-Natsu, seu baka! Porque você sempre destrói tudo? – Lucy se atirou em sua cama totalmente exausta, ela e o companheiro de cabelos róseos, juntamente com o neko azul e irritante, pegaram uma missão, mas como sempre, o rosado explodiu tudo.

-Porque eu fico empolgado! – Respondeu com um sorriso que fazia o coração da loira acelerar.

Ela deu um longo suspiro e olhou para o garoto – Tivemos que deixar a maior parte da recompensa para os consertos da cidade, a nossa recompensa no final foi 50000J e este frasco com esse liquido azul – Disse, retirando da bolsa o pequeno recipiente.

-O que é isso Luce? – Natsu se atirou sobre a cama – “O cheiro dela é muito bom, tem o cheiro da Luce...”

-Eu não sei... – A doce voz o despertou de suas epifanias, ela encarava o vidrinho em suas mãos. Natsu se sentou na cama e começou a encara-lo também, mas algo o distraia, o forçava a olhar para o lado – Luce – Ele se perguntava o porquê de tudo nela chamar sua atenção, ela era tão linda...

-Eu acho que isso é... HENTAI - Gritou ao sentir algo abraçado à sua cintura, Natsu havia a abraçado inconscientemente enquanto admirava seu rosto, seus olhos, seus lábios... – O que você pensa que tá fazendo?

-O seu cheiro é tão bom... – Falou seus pensamentos em voz alta, ele ainda estava sobre os efeitos daquele maravilhoso perfume, o aroma que brincava com seus sentidos. O rosto da loira estava corado, queimava com as sinceras palavras.

-HENTAI! – Foi acordado com um Lucy Kick acertando-o em cheio, aquilo realmente doía.

-Porque você fez isso Luce? – Lentamente ele se levantou, postando-se de pé diante a maga dos espíritos.

-V-Você fica ai, f-falando essas p-perversões pra mim... – Seu coração estava acelerado, ela tinha que justificar seu ato impensado, e rápido...

-Então eu não posso fazer isso? – Se aproximou do corpo da loira, e com uma mecha dourada em mãos, aspirou fundo o agradável perfume, seus olhos instintivamente cerrados enquanto seu coração acelerava, seu cheiro realmente era algo bom. O rosto vermelho da garota não sabia como reagir a aquilo, desde quando ele fazia esse tipo de coisa?

-E que tal se eu fizer isso? – Natsu chegou mais perto de Lucy, sua voz rouca, o que fazia o coração da maga bater ainda mais forte, seus braços a envolveram pela cintura, seus rostos ficaram próximos, a face de ambos corada...

Natsu se perguntava o porquê de estar fazendo coisas do tipo, sinceramente, não conseguia encontrar uma resposta, e nem mesmo a queria... Apenas queria ser guiado pelo momento. Lucy se perguntava a mesma coisa, a resposta, talvez fosse pelo fato de que ela...

-E se eu quiser provar do seu gosto? – Pelo rubor de suas bochechas, a loira percebia que esta não era uma de suas habituais besteiras, suas palavras inocentes e ao mesmo tempo sedutoras davam a entender isso. O rosado não sabia o efeito de suas palavras, apenas queria prova-la, queria os lábios à sua frente.

-Natsu... – Sua voz soou fraca, um pouco rouca, seu rosto corado, sentia a respiração quente do companheiro, seus lábios estavam mais próximos, semiabertos...

Enquanto isso, na escuridão de uma das portas, dois pequenos glóbulos oculares, governados por uma mente sombria, perversa, brilhavam em maldade – Eles se goxxxtam!

Os dois encaravam o gato azulado, estáticos, a face da loira vermelha como jamais havia estado, o garoto com uma cara de “Nani?”, o neko e um sorriso malicioso. Sua situação: Estavam no meio do quarto, abraçados, os corpos exprimidos um contra o outro, os rostos a poucos centímetros.

Lucy olhou para Natsu, que estava levemente corado, sua mente começara a processar a situação na qual se encontravam, o rosto dela queimava enquanto se perguntava o que fazer.

-H-HENTAI – Um grito desesperado ecoou pelo apartamento, o rosado foi empurrado, caindo sobre a cama – V-Você fica se aproveitando da minha inocência...

-inocência... Sei – Bufou Natsu, de braços cruzados.

Happy continuava com seus olhos maliciosos – Não é nada disso que você está pensando! – Lucy tentou justificar-se.

-Sei...

Uma veia saltou na testa da loira – Lucy Kick – O gato ricocheteou pelas paredes.

Após destroçar o pequeno exceed, resolveu olhar para o parceiro, mas a hesitação se apossava de seu corpo – “Como vou encara-lo? O que eu faço? Tanto faz, eu invento algo na hora!” – Natsu estava atirado na cama, as mãos atrás da cabeça, fitava distraído o teto, o garoto era tão bonito aos seus olhos...

-Natsu... – “Droga, ele me olhou, o que eu faço? O que eu faço? AAAAHHHH!!!” – Eu vou tomar banho, então não mexa em nada, ok?

-Certo – Ele olhava confuso para a loira, que se perguntava o que tinha sido aquilo. Natsu continuou observando-a, enquanto ela procurava por suas roupas, deixando, acidentalmente, sua calcinha a mostra ao se abaixar. O rosto do Dragon Slayer corou com os pensamentos que lhe vieram, ela era a única que lhe despertava tais pensamentos...

O som da porta batendo o acordou de suas fantasias, onde ele a abraçava, a beijava, onde sabia o gosto de seus lábios...

-Eu não quero pensar nessas coisas da Luce, eu não posso... – Sussurrava, olhando o luar pela janela, no fundo tinha medo de que caso tenta-se demonstrar o que sentia acabasse só, mas o que sentia afinal? Se perguntava silenciosamente.

-O que foi Natsu? – O exceed pousou ao seu lado, preocupado.

-Happy... Não foi nada... – Acariciou a cabeça do amigo e voltou a admirar a Lua.

-Você está assim por ter visto a calcinha dela, não está? – O rosto do rosado avermelhou-se – Você goxxxtam dela, não gosta?

O garoto hesitou por um momento, mas então deixou-se ser vencido, ele era seu amigo afinal – Sim, eu “goxxxto” dela – Respondeu, desviando o olhar para a rua – Mas eu tenho medo do que possa acontecer...

-Se você demonstrar o que sente da maneira correta... Ela pode reagir de diversas maneiras, mas não desista, siga o meu exemplo! – Happy dando conselhos a alguém... A Charuru teria alguma influencia?

-E o que eu faço então, “Happy-sensei”?

-Sei lá, a Lucy é estranha... – Disse, indo em direção à cozinha, onde provavelmente devoraria tudo.

-Obrigado companheiro – Natsu sorriu, e pensando na perfeição de Lucy, voltou a admirar o negro céu com suas saltitantes estrelas, cuidadas pela imponente Lua.

[...]

-A Luce tá demorando... – Resmungou, atirando sobre a cama pela milésima vez – Acho que vou comer alguma coisa...

O garoto se levantou, e então reparou, sobre uma escrivaninha, no frasco que ganharam de recompensa.

-O que será que é isso? – Levou a mão ao frasquinho, o abriu e cheirou o liquido, tinha um cheiro doce, agradável...

-Natsu... – Tomado pelo desespero do “Não mexa em nada”, ele escondeu o frasco no bolso e se atirou sobre a cama, em um “Estou dormindo”. A porta do banheiro abriu – Natsu, eu... Droga, ele dormiu... – Ela passou o banho inteiro pensativa, e por fim havia decidido conversar com o garoto sobre o acontecido, enquanto iriam para a guilda.

Sentou-se na cama e fitou o rosto adormecido – Ele é tão fofo quando não está destruindo algo – Pensou consigo. Resolveu comer algo enquanto esperava que ele acordasse - não queria acorda-lo, mas também não queria dormir no sofá – Tentou se levantar, mas sentiu dois braços fortes a abraçando pela cintura.

-Natsu, o que você tá fazendo? Me solta! – Após várias tentativas falhas de se soltar, desistiu, ele não a soltaria. Totalmente vencida, se arrumou entre os braços do rosado, seus corpos estavam próximos... Estavam colados, ele acabara de puxa-la contra seu corpo, o rosto da maga corado, sentia o calor do corpo dele dominando o seu, o coração disparado, a respiração difícil, porque não o acordava com um chute como sempre fazia? Porque não conseguiria...

Seu rosto adormecido exibia um lindo sorriso, dormia tranquilamente – Ou fingia muito bem – Sua mão repousou sobre o rosto do rapaz, sussurrando algumas poucas palavras – Quem dera fosse fácil... Natsu...

Um pequeno gato azul observava tudo da porta da cozinha, estava com seu sorriso malicioso – Eles se goxxxtam! – Estava pronto para soltar sua frase, mas ao ouvir as palavras da companheira de equipe, hesitou. Suas orelhas murchas e um sorriso fofo em seu rosto, por algum motivo inexplicável, não queria interromper o que quer que fosse aquilo.

-Vou passar a noite na casa da Charuru – Pensou consigo, enquanto silenciosamente saia voando pela noite sem ser notado pelo casal, indo em direção à sua amada.

[...]

Ele corria por uma floresta, a neblina enegrecia densamente sua visão, negras nuvens tentavam esconder a pequena, branca e fria Lua, que inutilmente tentava iluminar as secas e sem vida árvores, sua respiração curta, sofrida, o coração acelerado em desespero.

-Pai... Papai... – Seus gritos ecoavam pela escuridão, ao longe avistava o vulto de quem procurava, a neblina o ocultava – Pai... Papai... Igneel! – Corria desesperado em sua direção, a mão ao máximo estendida, tentando alcança-lo, porem quanto mais corria, mais o enorme dragão se distanciava.

Caiu exausto, o dragão desaparecerá na escuridão, em seu peito uma grande dor.

-Natsu... – Uma mão repousava sobre seu ombro, acompanhado por uma voz doce e gentil. Rapidamente se virou para ver quem era – Luce...

A maga segurou a mão do rosado entre as suas, lentamente a escuridão os cercava, lagrimas caiam enquanto a via desaparecer com um último sorriso.

-Luce... Luce... LUCE! – Acordou aos berros, Lucy tentava impedi-lo de se debater enquanto tentava acorda-lo, seus olhos demonstravam sua preocupação.

-Natsu... – Rapidamente o rosado a abraçou, seu corpo tremia, o coração desesperado, uma grande dor castigava sua alma. Ela pode sentir o medo o qual ele sentia, seus braços o envolveram, tudo que desejava era protegê-lo. Ele repousou o rosto no peito da loira, normalmente ela teria o chutado enquanto gritava “HENTAI”, mas sabia que neste momento ele apenas queria sentir o calor de alguém, uma pessoa que o abraçasse.

Luce... Me promete que você não vai me deixar... – Disse com sua voz tremula.

A loira o abraçou mais forte – Eu sempre vou estar com você, assim como você sempre estará comigo, Natsu – Ela podia senti-lo se acalmando aos poucos.

Após acalma-lo por longos minutos, Lucy levantou o rosto do rosado e o olhou nos olhos, sorrindo – Vou fazer algo para você comer, vem comigo – Ela puxou o mago pela mão, guiando-o até a cozinha. Ele estava constrangido, sua face corada pelo fato de estar assustado daquele jeito, mas também pelo delicado toque da loira.

-Natsu, me ajuda a preparar alguma coisa – O garoto ficou encarando-a, não queria soltar sua mão – Não se preocupe, eu estarei com você – Um sorriso o deu forças o suficiente para solta-la. Lucy preparava alguns sanduiches enquanto Natsu tentava fazer um suco com algumas frutas.

Terminou de preparar o suco, olhou para o liquido, desconfiado, cheirou, provou um pouco, fez uma careta, faltava doçura. Se lembrou do frasquinho que havia escondido em seu bolso mais cedo. O abriu, olhou, cheirou, ainda estava doce... Virou todo o conteúdo no suco.

-Luce, terminei! – Gritou após verificar que seu suco estava adocicado.

-Certo, também terminei esses sanduiches! Vamos comer! – Sorriu, deixando o garoto corado.

Lucy admirava Natsu, que devorava tudo, as cadeiras onde se encontravam sentados estavam coladas, o rosado segurava a mão da loira.

-Luxe, voxê non bai comer? – Perguntou com a boca abarrotada de comida.

-Não, não... – Queria apenas admira-lo.

-Abre a boquinha! – Natsu tinha um sanduiche em mãos.

-E-Espera, o que você tá fazendo Natsu? Eu não sou uma criança...

O rosado não desistiu, e por fim a loira acabou cedendo. Ele a envolveu pela cintura, enquanto dava sanduiches e suco em sua “boquinha” e ria do rosto corado dela.

Quando a sessão “tortura” se deu por encerrada, não havia mais nada sobre a mesa, Natsu havia adormecido no colo de Lucy, que relutante o acordou – Natsu, vamos para a cama!

Ela o puxou o sonolento pela mão, deitando-o na cama e deitando-se em seguida.

-Luce, me dá um beijo de boa noite – Pedido surpresa!

-Q-Q-Que... – Gaguejou nervosa, agradecia o fato da escuridão esconder seu rosto vermelho.

-Me beija Luce...

-POW! – Em cheio na cabeça do rosado.

-Ai! Porque você fez isso? Eu só quero um beijo!

-POW! – Punho mortal – Para de repetir isso!

-Para! Eu só quero...

-POW! Hentai...

-... Na testa... – Disse, já desistindo de ganha-lo.

-Na testa... – Repetiu.

-Sim, onde você achou que fosse? – Perguntou ingenuamente.

Lucy se sentiu idiota por pensar que ele pensaria em tais coisas. Acariciou o local dolorido das pancadas e beijou sua testa.

-Agora um beijo nos...

-POW!

[...]

Na manhã seguinte, guilda Fairy Tail...

-Mira, você sabe alguma coisa do Natsu e da Lucy? – Erza chegava ao balcão – Estou preocupada com eles...

-Não... – A albina soltou o copo que a tanto lustrava – Isso é estranho, a Lucy sempre está aqui conversando comigo enquanto o Natsu destrói tudo...

-Mira, você viu o Natsu por aí? – Pergunta Gray, que mesmo não admitindo, sentia falta do amigo.

-Algum de vocês viu a Lu-chan? – Levy se juntou ao grupo do balcão.

-Alguém ajuda! – Um exceed entrou voando muito rápido, chocando-se na armadura de Erza.

-Happy! – Mira assustou-se com o neko assustado.

-O que aconteceu Happy? – Scarlet o segurava pela cauda, deixando-o de cabeça para baixo.

-Bem...

-Minna-san... – Wendy entrava na guilda, e para desespero total, de mãos dadas a ela, duas crianças.

-Que droga é essa...