lareira, e lançando um olhar desesperando pra mim, jogou e gritou “Residência dos Potters” e sumiu com um clarão verde.

Logo após o incidente com David, eu e James decidimos ir mais cedo para a casa dos pais dele. Resolvemos levar Marilu junto, que já a mesma estava um tanto quanto depressiva com o término brutal.

Tratei de andar logo. Despedi-me de meus pais e fiz o mesmo processo de sempre. Depois de girar e sentir uma vontade enorme de vomitar, finalmente me vi em uma sala grande. As paredes eram vermelhas com detalhes pratas, móveis de madeira estavam elegantemente espalhados e um piano estava num canto mais afastado.

– Lil, quer ajuda? – James apareceu do nada e pegou minha mala. Sai da lareira e com um aceno de varinha, minhas roupas se livraram da fuligem.

– Então você é a famosa Lily Evans. – uma voz doce e feminina disse. Virei-me e vi um casal de idade meio avançada.

Dorea Potter era baixinha, cabelos numa mistura incrível de castanho e ruivo, olhos azuis e algumas poucas rugas no rosto.

Charlus Potter era uma versão mais velha de James. Cabelos negros e bagunçados, olhos castanho-esverdeados e óculos de aro redondo.

– Mamãe, papai. – James falou solene. – Essa é minha namorada, Lily Evans.

– Prazer querida. – Dorea disse sorridente e me puxou para um abraço apertado. Fiquei em choque, porque tipo, nem minha mãe faz isso comigo. Mesmo assim retribui.

– Lily. – Charlus me cumprimentou com um aceno de cabeça e logo após apertou minha mão, um sorriso gentil estampado em seu rosto.

– Vamos levar essa mala lá pra cima. – James falou pegando minha bolsa. O acompanhei e entramos num hall que deveria ter, mais ou menos, o tamanho do Saguão de Entrada de Hogwarts. Tudo tão bonito que nem tem como explicar.

– Você só trouxe uma bolsa? – James perguntou enquanto subia uma escada de mármore branco e muito bem polido.

– Feitiço indetectável de extensão. – respondi dando de ombros. Chegamos no topo da escada. Do lado direito havia um corredor e do lado esquerdo, outra escada. – Quantos andares a mansão tem?

– Cinco. Esse andar é especialmente dos Marotos. – James falou divertido indo para o lado direito. Era um corredor cheio de roupas e outras coisas. Numa das portas, Marilu conversava com Sirius.

– Lily. – o moreno de olhos azuis falou assim que notou nossa presença. – Vejo que a beleza dos Evans é genética. Sua prima é fantástica.

Marilu corou e abaixou a cabeça.

– Para de dar em cima da minha prima, Black. – respondi autoritária. James riu e parou na frente de uma porta onde estava escrito “James”, e logo abaixo a frase “Juro solenemente não fazer nada de bom”.

– Você irá dormir no meu quarto, espero que não se importe. – James falou. Achei estranho eu ter que dividir um quarto com ele, sendo que a mansão tem mais quatro andares, porém acho que ele fez isso de propósito.

Quando James abriu a porta, tive certeza que o quarto dele era do tamanho do dormitório de Hogwarts. As paredes eram vermelhas com detalhes dourados com móveis brancos. Uma porta numa das paredes.

– Bem-vinda ao meu quarto Lily. O arrumei especialmente para você.

***

Algumas horas depois, Remus e Peter chegaram. Descobri que cada Maroto tem seu próprio quarto na residência dos Potters.

Depois de jantar um maravilhoso “banquete”, os Marotos, eu, Marilu, Dorea e Charlus fomos para a Sala de Estar.

– Alguém de vocês toca? – perguntei apontando para o piano. Sempre quis aprender á tocar, mas a preguiça é maior. Triste.

– Eu toco. – Dorea falou sorridente. A achei bem simpática. – Querem ouvir?

Todos acenamos em concordância. James sussurrou para eu ouvir:

– Ela toca pra caramba, você vai ver.

Dorea se sentou no piano e começou á tocar uma melodia triste, sua voz incrivelmente afinada acompanhando. (N/A: DEEM PLAY NA MÚSICA!)

When the rain

Is blowing in your face

And the whole world

Is on your case

I could offer you

A warm embrace

To make you feel my love

Marilu suspirou do meu lado, ela adora músicas românticas.

James segurou minha mão e apertou.

When the evening shadows

And the stars appear

And there is no one there

To dry your tears

I could hold you

For a million years

To make you feel my love

Dorea sorriu para Charlus e James durante a letra, num gesto claro de que faria todas as coisas citadas na música por eles.

I know you

Haven't made

Your mind up yet

But I would never

Do you wrong

I've known it

From the moment

That we met

No doubt in my mind

Where you belong

James olhou pra mim sorrindo. Percebi que ele pensou em nós dois naquele verso da música.

I'd go hungry

I'd go black and blue

I'd go crawling

Down the avenue

No, there's nothing

That I wouldn't do

To make you feel my love

Os dedos de Dorea deslizavam pelas teclas, e sua voz deixava a música ainda mais bonita.

The storms are raging

On the rolling sea

And on the highway of regret

Though winds of change

Are blowing wild and free

You ain't seen nothing

Like me yet

Comecei á relembrar toda a trajetória minha com James. Desde a vez que nós vimos pela primeira vez no trem, passando pelo quinto ano quando Snape me chamou do nome imperdoável, até quando ele aceitou ser meu namorado de mentira.

I could make you happy

Make your dreams come true

Nothing that I wouldn't do

Go to the ends

Of the Earth for you

To make you feel my love

Dorea terminou a música e todos nós aplaudimos.

– Que música linda, Sra. Potter. – Marilu falou com a voz embargada.

– Realmente, muito linda. – Remus disse educadamente, os olhos brilhando. – A senhora que compôs?

– Ah não, não sou capaz de fazer uma música tão linda assim. – Dorea respondeu rindo. – É uma música de uma cantora trouxa. Ouvi ela uma vez e resolvi aprender á tocar.

– Muito bem crianças, já está tarde. – Charlus falou se levantando do sofá. – Todos para cama.

Depois de alguns protestos de Sirius, subimos em direção aos quartos. Percebi que minha mão ainda estava entrelaçada com a de James.

Eu faria qualquer coisa para ele sentir todo meu amor.