Loucuras na Adolescencia escrita por Naty Valdez


Capítulo 38
Capitulo 38 - Call Me


Notas iniciais do capítulo

Olá, peoples!
É isso aí. Depois de quase três meses sem postar nem sequer uma frase e não dar nem um aviso, uma ligação, um sinal de fumaça, qualquer coisa que mostrasse que eu estava viva, eu venho a vocês, em um aleatório dia da semana – não sei qual, porque digito as notas antes, pra quando eu achar um PC qualquer pra postar, já estejam prontas  – e os cumprimento como se não tivesse acontecido. Na maior cara de pau. Enfim.
Vocês sabem da história, certo? Sem internet desde fevereiro. Sinceramente, nem sem como eu estou viva. Isso, combinado com falta de tempo, final de trimestre, feiras escolares, curso técnico, aulas de violão, e preparação para crisma. Tenham dó, em.
Mas, EU TÔ AQUI! Quero agradecer por todos os comentários muito mais que lindos que eu não pude responder  Gente, é serio, eu me roo pra responder. Mas é muito difícil por celular, principalmente quando a internet que você usa não é sua!
*Tia Naty Adverte Again: roubar wifi é muito, muito feio*.
Mas eu posso agradecer por todos eles. Então, muito obrigada mesmo a todas que se preocuparam em deixar seu comentário, mesmo sem saber se vou responder ou não. Tank you so much.
AAAAAAAHHHHHHH! Mais uma recomendação! AAAAAAAHHHHH! Muito obrigada a “Diário de uma semideusa”, uma menina muito fofa que me mandou uma mensagem privada muito ameaçadora e lançou uma campanha doida de cinco capítulos por dia (kkkkkk, quem me dera!). Serio, girl, você é surpreendente. Depois de três dias lendo a fic, cá está mais um capitulo pra você! MUITO OBRIGADA!
Bom, e com vocês, capítulo 38 da história “Loucuras na Adolescência” que se chama “Call Me”. Alguém já reparou que “Adolescencia” tá escrito errado? Pera, vou consertar assim que postar esse negócio kkkkkk’ Let’s Go!
♪ So call me, call me, call me/ Miss movin’ on/ oh, oh, oh. ♫



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Produção

Depois de uma sexta-feira pouco movimentada ― a não ser, é claro, se formos comentar o problema do Leo, o que não vem ao caso agora ― todas as meninas estavam se dirigindo a casa de Piper para se arrumarem para a festa do Nico. Todas, exceto Thalia, a qual Annabeth tentava convencer fracassadamente a ir à festa.

― Vamos, Thals, vai ser legal ― Annabeth dizia ― Imagine que é a sua festa. Todos os que você ia convidar estarão lá. Vamos, você não pode perder essa!

― Nem pensar, Annabeth ― discordou Thalia ― Essa, de longe, não vai ser como a minha festa. Sem falar que eu não fui convidada. E muito menos tenho fantasia. Eu não vou, Annie.

Annabeth suspirou, olhando pras meninas que estavam esperando na porta do carro do motorista de Piper. Elas olhavam em expectativa. Mas Annabeth balançou a cabeça negativamente.

― Tudo bem, Thalia ― Annabeth disse, virando-se para Thalia novamente ― Eu vou te deixar em paz. Mas só se você me prometer que se sentir qualquer pingo de vontade de ir nessa festa, você vai me ligar na mesma hora. Promete que vai fazer isso?

Thalia bufou.

― Tudo bem, eu prometo ― ela falou, pouco convincente para Annabeth.

― Hum ― Annabeth apertou o ombro da amiga devagar ― É serio Thalia. Talvez você deva estar lá. Talvez, se você fosse, você poderia.

― Não, Annabeth ― Thalia cortou a amiga ― Eu não vou tentar falar com Nico. Eu não quero e não posso. Eu não aguentaria se...

― Se ele te ignorasse de novo? ― Annabeth completou o pensamento de Thalia. Ela suspirou em seguida ― Eu já entendi, Thalia. Eu sei que está com medo de passar pelo que passou no começo da semana, mas tudo depende de você. A sua consciência vai te mostrar que você esta certa em tentar se aproximar dele de novo, tentar explicar o que aconteceu. Claro que a culpa vai ser dele se não te der outra chance e você não se reconciliarem. Mas depende de você dar o primeiro passo. ― Annabeth soltou o ombro de Thalia ― Sinto muito em te dizer, mas ele não vai correr mais atrás de você. É a sua vez.

Thalia olhou para o lado. Nico estava à uns dez metros de onde elas estavam, encostado em seu carro, mexendo no celular e ouvindo música no fone de ouvido, enquanto aguardava Bianca pra ir pra casa. Ele não ouvia a conversa. Estava totalmente distraído como não ficava há dias.

Thalia olhou para frente.

― Eu vou pensar ― ela disse.

― Okay ― Annabeth abriu um sorrio ― Mas pense com carinho. E em você. Vai precisar de fantasia?

― Eu dou meu jeito ― Thalia afirmou, já se afastando de Annabeth ― Qualquer cosia, eu te ligo. Prometo. ― e correu em direção a Nico, passando por ele sem olha-lo e indo na direção do ônibus da escola. Assim que ela passou, Nico ergueu os olhos, suspirando e tirando os fones dos ouvidos.

Annabeth viu a sua reação. Ela olhou pras meninas, fazendo sinal pra esperarem mais um pouquinho e apontando pra Nico disfarçadamente. Elas assentiram, mas suas expressões lhe diziam claramente pra andar mais rápido. Ela correu até Nico.

O garoto enrolava o fio dos fones nos dedos quando Annabeth apareceu ao seu lado.

― Não pense que eu não vi, durão ― falou ela ― Se ela tivesse virado pra trás, teria percebido com certeza.

― Ah. ― ele não conseguiria contestar. Ela não estava mentindo ― Eu... Não consigo evitar. O meu cérebro faz isso sem eu perceber.

― Deu pra notar. ― Annabeth sorriu ― Você sente falta dela, não é?

― Anh... ― ele sorriu ― Seria ridículo eu dizer que nunca senti tanta falta de alguém gritando comigo na minha vida?

― Ah ― ela deu de ombros ― Isso é um bônus por se apaixonar por Thalia Grace.

Os dois riram por alguns instantes, até que Nico disse:

― Nada disso adianta e você sabe. Já te disse que não vamos dar certo. E Thalia é orgulhosa demais para tentar qualquer coisa. Ela nem me olha mais direito.

Annabeth suspirou ao perceber que Nico não fazia ideia do que Thalia estava passando.

― E se ela tentasse? ― arriscou.

Nico deu-lhe um sorriso sem humor.

― É a Thalia, Annabeth.

Annabeth abaixou a cabeça sem saber o que dizer. Porem, mesmo se tivesse algo pra dizer, ela não diria. Já havia se metido demais no romance dos dois e sentia que era a hora de deixar os dois se resolveram sozinhos.

― Tudo bem ― ela resolveu dizer ― Eu preciso ir agora, Nico. Te vejo no seu aniversario.

― Okay ― falou Nico, abraçando-a em seguida ― Quero meu presente.

Annabeth riu.

― Pode deixar.

Depois, ela virou-se e andou até o carro de Piper. Assim que todas entraram, o motorista de Piper girou a chave e deu a partida no carro.

***

― E então, Piper, onde estão as fantasias? ― Hazel, a mais familiarizada com a casa já ia andando pra lá e pra cá procurando algum lugar na sala onde poderiam estar as fantasias ― Não tô vendo nada.

As meninas ― Annabeth, Bianca e Piper ― riram.

― Calma, Hazel ― disse Piper, caminhando na direção da enorme escada de sua casa. Lembrou-se do dia em que Jason veia até a sua casa para contar a seus pais sobre o namoro deles e da constrangedora cena de seus pais desceram essas escadas agarradinhos e de roupão. Era uma lembrança agradável e desagradável ao mesmo tempo. ― Venham. Vamos guardar as coisas no meu quarto primeiro. Depois mostro as fantasias.

Todas concordaram e correram para o quarto de Piper.

Quando Piper abriu a porta, todas já sabiam o que esperar. O quarto de Piper era uma imensidão de cor de pêssego. A cama, a parede, os móveis. O que ano era branco, pra combinar. A cama era no centro, enfeitada com cortinas que iam até o chão. Os moveis eram colocados harmoniosamente em volta. Tudo junto, era como o quarto dos sonhos de qualquer garota.

Só que Piper odiava.

Assim que todas as meninas entraram e jogaram as mochilas no canto vago mais próximo e procuraram lugares aleatórios para se sentar, Piper disse:

― Então, Annie. O que resolveu com a Thalia? Ela vai à festa?

Annabeth, sentada na cadeira de penteadeira de Piper, suspirou antes de dizer:

― Não deu em nada. Bem, na verdade, ela me prometeu que se sentisse qualquer pontada de vontade de vir, ela ligaria pra mim na hora. Mas... Como o próprio Nico disse... É a Thalia.

As meninas assentiram em compreensão. Todas conheciam a Thalia o suficiente para entender como a garota se comportava com em sua vida amorosa. O romance com Luke explicava bem.

― Não acho que a gente possa ajudar em muita coisa, meninas ― continuou Annabeth. ― Acho que agora eles tem que se virar, entendem?

Elas, as meninas, assentiram em concordância.

Annabeth sabia que tinha razão, mas não conseguia deixar de pensar em Thalia, sozinha em sua casa com Hera, enquanto seus amigos se divertiam juntos se preparando pra a festa do cara que ela amava. Não que a situação de Annabeth estivesse pior. Ela ainda estava sobre as ordens de sua madrasta bruxa: não podia ficar como muito peso em cima de seu pai. Fora o fato de que no dia anterior tinha brigado com Percy, em uma discussão estranha sobre amizade. Ela ainda não conseguira resolver a questão que ficara martelando em sua mente.

― Muito bem, meninas ― falou Piper, levantando-se de sua cama e tirando Annabeth de seus pensamentos ― Acho melhor começarmos logo. A minha mãe vai chegar daqui a pouco e tenho certeza de que vocês não viram fanática pior.

― Tá, mas cadê as fantasias? ― perguntou Hazel, a mais curiosa.

Piper sorriu.

― Hazel, amiga, creio que você se lembra de onde fica aquele armário gigante da minha mãe.

Hazel abriu um sorriso e, sem dizer mais nada, saiu correndo do quarto. Piper sorriu para as que ficaram, mandando-as segui-la logo em seguida.

***

― Eu vou repetir mais uma vez, cara: Se arrumar todo mundo junto na casa do colega é coisa de menina. Na verdade, eu acho que elas estão fazendo isso nesse exato momento.

Já era a quarta vez que Luke falava. Jason já estava começando a se arrepender de ter concordado com o plano de Piper. Como tudo isso podia influenciar alguma coisa no relacionamento dos casais? E, mais, tinha mesmo que trazer todos os garotos pra arrumarem com ele? Luke estava certo: é coisa de menina.

Todos os garotos vieram ― Percy, Léo, Luke, Frank ― exceto Nico, que teria que se arrumar em casa, mas Piper deu um jeito nele também. Ela podia ser bem convincente quando queria.

Os garotos estavam acomodados na sala de Jason, já que, putz, eles eram garotos e demorariam meia hora para se arrumarem. Percy estava deitado e ocupava um sofá inteiro. Frank, sentado no chão na frente de Percy, digitava distraidamente em seu celular. Luke, o reclamão, estava de barriga pra baixo em um encosto de costas do sofá. Léo estava sentado corretamente na poltrona do papai, as mãos dadas umas nas outras. Jason, escorado no braço do sofá de Percy, os braços cruzados, respondeu:

― E por um acaso estamos nos arrumando, babaca? Quer parar de reclamar?

― Bom nome, maninho. Bom nome.

Jason nem tinha ouvido o barulho dos passos de Thalia quando ela desceu as escadas. O cabelo dela estava preso para cima. Usava um short largo e curto, desfiado e claro, e uma camiseta preta larga. Não usava maquiagem, o que surpreendeu muito Jason. Era até um pouco estranho ver sua irmã sem maquiagem. Com a mesma rapidez que ela apareceu na sala, desapareceu pela porta da cozinha.

― A Thalia está estranha ― Jason ouviu Percy dizer, e quando virou-se, viu que ele estava sentado.

― Aposto que é por causa do Nico. ― falou Luke, que de repente estava em pé ― Quero dizer, hoje é a festa de aniversario dele, e ela não deve ter sido convidada...

― Foi sim ― interveio Jason ― O convite dizia “Para os Grace.”

― Mas ela não deve ter vontade de ir e vendo todo mundo ir ela se sente mal. ― ponderou Percy ― Acho que Thalia está tendo problemas em admitir que se apaixonou.

― Na verdade, Jackson, ela está tendo problemas em acreditar que o Nico é um cara diferente. ― discordou Luke.

― E diferente de quem, eu posso saber? ― perguntou Percy desafiador.

Jason apenas revirou os olhos. Ninguém nunca iria entender a briga entre Percy e Luke. Eles simplesmente implicavam um com o outro.

― Eu vou falar com ela ― disse Luke, ignorando a pergunta de Percy, e dando um passo para o lado.

― Não, eu vou. ― falou Percy, levantando-se ― Acho que você já fez merda demais, Castellan.

― Ei, vocês dois ― falou Jason, irritado, já não aguentando mais tudo aquilo ― A irmã é minha. Quem vai falar com ela sou eu! ― e assim, antes que os dois pudessem falar alguma coisa, Jason seguiu pra cozinha.

Thalia estava sentada no banquinho da bancada. Ela tinha uma expressão de perdida enquanto preparava um sanduiche natural pra comer. Ela estava diferente, tanto pela maquiagem, tanto pela forma de expressão corporal.

Geralmente, Thalia era toda estabanada e derrubava tudo quando tentava fazer alguma coisa. Agora, estava fazendo tudo com o maior cuidado, como se não pudesse aguentar se algo desse errado. Parecia... fragilizada. A falta de maquiagem não ajudava. Thalia adquiria uma expressão ainda mais ameaçadora quando estava maquiada. Combinado com a tristeza, esse olhar parecia ter desaparecido completamente.

― Thalia? ― ele chamou.

A garota olhou pra ele.

― Nunca pensei que você fosse desse tipo, Jason ― ela falou, voltando a preparar o seu sanduiche ― Sabe, o que chama os amiguinhos para se arrumarem em uma casa só. Juntinhos.

Jason sorriu: uma vez Thalia, sempre Thalia.

― Não foi ideia minha. ― ele afirmou, sentando-se na frente dela na bancada ― Piper me pediu pra...

― Eu sei o que a Piper te pediu ― ela afirmou, colocando o pão por cima do sanduiche.

Jason ergueu uma sobrancelha.

― Sabe?

― Mas é claro. Criativo, mas também inútil. Isso não vai ajudar em nada na relação deles. Bonito da parte de vocês, mas o máximo que vão conseguir é fazer com que as outras pessoas pensem coisas.

― Não custa tentar ― falou ele ― Mas como descobriu?

― Você conversa com a Piper no banheiro, cara. E com viva voz. Só foi necessário eu entrar no seu quarto por um minuto pra descobrir. Mas, relaxa, não vou contar pra ninguém.

― Obrigado.

Thalia mordeu o seu sanduiche. Não parecia querer conversar mais. Se bem que, quando o companheiro de conversa era Jason, Thalia nunca queria conversar. O garoto então tentou arriscar.

― Não quer ir mesmo à festa hoje? ― ele perguntou.

Thalia suspirou, como se já tivessem perguntado isso a ela varias vezes.

― Jason, você me conhece. Você pode até não saber ou eu posso até nunca ter admitido, mas você me conhece. Não acha que se eu quisesse ir, mesmo que de penetra ou pra causar barraco, eu não estaria me preparando agora mesmo?

― É ― ele riu um pouco.

― Eu sei que, se eu for, ele vai ficar estranho e não vai curtir a festa, mesmo que não me veja. Não quero estragar isso.

Jason colocou a mão na cabeça de Thalia, sorrindo orgulhoso pra ela.

― Eu amo você, tudo bem? ― ele disse ― E, depois que eu voltar, vou fazer uma festa particular pra você no seu quarto.

― Se você me acordar, cara, eu juro que te mato. ― Thalia falou, rindo em seguida. Jason olhou pra ela como quem está esperando alguma coisa, e ela entendeu o que era ― Tudo bem. Eu amo você também.

― É isso aí, mana.

***

― Como ela está? ― perguntou Percy assim que Jason pôs o pé na sala.

― Eu estou bem, Jackson ― falou a própria, entrando na sala logo atrás de Jason e com um sanduiche na mão. Ela não olhava pra ninguém, só para o sanduiche, e deu uma mordida nele em seguida. ― Não sou mais sua filha, então não precisa mais se preocupar comigo.

Jason não entendeu aquilo, mas Percy pareceu entender, já que sorriu como se a lembrança o agradasse.

― Bom, gente, vamos começar com isso logo? ― perguntou Jason ― As fantasias estão no meu quarto e quanto mais rápido começarmos, mais rápido fica menor a fila do banheiro.

Thalia riu, dando um passo em direção à escada.

― Cara, isso é muito coisa de menina. ― ela falou, sumindo de vista em seguida escada acima.

― Eu disse ― disse Luke, revirando os olhos.

― Cala a boca.

***

As meninas estavam com a corda toda.

Depois de todas estarem de banho tomado, chegou a parte mais difícil do dia: cabelo e maquiagem. Piper não tinha ideia de como se fazia bem feito as duas coisas.

Todas estavam de roupão cor de rosa ― eram apenas quatro dos dez de sua mãe ― e tentavam fracassadamente fazer alguma cosia legal no rosto na frente do espelho.

― Isso é frustrante ― comentou Bianca. Piper a tinha convencido a vir se arrumar na casa dela, mesmo que ela tenha insistido muito em não ir porque não havia motivo já que a festa era em sua casa ― Eu nunca fui muito de me maquiar. Como é que se passa o lápis?

Piper também queria saber.

Então, a salvação apareceu na postar de seu quarto.

― E aí, meninas? ― era a mãe de Piper, Afrodite ― Como vocês estão?

― Mãe! ― Piper correu até ela, puxou-a pra dentro e lhe deu um grande abraço.

― Ai, que linda. O que aconteceu, Piper? ― ela perguntou. Afrodite usava uma roupa tão casual que Piper até achou estranho. Era uma bermuda jeans larga, uma batinha branca e um blazer cinza por cima.

― Precisamos de sua ajuda! Urgentemente!

― E pra que?

Annabeth, Hazel e Bianca deram um passo a frente. Annabeth havia passado a base de Piper no rosto inteiro, e, como Piper era mais morena que ela, ela ficou com o rosto mais escuro que o pescoço. Hazel havia passado tanto blush que pareci ter saído de um bronzeamento artificial. Bianca estava com um risco estranho em cima de sua pálpebra esquerda.

― Ah, tá ― falou Afrodite ― Eu acho que já entendi.

― Pode nos ajudar? ― perguntou Piper.

― Claro ― os olhos de Afrodite brilharam de ansiedade ― Não é todo dia que você me deixa maquiar você.

― E é por isso que digo pra não se costumar, mãe.

Ela riu e deu um passo na direção das meninas.

― A primeira coisa que preciso saber é: qual é o personagem de vocês?

***

Era muita cueca em uma casa só.

Thalia achava que a presença masculina de Jason que era insuportável, mas a de todos os garotos era ainda pior. Eles riam alto, falavam alto, cantavam alto e até os seus passos eram altos.

O único que Thalia não escutava a voz era Leo. Sua voz geralmente era a mais alta de todas, o que fez Thalia se perguntar se ele estava fazendo algum tratamento de garganta ou se tinha ficado mudo de vez. E o fato de que até a voz de Frank estava sendo escutada ― Frank, o quietinho ― deixou Thalia ainda mais preocupada.

Ela levantou-se de sua cama. Nem os fones de ouvido abafavam os gritos dos garotos. A sorte deles eram que nem Hera e nem Zeus estavam ali, se não... Se bem que a bagunça era de Jason, então não tinha tanta importância. Eles iriam liberar.

Ela abriu a porta de seu quarto. O de Jason era ao lado. Estava prestes a bater e mandar todo mundo calar a barulhenta da boca, mas a porta se abriu primeiro, e Percy, apenas de bermuda, saiu de lá. Thalia não se impressionou com seu primo, claro. Estava irritada e apaixonada demais pra isso.

― Thalia? ― ele perguntou ― O que...?

― Chame o Leo e venha ao meu quarto com ele. Agora.

Então, a garota voltou para seu quarto sem um “Claro, já tô indo” de Percy. Alguns minutos depois, lá estavam os dois. Leo parecia assustado.

― Thalia, juro que não fui eu. ― ele dizia, as mãos erguidas em rendição ― Foi o Jason, serio, ele me disse que colocasse aquele negócio no seu armário me comprando com um lanche no Mc Donald. Não tive como recusar...

― Leo, cala a boca, cara. Eu não quero te culpar por nada. Mas nós vamos ter uma boa conversinha sobre isso depois ― ela levantou-se da cama ― Agora pode me dizer o que está acontecendo.

Não se sabe qual foi a cara mais engraçada: a de Leo ou a de Percy. Ambos pensavam: what?

― Anh... Thalia, se você já se esqueceu, nós estamos nos arrumando para a festa do Nico ― falou Percy ― e você já sabia disso.

― Não, idiota, não com todos em geral. Isso eu já sei ― ela contestou como se Percy fosse um idiota ― Eu quero saber o que aconteceu com o Leo.

― Comigo? ― Leo perguntou, indicando a si mesmo.

― Tem algum outro Leo aqui?

― Sei lá, vai que você tem um ursinho de pelúcia que se chame Leo, ou um travesseiro, ou um papagaio, um papagaio seria legal, até que combina comigo e...

― O Leo é você! ― ela afirmou, antes que ele continuasse.

― Não aconteceu nada comigo. ― ele afirmou, mas o humor saiu de sua voz.

― Thalia, você está bem? ― perguntou Percy ― Quer um remédio ou quem sabe um psicólogo? Leo está bem. Não dá pra ver?

― Percy, você ainda é um novato bem novo meu querido ― falou Thalia ― Me responde: Leo fez alguma piada durante a estadia irritante de vocês em minha casa a não ser agora?

Percy ficou mudo por um tempo e depois perguntou:

― Leo, você está bem?

Leo revirou os olhos.

― Gente, eu estou bem.

― Não está não. ― falaram os outros dois juntos.

― Só porque não fiz uma piada?

― Você nunca, Valdez, nunca fica sem fazer uma piada. ― falou Thalia ― Desde que te conheci. Sempre foi assim. Sempre. Agora eu te pergunto: você está bem?

― Eu estou.

― Pois me parece que você não está bem, cara. ― falou Percy.

― Mas eu estou bem.

― Você dizendo que está bem significa que você não está bem ― falou Thalia.

― E por que eu não estaria bem?

― Eu não sei, Thalia não sabe, é você que tem que saber, então porque você não está bem? ― disse Percy.

― Meus amigos, eu estou bem.

― Não está ― falou Thalia.

― Eu estou.

― Não está não ― negou Percy.

― Estou.

― LEO, MERDA, TÁ NA CARA QUE VOCÊ NÃO ESTÁ! ― Thalia insistiu.

― TÁ BEM, MERDA, EU NÃO ESTOU! ― Leo confessou, perdendo a paciência. Ele passou as mãos nos cabelos frustrado ― Mas eu não quero falar sobre isso, tá? ― ele virou-se de costas pra eles.

Percy olhou para Thalia. Tinha conseguido fazer Leo admitir, mas e agora? Ela não o conhecia tão bem ao nível de saber o que se passava na sua cabeça. Sabia que, pra Leo perder o humor e a paciência, teria de ser uma coisa muito grave.

― Tudo bem, tá? ― ela deu um passo a frente e pôs a mão no ombro do amigo ― Eu só queria saber se estava bem, mas não precisa falar nada. Senti falta de suas piadas mesmo estando do outro lado da parede.

― Ontem mesmo você me chamou de irritante ― Leo disse, sem olhar pra ela.

― Ah... Bem... ― Percy ria enquanto Thalia tentava falar ― Cale a boca, Percy. Leo, nós perdemos a cabeça de vez em quando sabe e...

Leo virou-se pra frente rindo.

― Thalia, você está bem?

Thalia piscou.

― Há, há, que engraçado.

― Não é uma piada. ― ele falou, mas ria ― Você está tentando se desculpar? Serio?

Percy riu.

― Thalia, você está bem?

― Percy, você é muito Maria vai com as outras, cara ― falou Thalia ― Mas, okay, vocês me pegaram. Eu não estou bem.

― Thalia... ― começou Percy.

― E eu não quero conselhos amorosos de vocês. Serio, já estou me sentindo muito exposta com isso tudo. ― ela sentiu seus olhos arderem, mas se recusou a chorar ― Mas eu quero que se divirtam na festa e, se puderem, diga ao Nico que eu lhe desejei felicidades.

Os garotos a abraçaram, mas ela não chorou nem por isso. Ficou feliz por eles não tentarem convence-la a ir. Não precisava de mais ninguém dizendo que ela só fazia as coisas de modo errado.

― Pode deixar ― falou Percy.

― E, Thalia, obrigado. ― falou Leo ― Nunca pensei que você me conhecesse tanto assim. Valeu por me entender.

― Eu sei como é difícil dizer que as coisas estão erradas ― ela afirmou, rindo ― Mas talvez isso seja o primeiro passo pra fazer alguma coisa em relação a isso.

― Talvez isso signifique alguma coisa pra você também ― Percy comenta.

Leo ri um pouco.

― Pois é.

Leo passou o braço em um ombro de Percy e Percy passou um braço no ombro de Leo. Desse jeito, eles saíram do quarto de Thalia deixando-a sozinha com turbilhão de pensamentos na mente.

***

As meninas estavam prontas.

Cada qual vestindo sua fantasia, maquiada como a sua personagem, os penteados arrumados tal qual. Elas tiravam selfies aleatórias com os seus celulares esperando a hora de ir. Afrodite insistiu que não era elegante chegar primeiro na festa, mesmo quando a festa era do aniversário do seu amigo.

Enquanto elas tiravam as fotos, Afrodite deva o ultimo retoque nas meninas e ao mesmo tempo fazia lindas poses para as fotos delas. Afrodite, Piper tinha que admitir, era uma supermãe.

― Lindas, lindas, lindas. ― ela falava ― Mas acabou a diversão e é a hora de ir.

O carro dos pais de Piper estava pronto pra leva-las. A que teve mais dificuldade pra entrar foi Hazel, logo estava tudo certo. O motorista deu partida no carro.

Annabeth estava sentada na janela olhando as luzes das ruas de Manhattan. Mesmo perdida em pensamentos, ela sentiu seu celular vibrar no seu bolso. Uma mensagem havia chegado de um numero desconhecido.

Relutante, ela a abriu e leu.

Quando você estiver sozinha, ligue pra mim”.


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Notas finais do capítulo

Tá, eu sei que deveria ter começado logo, mas vocês sabem que eu gosto de deixar tudo separadinho, né? Beleza!
Bom, o próximo já está sendo escrito. Só não sei quando vou postar, mas já escrevi a primeira parte  Eu tinha falado uma coisa muito legal nas notas aqui embaixo, mas eu fui salva-las e cliquei em não salvar e perdi as notas – sim, tô escrevendo pela segunda vez kkkk – e agora eu esqueci.
Mas, enfim, eu espero que tenham gostado pessoa. Lembrem-se de que a festa promete. Eu acho. Acho que ao invés de prometer pra um casal só, vou fazer prometer pra todos. É. Legal. Cool.
♪ We're cool for the summer ♫
Hahahaha’
Bom, gente, eu acho que é só isso. Se quiserem, se puderem, se alguma coisa, comentem, favoritem e recomendem. Isso ajuda na auto estima. Mesmo que...
♪ Nobory, nobory/ Nobory can drag me down ♫ ♥
Beijos da Naty ♥