Loucuras na Adolescencia escrita por Naty Valdez


Capítulo 34
Capitulo 34 - Flagra


Notas iniciais do capítulo

Olá Peoples *-*
Tipo, eu não demorei horrores igual das outras vezes! A ultima vez que postei aqui foi... Ahn... Enfim rsrsrsrsrs' Foi muito legal ver o desespero de vocês pelo próximo (vulgo esse) capítulo. Não, eu não sou uma sádica sedenta de dor nos outros, mas foi legal. VOCÊS ATÉ BATERAM UM RECORD EM COMENTÁRIOS E EU FIQUEI MUITO, MUITO, MUITO, MUITO FELIZ *-*
Obrigada a todas as meninas fofas e divas que dedicaram seu tempo e a maciez das pontas dos dedos pra deixar um comentário, seja totototinho ou grandãozão! hehehe'
Bem, esse capitulo é pra vocês, fofas! Ah, fantasminhas fantasmas? Faz tempo que eu não peço a vocês pra aparecerem, então que tal aparecerem agora? Deixaria uma autora muio feliz! u.u Até lá em baixo!



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Piper

Tendo cabelos loiros, típico olhos azuis e suas demais características, a descendência dizia que Jason deveria ser branco. Bem, ele de fato era. Porém, neste momento ele estava tão branco que eu tinha certeza que ele ia desmaiar a qualquer momento.

Em parte, eu estava muito feliz por ele ter vindo. Era o que eu queria, não? Que ele conhecesse os meus pais, que ele fosse aceito, que ele encarasse isso, que visse de livre e espontânea vontade, para que eu finalmente tivesse certeza de que nosso relacionamento era realmente certo. Isso era muito importante pra mim.

E cá estava ele!

Porém, agora que ele estava aqui, tudo que se passava na minha cabeça era um “ai, meu Deus, e agora?”. Eu tinha um grande problema com o fato de ele conhecer os meus pais. E o problema... Eram os meus pais!

Entenda, meus pais são... Um pouco... Vergonhosos. Alow, estou falando de um ator e uma atriz cantora famosos. Ambos têm um lado sensitivo muito profundo. Ofendem-se fácil, se alegram por tudo. Eles são, sem duvida, o casal mais bipolar que eu conheço.

Eu tinha o meu braço em volta do de Jason enquanto eu o levava pra dentro. Eu tinha sua caixa de chocolate na mão e ele tinha as flores em sua outra. Ele estava feliz, tinha um sorriso no rosto, mas estava branco.

Meus pais não estavam na sala, então mandei nossa empregada chama-los lá em cima, enquanto eu levava Jason pra sala. Ele sentou-se no sofá e eu fiquei ao seu lado. Não sabia quem estava mais nervoso.

― Tudo bem ― eu disse ― Eles vão gostar de você.

― Descobri um jeito de ser gostado ― ele me falou, colocando os braços em meus ombros. ― É só agir como a Thalia. Ela é uma ignorante respondona, mas todo mundo gosta dela.

Soltei uma risada.

― Acho melhor não, Jason ― falei ― Sabe por quê? Porque seria ante natural. Minha mãe saberia que é mentira na hora! Alias, Thalia consegue conquistar as pessoas assim exatamente por ser algo muito natural nela. Em você seria tão estranho que eu até começaria a rir.

― Okay ― ele riu ― Então o que você me sugere?

― Que seja um cara engraçado, encantador, bajulador e sincero. Para resumir, seja você mesmo.

Ele sorriu e se curvou pra me dar um beijo. Eu o impedi pondo o indicador em seus lábios.

― Não. Eu ainda não disse nada. Então você pode ficar calmo.

Eu tinha certeza que ele iria começar a rir, porém o som das vozes dos meus pais o fez ficar ainda mais branco. Olhei para a escada e meus pais desciam agarrados de roupão. Bati a mão na minha testa.

O roupão de meu pai era azul claro. Bem, até aí Okay. O problema era que o roupão era cheio de patinhos amarelos em todos os lugares. Eu conhecia aquele roupão muito bem. Quando meu pai virasse de costas, iria exibir o patinho amarelo gigante nas costas. Santo Deus! Ele já apareceu em uma revista de fofocas com esse roupão e ainda não aprendeu a lição. A minha mãe estava com um roupão rosa. Atrás estava escrito a palavra “star”. Ela tinha uma touca no cabelo.

Eu e Jason nos levantamos. Meus pais ― em seus trajes muito adequados, sarcasmo a parte ― se aproximaram da gente.

― O que foi querida? ― minha mãe me perguntou com um sorriso bobo no rosto ― Nós descemos correndo! Estávamos na banheira fazendo...

― Mãe, por favor, eu não quero saber o que a senhora fazia na banheira com o papai! ― cortei, mas manter meu tão de voz gentil. Eles trocaram olhares cúmplices. ― Enfim, mamãe, papai, esse aqui é o Jason Grace. Ele é... Um cara.

Okay, eu sei que eu deveria ter falado “meu namorado”, mas eu não tinha dado nenhuma resposta pra ele ainda. Isso soou estranho na hora e percebi que Jason se sentiu magoado.

― Um cara? ― meu pai perguntou, desconfiado, seu sorriso já tinha sumido do rosto ― Jason Grace não é o nome do seu namorado que nos deu um bolo sábado à noite?

Engoli em seco. Eu achei que ele não lembraria. Digo, meu pai é uma pessoa que tem problemas demais com que se preocupar. Não imaginei que ele se lembraria de um nome aleatório que comentei.

― Papai... ― falei.

― O que?

― Ah... Senhora, essas flores são pra você! ― Jason disse, entregando as flore a minha mãe.

― Que cavalheiro! Então esse é o famoso Jason Grace? ― minha mãe perguntou, olhando pras flores com uma expressão tão feliz que eu achava que ela tinha encontrado um filho perdido ― O garoto de que Piper fala há, tipo, uns dois anos?

Eu vou morrer de vergonha! Jason olhou pra mim com um sorriso bobo no rosto.

― Dois anos, é?

― Ah...

― Sim, e falava o tempo todo ― meu pai disse ― Agora nos diga por que nos deu um bolo!

― Querido, não seja mal educado! ― minha mãe o cortou e voltou a sorrir, virando-se para Jason ― Desculpe o meu marido. Ele tem um trauma muito grande de bolos. Em nosso primeiro encontro eu dei um bolo nele. A proposito, querido, sou Afrodite. Muito prazer.

Eles trocaram um aperto de mãos.

― Ah, sentem-se, por favor, fiquem a vontade. ― minha mãe disse e nós obedecemos. Eu e Jason sentamos onde estávamos e meus pais se sentaram no sofá ao lado ― Então Jason, o que você faz da vida?

― Ah... ― ele esfregou as mãos ― Eu estudo.

― Ah, ótimo ― meu pai se encostou desajeitadamente no sofá preto. ― Ele ainda não tem senso de responsabilidade. Deve ficar arruaçando por aí o dia inteiro! Comecei a trabalhar na sua idade, mocinho.

Minha mãe se virou pra ele.

― Desde quando atuar em peças de teatro escolares é trabalhar, Tristan? Fala sério! A única coisa que você fazia, além disso, era sair por aí conquistando a primeira bonitona que parecesse!

Meu riu sem graça.

― Afrodite, não diga isso na frente das crianças. Temos que manter uma imagem séria e madura em um momento de apresentação de relacionamentos.

Eu me intrometi.

― É... Me desculpe, papai. Mas é muito difícil te levar a serio com esse roupão de patinhos amarelos.

Meu pai olhou pra mim surpreso e depois pro roupão ― procurando alguns defeitos que são invisíveis (pra ele) ― e depois pra mim de novo.

― O que tem de errado com ele?

― Ah, fala sério, querido ― minha mãe se intrometeu ― Esse roupão é o “ó”. Pelo amor de Deus! Eu pessoalmente uma hora ou tacar fogo nele.

― Ah, não! ― meu pai abraçou-se como uma criança ― Não vai colocar fogo no meu roupão preferido. Coloque no seu!

E iniciou-se uma discursão sobre quem colocaria fogo em o que de que quem. Eu disse que eles eram bipolares. Eu sabia que eles iam brigar um tempinho. Olhei pra Jason e percebi que ele se esforçava pra não rir. Até que a discursão acabou.

― Enfim, eu ainda não sei porque que o menino deu um bolo na gente sábado a noite ― meu pai disse ― E eu não gosto de ficar curioso. ― ele olhou serio pra Jason, porém não tinha muito efeito pelo fato de ele estar com aquele roupão de patinhos amarelos.

― Ah... ― Jason gaguejou.

― Ele teve um compromisso de ultima hora, papai ― me intrometi, com medo de que ele dissesse alguma coisa que fizesse meu pai brigar com ele ― Não pode desmarcar. E...

― Não ― ele pôs a mão sobre a minha ― Eu acabei não vindo por um conflito pessoal meu, senhor.

― Que tipo de conflito pessoal, Jason? ― minha mãe perguntou.

― Ah... Bem, acho que isso não importa, senhora McLean. Eu peço desculpas pelo... ― Jason olhou pro meu pai ― bolo que eu acabei dando em vocês. Isso não vai mais acontecer.

Meu pai riu.

― Ele fala como estivesse prestes a pedir nossa filha em namoro.

― É exatamente isso, senhor McLean. Quero pedir Piper em namoro de novo, mas quero que o senhor esteja de acordo. Piper nunca ficaria em paz se acabássemos namorando em segredo. Eu também não ficaria muito seguro, senhor. Por isso vim aqui pra pedir permissão pra namorar a sua filha.

Tá, tudo não era verdade. Já estávamos namorando. Porém, esse era o Jason que eu conhecia. Simpático, bajulador e encantador que eu conhecia. E estava dando certo. Minha mãe abraçava as flores como se elas fossem ursinhos de pelúcia.

― Onw, que menino lindo ― ela disse ― Acho que quando ele for pedir a Piper em casamento, ele vai se ajoelhar na sua frente, Tristan.

― Hum, eu não sei não ― meu pai coçava o queixo.

― O meu voto é sim. ― disse minha mãe ― Digo, eu aprovo esse namoro. Olha que casalzinho bonito eles formam juntos.

― Ainda não sei. ― disse meu pai ― Quem são os seus pais?

― O meu pai é Zeus Grace, um dos sócios da companhia de transporte aéreo. ― Jason contou, sem muita emoção. ― Eu moro com ele e com a minha madrasta, Hera.

― E a sua mãe?

― Ah... ― Jason baixou a cabeça, obviamente triste por ter que tocar no assunto ― A minha mãe morreu quando eu nasci. Eu não a conheci.

Minha mãe chutou a perna de meu pai. Ela obviamente tinha percebido o desconforto do garoto.

― Ah, me desculpe por isso ― disse ela ― Eu ainda aprovo o seu namoro com a minha filha, Jason.

Virei-me para meu pai.

― Papai?

― Ah. ― ele olhou pra minha mãe, que assentia, olhou pra mim, que suplicava, e olhou pra Jason, que já havia se recuperado do trauma. Até que cedeu ― Tá bem Jason. Eu aprovo o seu namoro com minha filha.

Jason sorriu contentíssimo e me abraçou. Meu pai se levantou, nos afastou e sentou entre a gente, com os braços envolta dos ombros de cada um.

― Mas ― ele disse ― vou supervisionar.

― Obrigado senhor. ― Jason estendeu a mão pra ele e meu pai aceitou.

― Você me parece ser um bom garoto ― meu pai disse ― E vai ser ainda mais se convidar seu pai pra vir aqui. Estou a fim de comprar um jatinho particular.

― Pode deixar ― Jason sorria.

― Muito lindo ― minha mãe ainda abraçava as flores. Ela se levantou e começou a puxar o meu pai ― Agora sai daqui, querido. Eu tenho que falar com eles a sós. Sem você.

― E posso saber o porque? ― meu pai se ergueu.

― É um assunto que você não entende. Va, querido. Va tirar esse roupão horrível e aparecer apresentável na frente do namorado de minha filha.

― Sua filha? Eu não tive contribuição nenhuma nisso não?

Minha mãe só olhou feio pra ele. Ele ergueu as mãos em rendição e se dirigiu para fora da sala. Minha mãe sentou-se entre a gente.

― E aí? ― minha mãe estava esperando algo da gente. Eu concluí isso sozinha quando ele disse “um assunto que você não entende”. ― Como vocês passam o tempo quando estão juntos? Digo, eu já saquei que vocês namoravam, e...

― Ah, a gente sai, eu dou presentes, andamos de mãos dadas por aí. ― disse Jason ― Essas coisas que namorado e namorada fazem.

isso? ― minha mãe perguntou com expectativa.

― Ah... ― Jason não pareceu entender.

― Não, mamãe ― eu me levantei ― Nós não fizemos nada... Daquilo. ― tomei a mão de Jason e comecei a puxa-lo ― E também não vamos ter a conversa agora. Chega de constrangimentos por hoje.

Jason se levantou e eu o puxei pra longe de minha mãe. Acabamos parando no jardim. Desabamos no balanço que ficava entre duas arvores. Eu não sabia quem estava mais aliviado.

― Seus pais são... Um pouquinho complicados. ― ele falou ― Eu sinceramente fiquei com medo de que seu pai fosse me bater vestido daquele jeito.

Eu ri.

― Mas deu tudo certo, Jason ― eu falei ― E você foi perfeito.

― E...? ― ele passou um braço ao redor de meus ombros.

― E... ― eu ri ― Você disse a meu pai que ia me pedir em namoro de novo, então...

Jason soltou uma risada.

― Piper McLean, você quer namorar comigo pela segunda vez esse ano?

― Eu vou ter que pensar um pouco ― fiz cara de pensativa. Jason, depois de dar outra risada, simplesmente se inclinou e me beijou como nunca tinha beijado antes. Quando me soltou, eu estava sem ar e um pouquinho nas nuvens. Suspirante, eu diria ― Eu acho que... Já pensei. Sim, sim, sim.

E nos beijamos de novo. E de novo. E de novo. Pelo menos até meu pai aparecer na janela. Jason o chamou de “melhor sogro do mundo” e tudo ficou bem.

Annabeth

Alguma coisa me fez dizer sim.

Eu queria dizer que foi sua expressão de suplica ou a ocasião em que nos encontrávamos ou minha vontade de dar um susto em minha madrasta ou até mesmo pelo meu desejo de ficar ali cuidando dele em seu momento de tristeza. Mas não era por nada disso.

Eu não conseguia dizer não a ele.

No começo fiquei com receio de que ele tivesse segundas intenções com seu “fique”. Afinal, você está na casa de garoto, que não é seu melhor amigo, há essa hora da noite e o mesmo te pede pra ficar, ele tem sim segundas intenções.

Porém, assim que eu disse sim, ele se levantou, os olhos ainda molhados e me abraçou de novo. Eu achei que ele ia voltar a chorar, porém ele não fez nada além de me abraçar. Então percebi que o abraço era de agradecimento. O abracei de volta.

Depois de um tempo, decidi que não ia ficar ali só marcando presença. Soltei Percy.

― Você precisa descansar ― falei ― Tem que dormir um pouco, está bem? Seu dia foi muito cheio. Levou uma pancada na cabeça e agora isso. Deve estar exausto.

― Eu não vou conseguir dormir ―ele afirmou.

― Você quer eu fiquei acordada a noite inteira, Jackson? E amanhã tenho que ir pra escola morta de cansada? Tem certeza? Então é melhor você ir dormir.

Ele abriu um leve sorriso. Depois pôs a mão em meu rosto e alisou o polegar por minha bochecha.

― Obrigado.

Ele se soltou de mim e começou a andar em direção ao closet. Provavelmente ia trocar de roupa. Quando ele entrou e finalmente respirei. Estava tudo bem. Ele não havia tentado me agarrar e nem nada. Ótimo.

Porém, eu ainda tremia. Eu ia passar mesmo a noite aqui? Ai meu Deus, onde eu estava com a cabeça? Meu pai me mataria se percebesse que eu passei a noite fora! Porque eu insistia em correr todos esses riscos por ele?

Foi quando ele saiu do closet vestido de causa moletom e blusa de manga. Ah, ele ficava muito bem naquela roupa. E em qualquer outra. Foco, Annabeth, foco. Ele caminhou em minha direção e eu percebi que não havia me mexido desde que ele saíra. Eu roía as unhas. Eu me abraçava de um jeito que parecia que ia me roubar.

― Está tudo bem, Annabeth? ― perguntou Percy.

― É... ― não, não está. Eu estou morrendo de medo de você fazer alguma coisa comigo e estou cogitando a ideia de me tacar da janela e morrer lá embaixo. ― Eu... Estou bem. Só estou preocupada com os meus pais. Digo, com o meu pai. Eu nem avisei que sairia.

― Se quiser ir embora, pode ir.

Tchau, Percy, nos vemos amanhã na escola!

― Ah... Não, tudo bem ― tudo bem nada! Eu não sabia do que eu estava com mais medo: do meu pai descobrir que eu estava fora na casa de um garoto ou do garoto com quem eu estava ― Sério, tudo bem. Eu estou te devendo essa.

Essa era minha desculpa de sempre. “Estou te devendo essa” ou “Eu prometi”. Eu não queria que soubesse que estava ficando por vontade própria. Ele ainda era ele. Porém, eu queria ficar. Ele precisava de mim.

Em seguida eu caminhei até sua cama e me sentei com o travesseiro apoiado nas costas e outro no meu colo. Ele ergueu uma sobrancelha.

― Eu disse que você precisa dormir ― falei ― Você disse que não ia conseguir. Eu vou te ajudar. Agora deita aqui.

Ele se aproximou de mim.

― O que acontece se eu não dormir?

― Eu vou ficar acordada até você dormir ― falei ― Já disse. Vai ficar com esse peso na consciência, Jackson?

Ele deitou-se no meu colo no travesseio. Eu sabia que ele não dormiria. Era muito para um dia só! Ele não conseguiria ter uma noite tranquila. Mas eu tinha que tentar. Eu não vestia minhas roupas de dormir ― graças a Deus! ―, então seria muito difícil de eu dormir de qualquer jeito. Pra falar a verdade, eu ainda estava de All star ― Percy nem reparou que eu estava com tênis na sua cama.

Assim que ele deitou, minhas mãos foram seu cabelo. Eu amava aquela bagunça. Além de pretos, lustrosos e lisos, eles eram macios e sedosos e tinham um cheio de shampoo. Aquilo se tornou um cafuné involuntário. Percy não reclamou, muito menos eu.

Ele me pediu pra apagar as luzes em uma tomada atrás da cabeceira da cama. O abajur ficou aceso. Eu matinha os olhos abertos, olhando pra janela.

― Está pensando em que? ― perguntei.

― Me lembrei do dia em que a Thalia estava mau e nós a ajudamos ― ele comentou ― Você estava disposta a tudo pra deixa-la melhor. Até me deixou ficar lá. E até aceitou a minha condição.

Eu sorri, mas ele não viu.

― E o que tem a ver?

― É que agora você está aqui comigo, correndo o risco de brigar com seu pai, simplesmente pra me ajudar a conseguir dormir.

Enrolei o dedo no seu cabelo. Acho que minha ideia era fazer um cacho, mas não deu certo.

― E o que uma coisa tem a ver com a outra?

Ele virou-se, os olhos virados pra cima. Ele estava sério. Seus olhos verdes estavam em um tom esmeralda à luz do abajur.

― O que a ver é que da pra ver que faz o impossível por seus amigos. Até pros que não são. Você faz o impossível pro bem geral.

Passei a mão por seus cabelos e os tirei da testa. Passei levemente o dedo pelo hematoma roxo.

― Parece que eu não sou a única.

Ele sorriu.

― Vá dormir, Cabeça de Alga. ― eu disse ― Conversar não vai adiantar nada.

Ele se virou de novo. Fechou os olhos. Depois, me pediu pra mim contar uma historia. Eu respondi que não sabia nenhuma agora, mas comecei a contar historias minhas e de meus amigos. Eu só o ouvia sorrir. Depois de um tempo muito longo, eu não o vi mais se mexer. Suspirei aliviada. Ele havia dormido. Eu estava com uma dor nas costas horrível, mas me encostei na cabeceira e apaguei.

***

Acordei encolhida em um cobertor.

O sol batia na cortina e iluminava o quarto. Eu estava deitada confortavelmente no meio da cama. Meus pés estavam descalçados. Eu pensei que tinha sonhado mesmo. Por um lado isso seria bom. Percy não teria passado por tudo aquilo. Mas, por outro, nada daquilo teria acontecido.

Já estava começando a me desesperar quando comecei a reparar nos detalhes: minha colcha não era azul, as paredes também não, eu não estava de pijama, eu não tinha um vídeo game. Eu estava no quarto do Percy.

Mas onde ele estava?

Soltei-me com os pés no chão em um lado da cama e vi meus tênis arrumadinhos e juntinhos no chão. Tá, os meus tênis estava ali, arrumadinhos, o que significava que ele os havia tirado para que eu dormisse tranquilamente. O que significava também que ele não havia dormido.

Olhei meu relógio no pulso pra ver as horas. Sete. Me relógio interno nunca falha. Mas isso não era importante. Me levantei e dei a volta na cama. O que vi fez um sorriso bobo aparecer em meu rosto.

Percy estava deitado no tapete do chão. Havia um travesseiro debaixo de sua cabeça e um lençol cobrindo-lhe até a cintura. O corpo estava virado pra cima, mas isso não era novidade.

Ajoelhei-me a seu lado e tirei o cabelo de sua testa. O roxo estava menor. Eu não ia sossegar até que aquilo desaparecesse por completo. Sacudi seu ombro. Ele abriu os olhos sem foco, se espreguiçou e disse:

― Bom dia.

Pessoas responderiam bom dia de volta. Annabeth Chase diz:

― Você baba quando está dormindo.

Não era mais que a verdade. Percy sorriu e passou a mão na boca. Ele ergue-se, ficando sentando mais menos de frente pra mim.

― Porque dormiu no chão? ― perguntei ― Era pra você ter uma noite tranquila e não eu. Acordou logo depois?

― Na verdade, eu não dormi. ― ele explicou ― Eu sabia que você descansaria enquanto eu não dormisse, então eu fingi. Depois que você dormiu, te ajeitei na cama. Seu pescoço não estava muito confortável.

― Porque foi pro chão?

― Ah... ― ele sorriu ― eu percebi que você estava muito nervosa ontem à noite. Imaginei que acordar deitada ao meu lado não seria muito agradável pra você. Você podia achar suspeito da minha parte.

É, com toda a certeza eu entraria em pânico. Seria mesmo muito suspeito. Eu nunca mais olharia na cara dele. Mas, falando como uma menina iludida, eu teria amado aquilo ridiculamente.

― É... ― eu me senti corando, então abaixei a cabeça ― Seria... Muito estranho.

Um barulho me assusta nesse momento. Percebo que é a porta e que alguém está tentando abri-la.

Percy! ― uma voz feminina chama do outro lado da porta ― Por favor, abra a porta.

Percy olhou pra mim. Ele fingia não estar escutando. Eu não disse nada, pois ela poderia ouvir a minha voz. Depois de alguns minutos chamando, ela desistiu e tudo voltou ao silencio. Virei-me intrigada pra Percy.

― Por que você a ignorou?

― Ela bateu aqui três vezes depois que você dormiu. Eu não atendi nenhuma. Eu não quero vê-los agora. Estou me sentindo muito bem pra isso. ― ele escorou na cama, ergueu os joelhos e apoiou os cotovelos neles.

Eu abri um leve sorriso. Em parte, eu sabia que ele queria deixar isso claro pra mim. Mas sabia que ele não estava mesmo com coragem de encarar os pais depois de tudo. Era obvio. Pus a mão em seu braço.

― É... Annabeth? ― ele disse.

― Sim?

― Sobre ontem... É... ― ele estava com vergonha, era obvio. ― Eu queria te pedir pra não... Comentar nada de mim ontem quando... Quando eu surtei. Eu... Eu não estava normal. Desculpe por... Quase te fazer cair da escada e te fazer ficar aqui. Se seu pai souber... Tudo que você conquistou vai pro brejo. ― ele abaixou a cabeça ― E por minha culpa. Eu estou começando a achar que eu só pioro a situação com os pais em geral.

― Ei ― o interrompi ― Não fale isso! Não é verdade. Você me ajudou, lembra? Por que diz isso?

― Você não vai entender.

Na hora percebi que ele falava de seu passado misterioso. Isso era obvio. Mas eu não sabia o que ele tinha feito. Será que a garota que ele destruiu acabou tendo problemas familiares por causa dele?

― Tá certo ― falei ― Eu não entendo. Eu perdi aquela aposta e continuei curiosa a seu respeito. Mas comigo não foi e nem vai ser assim. Meu pai não vai descobrir. E quanto a sua vontade de manter tudo secreto, tudo bem. Eu já não ia contar. Esse tipo de coisa não deve virar motivo de fofoca. Fique tranquilo Percy ― me aproximei mais dele ― E não vou contar.

― Na verdade... Eu gostaria que você esquecesse cena. ― ele pediu ― Não vai ser agradável pra mim se você lembrar.

Abri um sorriso. Percy era como todos os garotos! Esse orgulho masculino de nunca chorar na frente de ninguém é muito clichê! Eu acho que deveriam se abrir mais. Sempre conquistam uma garota assim. Então... Será que eu deveria ter amado aquilo?

― Tudo bem ― falei ― Acabei de apagar toda a cena da minha memoria.

Ele abriu um sorriso, o que o fazia ficar mais bonito, principalmente com aquela carinha de quem acabou de acordar. Então, eu não resisti. Acabei por me inclinar e lhe dar um beijo na bochecha. Ele me olhou surpreso, mas acabou por sorrir.

Levantei-me em seguida.

― Eu preciso ir ― falei ― Ainda tenho aula hoje e... ― olhei para o relógio e parei de falar na hora. ― Ah... Droga. São sete e meia. Eu já perdi ônibus. Vou ter que ir andando.

― Quer uma carona? ― Percy levantou-se também.

― Você vai à escola?

― Claro. Acha mesmo que eu vou ficar o dia inteiro aqui? Nem pensar. Depois que eu viver um dia normal com um bando de adolescentes malucos, eu vou estar bem o suficiente pra falar com eles sobre o passeio. Portanto, se me encontrar em vinte minutos, vai encontrar uma carona, topa?

Ele não precisou pedir de novo. Caminhamos até a janela e ele me ajudou a subir pra descer pela escada. Fez umas gracinhas também, o que, embora me irritasse, me fez entender que ele estava melhor.

Quando consegui chegar ao meu quarto, a primeira coisa que fiz foi bagunçar a cama e destrancar a porta, que tipo o bom senso de trancar ontem à noite. Em seguida, fui tomar um banho. Quando saí, tive uma surpresa. Minha madrasta estava sentada em minha cama, alisando um travesseiro.

― Bom dia, Annabeth. Como foi a noite com o vizinho?


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Notas finais do capítulo

Para as danadinhas que pensaram besteira do "Fique", podem manter a calma, moças hehehe' Para as que querem me matar pela falta de aparecimentos de Luke e Bianca eu digo: "Calma e aguardem o próximo!" u.u Para as que não aguentam mais esses meus finais misteriosos, eu digo: "Sorry, mas eu não vejo final mais emocionante que esse, muahahahaha" rsrsrsrs'

Enfim, peoples, provavelmente, já vou ter voltado a estudar quando postar o próximo capitulo! Que triste, né? A não ser que eu dê uma de louca, mas tive o meu tempo no pc reduzido por ser uma filha muito... bagunceira hahaha' Além disso, preciso voltar a treinar a minha Flauta Transversal, pois a band municipal aqui da cidade vai voltar a ter ensaios dia sete. Eu já comentei sobre isso? Creio que não. Enfim, eu queria dizer que como não passei naquela prova, vou estudar na escola estadual aqui da minha cidade. Só que vou fazer um técnico aqui também, mas é de Informática. Pra isso, precisei levar o meu histórico e descobri hoje que fui umas das selecionadas em notas de português e matemática. Tipo, minhas notas, de 100 pontos, eu irava de 90 pra cima u.u E as aulas começam dia 03, olha que raiva? Nem vou respirar o ar de fevereiro e já ou começar a estudar!

Gente, eu acabei de ler todos os livros de "As Cronicas dos Kane" na semana passada e vi que tem tanta, mais TANTA menção do universo de PJO que... Senhor! Só lendo pra entender! Eu já havia lido o livro "O Filho de Sobek" que e a junção de PJO e ACK, então li de novo, e agora eu entendi tudo hahaha' Ai li "A Espada de Serápis" e as estimativas para uma serie crossover são fortes! Depois do Sangue do Olimpo com aquele suspense do primo dela em Boston... Minha nossa, eu não vou aguentar esperar até outubro! Alguém aí já leu todos esses livros? Deem sua opinião!

Enfim, só isso gente! (Produção: Só isso?) hahaha' Por favor, vamos quebrar esse recorde agora de novo! Eu fiquei tão feliz com o primeiro! Vamos lá! Comentem, favoritem e recomendem, Okay? Beijos da Naty ♥