Isso a fazia lembrar que ainda estava viva escrita por Monica Romero


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Desculpem pela demora.
Mas o cap chegou!



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–Eu senti tanto medo. Dormir cada dia pensando que não pode acordar vivo e quando se sentir vivo de todas as formas pedi para que tudo aquilo acabasse logo, mesmo que custasse minha vida. É como desistir sem querer morrer, morrer por querer viver.

Pego na mão de Max.

–O que fazia querer viver? Não seria mais simples desistir e morrer?

Eu olhava para o céu azul acima de mim e sentia a grama em meus cabelos. Max deitado de uma forma que somente nossos rostos estavam lado a lado, mas ele de cabeça para baixo de meu ponto de vista.

Esse era o lugar que papai me trazia, depois de seu serviço, para tocar arcordeão. Perto de onde Rudy resgatou meu livro das águas. Um lugar de lembranças tristes, mas ainda assim bonito.

–Eu me perguntava todos os dias isso. Seria muito mais simples ter desistido de tudo e aceitar a morte que me esperava de braços abertos. Tudo que eu precisava fazer era parar de tentar ficar vivo.

Max para por um segundo e se vira para mim, depois apoia seu cotovelo no chão e seu rosto em sua mão, de uma forma que eu não olhasse mais não céu e sim no seu rosto.

–Eu já tinha visto a morte varias vezes passar por mim – continua ele. – E eu me lembrei de cada uma dessas vezes. Mas a pior delas eu me lembrei de que quando venci a luta com a morte eu olhei para o meu lado e lá tinha muitos presentes, todos esperando meus olhos se abrirem. Lembrei-me de você sem forças me pedindo para ficar, querendo isso, mas sabendo ser impossível. Eu lembrei que tinha alguém que sempre acreditaria que eu vencesse qualquer luta e que estria me esperando e pensando em mim, por pior que fossem as esperanças de todos. Quando todos se questionavam quando seria minha morte. Eu sabia que você tinha esperanças em mim. Lembrei que eu era um lutador.

Olhei em seus olhos azuis.

Não me lembro de como se sentia em relação a ele, lembro que ele e Rudy eram meus melhores amigos. Mas acho que sei como me sinto agora.

Não consigo olhar para Max e não pensar em mais coisas.

–E que venceu todos os oponentes – completo.

–Nem todos. Fuhrer me nocauteou, eu fui preso...

–Mas você mostrou para ele que não iria cair tão fácil. – Eu o interrompo. -Você está aqui, não está?

Minha mão esquerda encontra sua bochecha e por um momento eu o vejo fechar seus olhos. Então eu me posiciono na sua posição para nossos rostos ficarem frente á frente.

E ele se inclina e me beija.

E quando ele faz isso eu sei por que sempre acreditei nele e sempre vou acreditar. Porque ele sempre foi um lutador tão forte. E tenho mais do que certeza que eu sempre o esperei não só por ter esperanças nele, mas porque sempre o amei. No início pode ter sido somente amor de amigos, mas depois nos tornamos confidentes e agora precisamos da força um do outro para quando dormir encarar todos os nossos pesadelos, mesmo depois de suas causas terem se partido, eles nos virem perturbar.

E saber que ele só sobreviveu por mim me diz que isso é reciproco. Por isso eu retribuo o beijo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.