Los Angeles, 2002, Casamento de Lily e Amos.

O estômago de Lily não parava de borbulhar e revirar incessantemente, como uma máquina de lavar que não parava de receber roupas sujas. Enquanto sua mãe retocava sua maquiagem e Marlene ajustava a todo o momento sua barra do vestido e seu véu, ela não conseguia parar de pensar “E se for um erro? E se eu me arrepender pelo resto da vida?!!!”

Oh, como ela queria estar como Petúnia no dia de seu casamento, tão feliz e radiante, mas ela simplesmente não conseguia. Não que ela não amasse Amos, isso não era ao menos a preocupação centra – ela o amava, com toda certeza, e ele a amava também. Ela era muito nova para se casar, não? Não havia nem terminado sua graduação.  

“Você está tão linda...” Sua mãe diz, em lágrimas, e Marlene concorda com a cabeça, e Lily sabia que ela não havia falado nada pois se abrisse a boca, cairia em prantos. “Vamos, vire, veja por si!”

Lily hesitou. Tinha medo de se ver ali, toda de branco, preparada para passar o resto da vida com o mesmo homem, e mudar de idéia.

“Onde está James?” ela disse, ao invés de virar para o espelho, e sua mãe suspira e diz “mas é claro, sempre o tal James...” e Marlene revira os olhos como quem diz, “EU sou sua melhor amiga, não ele!”.

O moreno então aparece, e Lene e Sra. Evans saem porta afora, deixando os dois sozinhos. James o encara com uma expressão indecifrável – adoração, tristeza, exasperação. Os olhos castanhos esverdeados encontram os verdes e de repente ela não está mais com medo, pois James Potter estava ali, com ela. E tudo ficaria bem.

Ele parece perceber sua preocupação e por um segundo, por apenas uma fração de segundo, Lily vê um brilho de determinação em seus olhos, mas logo desaparece.

“Lil...O que houve?” pergunta, esticando a mão como se fosse tocá-la, mas mudando de idéia e abaixando-a imediatamente. “Você está, er-” ele pigarreia “Você está linda.”

“Obrigada.” Lily responde nervosa. “Não me olhei no espelho ainda.”

“O que? Por quê?!”

“Tenho medo de olhar fazer tudo ser real.”

James suspira, e finalmente pega a mão dela na sua, acariciando levemente. “Já é real, Lily. Ele está te esperando lá embaixo. Ainda há tempo de sair, se quiser, mas sinceramente não acho que seja isso que queira. Sei que o ama.”

“Sim, eu amo.”

“Você não quis dizer Amos?”

Ela dá uma risada, revirando os olhos com a piada. James a vira, fazendo-a encarar o espelho – ele tinha razão, ela estava sim linda.

“Agora desça e vá se casar.”

Pelo reflexo do espelho, ela o fita com gratidão.

“Obrigada, James.”

Ele sorri, parecendo quase triste, mas não exatamente.

“É por isso que estou aqui, Lil.”

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Atualmente, Havaí.

Lily acordou em um ótimo humor. Apesar dos roncos de Sirius e a maneira abrupta que foi acordada – Hooked on a Feeling de Blue Swede tocando na maior altura e as crianças pulando em cima dela – Lily se sentia particularmente animada. Talvez tivesse a ver com o belo sol que brilhava no céu do Havaí, ou a atmosfera de férias, embora algo a dizia que não era exatamente esse o motivo. Decidiu colocar um biquíni e ir para a praia com as crianças.

Tirando os olhares estranhos que James a lançava vez ou outra, o dia passou sem muitos acontecimentos, com Lene – ela nunca ficou tão surpresa em ver a amiga na vida – e Sirius flertando, Jessica olhando para os dois desconfiada, e as crianças se divertindo na areia enquanto ela tomava a quantidade certa de sol para que não ficasse parecendo um camarão.

Até que, é claro, como ironia do destino, a vida lhe deu uma grande paulada na cabeça quando ela foi com James buscar algumas bebidas no bar. Paulada com um grande e enorme pedaço de madeira chamado Alice Longbottom.

“Lily querida!” a fada demoníaca disse, arregalando os olhos ao olhar para o corpo semi-coberto da ruiva, que apenas vestia o biquíni e uma saia florida. “E James...” os olhos dela percorreram o peitoral definido do moreno, que de repente se sente extremamente desconfortável, se escondendo atrás de Lily. “Tudo certo para nosso jantar hoje, não é?”

“Ah, o jantar!” disse Lily ao mesmo tempo que James exclamou “Eu tenho compromisso!”

Alice franziu o cenho, confusa.

“James quis dizer que... Bem, temos um compromisso marcado com você!” Lily fiz, com falso entusiasmo, e coloca a mão de James em sua cintura, que aceita o gesta de maneira entusiasmada, e a aperta contra seu peito.

“Se conseguirmos sair do quarto, se é que me entende...!” Ele dá o maior sorriso do mundo, e Alice parece satisfeita com a resposta e acena uma despedida.

Lily vira para James e suspira, apoiando a cabeça em seu peito.

“Arghh, eu não acredito que essa... Essa... Coisinha me encontrou logo aqui. Eu preciso que finja ser o melhor marido do mundo, James. É sério.”

Ele acaricia os ombros dela, com um olhar de piedade.

“Pobrezinha...Nunca teve que inventar um marido antes, huh? Eu posso te ensinar algumas coisas.”

Ela o bate e se desvencilha, sentando no banco do bar e pedindo uma Piña Colada.

“Estou falando sério! Ela me atormentou por anos, me chamando de cabeça de fósforo, choquito, castor, por que o meu-”

“O seu dente era para frente, sim, eu sei. Eu vi fotos Lily. Não é algo que podemos escolher esquecer.” Ele diz, rindo. “E olha, por tudo o que você tem feito por mim, não há o que eu não faria para lhe retribuir. Exceto talvez morar com Sirius, por que eu já passei por isso e não é uma experiência que desejo repetir.”

Lily o observou, sorrindo, e sentiu seu coração esquentar, como se uma pequena fogueira estivesse aquecendo seu peito de maneira confortável. James Potter era um amigo extremamente leal e cuidadoso, e ela tinha sorte de tê-lo em sua vida. E ainda tinha o bônus da aparência – ele era extremamente atraente.

“Obrigada, Lily.” Ele diz, sentando-se ao lado dela, olhando-a nos olhos. De repente a fogueira virou um incêndio que parecia percorrer o corpo inteiro da ruiva. “Por tudo que já fez e tem feito por mim. Não sei como agradecê-la.”

“Pode pagar o jantar de hoje à noite.” Respondeu sorrindo de lado. Espera, eu estou flertando com James?

“Eu já sei seu prato favorito.” Ele sorriu. “E não é como se eu já não estivesse pagando por toda sua estadia aqui.”

“Mesmo assim, tem que impressionar uma garota no primeiro encontro.” Meu deus o que há de errado comigo?

“Alice parece mesmo ser difícil de agradar.”

Ambos riram, Lily bebericando sua bebida enquanto James a observava com interesse. Ela se sentia como uma adolescente novamente, flertando com o garoto popular da escola. Mas era apenas James, seu melhor amigo havia anos! O que estava acontecendo? Será que Sirius e Marlene estavam certos o tempo inteiro? Será que ela estava...

“Ei, casal!” A voz mais irritante do mundo, mais conhecida como a voz de Sirius, interrompeu os pensamentos intrusivos e absurdos de Lily. “Ou devo dizer ex casal?”

“O que quer, Sirius?” diz James, parecendo incomodado com a interrupção. “Não temos biscoitos scooby.”

Em retaliação, Sirius sacode seus cabelos molhados como um cachorro em James, que faz uma careta.

“Sua criança está enterrada na areia.” Diz ele a Lily.

“Qual das crianças?”

“A mais burra.”

“Ei! Não fale assim de Harry!” ela exclama, e suspira, levantando. “Não posso ter um minuto de paz. E onde está a babá falsa deles?”

Sirius revira os olhos, parecendo irritado.

“Flertando com o salva vidas.”

“O que- quer saber, não me interessa. Vou buscar Harry.” Ela responde. “Ah, e Sirius? Tem como você distrair Jessica hoje à noite? Eu e James temos uma coisa.”

O moreno recém chegado levanta as sobrancelhas, arteiro.

“Sim, vocês tem...O que? Um encontro romântico?”

“Algo assim.” Responde James sarcástico, e não parece notar o rubor de Lily.  

“Não se preocupem, pombinhos... Deixa comigo.”

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“Aparentemente Sirius quer jantar comigo hoje a noite?” Uma Jessica confusa pergunta após chegarem ao quarto do passeio na cachoeira. James nunca iria esquecer da imagem de sua namorada de biquíni, mergulhando na água doce. Lily também estava esplendida, o cabelo ruivo na água fazia com que ela parecesse uma sereia.

“O que?” ele se faz de confuso, mas obviamente já avisado sobre a situação previamente. “O que ele disse?”

“Disse que queria me conhecer melhor, agora que eu também estava na vida das crianças. E que seria bom para elas a boa convivência entra a família ou algo assim....Ele não está errado mas... Você não acha suspeito? Ele já roubou uma mulher sua.”

James arqueia as sobrancelhas, um pouco irritado com o comentário. Tudo bem que era tudo mentira sobre Sirius e Lily, mas o comentário de Jess o incomodou extremamente. Felizmente, a garota estava respondendo atentamente a uma mensagem de texto, e não notou sua expressão.

“Não se preocupe, eu confio em você.” Ele diz, e beija sua bochecha. “E ele ama Lily, não iria traí-la assim.”

“Eu não sei... Ele passou o dia lançando olhares e flertando com a babá.”

James segurou a risada, se contendo. Mas é claro que Marlene e Sirius não conseguiriam se conter.

“É só o jeito dele ok? Ele flerta com qualquer pessoa acima dos 21 anos.”

“Bem, se você diz...” ela o beija levemente nos lábios e se dirige ao banheiro. “Quer entrar no banho comigo?”

James então fez algo que ele nunca, em um milhão de anos, faria. Ele hesitou.

“Quer saber, eu acho que vou correr um pouco... Fazer exercícios. Pode ir que te encontro mais tarde.”

Ela o encara, estranhando sua a ação, mas assente e segue para o banheiro, deixando a porta entreaberta como convite.

“O que há de errado com você, James?” ele sussurra para si.

No fundo, bem no fundo, ele sabia a resposta. Mas achava melhor ignorar o sentimento, como sempre o fez. Era o melhor para todos.

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“Vocês tem o que?!” Marlene exclama, deitada na cama de Lily, enquanto ela tenta escolher um vestido para a ocasião. Sirius havia descido com as crianças para o salão de jogos, então ela e a amiga tiveram um tempo a sós para colocarem o papo em dia.

“Um encontro... Com Alice e Frank Longbottom!” exclamou a ruiva. “E eu não sei o que usar! E se Alice achar feio? E se ela me caçoar de novo pelo meu gosto de roupas? E se ela me achar feia?!”

Marlene a encarou, incrédula, enquanto Lily andava de um lado para o outro usando apenas uma toalha.

“Tem certeza que está falando de Alice?”

“Ah, Lene, eu não sei o que fazer!” disparou Lily, se jogando ao lado da amiga na cama, que a abraça. “Pareço uma adolescente! Flertando com James e ficando toda vermelha e envergonhada... Eu não tenho mais idade pra isso!”

“Oh, querida...” Lene suspira. “Eu não queria dizer que te avisei mas – Eu te avisei.”

“O que eu faço? Falo pra ele? Ele parece tão feliz com Jessica, eu-”

“Não não não! Pode ir parando ai! Feliz? Lily... Eu vejo James dar uns sorrisos pra ela, mas eu não diria feliz. Eu diria que ele se contentou com ela.”

“Mas criar uma família falsa por ela? Ele deve mesmo amá-la!”

Marlene revira os olhos e levanta, passando a olhar as roupas que Lily havia levado. Escolhe um vestido de seda lilás perolado e a entrega.

“Ele não fez isso por que a ama. Fez por que está desesperado. Agora vista isso e vá encontrá-lo. Você sabe o que fazer.”

“Eu sei?”

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“Uau...” Foi o que James conseguiu dizer ao colocar os olhos sobre Lily. Ela não parecia Lily Potter, a esposa super arrumada e sofisticada. Ela era Lily Evans, sua melhor amiga, simples e delicada, e tão linda que chegava a tirar seu fôlego. Ainda mais com aquele vestido que, por mais que não parecesse muito moderno, mostrava o suficiente de seu corpo para o fazer sentir calor.

“Obrigada.” Ela sorriu, fazendo uma reverência. “Você também.”

“Vocês usem camisinha!” Exclamou Lene e fechou a porta com um BAM!

James também estava bonito, com uma camisa social branca e jeans simples, mas que encaixavam perfeitamente em sua forma. O cabelo incorrigível continuava bagunçado, e sua barba estava aparada. Sem contar com o perfume, que fazia Lily querer enterrar o nariz em seu pescoço e ficar ali para sempre.

“Vamos?” ele ofereceu seu braço, e eles seguiram em direção ao restaurante do Hotel.

Chegando lá, logo avistaram o casal, Alice falando sem parar e Frank com a mesma expressão inexpressiva de sempre, sem dizer uma palavra, apenas acenando com a cabeça ocasionalmente. James tinha um pouco de medo dele.

“Boa noite...” Lily disse, e aceitou a cadeira que James puxou para ela. Ele logo se sentou ao seu lado na mesa redonda. “Como vão?”

“Olá, Lilykins. Como vai? Você está esplêndida! O que fez no seu rosto? Você tem que me passar o nome do cirurgião plástico que arrumou seu rosto!” Essas são as primeiras palavras de Alice.

“Oh, Lily não precisou de nenhuma plástica.” James diz, verdadeiramente orgulhoso. “A beleza dela é natural. Agora, não posso dizer o mesmo sobre seu narizinho arrebitado...”

Lily esconde o riso com uma tosse, e até Frank parece esboçar o que parece uma expressão de leve divertimento. Alice ri sem graça, e pede à garçonete a carta de vinhos.

“Ah, Lily não gosta de vinhos.” James diz a moça que os atendia de prontidão. “Pode trazer um gim e tônica pra mim, por favor? E pra você, Lil?”

“Hã...” Ela gagueja, pega de surpresa com um gesto tão simples, mas ao mesmo tempo tão significativo. O encontro com Oliver rodou em sua cabeça como um flashback e de repente ela se sentiu muito feliz. “Um gim e tônica também, por favor.”

“Eu vou querer um Merlot 1934. E traga um camarão ao molho agridoce, combina muito bem com esse tipo de vinho.”

“Na verdade, esse camarão combina com o Merlot 1936, querida.” Frank fala, pela primeira vez, assustando ambos James e Lily.

O celular de Lily apita, avisando que ela havia recebido uma mensagem.

James: Ele não era mudo?

Lily: Não, apenas surdo. Alice falou tanto que seus ouvidos apenas desistiram.

Os dois se olham e dão um pequeno riso, e enquanto Alice e Frank discutem sobre qual melhor vinho, as bebidas de Lily e James chegam, e eles pedem para acompanhar uma porção de batatas fritas.

“Você sabia que isso vai direto para seu traseiro, não é?” Alice comenta, de maneira arrogante.

“Mas esse é objetivo.” Replica Lily, bebericando sua bebida e piscando para James, que ri.

Alice pigarreia e manda a garçonete pedir qualquer vinho que o chef recomendasse, enquanto Frank observava a banda sem muito interesse, apenas... Olhando.

“O que há de errado com ele?” sussurra James para Lily.

“Ás vezes Alice não está o alimentando direito.” Ela responde no mesmo tom.

“Então!” A mulher pequena e energética exclama, assustando os dois. “Conte-me, como se conheceram?”

Lily estava prestes a responder qualquer mentira romântica, mas James falou antes.

“Em uma festa, na faculdade. Nós nos beijamos no escuro e ela desmaiou em cima de mim por conta da bebida. No dia seguinte saímos parar tomar café e aqui estamos.”

Lily sorriu. A verdade pareceu bem melhor do que qualquer coisa que ela inventaria na hora.

“James é meu melhor amigo.” Ela sorri. “Tenho muita sorte. E vocês? Como o nerd da escola foi se casar com garota mais popular?”

Alice dá um risinho e encara Frank, que parece alheio a conversa. Ela o cutuca com o cotovelo, e ele dá um pulo em sua cadeira.

“Sim, o que é?”

“Lily quer saber como acabamos nos casando. Quer contar a ela?”

Frank parece incomodado, como se ser obrigado a falar o desse nojo.

“Alice estava na mesma festa que eu na Inglaterra. Nós transamos e depois ela pediu meu número.”

Alice ruboriza, encarando a tampa da mesa.

“Era melhor eu ter contado.” Ela ri sem graça. “Três meses depois ele me pediu em casamento durante um jantar em família. Foi muito romântico.”

James sorri, desconfortável, e murmura “Tenho certeza que foi.”

“Oh! Tive uma idéia esplêndida!” Alice bate palmas, entusiasmada. “Eu e Frank temos um jogo entre casais... Cada um fala o três coisas que ama mais no outro. Eu começo!”

James e Lily se olham, assustados com a aleatoriedade da mulher, mas dão de ombros e a escutam atentamente enquanto ela vira para o marido.

“Eu amo seu rosto, seu cabelo e seu sorriso.”

Frank a encara, sério.

“Eu amo... Seu cachorro. Seu café e sua massagem nos pés.”

Alice sorri, parecendo satisfeita de alguma maneira com a resposta do marido, e vira para o casal em sua frente, esperando um dos dois falar.

Lily pigarreia.

“Eu amo...” ela gagueja, e James segura sua mão a dando apoio. Ela o encara. “Como você sempre faz com que eu me sinta segura. Eu amo quando compra meu refrigerante favorito, mesmo você odiando-”

“Eu odeio qualquer bebida artificial laranja, Lil.”

“Eu sei, eu sei!” ela ri. “E eu amo... Quando seus óculos ficam embaçados enquanto você bebe café.”

Ele sorri, um brilho no olhar e se inclina levemente em direção a Lily.

“Eu amo seu olhos. O jeito que você me olha faz com que eu esqueça de tudo o que está acontecendo no momento. Eu amo que você faz tudo pelos outros sem esperar algo em troca...E eu amo que você seja a única pessoa para a qual eu nunca menti.”

Os dois se encaram por segundos, mas parece uma eternidade, a intensidade do olhar os capturando em seu próprio momento. Em algum lugar no restaurante, uma criança chora.

Alice funga e os dois se afastam, olhando para a mulher que parecia estar...chorando?

“Alice, você está bem?” James pergunta, e ela apenas acena, secando as lagrimas rapidamente.

“Vocês são adoráveis... Oh Lily, você tem tanta sorte! Agora... Quem quer brincar de mímica?!”

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“Hahahahahaha! E Frank tentando imitar uma cacatua andando! Eu nunca vi algo tão hilário em minha vida...” Lily limpa as lágrimas de riso enquanto acompanha James de volta para o andar onde se encontrava seus quartos.

“Alice ficou tão furiosa por não ter acertado... Eu nunca vi algo tão pequeno dar tanto medo.” James diz, sorrindo, e parando na porta do quarto de Lily. “Bem... É aqui que te deixo.”

Ela sorri, e dá um passo para frente, encarando os olhos castanhos esverdeados que tanto adora.

“Eu me diverti muito hoje. Mais do que em qualquer encontro que já tive.”

James então abre um sorriso de lado, sugestivo.

“Então isso foi um encontro. Por que diz isso, sobre se divertir? E quanto a Oliver?”

“Oliver... Não é o que eu esperava.”

Ele arqueou as sobrancelhas, parecendo surpreso e um pouco aliviado.

“Então não estão juntos?”

“Não...” Ela sorri, e se aproxima mais ainda, até que sua boca estivesse perto o suficiente para ele simplesmente abaixar e... “Não estamos juntos.”

James encara seus lábios, como se estivesse resolvendo um problema de matemática particularmente difícil, e coloca suas mãos na cintura de Lily, a puxando. Ele afasta uma mecha de cabelo vermelho que caía sobre os olhos verdes, e abaixa a cabeça até que seus lábios tocassem nos dela. Ele sonhara com aquele momento durante tantos anos, e nenhuma de suas fantasias chegava aos pés da realidade que era beijar Lily Evans. Era como se seu corpo inteiro estivesse eletrizado, e com sede demais. Mas ele esperou, deixou o beijo o mais casto e simples possível, e estava prestes a se afastar quando ela o puxou pelo pescoço e passou sua língua  sobre o lábio de James.

“Lily...” ele sussurra, e ele pausa, sua respiração sobre a dele, os olhos fechados e a expressão arrependida.

“Eu sei. Desculpe eu...”

“Não! Não tem que se desculpar, eu-” Então foram interrompidos pelo barulho do elevador, avisando que alguém havia chegado no andar, e os dois se separaram.

Sirius e Jessica aparecem no corredor, e vão em direção aos dois, a última parecendo animada.

“James! Que bom que está aqui!” Jessica diz, e o beija levemente nos lábios. Lily desvia o olhar. “Sirius me contou tudo!”

“Contou...?” James olhou para Sirius, em pânico, mas o amigo apenas sorriu, tranqüilizador.

“E a resposta é sim! Vamos nos casar! Não precisa escolher o anel perfeito, eu sei que o momento é perfeito e eu quero você pra sempre!”

“O que?” Lily pergunta, espantada.

“James estava planejando fazer uma surpresa pra mim, mas Sirius deixou escapar... James, querido vamos nos casar amanhã! Podemos falar com o hotel e organizar tudo, uma coisa só nossa... Estou tão feliz!”

“Vamos conversar direito...” ele diz, não parecendo tão feliz quanto Jessica.

“Felicidades ao casal!” Lily diz, e puxa Sirius pelo braço. “Vamos, Sirius, vamos fazer sexo. Boa noite a todos.” E fecha a porta com força atrás de si, deixando um James muito confuso e uma Jessica muito animada.