NaLu Chibi escrita por Happy


Capítulo 18
Um Happy End sem um príncipe?


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna-san ^^

Aqui estou eu, retornando com um capitulo - o último capitulo...

Bem, primeiramente... Lá estava eu, com minha linda pelagem azul de neko, vendo os comentários e coisas do gênero... E então eu li "Recomendou..."... Sei lá, não sei explicar o que foi que senti, apenas sei que fiquei sorrindo... DESSINHALOPEZ, muito obrigado =*w*=

Bem, continuando agora com minha falação sem nexo com a fic...

Eu tava bem feliz assistindo o episódio de Fairy Tail que havia saído, e então finalmente chegava aquela parte... Que misteriosamente foi cortada... Cadê o Natsu segurando os seios da Lucy? Sei lá, é uma cena épica... Mas mesmo com esse triste corte, eu gostei do episódio... Depois assisti SAO, cara, tava muito top... E como sempre, o cara mitando com aquela espada dele...

E peço desculpas pela demora, mas é que tive uma crise de criatividade, porque tipo, terminar algo é mais difícil que começar... E também estava meio que jogando Final Fantasy ¬¬

E eu queria ter postado ele ontem, mas tive uma tontura por ficar muito tempo na frente do pc digitando... E depois de me recuperar sem sair da frente do monitor, tive outra crise enquanto tentava achar um título...

Bem, acho que era só isso... Vejo vocês nas notas finais ^^



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O vento agitava a cortina, fazendo os raios de sol dançarem pelo apartamento. Deitados sobre os lençóis, o casal dormia abraçado, naquela manhã que tinha tudo para ser calma...

–Natsu... – Sussurrou, acordando, e com os olhos ainda fechados, aproveitou o calor gostoso que a envolvia.

–Luce... – Chamou enquanto sonhava, puxando-a contra seu corpo. Abrindo os olhos, a loira permaneceu olhando o peito contra o qual era prensada – Os seus peitos estão na minha cara...

–Esse idiota pervertido tá sonhando com o que? – Se perguntava, sentindo seu rosto queimar levemente – E por falar em peitos...

A maga sentia algo pesado – algo muito pesado preso ao seu peito. Forçando os braços contra o garoto, conseguiu um pouco de distância, conseguindo olhar para baixo. Lá estavam eles...

Ainda sonolenta, voltou ao abraço quentinho, mas então seu cérebro recém-desperto teve um lampejo. Seus olhos abriram-se subitamente, e olhando para cima, fitou o rosto adormecido do rosado. Ficou paralisada, admirada com o que via. Mas ela foi rapidamente atirada de volta na realidade por uma mão – uma mão que a apalpava...

–Kyyyaaahh!!! – Um chute e o mago voou da cama, rolando pelo piso do quarto.

–Luce... Porque você fez isso? – Perguntou, esfregando o local dolorido.

–N-Natsu... Olha bem pra mim... – Disse, sentando-se sobre suas pernas, ainda sobre o colchão.

–Olhar... – Mesmo sem entender o porquê daquilo, ele o fez. Olhou para o rosto aparentemente envergonhado, que após ser encarado por tanto tempo, começava a corar. Fitou os olhos brilhantes, os cabelos loiros que balançavam com o vento, e então encarou aquela parte – Luce...

–E então? – Indagou tímida.

–Os seus peitos... Eles estão grandes... – Seu cérebro finalmente entendeu o que estava acontecendo. Sem dizer mais nada, se levantou, caminhando até o espelho e se encarando por alguns segundos. Ainda em silêncio, retornou para a posição na qual estava, olhou para sua mão, mexendo os dedos como se estivesse apertando algo, e então voltou a encarar a maga – Então aquela sensação boa...

–Hentai! – Gritou, atirando um travesseiro, que foi facilmente evitado pelo garoto.

Rindo, Natsu se levantou, caminhando até a cama e sentando-se ao lado da loira, que inflando as bochechas, evitava olha-lo – Vem cá... – Disse, a abraçando.

–Às vezes eu me pergunto se você é um pervertido ou apenas um idiota... – Falou, fechando os olhos e sorrindo.

–E porque eu não posso ser os dois? – Brincou, se afastando alguns centímetros e a encarando.

–Você não me abraçou só pra sentir meus peitos, certo? – Questionou séria.

Mesmo com aquela expressão, o Dragon Slayer podia dizer que ela não estava realmente brava, afinal ela mentia muito mal.

–E se tiver sido? – Provocou, derrubando-a no colchão e ficando sobre ela.

–Então eu vou ser obrigada a desferir um Lucy Kick em você... Sorriu, mesmo o rosto estando corado e o coração batendo rápido. Por que ele tinha que fazer isso?

Ficaram alguns segundos apenas se encarando. Ainda vermelha, a maga levou a mão aos cabelos do rosado, os acariciando – Em Natsu... Foi real, não foi? – Perguntou, o encarando com seus brilhantes olhos, mordendo o lábio em dúvida – uma dúvida que machucava.

–Sim... – Falou calmo, levando os dedos até as bochechas da garota, acariciando o rosto envergonhado. Mesmo dizendo isso, ele também tinha aquele medo, aquele sentimento de incerteza.

–Mas e se tiver sido apenas um sonho? – Disse, parando de acariciar os cabelos espetados e levando a mão até a do garoto.

–Então eu vou fazer tudo isso ser real... – Sorriu, apertando a mão da loira.

–Como? – Seu coração voltava a acelerar. Os olhos quase fechados esperavam por algo. Sem dar qualquer palavra como resposta, Natsu foi se aproximando do rosto de Lucy, até que pudesse tocar seus lábios em um longo beijo – o primeiro beijo estendido por longos minutos.

Ainda provando do gosto daqueles lábios, as mãos do mago foram subindo pela cintura da garota, que por sua vez o abraçava, segurando os cabelos róseos entre seus dedos, o puxando para si.

~BAM!~

Aquele som poderia ter sido a cama quebrando, mas infelizmente não era...

–O-O que é isso? – Totalmente vermelha – ao ponto de soltar fumaça pelas orelhas – a ruiva os encarava, apontando na direção deles e gaguejando.

Ainda mais vermelha, a garota encarava a porta escancarada, kickando o mago para longe enquanto gritava envergonhada.

Levou algum tempo para se acalmarem, podendo assim finalmente se entender.

Sentada na cama, Lucy tentava explicar o que podia para Erza, que sentada em sua frente em uma cadeira, prestava atenção a cada palavra.

–Então foi isso o que aconteceu... – Suspirou Scarlet.

Sim... – A loira acariciava os cabelos do garoto deitado em seu colo.

–Vocês não fizeram... Bem... – A maga de armadura parecia envergonhada – N-Nada de pervertido, fizeram?

A Heartphilia a encarava, estática, voltando a ficar exageradamente corada – Claro que não! – Gritou, fazendo a voz ecoar pelo apartamento.

–Eu digo que fizeram... – Aquela voz, aquela risada. Porque ele estava aqui? Perguntava-se a maga.

–Happy? – Levantando-se do sofá, o rosado olhou para o gato, que planava através da janela.

–Natsu! – Gritou, voando até o amigo – Vocês finalmente voltaram ao normal... Se bem que a Lucy sempre foi estranha...

Encarando-o, Lucy continha a raiva – e o punho levantado – enquanto fingia sorrir.

–Acho que sim... – O garoto respondeu sorrindo. Eles estavam pedindo pra morrer...

–Se pequenos já eram pervertidos, imagina agora... – Provocou, colocando as patas sobre a boca.

Encarando-o de maneira ainda mais ameaçadora, a loira deixou uma veia saltar em sua testa – Ora, ora... Você realmente quer ter seus bigodes arrancados um por um...

–Brincadeira! – Falou, pulando sobre a maga, que surpresa, o abraçou – Os amortecedores voltaram!

Ele não tinha dito aquilo. Pelo menos era nisso que a garota tentava acreditar. Percebendo que a ruiva estava ali, o exceed sentiu seu pelo arrepiar, e virando-se lentamente na direção dela, a olhou, estremecido, mas para o seu alívio, ela parecia não ter escutado.

–Erza... – Chamou Lucy, ganhando a atenção da ruiva, que encarava o nada, pensativa.

–O que foi Lucy? – Perguntou.

–No que você estava pensando? – Indagou curiosa, inclinando o corpo para frente.

Era exatamente isso que ela estava fazendo. A experiência de cuidar de uma criança havia sido divertida, então pensava em ter um filho com Jellal, mas isso era algo que ela apenas diria para ele. Exibindo um sorriso calmo, ela respondeu – Eu estava apenas pensando em algumas coisas...

–Entendo... – Falou ainda mais curiosa, deitando o rosado em seu colo novamente.

–Admita, você estava pensando em ter Jellalzinhos... – Happy não sabia quando ficar quieto.

Totalmente vermelha e tremendo de raiva, a titânia se levantou, atirando o exceed no ar e o chutando, fazendo cruzar os céus de Magnólia após atravessar a parede.

Em silêncio, Natsu e Lucy fingiam que nada havia acontecido, desviando o olhar para qualquer direção.

–Minna-san... – Através do que um dia havia sido uma porta, a pequena maga de cabelos azuis entrou correndo, seguida por sua exceed – Aconteceu alguma coisa? O Happy estava voando pelo céu...

–Aposto que ele falou alguma coisa idiota... – Cruzando os braços, a gata branca fingia não se importar com o felino de pelagem azul.

–Não aconteceu nada... – Sorrindo, Erza convidava Wendy a se sentar ao seu lado.

Sentindo a aura ameaçadora que emanava da ruiva, a azulada caminhou trêmula até a cadeira lá posta, sentando-se.

–Então a Lucy-san e o Natsu-san voltaram ao normal... – Comentou, olhando para o casal.

–Sim, mas você não parece surpresa... – Disse a loira.

–A Charuru me contou que a Erza-san estava aqui e que vocês haviam voltado ao normal...

–Então vocês estão aqui! – Mais alguém entrava pela porta – alguém que usava apenas uma cueca.

–O que esse desgraçado pervertido tá fazendo aqui? – Berrava o rosado, saltando da cama e cerrando os punhos.

–Então você voltou ao normal... – O moreno sorria, preparando um Ice Maker em suas mãos – Agora eu posso te dar uma surra...

–Pode vir! – Suas mãos estavam em chamas.

–Não briguem no meu apartamento! – Gritou a maga estrelar, puxando o Dragon Slayer pelo braço.

–Luce, você é chata... – Reclamou, cruzando os braços e se atirando no colchão.

–E você é um idiota! – Retrucou, puxando as bochechas do garoto.

–Uhum! – Scarlet os chamava a atenção. Sentindo seu rosto queimar, a garota sentou-se direito, encarando a maga à sua frente.

Mesmo envergonhada com o romance ao vivo, Wendy se forçava a sorrir na tentativa de não deixar a loira ainda mais constrangida. Charl estava com a cara virada e Gray escorado na parede, já que sua briga não aconteceria.

–Então Gray, como está a Juvia? – Perguntava Lucy, tentando quebrar o clima estranho que havia ficado.

–Fizeram tanta coisa pervertida que até se esqueceu das roupas... – Provocou Dragneel.

Fechando o punho, a dona do apartamento acertou a cabeça do rosado – Não fique falando esse tipo de coisa na frente da Wendy...

A pequena estava corada, enquanto cobria os ouvidos com as mãos.

–Bem, eu deixei a Juvia dormindo e sai para ajudar a procurar vocês... – Respondeu, bocejando por ter tido que acordar cedo após uma noite de festa.

–O que foi que você fez? – Uma voz sombria vinha da ruiva, que falava de cabeça baixa.

–Erza... – O Fullbuster parecia assustado.

–O que você acha que ela vai sentir ao acordar sozinha? – Berrou, ficando de pé – Volte para casa agora mesmo!

Obedecendo suas ordens, o mago de gelo saiu correndo, desaparecendo completamente nu pelas ruas, arrancando gritos de várias damas inocentes.

–Bem, nós também já vamos indo... – Falou Marvell, já na porta – Até mais tarde...

–Eu irei avisar ao pessoal da guilda que vocês estão bem... – Disse a Titânia, atravessando a porta – Apareçam por lá mais tarde...

–Erza... – Chamou o rosado, fazendo-a se virar para trás – Você acredita que nós não fizemos nada pervertido?

A ruiva sorriu, enquanto Lucy corava – Eu acredito em vocês... – Respondeu, virando-se e saindo do apartamento – E essas roupas dão a entender que não houve nada nesse sentido.

–As roupas... – Falou a maga, olhando para elas, que mesmo estando um pouco diferentes e um tanto quanto maiores, eram as mesmas da noite anterior.

Ela estava com um vestido branco sem alças. A saia da peça parecia ter encolhido em proporções, acabando no meio de suas coxas, exatamente onde começavam suas meias. A fita azul, assim como a gargantilha e os enfeites que prendiam seus cabelos, foram perdidos durante a noite.

Ele estava com a calça preta do terno. A camisa branca estava toda amaçada, e no pescoço o inseparável cachecol.

–Natsu... – A garota chamou, segurando a manga da camisa dele – Essa é a prova de que tudo isso foi real, certo?

–Sim... – Sorriu, afagando os cabelos de quem acabou de acordar da loira. Aquela era a prova que ele procurava para que pudesse dizer para si mesmo que acreditava no que dizia – O feitiço acabou, mas parece que a fada madrinha não quis levar os sapatinhos de cristal da minha Cinderela...

–Você anda lendo muito romance... – A maga riu, e então fitou os olhos que a encaravam, e fechando seus próprios olhos, foi se aproximando de seu rosto, sem soltar sua manga.

~TOC TOC~

Alguém batia na parede. Assustados, os dois olharam em volta, parando o olhar na mulher escorada na parede.

–Tem dois pontos que eu não concordo nessa sua frase, garoto... – Ela se separou da parede, encarando-os – Primeiro: Eu não sou uma fada, mas sim uma bruxa...

–Bruxa? – Natsu interrompeu, imaginando como bruxa uma velha baixinha, verde e nariguda, com cabelos arrepiados de cor vermelho fluorescente e roupas pretas e encardidas, com uma enorme verruga.

–Sim... Uma jovem e atraente bruxa... – Falou, imaginando que tipo de imagem ele tinha das bruxas – E segundo: Eu não deixei as roupas porque quis, simplesmente não quis deixar os dois nus...

–N-Nus... – Repetia a maga, que só de tentar imaginar, já ficava extremamente corada.

–Oh! Você queria isso? – Provocou.

–Kyah! – Gritou, escondendo o rosto escarlate no cachecol do garoto.

–Kukuku...

–Essa voz... – O rosado parecia pensativo – Você não é aquela voz de velha?

–V-Voz de velha... – Uma veia saltava em sua testa. Respirando fundo, ela voltou a encara-lo, e com um sorriso inocente, fincou um dos livros que flutuavam ao seu lado na cabeça do mago.

–Me desculpe perguntar isso... – Falou, ajudando o Salamander a se levantar – Mas quem é você? E como está relacionada com tudo isso?

A bruxa deu alguns passos a frente, deixando seu rosto visível.

–Você gosta de roxo... – Observou Natsu. A mulher apenas riu, já que aquilo era verdadeiro. As longas botas que subiam um pouco acima de seus joelhos, a pequena saia que ia até o meio das coxas, a capa e o enorme chapéu de bruxa, todos eram roxos, assim como seus longos e lisos cabelos e os brilhantes olhos. A única peça diferente era a camisa, que era de cor branca.

–Eu sou uma bruxa. Meu nome é Shimokawa. – Se apresentou – Uma cupido desesperada me contratou, pedindo que eu unisse um casal, que apesar de todo os seus esforços, não ficava junto...

–Shimokawa... – Natsu interrompeu novamente – Shimokawa não era aquela velha que nos contratou para um trabalho?

Velha, novamente ele estava a chamando de velha... A vontade de acerta-lo era grande, mas não queria ver outro de seus amados livros – que por sinal eram enormes – ser amaçado em uma cabeça tão dura e oca.

–Agora que você falou... – A maga olhou curiosa para a mulher.

–Vocês querem saber como tudo aconteceu, não é? – Os dois acenaram com a cabeça – Certo... O que me foi pedido na missão foi juntar um casal de magos que eram extremamente tímidos (E retardados). Depois de estudar vocês dois, acabei tendo a ideia de transforma-los em crianças (Sem mencionar que seria a oportunidade perfeita de testar a minha mais nova poção...). Sabendo que o rapaz iria destruir tudo e acabariam perdendo a recompensa, eu daria a poção para a garota, como um presente para alegra-la. Também sabia que ele era idiota e que de algum jeito faria os dois tomarem tudo (Mentira, apenas acabou acontecendo...). Depois foi só dar alguns empurrõezinhos e tudo deu certo.

–Quantas vezes ela me chamou de idiota? – O rosado se questionava, encarando a bruxa sorridente.

–Bem, agora eu já vou indo... – Se despediu, pulando pela janela e flutuando pelo ar – Eu tenho que reportar a missão é pegar minha recompensa – Seus olhos brilhavam – Então aproveitem pra fazer coisas inocentemente pervertidas.

–P-Porque as pessoas insistem em entrar e sair pela janela? – A maga perguntou, tentando fingir que nada foi dito. Como não conseguiu nenhuma resposta, olhou em direção à cama, encontrando o rosado adormecido.

–Luce... – Resmungou. Suspirando, a loira se sentou no colchão, acariciando o rosto adormecido. Por um instante, desviou o olhar para o relógio sobre a cabeceira, percebendo que já era quase meio-dia, decidindo se banhar e fazer alguma coisa, mas não conseguiu se levantar – Ataque surpresa!

–Kyah! – Aquele grito do rosado que fingia dormir, acompanhado pelo inesperado abraço pelas costas, a assustaram, fazendo-a saltar na cama – Natsu, seu idiota... Me solta!

O mago ria alto, e apoiando o queixo no ombro da garota, sorriu – Só se você me der um beijo...

–B-Beijo... – Não importava quantas vezes já haviam o feito, sempre que ele pedisse dessa forma, ela iria corar, e ele sabia disso...

Girando seu corpo, ela ficou de frente para o Dragon Slayer. Seus olhos se fecharam, enquanto se inclinava lentamente, sentindo os lábios quentes do garoto. Se separaram, e como prometido, ele a soltou.

–A-Agora eu vou tomar um banho... – Falou envergonhada, virando-se rapidamente. Apoiou os pés no chão, mas por estar trêmula, escorregou, caindo, fazendo a saia levantar com o vento. Tão rápido quanto caiu, ela se levantou, se agachando ao lado da cama e abaixando a saia com as mãos – Você viu, não viu?

O garoto olhou corado para a maga que o encarava fixamente, desviando o olhar com uma cara de quem mente – Não, eu não vi nada...

–Mentiroso! Essa sua cara vermelha tá te entregando! – Suas bochechas estavam infladas.

–Não... Eu realmente não vi a sua calcinha branca... – Ele começou a suar.

–Idiota! Pervertido! – Gritou, atirando tudo que estava ao seu alcance.

Rindo como se fosse uma brincadeira, ele se evadia de cada um dos objetos. Admitindo a derrota, a maga virou-se para o seu guarda roupas, escolhendo algumas peças – Eu vou tomar um banho... Idiota! – Repetiu, mostrando a língua.

Ao escuta-la, o Salamander levantou rapidamente da cama, parando em frente à loira e segurando as mãos dela.

–Luce, eu posso tomar banho com você?

–B-Banho... J-Juntos... – O seu rosto queimava, ficando incrivelmente rubro. Olhando-o nos olhos, o seu coração disparou, fazendo seu corpo estremecer. Perdendo a força das pernas, acabou caindo nos braços dele. Sua mente estava confusa, a respiração difícil. Segurando nas roupas dele e abaixando o rosto, sussurrou como uma tímida resposta – P-Pode...

Pelo ar, apenas o silêncio permaneceu...

–S-Sério? – Escutando a voz gaguejante, a Heartphilia olhou para cima, percebendo o quão corado o mago estava.

–N-Natsu... – Chamou, o segurando.

–E-Era só uma brincadeira... – Falou, soltando-a e cambaleando até a cama.

–B-Brincadeira... – O seu tímido rosto vermelho e envergonhado escondia a enorme vontade de soca-lo até a morte. Mas ele realmente queria isso, não queria? Apenas não esperava por uma resposta positiva, certo? Se perguntando esse tipo de coisa, a garota respirou o mais fundo que pode, trancou o ar e então suspirou, caminhando até o rapaz, entregando-lhe uma toalha e o puxando pela mão – Mas agora você vai ter que tomar banho comigo!

[...]

Espremidos na banheira já há algum tempo, os dois encaravam a nuvem de vapor que se espalhava pelo banheiro, um de costas para o outro.

–Sentindo o seu coração, que ainda batia rápido, a loira se questionava o porquê de tê-lo trazido para tomarem banhos juntos, afinal era lógico que ela acabaria daquele jeito.

–Luce... – Ela se assustou ao sentir as costas do garoto tocar as suas, arrepiando-se.

–O-O que foi?

–Você quer namorar comigo? – Aquela pergunta... Ela se perguntava o que aquilo significava. Será que o vapor tinha derretido o cérebro inativo dele?

–Mas nós já não estamos namorando? – Indagou, abraçando os joelhos – Ou o pedido daquele dia foi só o efeito de uma das poções da bruxa?

–Aquele pedido foi real... – Respondeu, se mexendo na banheira e deixando de encostar-se à garota.

–Será que ele ficou irritado... Ou magoado? – Se perguntou Lucy, querendo virar-se e descobrir, olhando-o nos olhos, porem a vergonha de estar ali com um homem a impedia.

–Como nós voltamos ao normal... – Sua voz se pareceu hesitar por alguns segundos – Eu apenas senti que devia mostrar meus sentimentos novamente... Apenas queria reforçar o nosso laço...

Em um movimento rápido – e impensado – a maga se virou para ele, fitando os olhos do mago, que a encarava, esperando que ela o olhasse. Seus lábios se abriram, mas por algum motivo a voz se negava a sair. Desviando o olhar na direção da água turva, a loira levou a mão ao peito, sentindo o coração cada vez mais acelerado. Mordendo o lábio inferior – assim como uma criança chorosa faria – ela voltou a encara-lo.

–Sim... – Lentamente ela foi se aproximando, até que pudesse se perder nos olhos que a encaravam hipnotizados – Eu quero namorar com você... – Deu como resposta, dando um tímido sorriso enquanto sentia suas bochechas queimarem levemente.

Sem conseguir pronunciar alguma coisa, Natsu podia escutar as batidas de seu coração cada vez mais rápidas, há medida que ia sendo tomado por aquela vontade...

Envolvido pelo brilho dos encantadores olhos castanhos, suas mãos desceram até a cintura da loira, a trazendo para perto. Ele podia sentir os seios dela contra o seu peito, assim como ela sentia o calor em sua pele – a pele que ele achava tão macia...

–Lucy, Natsu... Cadê vocês? – Uma voz os chamava do outro lado da porta, uma voz irritante e assustadora...

–Happy? – Tendo se teleportado para o outro lado da banheira, a maga se abraçava, tentando esconder tudo – O que ele está fazendo aqui?

O casal ficou em silêncio, imóvel, até que o exceed desistisse de procura-los e saísse voando para outro lugar.

Estavam novamente sozinhos no apartamento – sozinhos no banheiro – enquanto um silêncio deprimente tomava conta do local.

Ainda sentindo o seu corpo quente, ela não conseguia olhar para o garoto ou falar algo.

–Estou saindo... – Disse o rosado, pegando uma toalha e saindo do banheiro, deixando a garota sozinha e confusa.

Lucy ficou mais algum tempo na água, tentando se acalmar. Suspirando, se recostou na borda da banheira, olhando para o teto e se lembrando do que acabará de acontecer. Seu coração bateu mais forte, no rosto corado uma expressão emburrada – Gato idiota...

Respirando fundo, ela socou a água, dando um grito em silêncio. Resolveu sair da água, se enxugando e pondo a roupa que havia escolhido. Abrindo a porta, encontrou o mago debruçado na janela.

–Luce... – Chamou, com uma voz aparentemente preocupada. Virando-se, ele mostrou aquela expressão ausente de sorriso – Eu... Estou com fome...

Falando isso, ele caiu sobre a cama. Sei estomago roncava. Parada, a loira o encarava, inexpressiva.

–Luce... – Choramingou enquanto sua barriga voltava a fazer barulhos.

A maga suspirou, abrindo um sorriso. Estava apenas se preocupando sem motivos, afinal era do Natsu que estava falando – Entendo... Vou ver se tem alguma coisa para comermos...

Abrindo um enorme sorriso, o garoto saltou da cama, a seguindo até a cozinha.

–Armários... – Sussurrou Lucy, vasculhando o interior das portas, e então fazendo uma expressão silenciosa – Geladeira... – Abrindo-a, a mesma coisa. Cada lugar em que ela procurou, cada canto revirado, para que no final não houvesse nada – Natsu... Não tem nada...

Interrompendo o silêncio, o estomago dela roncou timidamente, seguido pelo ronco monstruoso do rapaz.

Tomados pela fome, os dois decidiram comer alguma coisa na guilda, rapidamente se arrumando e então trancando a porta.

Pisando na calçada, a loira olhou para o céu, que por algum motivo parecia estar tão perto, parecia que, por simplesmente tê-lo ao seu lado, bastava levantar as mãos que poderia pegar uma daquelas brancas nuvens...

–É lindo, não acha? – Falou Natsu, segurando a mão da garota – E fica mais lindo se você olha-las refletidas na água... Já que eu posso ver seu rosto junto delas...

O toque dele a fez se relembrar do banho, e novamente seu rosto corou, deixando-a nervosa a ponto de não conseguir encara-lo, de não conseguir olhar em seus olhos. Tentando disfarçar, desesperadamente desviou o olhar em direção à água, que calmamente corria pelo rio.

–V-Vamos... – Gaguejou, o puxando-o pela mão, andando rapidamente na tentativa de se manter na frente, para que assim seu rosto corado não fosse visto por ele.

[...]

Na guilda, assim que adentraram através das enormes portas, foram recebidos por uma enorme festa.

Sem se importar muito com festejar naquele momento, o rosado pegou a loira nos braços e atropelou cada um que estava no caminho, o que irritou Gray, que estava entre os atropelados.

Uma briga poderia ter ocorrido ali caso o Dragon Slayer não estivesse faminto, o que o fez seguir diretamente para o balcão, onde foram atendidos por Kinana.

–A Mira e o Laxus... – Disse Lucy, se lembrando de que não os encontraria por algum tempo. Enquanto esperava por seu almoço, se atirou sobre o garoto, deitando a cabeça em seu ombro.

Com o estomago cheio, o garoto suspirou, e então olhou para a mulher ao seu lado, ansioso.

–Entendi... – Suspirou, sorrindo – Vai lá causar um pouco de destruição...

Correndo, e sem dar nenhum aviso, ele pulou no meio da enorme briga que acontecia no meio do salão.

Ainda sorrindo – desta vez um sorriso bobo e apaixonado – a maga dos espíritos observava o Salamander, que queimava cada coisa a sua volta.

–Eles parecem um bando de idiotas... – Sentando-se ao lado de Lucy, Levy encarava o seu moreno.

–Eles não parecem, eles são um bando de idiotas... – Corrigiu.

–Lu-chan... – Chamou, se aproximando – Você e o Natsu... Já fizeram...?

–Fizemos? – Primeiramente sua mente desprovida de malicia não entendeu bem o que ela queria dizer com aquelas palavras, mas vendo aquele sorriso nos lábios da amiga, finalmente se tocou do que aquelas palavras se tratavam. Novamente as memórias do banho retornaram, deixando-a vermelha, o que estava acontecendo demais para seu gosto – N-Nada... Não fizemos nada nesse sentido...

A azulada apenas a encarou, e então voltou a abrir aquele sorriso malicioso - Vamos Lu-chan... Me conte o motivo de estar tão vermelha...

Tremendo de nervosismo, a Heartphilia balbuciava sons sem sentido, esperando por algo ou alguém que viesse salva-la.

–Luce... – Aquela voz chorosa – a sua salvação.

–O que foi Natsu? – Perguntou, abrindo um gentil sorriso, enquanto se virava instantaneamente para ele.

–O mestre me bateu... – Choramingou, simplesmente fazendo manha, o rapaz mostrava o enorme e avermelhado galo em sua testa.

Sorrindo, a garota levou as mãos até o rosto do mago, o puxando para perto, e tirando os cabelos que cobriam a testa, beijou o local dolorido – Melhorou?

–Sim! – Gritou alegre, conseguindo algumas gargalhadas da loira.

Estavam alegres, perdidos em seu mundo bobo e fantasioso, mas então aquela risada destroçou toda aquela falsa realidade – Lu-chan...

Retornando ao seu nervosismo, reclamava mentalmente daquele hábito, que mesmo gostando, a colocava nessas situações. Voltando-se para a dona da voz, esperando pela pergunta constrangedora, que devido à presença do rosado, se tornaria mais constrangedora... Ou assim esperava...

Olhando a azulada de um ponto afastado estava Gajeel, que por algum motivo parecia hesitante.

–Gajeel, aconteceu alguma coisa? – Parado sobre a mesa, o exceed negro o encarava.

–Nada não... Eu só estava pensando em algumas coisas... – Respondeu, desviando o olhar.

–Que tipo de coisas? – Indagou maliciosamente.

–Porque não vai cuidar da sua vida? – Resmungou.

–Certo... – Disse, dando as costas – Mas tente não ficar pensando muito, caso contrário perderá a oportunidade de fazê-lo...

Aquelas palavras ecoaram por sua mente, mesmo que não fosse de seu agrado, o atormentando, até que enxergasse o Salamander junto da Bunny Girl.

E assim a segunda salvação da Heartphilia surgiu pelas costas de Levy.

–Baixinha... – Aquela voz sombria.

–Gajeel? – Falou surpresa, ficando de pé diante do moreno – O que foi...?

–Bem... – Ainda hesitante, ele se abaixou, mostrando o inchaço em sua testa – O-O mestre... Ele me bateu...

O rosto da garota corava a cada palavra dita, enquanto a loira a encarava, reproduzindo o sorriso malicioso que ela usava até algum atrás.

Sentindo o seu pequeno rosto queimar, a maga do Solid Script levou as mãos ao peito, e inclinando o corpo, tocou rapidamente os lábios na testa do Dragon Slayer de ferro, que desviava o olhar, fingindo desinteresse.

–Em Natsu, até onde será que eles já foram? – A loira propositalmente pronunciava aquelas palavras em voz alta.

–Hã? – Aquela garota parecia que iria explodir de tão vermelha. Levantando suas mãos e as sacudindo desesperadamente no ar, ela procurava palavras para uma possível resposta na confusão que se encontrava seu cérebro – N-Nada... Nós não fizemos nada...

–Aquela pegação nos fundos da guilda naquele dia diz o contrário... – O rosado provocou, rindo da expressão enfurecida do Redfox.

–Salamander! – Berrou, o perseguindo pelo salão e iniciando outra confusão.

Imitando um certo exceed azul, Lucy cobria a boca enquanto ria maliciosamente, encarando a amiga de cabelos azuis, que corada, evitava olha-la diretamente.

–Lu-chan... Você é do mal... – Choramingou, sendo interrompida.

–Lucy... Eu poderia falar com você? – A ruiva parecia preocupada.

Aproveitando a oportunidade, Levy saiu de fininho, desaparecendo.

–Erza? – Puxando a maga dos espíritos pela mão, a titânia a levou até uma mesa afastada – Aconteceu algo?

As bochechas da maga estavam avermelhadas. Desviando o olhar, ela falou com uma voz constrangida – Você e o Natsu...

–Eu e o Natsu... – Repetiu, tentando faze-la continuar.

–Vocês já pensaram... – Suas mãos apertavam o tecido da saia – Em ter filhos?

–Filhos...? – Aquela palavra se repetia incessantemente dentro de sua cabeça. Em seus pensamentos, vários dragõezinhos e princesinhas corriam de um lado para o outro – Kyah!

Levando as mãos ao seu rosto, que agora por culpa de seus pensamentos, queimava novamente, a loira olhou para o garoto, que com a mão enfiada na cara de alguém, a encarava, imóvel, até que fosse acertado por algo.

Virando o corpo na direção da maga de armadura – que se encontrava sem armadura – a loira abaixou o olhar, encarando as próprias pernas.

–Lucy... Me desculpe_ - Um tímido sussurro a interrompeu.

–Sim...

–Hu? – Aquela resposta havia sido quase imperceptível.

–Sim... – Repetiu, com o rosto ainda baixo, porem levantando os olhos em direção à mulher na sua frente – Eu já pensei nisso... Algumas vezes...

–Entendo... – Falou sem jeito – Eu perguntei isso por que... Bem...

Por causa do repentino silêncio, a garota levantou o rosto, encarando a ruiva, que envergonhada, cobria o rosto corado com as mãos, segurando um vergonhoso “Kyah!”.

–Erza? – Chamou.

–Bem... – Voltou a tentar falar – Eu... Eu quero ter filhos...

Silêncio... Apenas o silêncio naquela mesa de canto de salão. Lucy encarando Scarlet, Scarlet encarando Lucy...

–I-Isso é bom... Não é? – O que diabos ela deveria falar numa situação dessas? – Não tem nenhum problema em querer isso, certo?

Encarando a maga, que estava com um sorriso congelado, Erza completou em um tom desanimado – Mas eu não consigo falar com o Jellal sobre isso...

A maga dos espíritos desmanchou o seu sorriso animador forçado, e então segurou as mãos da Titânia – Eu não acho que posso ajudar em algo, já que também nunca falei disso com o Natsu...

–DOWM!-

Aquele enorme estrondo interrompeu a conversa. Assustadas, as duas magas voltaram-se em direção ao barulho, onde um combo de magos voadores, juntamente de uma enorme figura negra e furiosa, podiam ser vistos.

Saltando de um banco, onde até então apenas observava seu amado, Juvia correu até Gray, o pegando e o ajudando a se levantar.

–Gray-sama... Você está bem? – Perguntou, sufocando o moreno contra seu peito.

–S-Sim! – Gritava, tentando escapar do poderoso abraço – J-Juvia...

Escutando-o gritar seu nome, ela o libertou, encarando com um tímido olhar – Sim... Gray-sama...

Porque ela tinha que ser tão fofa? – Bem... Eu... – O que ele iria falar? Apenas chamou seu nome para evitar uma morte por sufocamento – ou de hemorragia.

Inclinando a cabeça para o lado, a azulada o fitava – O Gray-sama... Quer ficar a sós com a Juvia...? – Indagou inocentemente, com um pequeno sorriso.

–Sim... – Respondeu, tentando desviar o olhar daqueles olhos, que agora brilhavam alegres, enquanto ela se agarrava ao seu braço – M-Mas não é nada pervertido...

Sorrindo, Lockster soltou o braço do mago, e soltando um pequeno riso, segurou a mão dele, que envergonhado, a guiou por uma volta pela cidade.

Enquanto isso, novamente no interior da guilda...

–Salamander, você vai me pagar pelo que disse! – Berrou, se apoiando em Levy – Baixinha, me atira em cima dele...

–B-Baixinha... – Porque ele insistia em chama-la assim? Se pelo menos fosse somente quando estavam a sós – Idiota! Não tem como eu fazer isso...

–Eu vou te transformar em cinzas! – Gritava, sendo mantido de pé pelo apoio de Jellal, que misteriosamente havia surgido por ali.

–Porque vocês não param, antes que o mestre acerte vocês novamente...

–Tch... Tudo bem... – Resmungou o moreno, seguindo o conselho do azulado – Vamos considerar como um empate por enquanto...

–Certo... – Também resmungando, o rosado concordou, sentindo as dores que percorriam seu corpo – Jellal...

–O que foi Natsu?

–Você pode me ajudar a ir até a Luce? – Perguntou, já andando sem esperar por uma resposta.

–Certo... – Suspirou, apoiando o mago até a mesa.

–Luce... – Chamou, se atirando sobre a mesa e olhando para o rosto da loira.

–O-O que? – Falou, escutando as risadas dos Natsuzinhos e Lucyzinhas que voltavam a se repetir em sua mente.

–Você já pensou em ter filhos? – Uma pergunta direta. Todos que estavam na mesa ficaram em silêncio. Trêmula, a loira o encarava, sentindo o rosto queimar.

–O... O que...? – O eco das risadas se intensificava.

–Ter filhos, sabe? – Tentou explicar, sem sair da sua confortável posição – Um bebê meu e seu, que vai vir quando fizermos_

–Kyaaaahhh!!! – Gritou, estapeando o garoto, que não entendia aquela reação, enquanto sentia seu rosto mais e mais quente e sua voz se tornar extremamente envergonhada – Não precisa me explicar essas coisas...

Certo... Mas não precisava me espancar... – Reclamou, voltando a se atirar na mesa – Jellal, você já pensou em ter filhos com a Erza?

–Porque esse idiota não fica quieto? – Em seus pensamentos, Lucy berrava aos prantos. Voltou a olhar para a amiga, que imóvel, tremia, ficando extremamente corada enquanto deixava os olhos encarando o vazio.

–B-Bem... Se a Erza quiser... Eu acho... – Disse, desviando o olhar.

Ainda imóvel, e totalmente ruborizada, Scarlet levou a mão até a roupa do homem, a segurando e dando alguns puxões, como que querendo ser salva pelo príncipe de cabelos azulados.

Vários pensamentos passavam pela mente do tal príncipe, pensamentos que faziam seu coração acelerar. Sem pensar uma segunda e necessária vez – ou sequer ter tempo para faze-lo – o mago pegou a ruiva nos braços, que escondia o rosto corado em seu peito, e saiu correndo através da porta da guilda.

–Acho que ele está andando demais com você... – Comentou Lucy, tentando mudar de assunto na esperança que aquela distração tivesse feito ele se esquecer sobre o que falavam.

–Porque você diz isso? – Indagou, encarando-a.

–Por nada não... – Sorriu, aproveitando o agonizante silêncio que se tinha ao ignorar a enorme confusão do meio do salão.

–E então? – Falou Natsu, se separando da mesa e deitando-se no ombro da loira. Aquele perfume – o perfume de Lucy – era tão gostoso...

–E então o que? – Questionou inocentemente.

–Você já pensou em ter filhos? – Mesmo estando ali, sozinhos naquela mesa, a maga ainda ficava envergonhada com aquela pergunta, podia sentir as bochechas ardentes. Porque aquela pergunta estava a perseguindo? Mal sabia ela que essa questão entrou na mente de Natsu quando ele começou a prestar atenção na conversa dela com Erza, logo após escutar o grito dela.

–B-Bem... Eu... – A tímida resposta estava prestes a ser dita em um sussurrante sussurro, mas um berro adentrou a guilda, a interrompendo.

–HOMEM! – A enorme criatura estava parada na porta, obstruindo o caminho.

–Idiota! Cale a boca... – Uma voz sussurrava.

–Ever, quando você vai sair daí? – Perguntou à mulher, que escondida atrás dele, espionava o interior da guilda, acreditando que ninguém a veria.

–Quando você deixar de ser tão escandaloso e parar de chamar a atenção de todo mundo por onde passa. – Respondeu, se perguntando o porquê de ter se apaixonado por algo tão... Tão... Tão Elfman.

–Uma mulher tão bonita não deveria se esconder... – Aquelas palavras poderiam ter sido algo bonito vindo daquele brutamonte... Poderia, caso ele não as tivesse gritado com toda a força de seus pulmões.

Sentindo que seu rosto adquiria um descontrolado rubor, ela pulou de trás do mago, e fazendo com que ele se abaixasse, puxou as bochechas dele – Idiota!

E isso foi tudo o que aconteceu antes de Freed e Bickslow – principalmente Bickslow – fossem atormentar o casal, atormentar a bela e “inocente” Evergreen.

Deixando-os de lado, a loira voltou a encarar o rosado, porem ali estava ele, a malévola criatura...

–Lucy, é verdade que você e o Natsu vão ter um filho? – Parado sobre a mesa, gritando aquelas palavras ao invés de ficar quieto, estava Happy.

Todo aquele barulho... A maga agradecia a todo aquele barulho que impedia a voz do felino de se propagar pelo ambiente... Porém ele não conseguiu evitar que uma pessoa a escutasse...

–Lucy-san... Natsu-san... –A pequena os encarava sem jeito, parada a alguns centímetros da mesa – T-Tão rápido...

Naquele momento a Heartphilia queria ser salva pelo seu príncipe, caso ele não fosse uma das causas de tudo isso – Wendy... N-Não é isso... É que...

–Wendy... – Uma voz divina de um ser alado que descia sobre a mesa – Sinceramente... Não leve tudo o que esse gato idiota diz a sério...

–I-Isso mesmo... – Dizia Lucy, puxando os bigodes do exceed.

–Isso é invenção do Happy, certo? – Indagou Charl, buscando confirmar o que disse.

–É-É claro! – Gritou, quase chorando. Vendo que estavam brincando demais com ela, Natsu a abraçou, puxando a maga, e a cadeira dela, apertando-a contra seu peito.

–Certo... – Disse a exceed branca, virando para a Marvell – Porque você não pergunta o que veio perguntar...

–C-Certo... – Em passos lentos, a garota se aproximou do casal, sentando-se de frente para eles à mesa.

–Se bem que não sei se eles são confiáveis o bastante para responderem... – Pensava a gata, se lembrando de alguns fatos importantes sobre os dois.

–Aconteceu alguma coisa? – Indagou Natsu, finalmente soltando Lucy, que sem deixar que percebessem, fazia uma expressão descontente por ter perdido o abraço quentinho.

–B-Bem... – O rosto da azulada estava vermelho e a sua voz trêmula – O-O... O que se faz... O que se faz em um encontro...?

–Eu acho que você faz o que der vontade... – Enquanto Lucy destruía seus neurônios pensando em uma boa resposta, o rosado simplesmente falou aquilo.

–O que eu quiser? – Repetiu, envergonhada.

–Sim... Se você quiser dar as mãos, tente e veja o que acontece, caso queira ir a um lugar, o convide (Arraste)... – Completou.

–Entendo... – Sorriu, mostrando os primeiros sinais de animação – Obrigada Natsu-san, Lucy-san...

–Mas eu não fiz nada... – Pensava a loira, que se lembrando de algo muito importante, a chamou – Wendy...

–O que foi Lucy-san?

–Tente evitar, bem... Tente evitar caírem... – Falou, olhando para Dragneel, que assim como a pequena Dragon Slayer, não havia entendido muito bem.

–C-Certo... – Respondeu, tentando decifrar o conselho, enquanto deixava a guilda.

–Charl, a Wendy vai a um encontro com alguém? – Questionou curiosa, fitando a gata, que escondendo a preocupação, tentava arrumar os bigodes esticados do exceed.

–O Romeo a convidou para um encontro. – Respondeu.

–O Romeo... – Repetiu, sorrindo ao imaginar a fofura que seria os dois juntos em um encontro. Mas mesmo imaginativa, havia algo que a preocupava – Happy...

–O que foi Lucy? – Indagou, sentindo a aura ameaçadora em suas costas.

–Você não fez nenhuma de suas brincadeiras com a Wendy, certo? – O seu punho já estava até fechado.

–Claro que não! – Respondeu, se mostrando ofendido, mas a verdade era que ele até tentou, mas acabou desistindo após uma dolorosa ameaça da Charuru...

Em meio a toda aquela caótica confusão, as horas passaram despercebidas. Magos entravam e saiam da guilda, aceitavam e reportavam missões, aproveitando para provocarem o não mais chibi Natsu, que sempre acabava os socando.

Depois daquele agitado dia, com mais acontecimentos e rostos corados que o normal, a loira se mostrava exausta, atirada sobre a mesa, onde suspirava, aguardando o garoto para poderem ir para casa.

–Vamos Luce... – Chamou, levando a mão ao ombro da sonolenta garota.

–Certo... – Balbuciou, ficando de pé e bocejando – Vamos para casa...

Aquele silêncio chamou a sua atenção. Abrindo os cansados olhos, enxergou o garoto, que agachado à sua frente, parecia aguardar por algo aparentemente lógico – Sobe nas minhas costas...

–Hu? – Com o rosto levemente enrubescido – o sono era o que impedia seu rosto de explodir em vermelhidão – ela procurava motivos para protestar, desculpas para fugir daquela situação.

–Sobe logo... – Falou, tentando esconder a vontade de fazer aquilo enquanto encarava o ar à sua frente – Se tentar ir andando, você vai acabar caindo na rua de tanto sono...

Sem saber o que dizer, a garota apenas o fez, apoiando as mãos nos ombros do rosado.

Se levantando, o garoto ignorou as brincadeiras do pessoal da guilda, caminhando sob o luar em direção ao apartamento.

–Natsu... – Sussurrou, deitando o rosto em suas costas.

–O que foi Luce?

–Nós podemos fazer algum trabalho amanhã? – Sua sonolenta voz, por algum motivo, parecia tímida.

–Sim, vamos fazer um trabalho amanhã... – Concordou, sorrindo animado – Mas porque você quer fazer um trabalho tão rápido?

–Bem... Eu preciso de dinheiro para manter o apartamento... E comida, já que você vai ficar comigo... Certo...? – Respondeu, tentando espia-lo por cima de seus ombros.

–Entendo... – Disse, sentindo a respiração quente e suave da loira em sua nuca – Luce... Você não tá mais pesada?

–O que? – Gritou, abandonando toda sua soneira e se agitando nas costas do garoto.

–Luce, se acalma! – Repetia, até que ela finalmente parasse após uma quase queda dentro do rio – Eu disse que você está mais pesada em comparação a ontem, quando ainda éramos pequenos...

–É claro... – Falou irritada, inflando as bochechas. Aquilo era algo tão lógico que ele não tinha – não deveria – que falar – Dragão idiota...

E desse jeito uma semana se passou rapidamente. Todas as noites Natsu achava um jeito de conseguir dormir com Lucy na cama, sempre produzindo cenas ecchi quando acordavam, dando motivos para Happy, que dormia no apartamento da loira para recuperar o tempo longe do parceiro, fazer suas estúpidas brincadeiras e repetir aquelas irritantes palavras.

Mira e Laxus foram avisados de que o casal havia deixado de ser chibi enquanto aproveitavam a lua de mel, que duraria por mais algumas semanas.

Os livros de romance que ela estava habituada a ler para o garoto agora estavam todos organizados em uma estante, que parecia tão pequena. Se destacando sobre a escrivaninha que a maga usava para escrever seus romances estava o buquê que havia pegado junto com Natsu – o buquê que, por ter sido pego com a ajuda dele, apenas poderia significar uma coisa – junto com alguns rascunhos que tinham como título provisório “A princesa e o Dragão: O sonho preso na torre negra”. Penduradas na parede, as fantasias da Chapeuzinho Vermelho e do Lobo Mau eram provas do inocente amor que tiveram e que ainda terão.

Mas por algum motivo algo faltava naquele quarto escuro. A cortina da janela dançava com o vento naquele silencioso quarto.

–Só você mesmo pra me acordar a essa hora e me trazer aqui... – Falava Lucy, sentada à beira do rio que passava em frente ao seu apartamento. Ao lado do garoto naquela madrugada fria, ela admirava a cidade vazia, o céu brilhante e o reflexo das estrelas.

O vento – o mesmo que agitava a cortina – resolveu brincar com os cabelos dourados, assoprando levemente, fazendo a garota tremer.

–Natsu... – Falou tremendo, abraçando o próprio corpo, e como sempre, antes que ela pudesse terminar de falar, lá estava ele, a pegando nos braços como a sua princesa.

–A culpa é sua por sair com essas roupas... – Disse, apertando-a contra seu peito, enquanto subiam pelas escadas do prédio.

–Idiota... Foi você que me arrastou para lá... – Respondeu de bochechas infladas.

–Certo, a culpa é minha... – Falou calmamente – E para me redimir, eu, o dragão, levarei a minha princesa até o seu quarto quentinho na torre...

–Dragão idiota, você não deveria me tirar da torre... – As bochechas infladas ficavam coradas.

Chegando ao quarto real, ele a soltou sobre a cama, e então se ajoelhou, segurando a mão da loira e a beijando.

–Minha princesa, tenho um favor a lhe pedir... – Pronunciou-se, levando a mão ao peito e abaixando a cabeça.

–E-E o que é? – Porque ele era tão idiota?

–Você poderia despir-se? – Disse, olhando para a camisa e a calça de pijama da maga.

–O-O... O que...? – Seu rosto extremamente vermelho e enfurecido o encarava.

Rindo, o garoto se levantou – Calma, era só uma brincadeira... – Mas essas palavras não foram capazes de salva-lo de ser dolorosamente kickado.

Após algum tempo sendo friamente ignorado, conseguiu fazer com que ela o desculpasse, e antes que ele voltasse a irrita-la, a loira o chamou para se deitarem.

–Natsu... Você sabe o porquê do Happy não ter vindo hoje? – Sob as cobertas, ela aproveitava o calor gostoso do peito do rosado, que a abraçava.

–Bem... – Por algum motivo, ela podia escutar o coração dele batendo rapidamente – Eu pedi pra ele não vir...

–Aquelas palavras – aquele coração acelerado – a deixaram ansiosa, podia sentir o seu coração batendo junto ao dele – E porque você fez isso...? – Indagou com a mais tímida das vozes.

Sem dizer nada, o mago apenas se reposicionou, ficando sobre Lucy, que sentindo o seu corpo se aquecendo e sua respiração se tornando mais difícil, o fitava, presa entre seus braços.

–Luce, eu... – Porque aquelas palavras não saiam? Isso deixava o seu coração apertado.

–Natsu... – A garota fechou os olhos e levantou os braços em direção ao garoto, como que tentando abraça-lo.

Segurando a respiração, ele admirou a mulher tão perfeita à sua frente por alguns segundos, e então se aproximou lentamente dos lábios semiabertos, beijando-a.

Suas mãos foram subindo delicadamente pela cintura da loira, indo em direção aos botões da blusa, que foram sendo abertos um por um antes que a peça pudesse ser deixada de lado.

E nesse ritmo, as demais peças foram sendo atiradas pelo ar, uma por uma, pacientemente, naquela fria madrugada, naquele inocente amor entre uma princesa que não entendia seus sentimentos e um dragão idiota, em uma história com direito a todos os clichês bobos e fofos que apenas podemos encontrar na fantasia de um romance...

... Um romance com o qual sonhamos, mas que nunca demos a chance para se tornar real...


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Notas finais do capítulo

Bem, mesmo já tendo escrito outra história, eu meio que não sei direito o que escrever aqui... Então vamos falar mais um pouco sobre a fic ^^

Eu havia planejado escrever algo pequeno, com cerca de 10 capitulos, mas como podem ver, ela meio que ficou maior do que era pra ser ^^'

Acho que é só isso então... Kissus pra todos vocês, magos, fadas e nekos do meu coração =^w^=