Sobre Mentiras e Casamentos escrita por sobrehumana


Capítulo 13
Aquele de Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

EITA JESUS QUE DEMORA FOI ESSA MDS QUASE UM ANO SEM POSTAR QUE TIPO DE AUTORA SOU EUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!!!! Meus amoreessssss, mil mil mil perdões por demorar tanto, mas eu queria algo de qualidade! Tentei a todos os custos escrever esse capitulo o mais rapido possivel, mas o bloquei me pegou de um jeito, que quase não me largou! Enfim, aqui está mais um capitulo novinho em folhaaa! Estou muito feliz pelos comentários positivos sobre a Jess ehehehehehe Parei de uma forma meio inesperada no capitulo, mas queria deixar uma leve curiosidade pra vocês.
Então, é isso aí. Infelizmente não sei quando ireia atualizar, mas farei o possivel, ok? Obrigada a todos que comentaram e deixaram sua opinião! UM BEIJÃO e aproveitem ;**



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Judy Evans

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

UCLA, Universidade da Califórnia – 19 de agosto de 1999

“Hm... Evans? Não vai vestir sua blusa?” Perguntou um James um tanto confuso enquanto ele, Remus e Lily desviavam de copos, pessoas dormindo e peças de roupas espalhadas pelo chão da casa. A garota, ainda um tanto sonolenta e com uma extrema dor de cabeça, não havia reparado que tinha se esquecido de vestir sua blusa, que por sinal estava nas mãos de certo Potter.

“Ah é.” Disse ela e pegou a vestimenta, jogando de qualquer jeito pela cabeça e sem se importar que a mesma estivesse ao contrário. “Será que tem algum café por aqui?”

James não disse nada enquanto procuravam por cafeína na cozinha do local, seus pensamentos um tanto confusos e embaralhados. Ele realmente havia gostado de beijar a Evans. Ela era atraente até demais, e ele até pensou se poderia ter algo a mais entre os dois além de um amasso aleatório. Será que ela toparia se ele a chamasse para um encontro?

“Ei, cabeça de vassoura.” A voz não tão amigável da menina em questão interrompe seus devaneios. “Vai querer café ou...?”

“Huh?” disse o outro inteligentemente. “Sim, por favor.”

Remus apenas o encarou e balançou a cabeça como se dissesse “Você não tem jeito.”

James pigarreou.

“Então, ruiva...”

“Lily.”

“Huh?”

“Meu nome é Lily, não Ruiva, ou Ferrugem, ou Foguinho, ou Ginge. Lily.”

Ele corou, olhando para o chão em constrangimento.

“Certo. Desculpe. Então, Lily, sobre ontem...”

Ela o interrompeu.

“Olha, o que aconteceu ontem foi só um beijo aleatório. Eu realmente não quero nada mais do que isso.”

James sentiu uma pontada de decepção. Bagunçando ainda mais os cabelos, procura dizer algo que o dê uma brecha sequer de esperança.

“Então...” ele diz. “Nada de encontros?”

“Nada de encontros.”

“Ou outro beijo?”

Lily esboçou algo que se pareceu com um sorriso.

“Sem beijos, Potter.”

James então estendeu sua mão.

“Amigos?”

A garota hesitou, com uma expressão pensativa e então apertou a mão à sua frente.

“Amigos.”

Ambos sorriram. Remus pigarreou.

“Vocês vão ficar sorrindo como idiotas ou vão procurar o café?”

XXXXXXXXXXXXXX

Nymphadora Tonks acordou pensativa.

Ela nunca imaginou, em um milhão de anos, que a primeira coisa que viria ao abrir os olhos de manhã seria nada mais nada menos que os cabelos castanhos de Remus Lupin.

Certo, dizer nunca seria um equívoco. Afinal, ela teve sim uma queda enorme pelo cara alguns anos atrás.

A questão era que ela jamais pensou que aquilo se tornaria verdade.

Não que Remus fosse um sonho dela, ou algo inalcançável. Apenas uma paixonite adolescente. Mas eles se reencontraram por algum motivo, ela gostava de imaginar.

“Maktub.” Diria sua amiga Adara. “É uma palavra árabe que significa ‘está escrito’.”

Tonks não era uma pessoa que acreditava em um destino escrito, mas certas coisas simplesmente hão de acontecer. Talvez sua volta para Los Angeles fosse inevitável, talvez seu reencontro com Remus não tenha sido ao acaso e talvez, quem sabe, ela pudesse se apaixonar pelo rapaz.

Ela sempre fora alguém aberta a novas opções, novas ideologias, novos aforismos. Não achava ruim mudar de opinião sobre certas coisas.

A questão era que ela gostava de Remus Lupin o suficiente para esperar que ele fosse a coisa que seria maktub em sua vida. Algo predestinado.

Seu celular acendeu em sua mesa de cabeceira, e ela o pegou com cuidado para não acordar o moreno ao seu lado. Nele, uma mensagem:

Adara [09:43am]: Por favor não se esqueça de sua amiga querida que está com problemas de auto controle. Ramadan em Nova York não é uma coisa boa, principalmente com todos esses Starbucks e donuts por toda parte.

Falando no diabo...Ela então respondeu:

Tonks [09:43am]: Nãoooooooo! Jamais te esqueceria, Yá Albik*! Acredita que pensei em você agora pouco?

Adara [09:44am]: Bem, Núchkôr Allah*! Almas gêmeas funcionam assim, minha querida Dora. Kifel hál*?

Tonks [09:45am]: As coisas vão bem, até. Lembra-se daquele cara com quem eu estava saindo há algumas semanas atrás?

Adara [09:45am]: Mas é claro que lembro, o Sr Mais Velho... O que tem ele? Não terminaram não é?! Eu tinha a sensação de que tudo daria certo entre vocês!!! LLL

Tonks [09:46am]: Smala*, não diga uma coisa dessas! Não terminamos. Aliás, ele está deitado aqui do lado neste momento. JJJ

Adara [09:47am]: Hmmmmm, Farahti*! Hahahahaha. Quero ser madrinha do casório, por favor.

Tonks soltou uma risada baixa. Ah, mas como sentia saudades da sua amiga maluca. Ficara de coração partido ao deixá-la em NY, mas a oferta de emprego que recebera em LA era irrecusável. Apesar da distancia, as duas continuaram tão unidas como sempre, senão mais. Dora nunca se esqueceria de todas as coisas que Adara Khouri lhe ensinara.

Ouviu um resmungo e viu que Remus se remexia na cama, se virando e a observando por debaixo do travesseiro. Ela achou extremamente adorável a maneira que as sobrancelhas dele se juntavam em uma expressão emburrada, como se acordar fosse a pior coisa a ser feita.

“Bom dia.” Sorriu ela, com disposição de sobra. Tonks sempre fora energética e hiperativa demais para dormir até tarde. Continuamente tinha energia de sobra, por algum motivo.

“Urgh.” Foi o que o outro respondeu, a puxando pela cintura e enterrando o rosto no pescoço dela. “Que horas são?”

“Hmmm... Exatamente nove horas e quarenta e nove minutos da manhã.”

Remus soltou outro resmungo parecido com “Está cedo demais.”

“Cedo?! São quase dez da manhã! Vamos, levante, temos que aproveitar o dia.”

“Nãooooooo.” Ele a apertou quando ela fez uma tentativa de sair da cama. “É domingo, Ninfa. Ninguém aproveita um domingo, as pessoas só dormem e ficam no sofá assistindo programas ruins de televisão.”

Houve uma pausa, seguida pela risada da garota de cabelos rosa.

“Do que você acabou de me chamar?”

“Hã?”

“Você me chamou de Ninfa. Mas que porra de apelido é esse?” disse rindo incontrolavelmente. Oh, como ela amava encher a paciência de Remus. Ele era tão meticuloso e certinho e suas reações às provocações dela sempre a divertiam.

E ele não conseguia ficar com raiva. Não por muito tempo, pelo menos.

“Ah, dá um tempo, vai. Está cedo.”

“Não está não.” Respondeu a outra, cutucando o rapaz, que a encarou como uma criança impertinente.

“Seu nome é Nymphadora, que vem de Ninfa. Achei que seria uma escolha legal.”

“Certo, assim como te chamar de Lobão, por que seu sobrenome é Lupin, que vem de lupino. Que tal?”

A resposta foi uma careta.

“Foi o que eu pensei.” Dora então se desvencilhou dos braços que a cercavam e levantou-se da cama, pegando uma blusa pelo caminho e indo em direção à cozinha. “Vem, vou fazer café. Deus sabe o quanto você precisa de um, Sr. Rabugento.”

Remus apenas riu, admirando a garota incrível que havia se tornado uma mulher ainda mais extraordinária, enquanto a mesma andava pelo pequeno apartamento usando apenas uma camisa que dizia “FEMINIST AS FUCK”.

Ele nunca pensou, em um milhão de anos, que acordaria ao lado de Nymphadora Tonks, de todas as pessoas.

Havia menos de um mês que estavam saindo, e ele já nem se lembrava mais quem era Marlene Mckinnon. Apenas Tonks, com seu cabelo colorido e atitude espalhafatosa, o provocando e fazendo piadas.

“Ei, Zangado!” ela gritou da cozinha. “Espero que goste de cappuccino com canela.”

Ele amava cappuccino com canela.

Se lembrou da noite em que reencontrara Tonks, em como pensou que Lene era extrovertida, esperta e muito, muito bonita, mas depois do “acidente”, Remus não conseguia se imaginar com ela. Simplesmente não clicava.

Mas ali, com Tonks cantando desafinada uma musica indie qualquer, ele praticamente ouviu no ar...

Click.

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Marlene cantarolou ao ritmo da musica, prendendo o cabelo num coque e continuando a limpeza que fazia em seu quarto. Havia tempos que não arrumava o aposento, e já havia coisas velhas que ela estava querendo se livrar a tempos. Arrumou todos os pertences em uma caixa, que depois mandaria para Lily – talvez Judy ou Bonnie iriam querer algo – quando se deparou com algo diferente no seu mural de fotos.

Havia, definitivamente, um buraco no meio das fotos.

Uma em particular, que ela sabia exatamente qual era, estava faltando.

Justo a que única que Sirius Maldito Black havia tirado.

Seu telefone tocou.

“Sim?” Respondeu, o cenho ainda franzido com o sumiço da imagem.

Lene! Como vão as coisas, amiga?” A voz da amiga ruiva falou pelo telefone.

“Hey, Lil, está tudo bem. Como foi o encontro?”

Ai, foi maravilhoso. O cara sabe agradar uma mulher, Marlene. E o sexo... Oh, deus, foi perfeito. Perfeito até demais. Mas não foi por isso que te liguei. James...”

Marlene imediatamente revirou os olhos. Mas é claro que Lily Evans iria falar sobre James Potter, mesmo após um encontro perfeito com um cara perfeito. Quando os dois iriam se tocar, meu deus?

“O que tem James dessa vez?” respondeu numa voz entediada.

Acampou no meu quarto essa noite, acredita?!”

Acredito.”

E teve a audácia de exigir explicações. Sinceramente, não sei o que faço com ele...”

“Já tentou dar uns beijos? Talvez seja isso que vocês dois precisem.”

Ah, McKinnon, essa história de novo não.” Lamentou Lily.

“Essa história de novo sim senhora! Olha, se não quer que James pare de idiotices, você tem que parar de dar essa liberdade pra ele.”

Mas ele é meu melhor amigo Lene,-“

“-Nossa, obrigada.”

– E eu não posso simplesmente cortá-lo da minha vida! Ele me apoiou em todos os momentos ruins.”

Lily, me escute. Eu sei que James merece ser apoiado, que ele é um ótimo amigo e etc, etc, etc. Mas você não pode deixar ele se intrometer na sua vida desse jeito! Não quando ele mandou você fingir ser a ex mulher dele, pelo amor de deus. Isso já é abuso! Esqueça o James, pense em você. Saia com Oliver, transe até não conseguir mais andar. Beba um vinho.”

Lily suspirou do outro lado da linha.

Você pode estar certa. Ok. Está bem, então. Vou conversar com o James. Quer vir almoçar aqui em casa? Harry está fazendo a especialidade dele.”

Marlene riu. As crianças de Lily eram simplesmente inacreditáveis.

“Tudo bem. Te vejo daqui a pouco.” Se despediu então, e desligou o aparelho.

Suspirando, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, o desaparecimento da foto já esquecido. Então o telefone tocou novamente.

“Lily, esqueceu de algo? Precisa que eu leve alguma coisa?!”

Não é a Lily, mas eu apreciaria sua presença.” A voz de Sirius Black logo foi reconhecida e Marlene quase derrubou o celular no chão, tamanha sua surpresa.

“S-Sirius?” O que diabos ele queria? Por que diabos ele estava ligando? O que diabos estava acontecendo?

Hey, McKinnon. Como vai?”

“Bem... Desculpe parecer rude, mas por que diabos está ligando?”

Ela pode praticamente senti-lo hesitar.

Hm... Isso vai parecer um tanto ridículo, mas eu estava pensando se talvez você quisesse sair para jantar comigo um dia desses?”

A frase a fez congelar. Sirius Black, a convidando para um encontro? Por acaso o inferno havia congelado?

Ela ponderou por um minuto. Sirius não era má companhia, apenas nunca se deram muito bem por serem parecidos demais em suas personalidades.

“Black.”

“...Sim?”

“Por que está fazendo isso? Sabe que não me deve nada. Só porque dormimos juntos...”

“Não, não é nada disso! Eu sei que não devemos nada um ao outro, que foi algo casual, mas... Você é divertida, Lene. E mesmo que nós dois não nos demos certo, ainda te considero uma amiga.”

Ela hesitou. Desde o minuto que conhecera o moreno, houve um desentendimento mútuo sem nenhum motivo aparente. E bem, eles haviam, querendo ou não, dormido juntos mais de uma vez. E Marlene não iria negar que a noite em que passaram entre bebidas e risadas não fora divertida.

“Ok. Tudo bem.”

“Tudo...bem?”

“Eu aceito sair para jantar com você. Mas isso é um teste. Se não der certo, iremos fingir que nada disso aconteceu e esquecer tudo.”

“Oh, minha querida McKinnon, eu nunca poderia esquecê-la. As coisas que fazes entre lençóis....”

Lene revirou os olhos.

“Não me faça me arrepender, Black.”

Ele riu.

Garanto que não irá. Até sexta?”

“Até sexta.” Disse e então finalmente desligou o telefone, se sentindo um tanto animada para os planos.

Bem, ela pensou. Isso será interessante.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

*Chamada enviada para Sirius Black*

“...Alô?”

“Hm, Almofadinhas?”

Oi Judith, como vai?!”

“-Não diga meu nome, idiota! Alguém pode ouvir nossa conversa.”

“O que, você acha que alguém grampeou nosso telefone, é isso? E não revire os olhos, não seja rude como sua mãe.”

“Acabei de fazê-lo. Esqueceu que tenho mais de uma linha em casa? E se Harry ouvir? Pior, e se minha mãe ouvir?!”

“Tudo bem, tudo bem, Srta Espiã. A que devo a honra de sua ligação?”

“Ela chegou feliz demais no domingo, e ouvi ela falar com a Lene que ainda não está falando com o Potter. Algo deve ser feito.”

“Bem, sempre existe o plano B...”

“O que?! Que plano B?”

“Ah, você sabe, contar tudo pra Jessica e deixar que tudo se resolva. Muito mais prático.”

“...”

“...”

“Você não está falando sério, está? Se essa tal Jessica acredita no Potter, ou ela está muito apaixonada, ou é mais burra que você e seu amigo juntos.”

“Ei, Remus não é burro!”

“Não estava falando dele. A questão é: precisamos marcar esse encontro com a namorada do sujeito. Ver qual a dela.”

“Boa ideia. Vou perguntar pro James.”

“Nada suspeito!”

“Minha querida, eu sou o mestre da sutileza. Ainda não percebeu o meu cabelo? A minha graça? Qualquer um fica contemplativo demais com minha beleza, é assim que consigo respostas.”

“...”

“Por favor não me exclua da missão.”

“Você é quase pior que James, sabia?! Argh, olha, eis o que vamos fazer: Potter tem que sentir ciúmes da mamãe, e vice-versa. Você é o adulto, faça isso acontecer.”

“E qual sua parte no negócio?”

“Minha parte no nego... Oh, droga, tenho que ir. Potter está batendo na porta gritando sobre declarações. Nos falamos depois.”

*Fim da Chamada*

xxxxxxxxxxxxx

BAM! BAM! BAM!

“Evans, abra essa porta imediatamente!”

Lily se sobressaltou e quase rabiscou um documento com toda a comoção. Largou seus óculos sobre a mesa do escritório e desceu as escadas, quase esbarrando com Harry no caminho.

“Ei, querido, o que está acontecendo?”

O pequeno apenas deu de ombros e seguiu seu caminho para a cozinha. Ás vezes Lily achava seu filho misterioso demais.

BAM! BAM! BAM!

Lily, não me faça arrombar essa porta enorme! Ou ao menos tentar, o que vai fazer com que eu desloque o ombro e acabe num hospital! Escolha sua!”

A voz de James ecoou pelo corredor de seu apartamento, e ela logo ouviu a porta de sua vizinha abrir.

“Francamente, o senhor não tem modos?!” Ouve-se o esbravejar de Sra. Figgs do outro lado das paredes. “Ninguém é obrigado a ouvir isso... Oh, James, querido, como vai? Quanto tempo não o vejo!”

Lily revirou os olhos, e trocou um olhar entediado com Judy, que sentava-se no sofá como se esperasse um show começar.

“Não vai atender?” perguntou a menina, encarando a mãe com os olhos azuis cheios de malícia.

A mais velha suspirou, cansada, e sem se importar de estar de pijamas e descalça, abriu a porta, se deparando com um James Potter um tanto vermelho e uma Sra Figgs um tanto cheia de charme.

“...que meu marido faleceu. Mas o senhor ainda está em forma, não? Sinta-se a vontade para tomar um café ali em casa qualquer dia.”

“Lily!” James exclamou, aliviado. Então, repetiu o gesto, dessa vez um tanto raivoso. “Evans.”

“Sim.” Respondeu a mulher. “Esse é meu nome. E você é...?”

O moreno alto cerrou os olhos, parecendo mais do que irritado.

“Não comece com gracinhas, Evans.” Disse, apontando-lhe o dedo indicador. “Você me ignorou hoje no escritório. Por que?”

Lily suspirou, contendo sua vontade de esmurrar cada centímetro do corpo alto e musculoso de James Potter e arruinar completamente seu rosto esbelto. Espera, o que?

“Oh, Sra Figgs, a senhora disse algo? Difícil ouvir com todo esse barulho, não?”

A vizinha apenas encarou a cena um tanto confusa, e logo pediu licença para fazer algo, fechando a porta de sua casa.

Lily encarou James. James encarou Lily. Os dois se recusaram a falar.

Os olhos verdes observaram os castanhos tão conhecidos. Tão conhecido que, mesmo que Lily estivesse com raiva dos donos do par, ela não conseguia evitar o sentimento de segurança que eles lhe passavam. Familiaridade, amizade e, sobretudo, confiança.

Soltou a respiração que nem sabia que havia prendido, derrotada.

Será que Marlene tinha razão? Será que amizade entre os dois era tanta, que se tornava química?

“Entre.”

James, que parecia a encarar com certa admiração e maravilha, sacudiu a cabeça e sorriu sarcástico.

“Belo traje.” Disse apontando para a calça de flanela e o cabelo preso de qualquer jeito.

“Belas maneiras.” Retrucou Lily, irônica. Judy os observava a distancia, com as sobrancelhas erguidas e um olhar de quem sabe coisas demais para uma menina de onze anos.

“Judith, querida, pode, por favor, nos dar licença? Preciso ter uma conversa com esse homem.”

A pequena ruiva assentiu e se foi, mas não antes de enviar um olhar de desprezo para James, que retribuiu o gesto mostrando a língua.

“Juro que às vezes quem tem onze anos é você.” Murmurou Lily, e pôs as mãos na cintura, parecendo impaciente. “O que quer?”

James, por um segundo, se esqueceu do motivo de sua ida à casa dos Evans, pois sentia um imensurável alivio de ter sua amiga falando com ele novamente. Ele nunca havia reparado, mas Lily sempre fez parte de sua vida e rotina, e um dia sequer sem falar com ela seria um dia ruim.

“Hm, Potter?”

Ele sabia que quando Lily tinha suas mãos na cintura, significava que a coisa estava realmente ruim. Era ainda pior do que os braços cruzados.

“Por que diabos você está me ignorando o dia inteiro?” Disse raivoso.

Ela riu com escárnio.

“Você ainda pergunta? Ou se esqueceu da conversa que tivemos ontem, no meu quarto. A qual, você pareceu se esquecer, você me desrespeitou.

Ele pareceu um tanto culpado, mas logo sua irritação tomou conta de sua expressão novamente.

“Isso não lhe dá o direito de me ignorar na frente de todo mundo. O escritório inteiro está comentando, Lily. Todos apontavam e riam do chefe, enquanto você se jogava em cima do Harper!”

Ok, talvez ele não tivesse com raiva por que Lily o ignorou. Talvez, quem sabe, ele estivesse um tanto possesso de ciúmes e não quisesse admitir nem para si mesmo. A questão era que, só de ver aquele homem sendo capaz de fazê-la rir sem James poder fazer o mesmo o causava um sensação tão ruim. Uma que ele nunca havia experimentado, desde a morte do pai.

Lily o encarou com um misto de decepção e raiva. Ele pode ver os olhos verdes encherem d’agua e seu coração se despedaçou por completo. Ele odiava ver Lily chorar, algo que só havia acontecido duas ou três vezes.

“Você já acabou?” disse ela num sussurro. “Pois agora é minha vez. Cansei. Cansei de toda essa palhaçada. Você costumava ser meu melhor amigo, James. De todo o mundo. Mas depois que conheceu a Jessica, parece que é outra pessoa. Mente o tempo todo, fica com raiva sem motivos. E ainda acha que tem algum direito de falar merda. O que está acontecendo? Eu realmente queria que você me explicasse.”

Ele a observou, e viu que agora ela tinha uma expressão um tanto dura.

“Lily...” Ele deu um passo pra frente, se aproximando. “Eu não sei. Me desculpe. Você está certa, eu- Eu não faço ideia do que estou fazendo. Não tenho nenhum direito de ficar falando sobre sua vida amorosa, não quando eu faço uma bagunça da minha. E eu sei que estive um tanto ausente, mas não foi por querer, ok? Juro não esquecer nossas sextas de filmes de novo.”

Lily o observou, e então suspirou aliviada. Ele estava sendo franco dessa vez.

“E...” o incitou, fazendo um gesto para que ele continuasse a falar.

Ele riu. “E você é a melhor amiga, mãe e mulher que qualquer pessoa pode conhecer. Me desculpe por não ter sido seu amigo nas ultimas semanas, e me desculpe por ter sido um babaca em relação ao Harper. A verdade é que... Se você está feliz, Lily, eu estou feliz.”

James a encarou com tal sinceridade e amor que ela não pode evitar sentir-se arrepiar. Ela havia se esquecido o quanto era bom ser amiga de James Potter. Ele sempre fora e sempre será leal aos amigos, mesmo que dê alguns deslizes de vez em quando.

“Estou perdoado?” Perguntou de braços abertos, nos quais Lily praticamente pulou. Ele a apertou forte, enterrando o nariz em seu pescoço e sentido o perfume que ela usava desde que se conheciam. Ele sentiu um aperto no peito, mas não dos ruins. Aqueles apertos de familiaridade, de... amor.

“Não antes de me dizer: O que diabos estava fazendo com aquela máquina de café?!” brincou ela.

“Bem, ela foi um tanto rude comigo hoje.” Ele pegou a mão de Lily e a dirigiu para a sala, onde sentaram-se confortavelmente. “Disse algo sobre não aceitar moedas. Agora, que tipo de máquina faz isso?!”

Ele ouviu o riso dela e então tudo estava certo. Eles continuaram a conversar e brincar até que James teve que ir embora, Lily o acompanhando até o elevador.

Eles não soltaram as mãos até a despedida.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

A semana passou sem eventos muito importantes, para a infelicidade de James Potter.

Para falar a verdade, foram dias um tanto cansativos na vida do empresário. Ele apenas pode ver Jessica uma vez, Sirius estava agindo estranho e Remus estava feliz demais. Sem falar, é claro, nos milhões de contratos que teve que revisar e reuniões cansativas sobre coisas que ele não estava nem remotamente interessado.

A única coisa que o deixava menos estressado era a presença de Lily, que voltara a falar com ele normalmente. Depois da confusão que ele arrumou com a história da Jessica, parecia que Lily estava um tanto distante dele. Mas depois da conversa que tiveram, tudo pareceu voltar ao normal, com exceção das novas roupas da ruiva.

Antes, ela estava acostumada a se esconder com roupas discretas, mas depois de todas as compras como Ex Senhora Potter, resolveu utilizar seu novo guarda roupa para, aparentemente, fazer o queixo de todos na Potter’s County.

Até James, ás vezes, se pegava admirando – sem intenção, é claro – a beleza da amiga, e suas roupas que acentuavam suas curvas. Mas depois ele logo se repreendia e desviava o olhar, se sentindo culpado por desrespeitar a melhor amiga. As vezes ela o pegava encarando e sorria de lado, o que fazia toda a situação ainda mais constrangedora.

Finalmente chegou sexta feira, e ele havia marcado com Jess de levar as crianças para conhecê-las. O local de encontro foi escolhido por Harry, é claro, que não hesitou ao gritar com toda graça “PARQUE DE DIVERSÕES HOGWAAAAAAARTS!!!!”.

Lily estava um tanto apreensiva com a situação, mas não disse nada. Sirius sorria de lado toda vez que mencionavam o assunto, Remus revirava os olhos e Judith apenas mantinha o olhar de quem sabe demais.

“Agora lembrem-se: nada muda na vida de vocês, apenas ajam como se eu fosse seu pai e tudo vai dar certo.” Aconselhava as crianças na porta do parque, nervosismo a flor da pele. “Lily, continue sendo louca, está se saindo perfeitamente bem. Quero que todos ajam com calma e não exagerem, ok? Todos calmos!!!”

A ruiva, que estava com sua “fantasia” de Sra Potter, apenas revirou os olhos e colocou seus óculos escuros, quase tropeçando no salto quinze centímetros ao caminhar.

“Estamos todos calmos, querido, você é o único exaltado.” Falou ela numa falsa voz doce.

“Mãe, você já viu o James ser calmo em algum momento da sua vida?” Pergunta Harry com genuína curiosidade, fazendo Judy rir.

“Não querido, infelizmente ele tem problemas com hiperatividade. O pobre tem o metabolismo de uma criança de cinco anos de idade.”

O mais velho apenas encarou os Evans emburrado, murmurando algo sobre ruivas e genes.

Caminharam até o parque, Harry saltitando nos ombros de James e Judy parecendo interessada na arquitetura do local.

“Vocês sabiam que esse parque costumava ser um castelo? Por isso a arquitetura tão antiga e...”

“Bla bla bla bla bla. Eu sou a Judy e sou tão entediante!” James diz, tentando imitar a voz da menina.

“Mãe, me diga novamente por que concordei com isso?”

“Dinheiro, querida.” Respondeu Lily. “Como sempre, dinheiro.”

James, que carregava Harry Saltitante na costas, quase deixou o menino cair quando avisou a namorada.

“Ei, olha a Jessica ali, perto da barraca de algodão doce.”

O lugar estava lotado. Sendo o maior parque de Los Angeles, Hogwarts recebia quase tantas crianças quanto Disney World por ano. Sendo assim, havia tanta gente, pais brigando com os filhos, namorados adolescentes, etc, que foi um tanto difícil chegar até Jessica sem pisar no pé de alguém, ou alguém pisar no seu.

Lily, em seus saltos altos até demais, acenou para a garota.

“Helloooooou, Jenny! Como você está, querida?”

Jessica parecia um tanto atordoada, mas sorriu simpática. James colocou Harry no chão, e beijou a namorada rapidamente.

“Jess, esses são meus filhos Harry e Judy.”

Harry apenas acenou e correu para a fila da uma montanha russa, com a Lily gritando “Harry Evans D...er, Potter! Não suma de minha vista senão...”

Judy cerrou os olhos e sorriu cínica.

“Olá.”

“Oi, tudo bem?” sorriu Jess. “Ouvi tanto sobre você, é um prazer finalmente conhecê-la.”

“Hm. Igualmente. Então você é a namorada adolescente do meu pai.”

James praticamente engasgou.

“Judy!”

“Não, James, está tudo bem.” Jess continuou sorrindo, mesmo com o olhar cortante que a pequena ruiva tinha. “Eu não sou adolescente, tenho vinte e quatro anos. Dez anos não é uma diferença muito grande.”

Judy apenas sorriu falsa. “Claro que não.”

James estava prestes a dizer algo quando Lily chega ofegante, com Harry rindo em seus braços.

“Toma. A criança é sua, divirta-se.” Disse, entregando o menino para o suposto pai, que revirou os olhos e colocou Harry nas costas.

“Como você vai, Jane, querida?” Lily diz. “Tudo bem entre você e o Jimmy? Espero que ele não tenha te dado muito trabalho com.. Você sabe, a tosse.” E então sorri e pisca repetidamente.

Jessica parece fazer um esforço enorme para não cair na gargalhada.

“Não, não temos nenhum problema com tosse alguma.”

Lily cutuca James nas costelas, num gesto exagerado.

“Andou tomando o remédio que te falei, não é? Eu te disse, menino, faz maravilhas! Uma vez, quando estava com Robert...”

“Ok, ok! Ok.” Exclama James, ainda lutando com Harry em seus braços, que ria sem parar. “Sem histórias por hoje, Lilica. Por favor.”

Lily faz um bico.

“Estraga prazeres. Onde tem uma bebida por aqui?!”

James revira os olhos. Harry gargalha, tentando pegar os óculos do mais velho. Jess tem uma expressão indecifrável. Lily finge procurar um bar e Judy encara a namorada do pai falso com um olhar intimidador.

Uma mão circula a cintura de Lily.

“Ei, baby, desculpe o atraso. Sabe como é o transito.”

“Sirius?!”

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Yá Albik** - Árabe para “Meu coração”

Núchkôr Allah** - Árabe para “Graças a Deus!”

Kifel hál** - Árabe para “Como vão as coisas?”

Smala** - Árabe para “Benza Deus!

Farahti** - Desejar Alegria No Matrimonio (Para a Mulher)

Adara Bekhti ( https://38.media.tumblr.com/cf88d69a6e31d946d232b003f3c3f329/tumblr_mj9trjEvwj1qchjtmo4_250.gif )


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Notas finais do capítulo

EEEEEEEEEEEEEEEEEEEE acabou. Como ficou o capitulo? Legal? Chato? Esperavam mais? Bom? Precisou de alguma coisa? ME FALEM TUDO! Espero que tenham gostado, e não me odeiem por ter demorado fdklfjlkef
Obrigada a todos que comentam e deixam suas opiniões, sem vocês não existe motivação pra escrever!
Enfim, deixem suas opiniões, criticas, elogios, dicas de culinária e contos de vida amorosa nos comentáriossss!!! Por favor, conversem comigo. Não iria reclamar rsrsrsrsrsr
É isso aí pessoal, um beijo no



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