Loucuras na Adolescencia escrita por Naty Valdez


Capítulo 35
Capitulo 35 - Alta Velocidade


Notas iniciais do capítulo

Moças e moços, eu só tenho que dizer que o Ensino Médio acaba com a nossa criatividade. Sinceramente. Meu computador estava perfeito, minha internet também, porém a minha cabeça não pensava. Então lá vai a palavrinha básica... Desculpa? haha'
Pois é, foi um atraso de bloquei criativo completo. Não consegui postar em nenhuma fic minha. Porém, agora, ao som de Blank Space - Taylor Swift, a tia Naty está de volta e postando pra vocês u.u

MAS EU ESTOU CHOCADA! Eu não pude acreditar nos meus números! ESTÃO PERFEITOS, CARA! São mais de 500 comentários, mais de 300 leitores, 100 favoritamentos, 16 recomendações, e mais de 34.000 visualizações e eu estou assim... CHOCADA!
Eu só tenho a agradecer vocês, fofos e fofas *-* Estou muito orgulhosa de nós!
Aliás, vocês conseguiram bater o record de comentários de novo *-----------* Muito obrigada! Devem ter estranhado a frase "Naty Valdez "Kane" respondeu seu comentário" hahahaha' Pois é, agora sou casada com o Carter também hehehe' Ah, cara, ele é muito divo!
Bem, podem ler que, depois de tanto atraso, acho que consegui fazer um capitulo interessante muahahahaha'

"But I got a blank space, baby/ And I'll write your name" ♫ ♪



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Annabeth

Meu primeiro pensamento foi: Ferrou!

Minha madrasta, sentada na minha cama e alisando o meu travesseiro, tinha uma expressão sádica no rosto. Sempre fantasiei que ela fosse uma psicopata do mal que ia virar uma bruxa quando eu era criança. Agora eu estava com medo de que o cabelo dela enchesse, ela ganhasse uma maquiagem escura e uma vassoura. Graças a Deus, ela não virou uma bruxa. Teria sido traumatizante.

Ainda assim, eu não estava feliz com sua aparência atual. Ela usava um roupão vermelho do camisola, que tampava o decote enorme do mesmo. Mas nada disso importava, se não a sua expressão. Era uma mistura “coitadinha”, “te peguei” e “finalmente você se mostrou”.

― O... O que você disse?

Eu tentei não gaguejar, mas ela me pegou de surpresa, portanto eu estava muito nervosa. Tentei me controlar. Minha madrasta levantou-se e andou até mim. Ela sorria malévola.

― Não pense que eu não te vi, querida. ― ela falou ― Você naquela escada, subindo pela janela ― ela riu ― Que patético! Você é tão errada, Annabeth, que ao invés do príncipe vir atrás de você, você tem que ir até ele.

Eu. Odeio. Essa. Mulher!

― Não se preocupe, querida. ― ela começou a me rondar ― Sua mãe era igualzinha. Eu me lembro dela correndo atrás de seu pai. Era ridícula a maneira como ela se insinuava pra ele. Agora você vê o que aconteceu. Nem você ela quer mais!

― Cala essa boca! ― adverti com desprezo, porém ainda andei pra longe dela pra ela não ver a minha expressão.

Escutei sua risada.

― Você é como sua mãe! ― ela continuou ― Aposto que esse garoto vai ser igualzinho a seu pai: não vai aguentar a raça. Vai desistir de você. Isso se ele estiver mesmo a fim de você. Bem, não posso culpar você por ser assim não é? É gene de família.

Perdi a cabeça neste mesmo momento. Quem era essa mulher que ousava falar de minha mãe? Ela podia ser o que fosse. Pode estar sempre ausente. Eu não sabia qual havia sido o seu passado. Mas ninguém fala mal da minha mãe e na minha frente.

― Cala essa boca! ― gritei, me aproximei dela ― Pense cinquenta vezes antes de falar mal da minha mãe e aí não fale, okay? Não me importo se ela está longe. Eu sei que ela me ama. E, ao contrario de você, minha mãe amava o meu pai!

― A sua mãe era uma falsa! ― ela esbravejou de volta, segurando o meu braço ― Igualzinha a você! Ela se fazia de nerd, quietinha. Mas estava sempre encarando o seu pai. Na primeira tentativa, engravidou. Obrigou o seu pai a casar com ela. Se separaram pouco tempo depois. Você não conhecia a sua mãe!

― Não quero saber. Minha mãe pode ser quem for, mas você é muito pior que qualquer uma da sua laia. E eu não admito que você fale mal dela!

Livrei-me da sua mão, e percebi a marca de seus dedos em meu braço. Ela olhou pra mim, rindo, e pôs as mãos na cintura.

― Ah, Annabeth, acho que finalmente vai aprender a me respeitar ― ela caminhou em minha direção. ― Ou, pelo menos, me temer. Partir de hoje, você vai fazer tudo o que eu mandar. Caso contrário, pode dar adeus a sua relação de confiança com seu pai. Eu vou contar sobre sua sumida pra ele. Ele não sabe, mas ficou intrigado com sua porta fechada durante o a noite inteira.

― Você não vai fazer isso ― afirmei.

― Ah, você sabe que eu faço. A decisão é sua, querida. Vai fazer o que eu quero ou não?

Essa mulher é demoníaca. Ela sabe que nada é mais importante do que a minha relação que estou conquistando com o meu pai. Quanto mais eu me aproximo dele, mais ele se afasta dela. Isso deve estar acabando com o humor dela.

Respirei fundo.

― O que você quer?

Ela sorriu satisfeita.

― É assim que eu gosto, querida. Eu vou pensar no que você vai fazer pra mim. Todos os dias. Nem pense que vai ser fácil. Por enquanto, pode ir pra sua aula.

Ela passou por mim e se dirigiu para fora do quarto. Resisti ao impulso de tacar meu abajur nela.

Percy

Annabeth estava estranha.

Eu estava com o carro estacionado no portão da casa dela. Assim que a vi saindo de casa, percebi sua estranheza no momento em que reparei nas suas roupas: Annabeth estava de vestido.

Você deve estar se perguntando o que isso tem de errado. Afinal, qualquer garota usa vestido. Mas em todos os dias em que a vi durante o decorrer dessas semanas, eu não a vi de vestido. Era sempre calça ou vez ou outra um short. Nunca vestido.

Ela não deixava de estar bonita, é claro. O vestido era todo em estampa floral, bem menininha, em cor azul claro e branco. Ele era justo na cintura e largo daí pra baixo, indo até o meio da coxa. Pra completar, ela vestia uma jaquetinha jeans que ia até a metade da cintura. Seu cabelo estava pra trás em um nó mal feito, usava uma sapatilha preta nos pés e sua mochila estava jogada nas costas.

Ela andou até mim.

― Atrasada.

Ela não olhava pra mim direito. Ela roía unhas e ficava alisando a alça da mochila que carregava. Seus olhos rolavam de um lado para o outro como se ela estivesse pensando em alguma coisa grave.

― Algum probl... ― comecei a perguntar.

― Nenhum! ― ela me interrompeu, com um sorriso no rosto. Seu cabelo se soltou quando ela ergueu a cabeça rapidamente pra mostrar o sorriso. ― Vamos? Estamos atrasados.

― Claro.

Virei-me e abri a porta pra ela. Ela sentou-se e jogou a mochila no banco de trás. Eu fechei a porta, dei a volta e entrei no carro. Quando olhei pra ela, ela estava alisando o vestido para frente, tentando fazê-lo ficar maior. Sem sucesso. O que era bom até, pois dava uma boa vista daqui.

― Percy, pare de olhar pras minhas pernas e liga logo esse carro. Estamos atrasados! ― ela falou, mas não estava irritada.

― Tarefa difícil, mas eu vou tentar, madame.

Liguei o carro. Annabeth começou a prender o cabelo novamente, concentrando-se totalmente na estrada e nem sequer olhava pra mim. Imaginei que, se eu não falasse nada, ela iria o caminho todo em silencio. Principalmente depois de ontem.

Eu ainda estava envergonhado com aquilo tudo. Digo, entrar em desespero emocional na frente da garota que você estava tentando conquistar não é uma coisa muito legal. Principalmente se você está sendo acusado de algo que terminantemente você não está fazendo. Ela pode estar pensando que eu estou usando o meu drama familiar pra obriga-la a ficar perto de mim.

O que não é verdade.

A prova de que eu não comecei aquilo ontem foi o fato de ela ter aparecido na minha janela me obrigando a abri-la. Não quero ser mal agradecido, mas eu não a chamei lá. Pelo contrário, não queria que ela me visse daquele jeito de jeito nenhum. Porém, quando ela apareceu e eu contei aquilo pra ela, eu percebi que... Eu confio nessa garota cegamente. Eu tenho certeza de que não contaria aquilo pra mais ninguém. Como isso é possível? Digo, se ela só diz que quer distancia de mim, como eu me permito confiar assim nela?

Se fosse a Hazel Grace aqui, provavelmente ela diria que é um efeito colateral de se estar apaixonado.

Mas eu percebo que mesmo que ela diga que quer distancia, ela nunca consegue. Eu não me responsabilizo pela minha tentativa de fazê-la ficar comigo a noite toda. Está bem, me responsabilizo sim. Eu precisava dela. Era meu único conforto naquela noite. E o jeito que ela agiu só me fez sentir-me melhor. Porém, com aquilo, eu queria testar o tamanho da sua confiança em mim e fazê-la confiar ainda mais.

Não faço a mínima ideia se deu certo.

Okay, vamos dizer que mais ou menos funcionou. Mas é cruel pensar que, pra isso dar certo, meus pais tiveram que brigar. Eu realmente não os queria separados. Eu me lembro de como os dois eram perfeitos juntos quando eu era pequeno. Éramos muito felizes até... A culpa é minha.

― Percy? ― sinto a mão de Annabeth no meu ombro ― Vire à esquerda. Você está bem?

Droga, acabei perdendo o controle. Senti que meus olhos estavam ardendo. Esse cara sensível a simples pensamentos definitivamente não era eu. Eu sou forte. Aguento muito bem esse tipo de coisa.

Virei o volante pra esquerda.

― Eu estou. ― falei.

Annabeth voltou a olhar pra frente. Como eu disse, ela passaria a viagem inteira em silencio se eu não falasse nada. Uma ideia me veio à cabeça ― na verdade, era uma preocupação ― e eu comecei a falar.

― E a Thalia, como está? Fiquei sabendo que ela e o Nico conversaram ontem, mas aconteceu alguma coisa que o fez querer ir embora. Você sabe o que houve?

Ela fez uma cara de pensativa por um micro de segundo, até que sua expressão virou surpresa. Ela até pôs as mãos sobre a boca.

― Droga ― ela murmurou antes de olhar pra mim ― O Nico e ela brigaram, mas eu acho que isso já estava na cara. A Thalia está... ― ela baixou a cabeça nas mãos ― Ah, que droga.

― O que?

― Eu me esqueci de falar com ela ontem. Estava preocupada com... Ah... ― ela me olhou envergonhada ― Bem, não importa. Só o que interessa nesse momento é a minha amnésia. Tenho que falar com a Thalia.

― Certo. Se quiser, eu posso bater um papinho com o Nico. Sabe, de homem pra homem ― nessa hora, vi que ela abriu um sorriso. ― Talvez ele fale algo comigo.

― Acontece, Cabeça de Alga, que eu sei tudo o que se passa em ambos os lados da confusão ― ela contou ― Eu sei que isso é errado e tal. Mas saiba que eu nunca conto o que cada um me conta pra cada um. Isso seria ridículo.

― Eu sei que você não faria isso.

Não pensei que uma simples frase pudesse causar intensidade nela. Mas causou.

― E, bem ― continuei ― Talvez seja legal ele conversar com um garoto pra variar. Tipo, conversar com você deve ser muito invasivo. Sua curiosidade é tão grande quanto os vacus do universo.

Ela riu da piada. Eu ri também. Então finalmente chegamos a escola. Na verdade, nem demoramos muito, porque a escola era perto da nossa casa. Estacionei no primeiro lugar vago.

― Faça o que quiser, Cabeça de Alga. ― ela tirou o cinto e abriu a porta ― Só não fique preocupado demais, está bem? Você tem problemas piores do que namoro adolescente.

― Ah ― abri um sorriso sarcástico ― Fico feliz que você se preocupe com minha saúde mental.

Ela abriu a boca pra falar alguma coisa, mas saiu do carro antes disso. Ela abriu porta de trás e pegou sua mochila. Depois, voltou-se novamente para a janela e falou:

― Você não tem jeito.

Sua voz saiu meio brincalhona, mas também senti que ela estava falando de outra coisa. Quando ela iria se convencer de que eu não estava atrás dela pra isso?

Produção

Muito bem, agora sou eu quem manda nessa merda. E, digo mais, as coisas só vão piorar a partir daqui. Ou talvez não, né? Sabe como é, às vezes a gente gosta de fazer obras de caridade. Eu, particularmente, amo fazer obras de caridade. É um dos meus passatempos preferidos nos dias atuais. (Naty: Produção vai com calma, tá?) (Produção: AH, “VAI COM CALMA, TÁ?” O ESCAMBAU, OKAY? EU TO ESPERANDO PRA NARRAR DESDE O... AN... BEM... ) (Naty: Capitulo 29?) (Produçao: é, isso mesmo! Rum! Viu como é muito tempo?) (Naty: Não) (Produçao: Todos sentiram a minha falta, sabia?) (Naty: isso é verdade?) (~lê todos os personagens da fic~: Não!) (Naty: *olhando com a maior cara de convencida para Produçao* Há, há) (Produçao: *vermelha* Vou narrar que eu ganho mais).

Assim que Annabeth chega na sua típica rodinha de bate papo, seu olhar foi dirigido a uma arvore próxima, onde uma garota vestida de preto estava sentada com o celular na mão. Annabeth imaginou que ela não queria interagir, mas estava na escola por vontade própria, já que o pai havia deixado ela por conta própria.

Enquanto ela prestava a atenção em Thalia, não percebeu que seus amigos a encaravam. Quando virou-se pra eles, e perceberam que a olhavam, ela disse a coisa menos obvia possível:

― O que?

Criativa, não? Léo falou, olhado pra baixo.

― Você devia mostra-las mais vezes. Eu só não paquero você por que você é minha amiga e confidente.

Annabeth se arrependeu de pegar esse vestido no armário. Foi um acidente total, ela podia dizer. Resumindo, eu diria: falta de tempo; vestido fácil; calça difícil; sapatilha fácil; tênis difícil. Simples e pratico.

― Esqueceu de lembrar que levaria um grande golpe de judô também ― Annabeth comentou de volta.

― Exatamente.

Seus amigos riram. Menos um.

― Nico? ― Annabeth perguntou ― Tudo okay?

― Okay. ― ele respondeu, rindo em seguida dessa piada velha que todos nós amamos.

― Se eu não tivesse te visto sair do carro do Percy agora pouco, eu diria que vocês estavam de caso ― comentou Piper, que estava sendo abraçada por trás por Jason.

― Ah, pera aí ― Annabeth apontou pros dois como se estivessem desenhando um símbolo nazista um na testa do outro (ignorando totalmente o comentário dela a respeito do Percy) ― Desde quando...

― Ontem à noite ― Jason deu um beijo no topo da cabeça de Piper.

― Claro, por que não? ― falei.

― Eles não são lindinhos juntos? ― comentou Hazel. Hoje, o cabelo da morena estava meio preso pra trás e meio solto, o que ficava muito bem nela aos olhos de Annabeth (e os de Frank também).

― Sim, muito doces. Tanto que me dá carie ― disse Luke, olhando ao redor como se estivesse procurando alguém. E estava. ― Alguém aí viu a Bianca?

― Eu acabei de vê-la sair de dentro de um carro ali no estacionamento ― Percy apareceu ao lado de Annabeth, que sentiu um susto tão grande que deu um passo para o lado (o que chamou a atenção de Piper, por sinal) ― Não sei aonde ela foi depois.

― Hum. Obrigado ― Luke respondeu, mal humorado, querendo que qualquer outra pessoa o tivesse respondido.

― Okay... ― Léo olhava para o relógio em seu pulso ― O sinal vai bater em três... Dois... ― e o sinal toca ― Sala, galera.

Todos começaram a caminhar em direção ao corredor das salas. Annabeth, por outro lado, se direcionou a arvore onde Thalia estava, vendo que a garota não fez sequer um movimento que indicasse que ela se levantaria e aí pra sala como qualquer outra pessoa.

Thalia viu quando ela se aproximou, mas não falou e nem se mexeu. Estava exausta, tinha passado a noite em claras, e só veio pra escola porque não queria ficar em casa e ver a cara feia de Hera. Claro que aqui tinha muitas caras feias, mas a de Hera conseguia ser pior, acredite.

Annabeth chamou o nome de Thalia.

― Sim, Annabeth, eu vou pra sala ― Thalia falou, em um tom normal, quase até um sarcasmo.

― Ah, isso eu sei, punk. Eu ia perguntar se você tinha um esmalte preto pra me emprestar. O meu acabou. ― Annabeth devolveu.

― Tenho cara de vendedora de esmalte?

― Eu preciso mesmo responder isso?

Thalia abriu um pequeno sorriso, o que foi bom pra Annabeth. Ela estendeu a mão a amiga e a outra aceitou e se ergueu. Annabeth envolveu o braço no de Thalia, como costumavam fazer quando brincavam de amigas grudentas e começou a puxa-la pro corredor. Thalia foi sem problema.

― Vai querer me contar o porquê do seu escanda-lo? ― Annabeth perguntou, enquanto caminhavam.

― Vou ― Thalia confessou ― Mas eu sei que isso não vai adiantar nada. ― ela suspirou ― Como sempre, eu fiz uma burrice mundial, seguida de uma catástrofe que afetou até o sol do sistema solar mais próximo.

― Thalia, não exagera.

Elas continuaram andando.

***

Mais tarde, naquele mesmo dia, um casal estava na biblioteca se pegando.

Era o horário do almoço, a qual eles acabaram tudo logo, só para terem um tempinho de ficarem a sós juntos, já que na noite anterior o “melhor sogrinho do mundo” estava de olho no que acontecia com os dois. Estavam em seu cantinho escondido na biblioteca, onde deram o seu primeiro beijo, e conversavam sobre o que vinha a cabeça deles ― isso quando não estavam fazendo a sua troca regular de saliva.

― Sabe no que eu estava pensando ― Piper dizia, enquanto abraçava a nuca de Jason. Ela estava em cima do colo dele e ele sentado em uma cadeira. Jason a beijou de novo.

― No que? ― ele perguntou, olhando pro seu rosto.

― Ah ― ela abriu um sorrisinho ― Na festa do Nico.

Jason ergueu uma sobrancelha.

― Na festa do Nico? ― ele perguntou, intrigado, já que Piper não era dessas de ficar pensando em festas e em locais barulhentos. ― Por quê?

― É a fantasia, não é?

― Sim.

Piper fez uma cara de pensativa, que deixou Jason mais intrigado ainda. Nunca havia visto a garota assim.

― Piper?

― Jason, você já reparou quais são o casais do nosso grupo além da gente? ― ela perguntou, com um brilho divertido nos olhos.

― Bem, eu acho que... A Thalia e o Nico, são óbvios. ― ele respondeu, com uma sobrancelha erguida ― Porque a pergunta?

― O que você acha do Percy e da Annabeth? Acha que eles são um casal que pode se tornar real? ― Piper perguntou, se lembrando das cenas constrangedoras que viu Annabeth.

― Se eu conheço bem o Percy, eu acho que ele não vai mais namorar. Porem, reparando naqueles dois... Sim, acho eles um possível casal.

― Ótimo, quem mais? ― Piper perguntou ainda mais empolgada.

― Acho que... A Hazel e o Frank. Se não são um casal ainda, estão bem próximos disso. Andam totalmente grudados. Mas, Piper, você já está me preocupando.

Piper sorriu divertida.

― Eu tive uma ideia! ― ela comemorou, se levantando, o que Jason achou lamentável.

― Posso saber que ideia é essa? ― ele perguntou, curvando-se pra frente.

Piper olhou pra ele com um olhar cumplice e contou a sua ideia repentina a Jason. Jason abriu um sorriso pra ela.

― Como você vai conseguir? Elas não vão aceitar.

― Eu vou persuadi-las. ― Piper falou confiante ― Eu consigo. E você vai ter que conseguir convencer os meninos, Jason. Vai ser muito legal.

― É, vai ser muito legal você trollar seus amigos ― Jason comentou ― Não sabia que você tinha esse lado. Mas, enfim, e se elas não conseguirem achar?

― Eu vou pedir uma ajudinha pra minha mãe. Vai dar certo, Jason. Mas você precisa me ajudar. Topa?

― Topo ― ele ficou de pé e Piper sorriu e o beijou na mesma hora. Depois de um certo tempo, eles se afastaram e Jason falou ― Você não quer mais nenhum favor?

Piper simplesmente riu e eles ficaram ali até o final do almoço.

***

Bianca não queria se quer passar os olhos por onde Luke estava.

Digamos que depois daquele sábado, a garota estava desconcertada em relação a ele. O CARA A BEIJOU DO NADA! Qual é o problema dele?

Ela estava sentada na biblioteca tentando de todas as maneiras se concentrar em um livro, mas o beijo de Luke não saída de sua cabeça. Porque ele a beijou? Por quê? Por quê? Por quê? Ela não conseguia pensar em um motivo logico do porque disso. Então deixou o livro e começou a fazer uma varredura em sua memoria a procura da resposta.

Começo do ano: o pó de mico e a entrega geral da turma em função de ajudar a Thalia e o Nico. Ela, vendo que todos estavam se entregando, também quis ajudar. Quis fazer uma coisa útil. Passara o ano anterior inteiro estudando, só sendo chamada pelos professores para ler as respostas ou explicar alguma matéria. Ela estava um pouco cansada de sua vida de santa sem aventuras.

E aí começou: quem a ajudou a entrar no bonde foi Luke. Porque ela pediu a ajuda dele mesmo? Ah, sim. Era o único que havia sobrado.

O problema foi depois, no dia do castigo a qual foram submetidos ― uma lembrança nada agradável, por assim dizer (ela tinha vontade de pegar aquele pedaço de chiclete clandestino que ficou garrado na sua sapatilha e enfiar na goela do Sr. D). Luke teve que fazer dupla com ela para efetuar sua parte da limpeza. Não foi ruim. Ele ficava fazendo algumas piadas sobre as caretas que Bianca fazia quando encostava em um chiclete muito nojento. Ela própria morria de rir dele quando isso acontecia.

O problema foi quando acabaram e eles resolveram ir conversar com Thalia e com Percy. Bianca sabia que Luke não gostava, não gosta e provavelmente nunca vai gostar de Percy. Ele nem precisou dizer nada a ela. Ela concluiu isso quando Annabeth caiu da rampa da piscina ― um mistério não resolvido ainda ― e ele brigou com Percy sem provas, depois brigou de novo e até hoje não fala com ele. Enfim, depois de uma conversa estranha com os dois, eles foram para o corredor.

E ai se inicia a merda toda.

Ela se lembra de Luke perguntar se ela confiava em Percy. Respondera que sim na hora, o que levara Luke a pensar que ela gostava do garoto por causa da beleza dele. O que a fizera fazer um discurso de que não se atraia por beleza. O que levara Luke a tentar atrai-la de brincadeira. O que dera errado. Porem ela soube, nesse momento, que deu um motivo pra Luke começar a correr atrás dela.

Porem, na festa da semana seguinte, ele a irritou um bocado. Esse negócio de pensar que Bianca era um estereótipo ambulante não a agradou nada. Só porque era uma CDF, não queria dizer que ela nunca fazia nada de errado. Se ele pode aceitar o estado divergente que Annabeth ― que se aplicava tanto ao grupo de nerds ou ao de bagunceiros ―, porque com ela não poderia ser do mesmo jeito? Isso a levou a pedir desafios de rebeldes a ele. Ela admite que ficou assustada com as ideias de Luke, mas não deu pra trás.

No ultimo desafio feito por ele, a coisa deu errado. Rachel acabou descobrindo e denunciando-a pro Sr. D. Bianca foi obrigada a limpar a biblioteca. Luke apareceu alguns minutos depois e a reação que ele teve ao vê-la foi curiosa pra Bianca. O abraço que ele a deu foi tão apertado que a sufocou. Como ele era bem mais alto que ela, sua cabeça batia em seu peito e o coração dele batia muito forte. Depois, sua história de que podia dizer a ele sempre que Rachel a incomodasse começou a perturba-la mais ainda. Ela não quis perguntar o que Luke queria.

Então, o beijo. Foi de repente, sem nenhuma cena constrangedora antes, sem nenhuma fala, sem um olhar sequer. Ele só a beijou. Claro que não foi o beijo do Titanic, mas foi um beijo. Ela tinha certeza de que ele não havia errado a bochecha dela e acertado acidentalmente a boca. Luke não era o tipo de cara que fazia as coisas por acidente. Quando tinha vontade, ia lá e fazia.

Então ele a beijou porque quis. Ah, ótimo. Se tivesse sido por acidente mesmo, Bianca poderia aceitar com mais facilidade. Mas ela conhecia Luke o suficiente pra saber que ele nada fazia sem um propósito. Mesmo não se comunicando muito com o garoto, Bianca era o tipo de garota que reparava em tudo de todo mundo. Ela conhecia as ações do Luke, pelo menos em um superficial apurado.

Então... Por quê? Será que estava gostando dela? Não, isso não. Ela tirou essa ideia maluca da cabeça no mesmo instante. Não era possível. Bianca nunca foi o tipo de Luke. Ele gostava de garotas exuberantes, autênticas, rebeldes. Bem no estilo Thalia Grace. Perto dela, Bianca era uma freira deslocada. Não havia como. Ou ele queria brincar com ela, tentando faze-la ficar nervosa em sua presença, como havia tentado no castigo. Pra que ele faria isso?

― Ah, chega! ― ela advertiu-se, levantando-se e pegando o livro ― Você só pode ter ficado maluca. Talvez ele tenha errado a bochecha. É, foi isso.

Ela começou a caminhar em direção a saída da biblioteca. Pobrezinha, não sabe o que está dizendo.

Depois disso, já na sala de aula, Bianca finalmente havia conseguido se concentrar no seu livro enquanto esperava a entrada do professor que estava meio atrasado. Todos estavam na sala, aguardando e conversando em grupinhos. Até que, do nada, Piper chamou as meninas em um canto afastado da sala. Bianca nem imaginava o que a amiga queria, mas desde que começara a namorar Jason ela parecia mais bonita e confiante. Depois do circulo feminino estar bem agrupado, Piper começou a falar.

― Então, meninas, vocês já tem as fantasias de vocês para a festa do Nico?

― Ah, me desculpe ― Thalia disse, cruzando os braços ― Essa conversa não é pra mim, por isso me retiro ― ela começou a se afastar da roda.

Mas Annabeth a segurou.

― A expressão “me retiro” não é comum saindo de sua boca, Grace ― a loira disse ― E essa conversa é pra você sim. Você não vai a festa?

― Não. ― Thalia se livrou de Annabeth e saiu da rodinha sem mais e nem menos. Bianca viu ela caminhar de braços cruzados até a sua mesa e sentar-se.

― Okay... ― Piper olhava na direção de Thalia, até que voltou a olhar pras meninas ― Annabeth, depois você me ajuda a convencer ela. Mas, enfim, e aí? Já escolheram as fantasias?

― Não, não... ― todas murmuraram.

― Querem ajuda? ― Piper perguntou ― A minha mãe já foi a muitas festas a fantasia, sabe, e ela tem várias lá em casa. Ao invés de alugar, ela comprava. Ao invés de vocês gastarem dinheiro, vocês não querem as fantasias da minha mãe? Estão novinhas, limpas, e tem do tamanho de todo mundo.

― Ah ― Hazel olhou para o lado ― Tudo bem, não é meninas?

Todas assentiram. Piper sorriu satisfeita com a resposta das amigas.

― Beleza! ― ela comemorou ― Vamos todas muito bonitas. Que tal nós irmos nos arrumar na minha casa no dia? Vai ser tão legal.

Depois de um pouquinho de mais conversas femininas, ficou decidido que depois da aula todas iriam para a casa de Piper na sexta feira pra se arrumar para a festa. Bianca meio que revirou os olhos porque, poxa, ela teria que ir pra casa de outra pessoa pra se arrumar, sendo que a festa era na sua casa. Okay, acontece. Depois disso, separaram a rodinha e voltaram para os seus lugares, mas o professor demorou um bom tempo ainda pra aparecer.

Na saída, Bianca ia embora sozinha com o carro do seu irmão. Nico havia chegado pra ela e dito que Percy o chamara pra casa dele, e, como não queria deixar Bianca ir de ônibus, liberou o carro pra ela, contanto que tomasse muito cuidado com “o novo e mais lindo do mundo bebezinho do papai”. Okay, não é necessário dizer que foi muito estranho da parte do Nico e nem que Bianca se matou de tanto rir do irmão.

Enfim, ela estava colocando o cinto de segurança quando entraram no banco do carona sem nenhuma ordem aparente. No susto e porque eu sou troll, ela percebeu que seu carona era Luke.

Respira, inspira, respira, inspira, ela pensava. Não havia falado com ele, não havia olhado pra ele, e nem sequer havia chegado perto do garoto depois do beijo. Ela não ia admitir estar nervosa, mas tudo fica mais difícil quando acontece de repente. Luke olhava pra ela, o que piorava as coisas. Deixando-a nervosa ou não, os olhos azuis dele eram encantadores. E firmes. E não deixavam você olhar pra outro lugar.

Porem, quando ele abriu a boca pra começar a falar, ela falou primeiro.

― Sai do carro, Luke. ― ela literalmente começou a empurra-lo ― Por favor, eu tenho que ir pra casa.

― Espera ― ele tentava se manter no lugar, mas Bianca não o dava chance.

― Sai, Luke, é serio. Por favor ― ela o empurrava sem dó, porem era um ato inútil, contando o fato de que a porta estava fechada.

― Espera, Bianca ― ele conseguiu segurar os braços da garota ― Está assim por causa do beijo? Tá bem, me desculpe.

Bianca parou de se mexer e encarou Luke. Como assim agora ele estava pedindo desculpas? Então foi de proposito mesmo? Ele queria fazer aquilo?

― Ficou nervosa? ― ele perguntou, sarcástico, vendo a expressão de confusa dela.

Ela se soltou bruscamente dos braços dele.

― Não. Agora me explica isso direito.

― Tudo bem. ― ele ficou serio ― Foi o seguinte: você estava muito linda naquele dia e eu não resisti. Foi um beijo sem querer, querendo. Entende? Por favor, diz que sim.

― Então quer dizer que, quando você tem vontade, sai beijando qualquer garota que aparece na sua frente? Bom saber. Sai do carro, Luke.

― Espera, não foi assim. Digo, não totalmente desse jeito. Não foi só um desejo masculino, Bianca. Foi mais. Não me pergunte o que, mas foi uma coisa impulsiva e totalmente inocente.

― Inocente não é uma palavra que se aplique a você, Castellan. Não acredito. Ou você estava tentando se aproveitar de mim, ou então... ― ela parou.

― Ou então?

Ou então você começou a gostar de mim, ela finalizou mentalmente. Porem, era uma ideia tão ridícula que até ela riria se Luke não estivesse ali.

― Nada. ― ela suspirou ― Saia do meu carro, por favor. Preciso ir pra casa.

― Seu carro?

― Na verdade não, mas está sob minha responsabilidade. Por favor, Castellan ― ela se curvou sobre ele (o que não foi uma ideia muito boa) e abriu a porta ― Saia.

Perigo, muito perto.

― Eu estava pensando se você poderia me dar uma carona ― ele falou ― Não vai ser nada, é bem pertinho daqui.

― Então vá a pé ― ela falou, se perguntando porque ainda estava curvada sobre ele ― Eu estou com a ligeira sensação de que você quer repetir a cena de sábado. É melhor não arriscar.

Luke soltou uma gargalhada e fechou a porta.

― Está com medo, Bianquinha? ― ele falou ― Relaxa, é só uma carona. E eu prometo não fazer nada. Aliás, eu já te pedi desculpas pelo beijo. Estou desculpado ou não?

Perto, perto demais.

Aquele sorriso desafiador de Luke era incrivelmente irresistível do que de qualquer outro garoto. Talvez seja pelo fato de ele ser dois anos mais velho que os garotos de sua turma. Não que ela não tivesse auto controle o suficiente pra não se deixar abalar por esse sorriso. Ela tinha bastante. Porem, Luke a estava desafiando-a. Se ela desse pra trás, ia perder o posto de garota nerd inabalável que conquistara.

― Okay, Luke ― ela falou, sentando-se corretamente em sua cadeira ― E eu desculpo você. Foi só um beijo de nada, não é?

― Ah... ― ele hesitou ― Sim, foi só um beijo.

― Ótimo.

Ela ligou o carro e acelerou.

― Já que você está de bom humor, agora você aceita o meu desafio de ir em alta velocidade? Isso seria uma mudança no roteiro pra não acontecer a mesma coisa.

Bianca olhou espantada pra ele. Luke ergueu a mão em rendição.

― Desculpe, eu não falo mais nada.

Ao invés de revirar os olhos e ignorar o garoto, Bianca olhou pra frente e abriu um sorriso involuntário. Olhou pra Luke com o sorriso, e ele entendeu. Bianca mordeu o lábio inferior e pisou no acelerador com tudo.

― É isso aí! ― gritou Luke.

Eles seguiram em alta velocidade por uns cinco minutos. Já haviam passado da casa do Luke a muito tempo nisso. Bianca havia entrado em um estado de adrenalina por nunca ter feio isso antes, e com Luke ali do lado, rindo que nem um anormal, parecia que tudo estava mais divertido. Foram parar no centro, sem saber como.

Mas tudo o que é bom dura pouco.

Eles não perceberam que estavam sendo seguidos, até que ouviram as sirenes da polícia e a voz de um policial no megafone.

Vocês dois aí! Parem no acostamento agora mesmo!


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Notas finais do capítulo

E aí, pedidoras suplicantes de Biluke? Querem me matar? hahahaha' Não, não arrumar problema só pra Annabeth lá em cima, quis arrumar com a Bia e o Luke também porque sou má.
Só que não. haha'
Só fiz um misteriosinho mesmo u.u Por que eu amo mistérios u.u E não sei porque amo u.u

♪ Like a Skyscraper ♫ Demi, divaaa *-*

Pois é, o que acharam? Comentem por favor! Como eu fico dois dias da semana nos dois turnos da escola, eu realmente não sei quando vou postar! Mas vou fazer de tudo pra ser breve! Acho que o meu bloqueio criativo já me abandonou! hehehehe'

♪ So love me like you do, love me like you do ♫ Ellie *-* Tipo, não gosto de Cinquenta Tons de Cinza, mas adoro essa musica do filme hahaha'

Parece que eu estou musical! hahaha' Ah, Cinquenta Tons de Cinza me lembra lançamentos e lançamentos me lembra Insurgente! *----* Alguém vai na estréia? Eu, como já devem notar, não vou hahahaha' Alguém vai? Ansiosos?

Acho que é tudo! Comentem, favoritem e recomendem, okay? Vamos fazer nossos números crescer mais e mais, okay? *-------*

Beijos ♥