–Tia Scarlet, como se conquista uma garota? – Erza, após cuspir todo o seu café para longe, olhou para o garoto. O dia mal havia começado e ele já estava perguntando algo como isso...

–C-Como assim, explique-se melhor Natsu Dragneel! Quem é essa garota? E que tipo de conquistar você está planejando? – Ela sabia quem ele queria conquistar, porem queria escutar isso de sua boca.

–B-Bem... – O rosado olhou sério para ela – Eu quero conquistar a Lucy! Eu amo ela igual ao dragão do livro!

A ruiva sorriu ao ver toda aquela determinação do pequeno. Agora ela entendia o porquê deles terem se tornado crianças, talvez aquela fosse a única forma de se declararem – Certo, eu vou te ajudar Natsu!

O chibi pulou sobre a maga, abraçando-a com toda a sua força – Obrigado Tia Scarlet!

***

Mira e Lucy sentaram-se à mesa, prontas para tomarem o café da manhã. Elfman e Lissana haviam saído em uma missão, então o lugar ficaria silencioso por algum tempo.

–Tia Mira... Eu posso te contar uma coisa? – Perguntou, olhando para o copo em suas mãos.

–Claro que pode Lucy! Nós somos amigas! – Respondeu sorrindo.

O rosto da loira estava corado – Eu acho que eu gosto do Natsu...

Um ar silencioso, a albina não disse nada, apenas olhou para a pequena.

–Kyaaaahh!!! – A chibi começou a correr ao redor da mesa, exatamente como a ela grande faria, após admitir tais sentimentos.

–E o que você pretende fazer Lucy? – Perguntou, exibindo um sorriso de canto e a mão apoiando o queixo.

–Bem... – Disse, sentando-se novamente em sua cadeira – O Natsu disse para deixarmos as coisas ocorrerem em seu tempo – Um pequeno sorriso se formou em seus lábios.

–Então até mesmo o Natsu tem seus momentos... – Pensou Strauss, sorrindo enquanto observava a pequena com um sorriso bobo.

[...]

–LUCEEEE!!! – O rosado corria na direção da loirinha, que já de pé, o esperava. Quando chegou até ela, a pegou nos braços e começou a rodopiar pelo salão da guilda, e então a soltou no chão.

–Luce, vem comigo! – Disse, segurando a mão da garota e a levando para o lado de fora.

–Todos os dias eles fazem isso... – Comentou Mirajane, debruçando-se sobre o balcão, observando os dois correndo de mãos dadas.

–Mira, eu posso te pedir um favor?

–Claro!

No lado de fora da guilda...

As duas versões chibi estavam sentados no banco em que sempre ficavam. Pela primeira vez desde que se apossaram daquele lugar, o garoto estava sentado, e não atirado.

–Natsu, porque você demorou tanto para chegar na guilda? – Perguntou, olhando para ele – Eu fiquei preocupada...

–Me desculpe – Respondeu com um sorriso no rosto – É que eu estava comprando isso para você... – Explicou, tirando no bolso uma correntinha dourada simples, que possuía na ponta uma pequena chave enrolada por um dragão.

–N-Natsu... – A garota pegou o presente em suas mãos e ficou o olhando por algum tempo – É lindo!

–Eu também comprei um pra mim... – Ele retirou outro cordão do bolso, na ponta a mesma forma.

–O-Onde você comprou isso? E com que dinheiro? – Perguntou, quase caindo por cima dele de tão inclinada em sua direção que estava.

–Eu pedi pra uma velha careira fazer isso! – Respondeu sorrindo – E o dinheiro foi da recompensa da última missão que fizemos... E a Tia Scarlet completou a maior parte... – Completou um pouco envergonhado por ter tido que pedir dinheiro à agora falida Titânia.

–Entendo... – Falou, em seguida pulando do banco e parando na frente do garoto, de costas para ele – Natsu, me ajuda a colocar...

O Dragneel se levantou, e meio sem jeito, tentava colocar aquilo no delicado pescoço que ela tinha – Luce, seu cheiro é bom!

O rosto da pequena ficou vermelho – P-Porque você sempre fi-fica me cheirando? – Gritou, tentando fingir que estava irritada.

–Eu não tenho culpa se o seu cheiro é tão bom de sentir! – Respondeu, finalmente conseguindo colocar a corrente na garota – E você fingi muito mal...

–Baka... – Falou com um biquinho, o rosto ainda vermelho. O salamander chibi viu a expressão que ela fazia, e então ajoelhou-se à sua frente, e pegando em sua pequena mão, a olhou nos olhos.

–De agora em diante, prometo cheirar apenas você, para todo o resto de minha vida! – Um beijo nas costas daquela mão tremula, selando a promessa.

–B-B-BAKA!!! – Ela parecia que iria explodir de tão vermelha – Eu vou te matar, Natsu idiota!

O rosado começou a correr, sendo perseguido por uma loira furiosa, que com um chicote em mãos, gritava seu nome.

Após alguns minutos de corrida, Natsu resolveu se esconder em um pequeno galpão que havia nos fundos da guilda...

–AAAAAHHH!!! – Um grito agudo guiou Lucy até a porta, onde estático, estava o garoto, olhando assustado para dentro do local.

A pequena correu em sua direção – O que foi Natsu? – Quando ela tentou espiar, as mãos do pequeno Dragon Slayer cobriram seus olhos, mas de relance pode ver duas pessoas, que pelas vocês aparentavam ser...

–Eu vou te matar Salamander! – Um homem e seu sorriso psicopata, a mão transformada em espada.

–Gajeel, e-espere... – Uma mulher tentava para-lo.

–Saia da frente baixinha! – Disse, a erguendo com um dos braços e a largando no colchão, onde há poucos minutos, se beijavam apaixonadamente – Salamander!

–CORRE! – Gritou Natsu, pegando Lucy nos braços e fugindo desesperadamente pela cidade.

Após meia hora de fuga, finalmente despistaram o moreno.

–Natsu, porque você saiu correndo? Porque o Gajeel queria te matar? – Perguntou ao garoto ofegante, que sentado ao seu lado na margem o rio, tentava recuperar o fôlego.

–Foi... Porque eu interrompi a... Pegação deles... – Respondeu.

–A-A Levy e e-ele e-estavam...

–Se beijando! – Completou, totalmente recuperado.

–Então naquele dia o Gajeel se declarou para ela... – Sorriu, pensando no quanto a amiga deveria estar feliz. Aos poucos, em seus pensamentos, os cabelos azuis tornavam-se loiros e o moreno se tornou um rosado, e de joelhos ele lhe dizia algo.

O mago encarava a garota, que com as mãos no rosto e olhos brilhantes, tendo como fundo uma luz com chuva de rosas, sorria com seus delírios.

–Luce, no que você tá pensando? – Perguntou curioso.

–Em nada... – Sua expressão sonhadora mudou para um sorriso forçado.

–Entendo... – O garoto abraçou as pernas, apoiando o queixo nos joelhos – Luce...

–O que foi Natsu?

–Você não tem mais aqueles peitões bons de apertar! – Falou, abrindo um sorriso na direção dela.

–KYAAHH!! – Após o grito envergonhado, e com o rosto totalmente vermelho, a loira se levantou para dar uns tapas nele, porem escorregou, ameaçando cair. O pequeno tentou segura-la, mas acabou caindo junto com ela, parando a poucos centímetros da água.

–Você tá bem Luce? – Perguntou à garota envolvida em seus braços.

–Estou... – Respondeu, sentando-se de frente para ele.

–Mentirosa! Você machucou o seu joelho... – Gritou, apontando para o arranhão.

–Não foi nada! – Respondeu sorrindo – Natsu?

O rosado estava praticamente deitado sobre ela, seus rostos tão próximos... Sua mão segurava a coxa da maga, dobrando a perna dela. Seus lábios lentamente se aproximaram do pequeno ferimento.

–N-Natsu... O que você tá fazendo? – Questionou, começando a corar.

–Se eu beijar o machucado, ele vai sarar mais rápido, sabia? – Disse, beijando o joelho. Ao afastar-se, ele olhou para o machucado – Ele não tá sarando... – Um segundo beijo. A cada momento Lucy ficava mais corada – Droga! Beijar não funciona! Aquela demônio mentiu pra mim! – Gritou, literalmente explodindo.

–Você está errado Natsu... – O garoto se apagou, olhando a garota que se aproximava – Vem aqui! – A garota o levou até a margem do rio, onde lavou os machucados dele – Você tá pior do que eu...

–É-É mentira...

–Você tá todo esfolado. – Falou, olhando séria para ele – Quer ver que funciona?

–Hu? – Ela o virou de costas para si, e com sua delicadeza, beijou o ombro machucado dele.

–O que você sentiu Natsu? – Perguntou, olhando-o nos olhos.

–Eu senti algo quente... E depois a dor sumiu... – Respondeu. Em um movimento brusco, ele a puxou para um abraço. Totalmente apertada por aqueles braços, ela colocou as mãos contra o peito quente do Dragon Slayer.

–Luce, eu machuquei outro lugar... – Falou como que esperando algo.

–Onde foi? – Era só olhar para ele, estava todo arranhado. A loira se preparou para o beijo que curava.

–Eu mordi a língua!

A pequena ficou imóvel. Se ele tinha mordido a língua, então ela teria que... – KYAAH!! Hentai! Lucy Kick: Versão Chibi!

No momento em que levantava o pé para chuta-lo, ele a abraçou – Mas é verdade, olha! – Disse, colocando a língua para fora. Ele realmente havia se mordido, havia uma marca das presas...

A Heartphilia o olhava muito de perto, abraçada contra ele, seus rostos tão próximos – Só dessa vez... – A voz da garota soou tão fraca.

~KABRUM~

Um raio cortou o céu cinzento, fazendo com que a loirinha se assustasse e abraçasse fortemente o garoto. O céu estava cinza, um vento gélido os atingia, pequenas gotas começavam a cair sobre seus corpos.

–Natsu, tá chovendo!

–Coloca isso! – O rosado tirou seu colete, o entregando para ela – Coloca logo!

A chibi pegou o colete, sabia que seria inútil discutir com ele – Obrigada! – Seu rosto corado deu um pequeno e tímido sorriso.

–Sobe nas minhas costas! – Disse, se abaixando e olhando para ela – Você tá machucada, então vou te carregar...

–Mas você tá mais machucado do que eu... – Respondeu.

–Se nós ficarmos discutindo, vai... – Começou a chover forte – Chover...

Quando as gotas gélidas começaram a caia sobre ela, Lucy pulou sobre as costas do Dragon Slayer, que após verificar que ela não cairia, saiu correndo em direção à guilda.

[...]

Natsu entrou correndo pelo salão da guilda, carregando Lucy nas costas, ambos totalmente encharcados.

–Luce, você tá bem? – Perguntou, após sentá-la em um dos bancos do balcão.

–Eu... ATCHIM! Estou... – Respondeu, mas bastava olhar para sua tremedeira para constatar o oposto.

–Você é muito mentirosa – Disse, sentando-se no banco e a sentando em seu colo e abraçando-a na tentativa de aquece-la – Desse jeito seu nariz vai crescer e você vai ficar assustadora, igual a uma bruxa!

–Baka! – Respondeu, encolhida nos braços do pequeno.

–Se cubram com isso. – Mirajane entregou um cobertor para eles, o qual tratou de arrumar assim que viu os dois encharcados. Ela os enrolou e então passou para a parte detrás do balcão – Porque vocês estavam nessa chuva? – Perguntou séria, como se fosse uma mãe.

–Porque nós estávamos fugindo do...

–Salamander! – Um grito entrou pelas portas, um clarão percorreu os céus, deixando uma figura sombria na entrada do salão – Eu vou te matar Salamander!

–... Fugindo dele. – Completou Natsu, apontando para o moreno que vinha ferozmente em sua direção.

–Gajeel! – Mira o fez parar, entrando em sua frente.

–Saia da frente, eu vou matar essa peste!

–Gajeel! – A alma de Satã surgiu no meio do salão, a mais sanguinária das auras invadiu o local, os olhos vermelhos amedrontavam o fundo de sua alma.

–Droga! Agradeça a ela por ter te salvo Salamander... – Disse, dando as costas para as duas crianças e a albina.

–Obrigado Tia Mira!

–Hai Hai! – Ela sentou-se em um dos bancos, olhando para a loira – Você tá bem Lucy? Ainda está com frio?

–Estou bem! O Natsu é tão quentinho... – Suspirou, deitada sobre o peito dele.

Em um gesto repentino, o rosado cobriu o rosto da pequena com o cobertor, tentando esconder seu rosto corado.

–Estranho, o Natsu dificilmente fica corado... – Pensou Mira, observando as duas versões chibi discutindo e fazendo as pazes enrolados no pedaço de tecido.

–Luce, hoje eu vou poder dormir abraçado em você, sabia? – Gritou sorridente, atraindo olhares.

–C-Como assim?

–É mesmo, eu me esqueci de te contar Lucy! – A Albina interrompeu – A Erza saiu para fazer um trabalho e me pediu para cuidar do Natsu, então ele vai dormir conosco! – Concluiu com um sorriso.

–Eu acho que é meio perigoso dormir com esse hentai por perto... – Reclamou Lucy.

–Eu não sou hentai, sou uma criança muito inocente!

–Você é um tarado por peitos!

–Então você não tem com o que se preocupar, já que não tem... – A garota lhe lançou um olhar mortal, seguido de um soco na cara.

–Baka! Se aqui não estivesse tão quentinho, eu iria embora... – Falou enquanto fazia beicinho. A albina ria da cena que os dois criavam.

[...]

Era a hora da janta na casa dos Strauss. Reunidos ao redor da mesa estavam Lucy, Natsu e Mira, juntamente de Elfman e Lisanna, que a pouco chegaram de uma missão.

–O Natsu ficou tão fofo! – Repetia a albina mais nova.

–Não me chama assim... Isso é vergonhoso... – Reclamou o rosado.

–O Natsu é tão fofo! – A loirinha o provocava.

–Parem de me chamar assim! – Gritava.

–Kawaii! – Gritaram juntas.

–HOMEM!

–Kawaii, kawaii...

–EU DISSE PRA PARAREM! – O Dragon Slayer entrou em combustão.

–Kyah! – Gritava a pequena Heartphilia, vendo a mesa pegar fogo.

–HOMEM! – Gritava o albino, atirando um balde de água em Natsu.

–Porque você fez isso? – Gritava, novamente em chamas.

Mirajane apenas sorria vendo a destruição que eles causavam.

~TOC~TOC~

Alguém batia na porta. A albina mais velha se levantou, indo atendê-la.

–Se comportem como pessoas, entenderam? – Sussurrou Lisanna.

–Hai! – Responderam.

–Elfman – A irmã mais velha chamava seu nome.

–To indo! – Gritou, correndo até a porta.

–Elfman, eu preciso falar com você...

–L-Laxus!? – O que ele poderia querer falando com o mago mais “HOMEM!” da Fairy Tail?

–Eu preciso falar com você sobre uma coisa importante... – Parou por um instante, olhando para o monte de olhos curiosos surgidos na sala – A sós...

Os dois magos sentaram-se em frente à casa e ficaram conversando sobre algum a coisa. Natsu e Lucy estavam grudados na janela, cuidando cada movimento deles.

–Sobre o que eles devem estar falando? – Falou a loirinha.

–O Laxus vai... – O garoto foi interrompido pelo som da porta se abrindo.

–Mirajane... – O loiro segurou a delicada mão da albina, ajoelhando-se diante dela – Você aceita se casar comigo? – Uma caixinha com um pequeno anel, feito especialmente para ela, foi tirado de seu bolso.

Mira apenas sorria, e continuava a sorrir, até que ela desmaiasse e fosse segurada pelos braços do Drayer.

–Mirajane, você está bem? Mira! – Gritava.

[...]

Aos poucos os olhos da mais velha dos Strauss iam se abrindo, sua cabeça ainda estava um pouco tonta – Onde eu estou?

–Mira, você está bem? – O homem praticamente pulou sobre a cama.

–Laxus? – Toda a cena antes de seu desmaio veio à sua mente. Com um sorriso tímido a maga lhe disse – Então o pedido foi real?

–S-Sim... – Seu rosto corou – M-Mas acho que não foi uma boa ideia falar assim, tão de repente...

–Sabe, parecia um sonho... – A albina segurou a mão do loiro entre as suas, dando a ele o mais belo dos sorrisos – Eu aceito me casar com você!

O mago ficou sem reação por algum tempo, ele demorou em acreditar que aquilo era verdade. Olhando-a nos olhos, ele sorriu, e como que contando cada centímetro, seus lábios se aproximaram dos da mulher que tanto amava, demonstrando seus sentimentos da maneira mais sincera possível...

Lucy, Natsu, Elfman e Lisanna, que escutavam tudo atrás da porta, fizeram uma comemoração silenciosa, com e exceção do HOMEM, que ao pular, cravou a cabeça no teto. Os sorrisos de alegria rapidamente desapareceram quando perceberam raios vindos de um Dragon Slayer mal humorado, que parado na porta, os encarava.

–N-Não é isso que você está pensando... Nós não estávamos... – Tentava se justificar Lisanna.

–Escutar conversa é coisa de HOMEM!

–Se eu não estivesse tão feliz, eu iria transforma-los em carvão... – Falou, dando as costas para eles e indo ajudar Mirajane a se levantar.

[...]

Após ter certeza absoluta de que sua amada estava bem, Laxus acabou indo para casa, para que ela pudesse descansar.

Reunidos na sala, estavam as três mulheres, falando sobre o loiro.

–Tia Mira, aquilo foi tão romântico – falou Lucy, completando mentalmente – Porque aquele baka não é assim?

–Mira-nee, vocês dois estavam tão fofos juntos! – Disse Lisanna – Mas depois você desmaiou...

Mirajane apenas sorria, se lembrando do momento em que foi pedida em casamento.

Escondido em um dos sofás, um pouco afastado, estava Natsu, que sozinho, escutava a conversa das garotas, tentando aprender sobre coisas românticas – Então se declarar como o Laxus é romântico? – Sussurrou enquanto rabiscava algo em um caderninho.

As magas continuavam conversando, o rosado continuava a obter informações e Elfman continuava a dormir, pois segundo ele mesmo, tinha assuntos importantes a tratar no dia seguinte. Tudo estava normal, até a fatídica pergunta...

–Lucy, você gosta do Natsu, não gosta? – A albina mais nova perguntou, acordando Mira de seus sonhos e fazendo a loirinha corar violentamente.

–E-E-E-E-E-Eu... – A sua reação após a pergunta a entregou. Após longos minutos respirando na tentativa de se acalmar, finalmente conseguiu falar algo – E-Eu gosto... – Aquele sussurro teria facilmente passado despercebido se não fosse a audição de certo Dragon Slayer.

–Você queria que ele se declarasse daquele jeito? – Perguntou novamente.

–Não. – A resposta pegou as duas irmãs e o pequeno Dragneel de surpresa – Eu não quero que ele faça como o Laxus... – O garoto ficou imóvel. Ela gostava dele, não gostava? Então porque não queria que ele fizesse algo como aquilo?

–Lucy, porque você diz isso? – Perguntou Mira.

–Porque aquele era o jeito do Laxus se declarar... – A chibi olhou para baixo, o rosto levemente corado – Se algum dia ele for se declarar, eu quero que seja daquele jeito bobo e alegre dele...

As irmãs deram um sorriso – Então você espera que ele se declare? – Perguntou a mais nova.

–E-E-Eu... – O rosto mais corado do que antes.

Ainda escondido no sofá, estava Natsu, se achando um idiota. Se ela gosta dele não de um príncipe de contos de fada, então porque estava tentando agir como um?

Em um movimento lento, voltou os olhos para o pequeno caderno.

–AAAAHHH!!! – Uma explosão e um garoto sobre o sofá, o caderno em chamas – Eu...

Suas palavras sumiram quando viu o rosto surpreso, assustado e corado da loira. Os olhos com algum medo mirados em sua direção. O garoto ficou ser reação enquanto via o rosto à sua frente se tornar choroso.

–Baka! – Um último grito antes que ela saísse correndo pela porta, se perdendo na noite.

–LUCE! – O garoto tentou segui-la, mas Mirajane o impediu de atravessar a porta.

–Você já não fez demais por hoje? – Disse séria. O rosado a olhou com uma expressão arrependida, dando alguns passos para trás... Mas então seus olhos se encheram com sua determinação... Ele pulou pela janela.

–LUCE! – Outro que se perdeu.

O rosado a procurava em cada canto onde achava que ela poderia estar, o terraço da guilda, o rio, a praça da cidade, o balanço. O vento forte que anunciava a tempestade que estava por vir o impedia de conseguir sentir o cheiro dela e o fazia se preocupar ainda mais.

–Droga... Onde será que ela tá? – Inconscientemente, ele andou até o apartamento da maga enquanto pensava nela – O apartamento da Luce...

Um sorriso apareceu no seu rosto, lembrando-se de todas as vezes que ela o “Kickou” para fora da cama, as vezes que fez cosplay de Luce, quando invadia o banho dela, e então resolveu invadir o local mais uma vez... Pela janela...

–Natsu baka! – Repetia em sussurros, sozinha no escuro, encolhida em sua cama. No lado de fora, o vento se tornava mais forte a cada instante. Um barulho vindo da janela chamou sua atenção.

–N-Natsu... – Aquela sombra de cabelos espetados lentamente se aproximava – Natsu baka! – Gritou, pulando sobre ele e o enchendo de socos.

–Me desculpe... – Ele a envolveu em um caloroso abraço – Eu estava com tanto medo de que você se machucasse...

–Baka... É você que tá todo esfolado... – O garoto riu, fazendo sorrir, caindo abraçados sobre a cama.

~KABRUM~

Um relâmpago cruzou os céus – Kyah! – O estrondo assustou a pequena maga, fazendo-a saltar sobre o Dragneel, abraçando-o com toda a sua força.

–Luce...

–O que foi Natsu? – Sua voz ainda trêmula.

–Os seus não-peitos estão na minha cara... – A garota o olhou por curtos segundos.

–KYAH! – Um segundo pulo, caindo nos braços do chibi.

–Acho que vamos ter que dormir aqui... – A loira o olhou, ainda tentando entender o porquê de sempre acabar com os peitos na cara dele. Ao olhar pela janela, ela pode perceber a chuva forte que caia.

–O-O que você tá fazendo Natsu?

–Eu to te esquentando – Respondeu, olhando-a nos olhos. Novamente os rostos tão próximos, os pequenos lábios dela lhe pareciam tão atraentes...

–É isso mesmo? – Questionava em brincadeira, a voz calma apesar do rosto corado.

–Porque o seu rosto está vermelho? Está com febre? – Ele estragou o clima, o qual ele mesmo havia criado.

–É-É frio... – Respondeu, desviando o olhar.

Alguns segundos de silêncio.

–Luce... – Ficaram face a face.

–Hu? – Alguns segundos roubados em um beijo.