Percy

Depois que saímos da frente do grupo, Thalia começou a me mostrar a escola. Ela era bem bonita comparada a minha antiga. Ela me mostrou a quadra, a piscina (oba!), a biblioteca, o pátio, o auditório, a sala pra musica, o refeitório, a sala de computadores, a sala de atividades e a nossa sala.

– Bom, aqui estamos – disse ela – essa é a nossa sala. Você se lembra dos outros lugares que eu te mostrei e como chegar lá?

– Mais ou menos – disse eu. Não prestei atenção no que ela ia me dizendo. Estava me lembrando daquele par de olhos cinza que olhavam pra mim fixamente e eu retribuía o olhar. Thalia apercebeu minha distração e disse:

– Percy, está pensando em que?

– Naquela garota que você me apresentou por último. Como é mesmo o nome dela?

– Annabeth.

– Isso. Cara ela é linda! Ela é mesmo sua melhor amiga?

– Sim Percy, ela é. E como melhor amiga dela eu te peço uma coisa: não ouse tentar conquista-la. Eu sei como você é – diz ela seria.

– Calma Thalia. Eu mudei, está bem? E também não disse nada sobre isso. Mas ela tem... Namorado?

– Percy!

– Vai, me responde!

– Não, ela não tem. Mais você não precisa saber disso.

– Não se preocupe, okay? – dei um beijinho em seu rosto.

– Ei, não repita isso novamente se não quiser levar um soco! – disse ela limpando o rosto. O sinal tocou – Bom Jackson, esta sobre aviso. E eu não estou falando só do beijo.

– Não se preocupe prima!

– Nem vem que eu não confio em você! – disse ela, se sentando em seu lugar e o povo começou a chegar.

Primeiro chega uma garota morena de cabelos claros, bonitinha. Depois um garoto de cabelos cacheados. Logo em seguida, um garoto grande de cabelos bem curtos. A sala vai ficando mais cheia. Até que chega a turma da Thalia. Todos vão se sentando juntos. Annabeth senta ao meu lado. Ela olha pra mim e eu dou um sorriso e ela retribui.

Como não chegava nenhum professor, eles formaram uma rodinha e eu entrei no meio para escutar a conversa e tentar me enturmar.

– Thalia você precisava ter visto – disse o garoto magrela, Leo – Ela pegou a mangueira e encharcou a ruiva todinha e...

– Leo – interrompeu Annabeth – Foi só uma garrafa de agua! Não exagere.

Ao que parece uma menina ruiva se estressou só porque a Annabeth pisou no pé dela, e elas discutiram. Annabeth se estressou com a ruiva e jogou agua na cabeça dela.

– Foi assim que eu te ensinei Annie! – disse Thalia – Continue assim!

Na porta surge um garoto loiro. Jason. Ele estava com uma menina bonita e deu-lhe um selinho. Pelo visto eram namorados. Ele me viu e veio andando em minha direção ate que berrou:

– Percy! – ele correu e pulou em cima de mim. – Onde você estava? Porque não nos visitou, seu merda?

– Calma Jason! – disse eu, percebendo que todos estavam olhando pra gente – Relaxa, vou te explicar tudo!

– Ok – disse ele – Minha casa. Vídeo Game. Depois da aula. Hoje.

– Pode ser – eu disse, voltei-me pra Thalia – Por que não me avisou que ele estava aqui?

– Ah, ele nem fica com a gente. Ele só anda com essa futrica sem cérebro ai – disse, inclinado à cabeça na direção daquela menina que estava com o Jason.

– Futrica? – disse a garota – Olha Thalia, posso até ser futrica, mas pelo menos as pessoas gostam de mim, ok? Eu sou a popular!

– Você está ligando pra popularidade, Reyna? Eu já te disse que ligo a mínima pra isso. Tenho a popularidade que eu preciso – diz Thalia – Mas, se eu fosse você, me preocupava mesmo, porque o Jason disse que vai terminar com você! Imagina pra onde iria sua popularidade?

– Ah é? – diz Reyna e voltou-se para Jason – Jason desminta isso!

– Ela esta mentindo – diz Jason, como se isso sempre acontecesse – Eu não vou terminar com você! – ele da um selinho nela.

– Vlacas – diz Thalia, revirando os olhos e fazendo cara de nojo. Que língua é aquela? Grego? Seja lá o que for, Reyna entendeu e mostrou língua pra Thalia.

– Bom Jason, já perdemos tempo demais com esses excluídos – diz Reyna – Você vai ficar ai com eles, ou vão vir comigo sentar bem longe desses... Ah, esquece!

– Eu... – ele olhou pra mim, depois pra Thalia, e depois pra mim de novo. Ele queria ficar aqui, mais essa Reyna era muito mandona – Eu vou com você Reyna.

Eles foram. Depois voltei-me pra a turma da Thalia.

– Cara que garota chata! – disse eu.

– Eu que o diga – disse uma menina morena, Piper.

– Bom galera eu não sei o que ela fez pra ele querer namorar com ela mas, cá entre nos, como ele aguenta ela ate hoje? – eu disse, e todos riram.

– Essa é a questão: como ele aguenta ela ate hoje. – diz Piper.

Neste mesmo momento uma garota ruiva entrou. Ela estava com o cabelo todo molhado e o secava com uma toalha. De onde ela tirou, eu não faço a mínima ideia.

– Como é que esta a chapinha? – perguntou Annabeth.

– Você me paga sua loira oxigenada – disse a ruiva. Pelo visto, ela era a menina que Annabeth tinha discutido. A ruivinha perdera feio, e ainda saiu toda molhada.

– Oxigenada? – pergunta Annabeth, sarcástica – Vem aqui e olhe, querida, é bem natural!

– Escuta aqui garota... – a ruiva foi chegando perto de Annabeth.

– Que é? – pergunta Annabeth, chegando mais perto ainda – Vai me “ameaçar” de novo? – ela fez aspas na palavra ameaçar.

– E se eu fosse?

– Ameaças não me assustam! – disse Annabeth, e todos da sala já estavam em volta delas assistindo e esperando briga.

– Pois deviam assustar!

– Se não viessem de você, talvez!

– Você não me conhece.

– Muito menos você!

– Chega! – disse outra voz. Um cara baixinho de boné e um apito pendurado no pescoço estava parado na porta assistindo a cena. Há quanto tempo ele estava ali, eu não tinha ideia.

– Parece que a Srta. Chase e a Srta. Dare já se conheceram e estão se dando muito bem – diz ele – é uma pena atrapalhar esse momento de amizade, mais eu acho que o diretor vai ter outra ideia do que aconteceu. Vão lá conversar com ele senhoritas.

– Mas treinador... – começou Annabeth.

– Sem "mas" Srta. Chase! – disse ele – Vão!

Elas foram. Me deu pena da Annabeth, diretoria no primeiro dia de aula não é nem pra mim.

– Espero que tenham visto que não perdoo ninguém. A Srta. Chase é uma ótima aluna quando quer. Mas isso não é motivo pra mim passar a mão em sua cabeça. E que fique bem claro uma coisa: a coisa que eu menos tolero é briga. Portanto, nada disso na minha sala. Meu nome é Gleeson Hedge, professor de Educação Física.

Droga, minha matéria preferida com um professor mane. O que será que a Annabeth e a ruiva estão tendo que encarar? Quem será o diretor?

Rachel

Ah que ótimo. Diretoria. Tudo por culpa dessa loira oxigenada. Argh! Pra que eu vim pra cá mesmo? Nem eu sei. Mas essa loirinha me paga. Eu disse que era melhor nenhuma garota se meter comigo, e essa loira se meteu. Eu, definitivamente, vou fazer da vida dela um inferno.

Entramos na diretoria. Eu segui a loira, pois na sabia onde era. Entramos lá e tinha um velho sentado com as pernas em cima da mesa, comendo doritos e bebendo coca diet.

Eu pigarreei e falei:

– Alo? Você é o diretor?

O velho me olhou e disse:

– Não, imagina. Sou uma ninfa dos bosques, prazer. – disse irônico – é claro que sou o diretor, mocinha! Parece que não me conhece!

– Mas eu não conheço! – disse eu.

– Ah, sim – disse ele – Novata! Bem, eu sou o diretor senhor Dionisio, mas prefiro que me chame de Sr. D. E, qual seu nome mocinha?

– Rachel Elizabeth Dare – eu disse.

– D..D..D..Dare? – gaguejou ele – Ah, sim. Desculpe-me Srta. Dare por não reconhece-la. Que cabeça minha. E seu pai, como esta?

– Bem – eu disse. Ele voltou a atenção para a loira.

– Anniebell Grace, o que esta fazendo aqui junto com a Srta. Dare?

– É Annabeth Chase – disse a loira – Bem, estamos aqui por que...

– Estamos aqui, porque essa loira oxigenada estava planejando me bater! – eu disse.

– O que? – disse Annabeth – Não Sr. D! Eu nem conheço ela e...

– Silencio Annalice! – diz o Sr. D – Bem senhorita Raquel, continue sua historia.

– Ah, é Rachel Sr. D – corrijo – Bem como eu ia dizendo, ela ameaçou me bater. Quase me pegou pelos cabelos quando o professor chegou na sala e nos viu. E sem falar que ela jogou um balde de agua em mim, olhe só o meu cabelo!

Ele me olhou e avaliou a Chase, que começou a falar:

– Senhor D, eu não ameacei bater nela. Pelo contrario, foi ela quem me ameaçou. E quanto ao lance da agua, foi só um pouco que tinha em um litro, não foi um balde.

– Senhor D – prossegui – Meu pai esteve aqui e te deu uma copia do meu perfil. Ele por um acaso dizia que eu saia por ai ameaçando as pessoas?

– Na verdade, não – disse ele – E quanto à senhorita Chase o nível de brigas dela vem aumentando. Sim senhorita Dare, eu acredito em você!

– O que? – queixou-se Annabeth – Diretor, isso não é justo!

– Foi justo que você jogasse agua na cabeça de uma colega sem ela ter feito nada?

– Seria se ela realmente não tivesse feito nada. – disse Annabeth.

– Mas esse não é o caso – disse eu.

– Bem senhorita Chase, vou pensar em um castigo pra você! – disse ele – Por hora, vou manda-las para suas salas. Estão dispensadas.

Saímos da sala do diretor e eu me virei para a Chase.

– Eu disse que tornaria sua vida um inferno Chase. Não tente se meter comigo, porque vamos acabar indo pra diretoria e você vai se dar mal!

– Ainda não tenho medo de você! – disse ela.

– Ainda? – eu disse – então volto a repetir: você deveria ter.

– Serio? – disse ela – E o que você vai fazer? Me mandar pra diretoria?

– Em casos sim e em casos não!

– Eu não to nem ai! – disse ela – Você não conhece meu perfil nessa escola. Não sabe o que já fiz e muito menos quem eu sou.

– Ah, já sei o que preciso saber – eu disse – pelo visto suas visitas com o diretor andam aumentando, e creio que não é para dar-lhe os parabéns. Se você aprontar muito, vai acabar sendo expulsa daqui!

– Não to nem ai! – ela disse furiosa.

– Ok. Já que não esta nem ai...

Deixei ela lá sozinha e voltei pra sala.

Thalia

Depois que a Annabeth e a ruiva saiu, todos ficaram perguntando o que realmente tinha acontecido. Percy foi o primeiro e eu disse que não sabia, pois na hora da briga eu tinha feito o passeio pela escola com ele. Logo depois, a ruiva entrou com um rosto triunfante. Annabeth chegou logo em seguida, e pelo tom cinza escuro em seus olhos, ela estava enfurecida.

– Eai, como foi? – perguntei.

Annabeth me contou o que aconteceu desde a diretoria e como a Ruiva Rachel convenceu o senhor D de era inocente, ate a ameaça final de tenta faze-la ser expulsa. Annabeth parecia preocupada. Será que tinha acreditado na ameaça da Rachel?

– Olha não se preocupe, ok? – disse ela – Eu estou bem.

– Não, você não esta. – eu disse – La em casa. Hoje. Depois da Aula. Manicure. Pedicure.

– Você nem gosta disso – disse ela.

– Aproveita que hoje eu to gostando! – disse eu – Vamos Annie! Por Favor!

Ela abriu um sorriso e disse:

– Que tal assistirmos um filme pra completar?