Loucuras na Adolescencia escrita por Naty Valdez


Capítulo 41
Capitulo 41 - Birthday Party - Parte 03 - Drink


Notas iniciais do capítulo

É ISSO MESMO.
Vocês estão vendo dois capítulos de “Loucuras na Adolescência” na mesma semana e com um intervalo de dois dias de postagem. VOCÊS NÃO ESTAO LENDO ERRADO.
Rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs’
É isso aí, gente, como prometido, cá estamos nós na mesma semana. É tão lindo que nem eu acredito. Serio mesmo. Viram como as férias fazem bem?
Bom, eu não sei se tiveram comentários, provavelmente eu li se teve. Mas muito obrigada aquelas pessoinhas que por um acaso deixaram um comentário pra mim u.u Não sei quantos foram, não sei se teve, mas agradeço até aqueles que leram o anterior.
Enfim, não tenho muito o que falar.
Aproveitem!



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Produção

Annabeth estava completamente radiante enquanto tentava se manter concentrada.

Ela segurava o celular na mão como se ele fosse a melhor maravilha criada pelas mãos amadoras do homem. Suas mãos suavam enquanto ela andava no meio da multidão de pessoas, procurando aquela que a ajudaria com plano. Bem, aquele plano que ela ainda não havia criado.

Então, ela o viu. Bem no meio de praticamente todo mundo, dançando com uma garota. Isso, ela tinha certeza de que era uma garota. Espera aí, uma garota? Quem era ela? Mesmo que a fantasia colaborasse com o fato de Annabeth não estar reconhecendo-a, ela tinha certeza de que nunca a tinha visto.

Mas isso nem a incomodava tanto.

O que a incomodava era o fato de que existia uma certa distancia que pode ser considerada como um limite para se dançar perto de uma pessoa, coisa que aquela menina definitivamente não estava obedecendo.

Annabeth apertou o celular com mais força. Uma tontura repentina bateu nela, fazendo a garota ter de se apoiar na pessoa que estava ao lado. Seja lá quem for, estava tão ocupado dançando que não pareceu se importar. Ela retomou o equilíbrio e a tontura passou rapidamente, então ela pensou que fosse apenas o barulho muito alto da musica misturado com a alegria da ligação que recebeu somado a raiva que estava sentindo agora.

Sem pensar muito no que estava fazendo, ela se aproximou de Percy e sua companhia completamente ousada.

― Percy, eu tenho que falar com você ― ela falou, mais mandona do que gostava de ser. Ela ignorava completamente a garota, porque se olhasse na cara dela, provavelmente a encheria de tapas.  Espera, que pensamento foi esse? ― E tem que ser agora, neste meio segundo.

Percy parou de dançar e olhou pra ela no meio da frase, o que foi ótimo, se não fosse o foto de que a menina ― que Annabeth reparou estar vestida de gata e o tecido era luminescente ― continuava dançando. Perto dele.

― É o que? ― ele perguntou, sacudindo as mãos perto das orelhas, indicando que não havia entendido.

― Eu... ― ela olhou pra menina. Era incontrolável como sua raiva aumentava só de vê-la dançando ― Eu preciso... ― não dava pra aguentar. Annabeth apertou com mais força o celular na sua mão. ― Eu... ― a raiva foi mais forte. Annabeth segurou o braço da menina com força ― Escuta aqui, eu estou tentando conversar com ele. Será que dá pra você parar de dançar dessa forma tão vulgar enquanto isso? ― brandiu, em alto e bom som, pra ter certeza de que a menina escutou.

― Annabeth?! ― falou Percy, bem alto, em uma mistura confusa de exclamação, duvida e indignação.

Annabeth largou o braço da garota e saiu de perto nervosa, parando ao lado da mesa de bebidas que estava antes.

Inconscientemente, ela lutava pra se acalmar. Eu deveria esperar isso, ela pensou. Ele é assim, não é? Era o que eu esperava dele. Era assim que ele sempre deveria se comportar. Desse jeito.

Mas... Ele nunca se comportou desse jeito. Nunca mesmo. Nunca foi de flertar com outras garotas nunca se insinuou pra outras, exceto... Para a própria Annabeth. E ela caiu na dele. Estava claro que o plano dele havia funcionado. E, pior que isso... Annabeth estava... Deixando. Inconscientemente, mas estava. Ah, céus, ela pensou. No que eu fui me meter?

Antes que sequer pudesse começar a pensar em uma resposta para a sua própria pergunta, uma mão a segura pelo braço e a vira. Percy carregava uma expressão preocupada no rosto e mantinha seus braços cruzados. Não parecia querer briga, mas também não parecia que tinha vindo pedir desculpas.

― Eu não vou dizer nada ― ele falou, erguendo as mãos em rendição ― Vou ignorar tudo o que você fez. Não vou implicar e nem nada. Só me diz o que você queria falar comigo.

Annabeth virou-se pra mesa e se serviu de mais um drink. As tigelas estavam quase vazias, então Annabeth se serviu da que estava no canto, que aparentava ter mais. Então, virou-se pra Percy, que esperava paciente. Ela deu um gole e o gosto forte que ela sentira antes tomou conta, descendo queimando pela sua garganta. Mas dessa vez parecia mais forte.

Vamos lá, ela disse a si mesma.  Não é nada demais. Além disso, é por alguém importante.

― É a Thalia ― ela falou, rodando o copo nas mãos ― Ela me ligou.

O rosto de Percy se iluminou instantaneamente.

― Está falando sério? ― ele perguntou.

― É claro que estou! ― Annabeth não conseguiu segurar o sorriso que se formou em seus lábios ― E ela me disse que quer vir e quer falar com o Nico. Tipo, o mais rápido possível. E de preferencia a sós.

― Mas porque aqui e agora?

― Ela disse que meio que sentiu isso e quer vir agora. Você sabe, os distúrbios bipolares da Thalia. Digo, até pra esse tipo de coisa ela põe o seu toque especial ― Percy sorriu e Annabeth prosseguiu ― Bom, ela quer que nós demos um jeito nisso. Nós dois, é o que ela disse, então não me pergunte porque, já que é a Thalia e eu não quero entender. ― ela olhou pro copo na sua mão, deu mais um gole do liquido forte e imediatamente sentiu vontade de dizer ― Esse negócio é bom, já provou?

Percy sorriu, negando com a cabeça. Então ele olhou pro nada, como se estivesse pensando em alguma coisa boa.

― Então? ― ela perguntou ― Você tem alguma ideia?

― Na verdade ― Percy sorriu mais abertamente ― Eu tenho sim.

Annabeth ergueu uma sobrancelha. Não era todo dia que Percy Jackson apresentava um plano pra ela, então ela tinha o direito de ficar surpresa. Se bem que, depois daquela brincadeira de pai/mãe/filha ridícula que Percy fez Annabeth brincar com ele e Thalia e que acabou solucionando metade dos problemas, Annabeth deveria ter aprendido a não subestimar o cara.

― Tudo bem ― ela disse por fim ― Então me diga o seu plano.

***

Bianca começou a ficar completamente desesperada assim que descobriu que algumas tigelas de drinks haviam sido batizadas.

Ela passeava com Luke pela festa. Havia deixado Nico para seus amigos cuidarem e começou a inspeção novamente, carregando Luke consigo. Como ele aceitou tudo numa boa, ela não se sentiu nem um pouquinho culpada por acabar com a diversão dele. Na verdade, ele aprecia estar adorando vê-la dar chilique com as pessoas. Mas não ajudava muito, já que passava grande parte do tempo rindo.

Em um momento, ela perdeu a paciência com um casal que continuava se agarrando de maneira selvagem bem na frente dela e a ignorava completamente enquanto ela pedia com a maior educação possível para pararem. Ela saiu de perto perturbada. Luke foi atrás dela.

― Ei, Bianca ― ele chamou.

― Que foi, Luke? ― ela virou-se irritada ― Acha que vou ficar calma quando esta festa está saindo do controle? Me desculpe, mas eu não posso! ― ela seguiu caminho no meio da multidão.

― Ei ― Luke correu atrás dela ― Eu não ia dizer isso pra você.

― Ah, é? ― ela parou quando fora da multidão dançante ― E o que você ia me dizer?

Luke parou na frente dela.

― Eu ia dizer pra você baixar um pouco a bola ― Luke cruzou os braços ― Caramba, somos adolescentes. É normal, em festas assim, nós nos deixarmos ser tomados pelos hormônios. Você não vai conseguir controla-los assim.

― Então o que eu faço, Luke? ― ela pediu, suplicante ― Eu não posso deixar que essa festa desande, se não... Você sabe.

Luke suspirou compreensivo. Ele se aproximou dela e parou nas suas costas. Então, sutilmente, colocou as mãos nos ombros da garota e começou a massagear. Bianca não recusou. Não tinha percebido que estava tão tensa.

― Sabe o que eu acho? ― Luke falou, continuando a massagem ― Que você está se preocupando demais. Você deveria simplesmente esquecer tudo e... ― ele aproximou os seus lábios na orelha de Bianca. ― Vir dançar comigo.

Bianca ignorou o formigar se sua pele e prestou atenção na musica que estava tocando. Era lenta e sem letra, perfeita pra ela, que não sabia dançar. Mas tinham os problemas e... Quais eram eles mesmos?

Enfim, ela não resistiu.

― Tudo bem ― ela cedeu, afastando Luke se si mesma ― Eu danço. Mas só essa.

Luke abriu um sorriso. Ele estendeu a mão pra ela, eu aceitou em seguida. Mas quando Luke estava começando a puxa-la, Annabeth para na frente deles, chamando por Bianca.

― O que foi? ― ela pergunta, preocupada, já que Annabeth não parecia bem. Seus olhos estavam em foco, o que era muito incomum pra Annabeth. Geralmente, ela era muito sensata e concentrada. Agora parecia nem saber onde estava o rosto de Bianca. Ela olhou pra Luke, que estava mais preocupado que ela.

― Eu preciso... De você, Bianca. ― ela falou, confiante, o que foi bom. Pena que ao dizer “Bianca”, Annabeth apontou o dedo pra Luke.

― Ah... ― Bianca segurou o braço de Annabeth e virou-o na própria direção, o que a fazia estar apontando pra pessoa certa agora ― Tudo bem. O que precisa?

Annabeth agora ergueu o dedo pra cima, como se estivesse com a resposta na ponta da língua. Então abaixou a mão, com a expressão de duvida no rosto.

― Engraçado ― ela riu de si mesma ― Eu me esqueci. Não... Espera ― ela pensou por um tempo, então estalou os dedos ― Eu preciso da chave da porta do quarto do
Nico. É uma emergência.

― A porta do quarto do meu irmão? ― ela perguntou, desconfiada ― Mas pra que você iria querer isso, Annabeth?

― Eu não sei ― Annabeth apertou os olhos e balançou a cabeça de um lado pro outro ― Quero dizer, eu não posso contar. Confie em mim, Bianca. Eu prometo que não vou roubar nada. ― Annabeth ergueu uma mão em sinal de “tudo certo” e assentiu freneticamente.

― Annie, você está bem? ― perguntou Luke, preocupado.

― Eu estou ótima ― ela falou, sorrindo ― Melhor que nunca.

― Você não bebeu nada estranho, não é? ― Luke insistiu.

― Não, só uns cinco ou seis drinks da mesa. ― ela falou ― Que por sinal estão ótimos. Vou levar o que sobrar pra minha casa no final da festa. Todas as tigelas.

Luke e Bianca se entreolharam.

― Tudo bem, Annie. As chaves estão em um suporte do lado da porta da frente da casa. Ela é pequena e tem a parte de trás preta. Precisa de mais alguma coisa? ― perguntou Bianca.

― Espera, eu estou tentando lembrar... ― Annabeth deu batidinhas na cabeça ― Ah, claro. Escada. Onde tem uma escada por aqui?

― Ah... Do outro lado. Da casa. Mas ela é bem grande, não sei se vai te ajudar...

― Vai sim, obrigada! ― Annabeth saiu sem dar mais explicações.

Bianca ficou preocupada. Tinha suas ideias do que estava acontecendo. A chave do quarto do Nico, a escada... Por não fazer sentido, Bianca pressentiu que alguma coisa de Thalia estava por vir. Ela só torcia pra que isso fosse bom. Mas qual era o problema de Annabeth e porque ela estava agindo daquela maneira?

― Ela está bêbada ― falou Luke, de repente.

― É o que?! ― questionou Bianca ― Mas é claro que não! Aqui não tem bebida alcoólica. Me certifiquei disso.

― Bianca, seja realista. Annabeth achou que eu era você. Tem ideia de como isso é maluquice? Ela não é assim. E você ouviu, ela disse que só bebeu drinks, o que significa que alguém os batizou com alguma bebida forte.

― Mas... ― Bianca estava em pânico ― Quem poderia ter feito isso?

― Não sei. Mas temos que avisar os outros. Pra eles não ficarem como Annabeth.

Outra musica lenta começou a tocar. Bianca não percebeu, pois estava preocupada demais com tudo o que estava acontecendo. Já não estava aguentando os adolescentes sóbrios, o que faria com eles quando estivessem bêbados?

― Vamos ― ela disse, mas Luke segurou seu braço. Ela olhou pra ele irritada ― O que foi? Vamos logo.

― Não vamos antes de você dançar comigo. ― ele pediu ― Vamos lá, Bianca. É uma festa! É pra se divertir.

― Não quando eu sou a responsável daqui ― Bianca falou ― Sério Luke, eu preciso ir. ― ela tentou se soltar, mas ele não deixou.

― Por favor ― ele pediu ― Só dessa vez. E aí eu paro de te encher o saco pelo resto da festa. ― Luke fez a melhor cara de pidão que conseguiu, que, depois de um tempo, acabou fazendo Bianca sorrir.

― Tudo bem ― ela cedeu ― Mas só uma musica.

Desta vez, Luke levou a melhor.

***

― Então vocês fizeram isso porque queriam uma desculpa para juntar os casais que vocês acham que existem em nosso grupo? Nossa, tenho que dizer que vocês não são nada criativos.

Percy falava com Piper e Jason enquanto esperava Annabeth. Os dois estavam parados na sua frente e tinham acabado de explicar como funcionava o brilhante plano que eles tinham elaborado para juntar os casais a partir de seu figurino. Era tão genial ― sarcasmo a parte ― que Percy se segurou pra não cair na gargalhada.

― Tudo bem, eu sei. ― Piper falou ― Pode até não ter sido genial. Mas foi divertido. E, se você quer saber, funcionou para alguns.

― Sim, com Hazel e Frank, que todos sabemos desde tipo, sempre, que iam acabar ficando juntos ― Percy concordou ― Mas o que te fez pensar em colocar Annabeth e eu como um casal?

― Percy, eu não quero te desesperar, mas vocês dois não sabem esconder nem um pouco a suposta relação que vocês dois tem ― comentou Jason, com um sorriso debochado ― Acredite, eu não levava muita fé em você no começo do ano, mas agora...

― Eu posso dizer que já peguei a Annabeth em varias situações. ― Piper continuou ― Esta semana mesmo, acho que foi na segunda feira, quando você passou e falou alguma coisa com ela. Depois, ela não foi muito boa em disfarçar o quanto queria sair correndo na mesma hora.

Percy estava surpreso. Ele já desconfiava de algo, claro, como na vez em que ela dormiu na sua casa ― dizendo que era por uma promessa e tal ― ou quem sabe o fato de agora pouco, quando ela teve uma mini grande crise de ciúmes. Mas... Mostrar isso para os outros? Annabeth fazia isso?

― Acho que vocês piraram ― falou Percy ― Apenas isso.

― Acho que você está se enganando, Percy ― falou Piper ― Apenas isso.

Ele bufou. Foi então que escutou alguém chamando seu nome, freneticamente. Segundos depois, uma Annabeth toda descontrolada estava agarrada ao seu braço. Ela o puxava com força enquanto dizia:

― Vem, dança aqui comigo. Agora. Eu preciso falar com você. Percy, vem.

Percy deixou-se ser puxado. Mas não fez isso sem antes olhar as expressões de Piper e Jason, que mostravam estar achando graça e ao mesmo tempo dizendo “não disse?”.

Annabeth o puxou para o meio da dança. A musica era lenta. Sem dizer nada, a loira segurou as duas mãos de Percy e colocou em sua cintura e jogou seus braços ao redor do pescoço dele. Percy não negou nada, mas achou muito estranho. Achou mais estranho ainda quando ela o puxou pra muito mais perto que estavam. Então, começaram a balançar.

― Annabeth...?

― Eu já consegui tudo ― ela falou, no ouvido dele ― Eu só não entendi o porque da escada. E nem o da chave. E nem o resto do seu plano.

― Isso é porque eu não te contei ― Percy falou ― Mas isso é bom.

― Tudo bem. Agora me diz o que você quer fazer pra juntar a Thalia e o Luke da maneira mais romântica que você conseguiu pensar.

― Você quer dizer o Nico. ― Percy corrigiu.

― Foi o que eu te disse. Não é?

Percy afastou Annabeth de seu ombro, segurando os dela com as mãos. Ela estava completamente fora de foco. E carregava um sorriso feliz no rosto. E Percy tinha certeza que não era por causa da Thalia.

― Annabeth... Você está bem?

― Estou ótima. ― ela riu, nervosa ― Porque não estaria?

Percy escutou um celular tocar. Annabeth começou a procurar em volta, então Percy teve que pegar o celular dela preso em seu cinto e atender ― claro que, pra escutar, ele teve que colocar no viva voz e perto da orelha.

― Sim?

― Percy? ― era a voz de Thalia ― Nossa que, barulho. Espera, porque você está com o celular de Annabeth? Está acontecendo alguma coisa? Aconteceu alguma coisa com ela?

― Não, não é isso ― Percy olhou pra Annabeth, que agora dançava sozinha uma musica animada que tinha começado. ― Digamos que ela não está em condições de responder ― ele gritou no celular, segurando Annabeth com um braço, porque ela estava começando a se afastar.

― Ah, tudo bem. Quando vocês... Vocês sabem, acabarem de organizar, me avisem. Eu estou aqui fora, então venham me buscar.

― Pode deixar ― Percy abraçou Annabeth com um braço pra tentar segura-la ― Só preciso resolver umas coisas. Mas agora eu preciso desligar.

― Ah...

Ele desligou antes que ela pudesse falar. Percy segurou Annabeth como estava antes. Ele olhou em seus olhos e disse:

― Annabeth, me diz: você bebeu alguma coisa estranha, alguém te deu algo estranho pra beber ou comer, ou algo assim? ― ele afastou a franja do cabelo dela.

― Porque todo mundo está me perguntando isso? ― ela brandiu, nervosa ― Eu, por um acaso estou agindo de maneira errada? Eu xingando as pessoas ou algo assim? Eu só bebi alguns drinks da mesa até agora. Só isso.

Percy puxou-a pra mesa de bebidas. Ele se inclinou sobre uma das tigelas e cheirou. O cheiro de bebida alcoólica era bem nítido.

― Acho que batizaram isso.

Ele andou envolta da mesa. Em um cantinho escuro ali perto, um objeto de vidro brilhou. Percy andou até ele e pegou. Era uma garrafa de um litro de tequila. E estava totalmente vazio.

― O que é isso? ― perguntou Annabeth, parando atrás dele e apoiando o queixo no ombro de Percy, os braços enrolando a cintura do garoto ― Vodca?

― Tequila ― Percy respondeu ― Alguém muito louco jogou isso nas bebidas. Deve ter mais dessas por aí.

― Essa pessoa é louca mesmo ― falou Annabeth ― Quer dizer, drink de morango não combina com tequila. Fica horrível.

Percy riu.

― Isso é porque você não parava de beber um minuto.

― Está insinuando que eu estou bêbada?

― Eu não diria insinuando. Eu diria que você está completamente bêbada.

― E isso é pior que insinuar?

Percy teve que soltar uma risada. Ele tirou os braços de Annabeth de sua cintura e afastou-a se si. Não que ele não gostasse de ter ela por perto, mas preferia que ela estivesse consciente durante o fato.

― Eu tenho que ir falar com o Nico ― ele disse, como se falasse com uma criança ― E você vai ficar aqui. Se você for lá, pode dizer coisas que não deve, por isso vai ficar. Depois que trancarmos o Nico, nós dois vamos buscar a Thalia. Tudo bem?

― Ah...

Percy correu antes que ela pudesse pensar em segui-lo. Ele procurou Nico em todos os lugares possíveis por uns dez minutos, mas não o encontrou em lugar nenhum. Tudo o que ele encontrou foram mais pessoas bêbadas na festa. Frustrado, voltou pro lugar onde Annabeth estava, só pra ver se ela ainda estava lá. Graças a Deus, a garota estava. O problema, foi que ela estava acompanhada por ninguém menos que Nico di Ângelo.

Depois de ter um mini ataque duplo de pânico, Percy correu pra onde eles estavam. Assim que se aproximou e viu que eles conversavam calmamente, Percy entrou no meio dos dois e começou a dizer freneticamente.

― É mentira, é mentira, tudo o que ela disse é uma completa mentira! Ela não sabe o que está falando! Você não pode acreditar nela, Nico, não estando no estado em que está!

Nico e Annabeth ficaram em silencio. Ao olhar pra Annabeth, viu que ela virava o rosto pro lado e fazia uma expressão que dizia claramente “como ele é idiota!”. Então, virou-se pra Nico, que cruzou os braços e esperou uma justificativa por um tempo, mas acabou falando antes.

― Percy, ficou doido? Annabeth só me disse que a festa estava ótima. Apenas isso. Tudo bem que ela me disse que queria morar aqui pra sempre e usar aquele mini labirinto como quarto, mas não foi nada demais. Já entendi que ela, assim como a maioria das pessoas aqui, bebeu demais do nosso ponche batizado.

Percy apertou os olhos.

― Desculpe. Eu... ― ele olhou pra Annabeth, que já estava se afastando, então puxou-a de volta e a evolveu com um braço ― Eu estou preocupado. Será que você tem alguma coisa no seu quarto pra dar pra ela? Um remédio, um analgésico, um antibiótico, quem sabe um chá?

Nico apertou os olhos em duvida.

― Eu te entendo, Nico ― Annabeth disse enquanto tentava sair dos braços de Percy ― Eu não sei por que ele acha que eu preciso de remédio.

Nico olhou pra Percy.

― Talvez eu tenha ― ele disse ― Vou lá conferir.

― Eu vou com você! ― Percy disse imediatamente ― Digo, vai ser rápido, né? Se for, eu vou com você, mas se não for eu... Também vou ― ele sorriu só pra disfarçar. Deu errado, claro.

― Tá... ― Nico estava mais desconfiado que um personagem que não confia em ninguém ― Vamos lá.

***

― Deve estar aqui em algum lugar ― falou ele, mexendo na gaveta do criado mudo ao lado de sua cama ― Eu tinha um remédio, mas... Acho que meu pai deve ter pegado ou algo do tipo.

Percy não prestava muita atenção. Só estava preocupado em sair puxando discretamente Annabeth para fora do quarto pra poder tranca-lo. Quando estavam quase na posta, Nico olhou pra eles, desconfiado.

― O que vocês...?

Vendo a oportunidade, Percy puxou Annabeth e fechou a porta com força. Porem, no microssegundo enquanto segurava a trinca, ele se lembrou de que não havia pegado a chave.

― Droga, a chave.

― Você não pegou a chave? ― Annabeth falou, debochada ― Claro que não. A bêbada aqui teve que fazer isso pra você. ― ela mostrou a chave que segurava na mão.

― Ah, como eu amo você ― ele falou, aliviado. Mas por um segundo ele ficou confuso com o que disse. O soco que Nico deu na porta o acordou. ― Fecha. Rápido.

Annabeth fez não o que ele pediu. Então eles se afastaram da porta, enquanto Nico batia nela e chamava seus nomes. Percy não ficou com nenhuma dó. Nico ia agradece-lo mais tarde por isso.

― Foi mal, Nico ― ele falou ― Mas tenha um feliz aniversario!

― PERCY!

― Vamos ― Percy envolveu Annabeth com um braço e os dois andaram na direção das escadas ― Vamos chamar a Thalia e colocar ela lá dentro.  

***

Percy encontrou Thalia na frente do portão da casa de Nico. A garota estava vestida como sempre, no seu clássico visual punk, o que, finalmente, acabava por ser uma vantagem, já que ela podia fingir que estava fantasiada.

Ela sorriu ao vê-lo, correndo pra abraça-la logo em seguida. Percy a abraçou de volta.

― Eu estou muito feliz que você veio ― ele disse ao se separar do abraço.

― Eu também ― ela esfregou as mãos e Percy reparou que ela estava mais nervosa do que aparentava ― Mas não sei se estou fazendo isso certo. Quer dizer... Eu nunca fiz isso e... ― ela abaixou a cabeça e apertou os punhos.

― Ei ― Percy colocou as mãos em seu ombro ― Essa não é a Thalia que eu conheço. Thalia que eu conheço é confiante mesmo quando está prestes a se ferrar, ela é irônica em momentos inadequados, ela fez o que lhe dá na telha, o que acha que é certo, na hora que quer e sem se importar com o que vai acontecer ― Percy suspirou pra recobrar o folego ― Por favor, diz que eu estou fazendo isso certo e que está ajudando.

― Na verdade, eu não acredito em uma palavra do que você diz.

― Isso deve ser bom. Olha, eu sei que era pra Annabeth estar aqui te dando força, mas eu quero que você saiba que, não importa o que o Nico diga ou o que aconteça entre vocês dois, eu vou estar aqui e tenho certeza que a Annabeth também. ― Percy desceu as mãos pelos seus braços ― Acredita nisso?

― Na verdade, eu já sabia disso há muito tempo, e, acredite, isso tira parcialmente o meu medo.

― Sério?

― Não.

Percy riu junto com Thalia e a soltou. Então, passou um braço ao redor de seus ombros e guiou-a em direção ao portão.

― E a Annie, onde está?

― Vamos encontra-la agora ― Percy olhou pra frente e riu ― Você vai ter uma surpresa muito engraçada.

***

― Thalia! Eu estou tão feliz que você veio! Tão feliz! Eu sabia que você viria, eu estava pressentindo isso no meu subconsciente! Acreditei em você dois desde o momento em que eu vi que tinham chance! Eu estou tão feliz! Já disse isso, né?

Isso tudo acontecia enquanto Annabeth esmagava Thalia com um abraço. Percy mantinha-se ao lado, se divertindo com a cena. Annabeth ainda dizia coisas quando Thalia perguntou a Percy:

― O que aconteceu com ela?

― Sabe aqueles drinks que colocamos nas festas? ― Percy respondeu ― Pois é, parece que batizaram algumas tigelas daqui. Annabeth não sabia e exagerou um pouquinho. Tipo, uns sete ou oito copos quase em sequencia. E agora está assim.

Thalia olhou desconfiada e depois afastou Annabeth de si. Ela olhou pra ela de vários ângulos, como se não acreditasse.

― Hum... Obrigada Annie ― ela disse então sussurrou pra Percy ― Isso é algo memorável, então tire um foto ou grave um vídeo. Preciso zoa-la mais tarde ― Então ela voltou a falar normalmente ― Okay, onde estamos e qual é o plano?

Eles estavam no outro lado da casa, basicamente na lateral onde se encontrava a janela de Nico. Percy já tinha acertado a escada e todo o resto.

― Bom ― ele começou a explicar ― Eu tranquei o Nico no quarto dele há uns dez minutos, mais ou menos, no quarto dele, que é desse lado da casa. Tudo o que você precisa fazer é subir por essa escada que está aqui ― ele apontou pra escada logo atrás dele ― e chegar ao quarto de Nico lá em cima. Depois, é com você. Não é um plano maravilhoso?

― Na verdade, esse é o plano mais horrível que eu já escutei em toda a minha vida e olha que eu tenho pratica em planos horríveis ― Thalia falou, mas parecia não estar nervosa com raiva era mais como se... Estivesse com medo ― Me desculpe, Percy, mas eu... Eu não posso fazer isso.

Ela virou-se de repente e começou a andar pra longe. Percy, mesmo tendo ficado meio embasbacado com a reposta dela e paralisado por isso, conseguiu impedi-la.

― Mas... O que você está fazendo? ― ele questionou sem entender.

― Percy eu... Não dá, sério. ― ela explicou, a voz tão desesperada que fez Percy quase sentir pena ― Eu... Eu não posso... ― ela gesticulava freneticamente.

― Ah... ― Percy não sabia o que fazer e muito menos o que dizer ― Olha, Thalia, eu sei que você esta com medo. Okay? É normal ter medo de ser rejeitado. Eu entendo isso. Mas agora é hora de você deixar isso pra lá. Entendeu? Esquece isso e faça tudo sem pensar.

― Esse não é o... ― Thalia gesticulou ― problema ― seus olhos se dirigiram a algo logo atrás.

Percy olhou pra onde ela olhava. O problema é que não havia nada de tão anormal aonde estavam. Havia apenas a escada e o gramado. Percy olhou pra Thalia novamente. Ela ainda olhava fixamente para o mesmo lugar. Percy olhou novamente pra onde ela olhava. Depois pra Thalia. Depois pra lá de novo e pra Thalia de novo.

― Thalia... Você tem medo de escadas?

Thalia bateu a mão no próprio rosto, mas depois disse:

― Digamos que... Eu tenho medo da consequência de subir uma.

― E qual é a consequência de subir uma escada?

― EU TENHO MEDO DE ALTURA, SEU IDIOTA!

Percy piscou. Sua memoria o levou involuntariamente ao dia da boate, quando Annabeth apostou com ele que Thalia jamais desceria do quarto por uma janela. Ela acreditava firmemente naquilo porque sabia que Thalia morria de medo de altura. Mas... Ela desceu, não é?

― Okay, isso complica muito as coisas. ― Percy disse.

― Eu achei que Annabeth cuidaria dessa parte pra mim, mas eu acho que ela estava tão bêbada que esqueceu de te falar.

― Provavelmente ― Percy esfregou as mãos ― Thalia, você vai ter que fazer isso mesmo assim. É a sua chance! Pense que é por ele. Enfrente esse medo. Não é tão serio assim. Na verdade, eu não sei. Então se você quiser desistir e ir embora agora mesmo eu...

Thalia passou por Percy imediatamente e se dirigiu a escada. Ela apoiou as mãos e o pé direito e respirou fundo, então começou a subir. Essa era a Thalia. Dava pra ver que ela estava com medo. Tremia, na verdade. Mas mesmo assim ela continuou.

― É só não olhar pra baixo ― Percy falou, pensando que isso fosse ajudar.

― É serio? ― Thalia parou no terceiro degrau da escada ― É isso o que você tem pra me dizer? Não tinha algo menos clichê não?

― Desculpe. ― ele riu ― Só... Boa sorte. Ah, e leve isso ― ele lançou a chave da porta do quarto de Nico que estava no seu bolço pra ela ― Para... Você sabe. Você sair.

Thalia assentiu e continuou. Percy parou de olha-la, porque assim talvez seria mais fácil pra ela.

― Annabeth, porque você não me disse que... ― ele olhou em volta, procurando pela garota. Por causa de todo o problema de Thalia, nem reparou no fato de ela não ter se pronunciado em nem um momento ate agora. Mas ficou surpreso quando não viu a garota em lugar nenhum. ― Annabeth? Annabeth!

Ele só precisou imaginar o que uma Annabeth bêbada poderia estar fazendo por aí. E isso foi o bastante pra correr atrás dela.


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Notas finais do capítulo

Por favor, me digam o que acharam da Annabeth bêbada. Eu realmente preciso saber u.u
Como sabem, a festa ainda não acabou. Tem muita coisa pra acontecer ainda nesta parte 04. Não vou entrar em detalhes e nem em nada na verdade. Kkkkkkk’ Só digo que terá o parabéns do aniversariante. Isso é óbvio, né? ;)
Espero que vocês tenham gostado, okay? Comentem, favoritem e recomendem. U.u
Beijos da Naty ♥