Loucuras na Adolescencia escrita por Naty Valdez


Capítulo 32
Capitulo 32 - Confusões de festas


Notas iniciais do capítulo

Sim, gente, eu ainda estou viva. Estou um pouquinho triste, porém viva.
Bem, como não quero passar a minha melancolia pra vocês, eu preciso começar como sempre: EI PEOPLES *--* Como estão? Estão bem? Eu não estou não!
Mas, como sei que tem gente querendo me matar por atraso de mais de um mês, cá está um capitulo pra vocês!
Tenho que deixar o meu agradecimento as meninas lindas que comentaram e me animaram, Okay? Muito obrigada, suas divas, por aqueles comentários gordinhos *-*
Podem ler agora, eu deixo:



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Annabeth

― Thalia, você está bem?

Da ultima vez em que eu vi Thalia, ela estava terrivelmente triste e acabada psicologicamente. Vocês se lembram muito bem disso. Então eu esperava que ela estivesse com olheiras, aparência cansada, roupas amarrotadas e tudo mais de ruim em uma segunda feira de manhã no colégio. E vamos dizer que ela estava assim, né?

Só que não.

Thalia estava completamente... Normal. É isso mesmo: normal. Estava bem arrumada, bem maquiada, bem penteada, com um sorriso no rosto, expressão alegre, saltitante e confiante. Obviamente, fiquei meio “WTF?”, mas ela nem deu bola pra mim. Só chegou me abraçando e dizendo um “Olááááá, Annabeth” muito exagerado pro meu gosto.

É. Ela ficou louca.

― É claro que eu estou bem ― ela confirmou, com uma expressão do tipo “dã, não é o que parece?” ― O que te faz pensar que eu não estou bem?

― Simplesmente o fato de que você chegou na escola radiante em uma segunda feira de manhã ― expliquei ― Nem um nerd faz isso. E, vindo de você, acho que tenho com que me preocupar.

Thalia bufou.

― Pra tudo existe uma primeira vez, Annabeth ― ela se defendeu ― Mesmo eu.

― Ah... Não. Não e não. ― suspirei ― Mas o que te fez ficar tão feliz? Depois de tudo o que aconteceu nesse final de semana com o Nico, eu pensei que...

― Shhhhh! ― Thalia enfatizou o barulho gesticulando freneticamente ― Shh! Não acabe com o meu bom humor. Achou que eu ia ficar depressiva, chorosa, sentimentalista e tudo mais que uma garota fica?

Considerei.

― É.

― Ah, fala sério. Admito que virei o sábado chorando e tudo mais, mas ontem a noite eu tomei uma decisão: eu vou confiar no que ele me disse. Ele me pediu um tempo, e eu vou dar um tempo. Mas não vou ficar de braços cruzados e esperar chorando. Tenho ainda meus assuntos pendentes.

Thalia tirou sua mochila dos ombros e abriu-a. Pegou uma sacola transparente com um monte de envelopes amarelos dentro.

― O que é isso? ― perguntei.

― Tcharã! ― ela anunciou, me entregando um envelope ― São os convites da minha festa! Que tal, que tal? Amarelo não é a minha cor, mas chama a atenção.

Abri o envelope e tirei o convite de lá de dentro. O papel também era amarelo. Ri com isso. Pra onde foi a noção da Thalia?

― Hum ― falei, admirada ― Parece que estou sendo convidada para a festa da Thalia nesta sexta feira à noite, às oito horas e sem previsão de término. ― olhei pra ela ― Ficaram... Extravagantes. Como fez eles tão rápido?

― Tenho meus contatos.

― E seu pai e sua querida madrasta liberaram você pra fazer isso? Quer dizer, depois do que você fez, acho que eles estão um pouquinho...

― Eu vou simplesmente te dar um soco, Annabeth. Quer parar de comentar sobre o que eu fiz? Eu sei o que eu fiz! Então não precisa ficar me lembrando o tempo todo! ― Thalia gritava.

― Desculpe ― falei, baixando o olhar.

― Tá, me desculpe também por gritar com você. Ai, credo, não acredito que eu disse isso. ― Thalia torceu o nariz e eu ri ― Enfim, meu pai disse que eu sou um caso perdido e que nem iria mais me segurar no que eu faria. Bom pra mim. Além do mais, o lance da festa já está combinado tem mais de um mês.

― Certo. Então está tudo organizado?

― Tudo, tudo, tudinho. Mas eu preciso que você me ajude distribuir hoje. Tem o nome de todo mundo no envelope. É só entregar.

― Tá ― virei o envelope que estava na minha mão e olhei o nome ― Este aqui é o da Piper. Eu vou... ― olhei ao redor e vi Piper em seu armário. ―... Entregar pra ela.

― Ah, não, não vai não ― Thalia me segurou ― Não agora, pelo menos.

― Por quê?

― Não ficou sabendo? Ela e o Jason brigaram.

― O que?

Uma semana. Eles namoraram por uma semana e já brigaram? Francamente, sociedade, será que não da pra deixar um casal feliz... Ser feliz? Será que é tão difícil assim? (Sociedade: Não sei, talvez sim, talvez não, tudo é obra do destino) (Annabeth: Destino? quer dizer que toda essa droga que vivo é meu destino?) (Sociedade: O assunto não era o casal feliz? Às vezes não entendo o que vocês querem de mim!) (Annabeth: Agora você falou igual à produção! *risos* Ah... Espera!) (Sociedade *Produção disfarçada*: tchau!).

― Eles meio que brigaram e não brigaram, entende? ― Thalia explicou não explicando ― O que eu entendi foi que a Piper queria que o Jason fosse a casa dela no sábado à noite para uma apresentação formal com os pais dela. Ele não queria ir, então falei com ele e ele decidiu ir. Mas parece que na última hora ele amarelou e nem avisou pra ela que não ia.

― Putz!

Olhei para Piper em seu armário e reparei que ela carregava uma expressão abatida. Se conheço bem a Piper, ela não ficaria assim pelo fato de o Jason não ter tido. Acho que ela está assim porque ele não visou que não iria.

― Eu vou lá entregar pra ela ―falei com Thalia.

― Tá bem, eu te espero aqui. ― ela falou.

Ajeitei o envelope e caminhei em direção a Piper. Ela fechou o armário assim que cheguei perto, provavelmente porque não me viu. Andei mais rápido.

― Piper? ― cutuquei-a no ombro.

Ela virou-se pra mim.

― Ah, oi. ― ela fala, surpresa ― Oi. Desculpe, eu não vi você. Digo, eu vi você, mas só o vulto loiro. E aí eu...

― Pensou que fosse o Jason. ― completei.

― É, basicamente isso. Mas como você já sabe? Ou será que todo mundo da escola já sabe? Muito típico dessa escola. Quando a Reyna descobrir...

― Ei, não se preocupe com a Reyna, está bem? Se ela te perturbar, pode vir falar comigo. Mas eu não vim aqui pra isso. Eu vim te entregar um convite.

― Convite? Pra que?

― Para a festa da Thalia. Vai ser na casa dela. E nem adianta me dizer que não está pra festas. Eu conheço a sensação de desamino por relação amorosa e posso garantir que festa anima os humores de qualquer um.

― Annie...

― Ah! Sem tentativa de fuga.

― O Jason vai estar lá?

― Obviamente, já que ele mora com ela. ― eu ri ― Mas não se preocupe. Se o Grace te encher o saco, eu mesma do um jeito de prendê-lo no banheiro, se isso te fizer se sentir melhor.

Piper riu.

― É assim que eu gosto, mocinha. ― falei ― Sorrindo você fica muito mais bonita. Além disso, você pode...

Foi tão de repente que quase desmaiei com o susto. A mão surgiu forte e quente no meu ombro, seguido por um pedido, quase um sussurro, no meu ouvido.

― Preciso falar com você ― falou Percy.

E assim saiu com a mesma rapidez que chegou. Calmo, tranquilo e sem dizer mais nada: nem onde, nem quando, porque e o que. Típico dele, claro.

O que me deixa completamente curiosa.

Curiosa a ponto de virar o rosto e olhar ate onde ele anda calmo daquele jeito. Só até sumir completamente da minha visão, eu diria. O que também é típico dele.

― Annabeth? ― Piper cutuca meu ombro ― Annabeth, você ainda está í? ― só viro pra ela quando vejo que ela está soltando risadas suspeitas para a minha pessoa ― Ah! Você está.

― É claro que estou ― falei, obvia ― Porque não estaria? Eu estava dizendo que você... Uh... O que eu estava dizendo mesmo?

― Estava me contando sobre sua quedinha da terra ao tártaro pelo Percy.

― Isso, eu estava te... Peraí! O que?

Acho que minha cara de indignada foi à revelação para a ridicularidade, porque Piper riu tanto que chegou a ficar vermelha. Eu também fiquei vermelha, mas não de rir. Era de vergonha mesmo. Percy Jackson só sabe me fazer ficar confusa com as coisas que tenho mais certeza.

― Ah, Piper! Chega! Eu só me distraí um pouquinho, o que é terminantemente normal ― defendi-me ― Não foi por causa dele, não. Que isso.

― Tá, bem. Eu acredito.

Ela não acredita merda nenhuma.

― Mas você vai à festa? ― pergunto.

― Acho que sim ― ela abre o envelope e pega o outro papel amarelo ― Acho que não.

― Por quê?

― Porque fui convidada pra outra festa nesse dia.

― De quem?

― Do Nico. Ele convidou todo mundo por correspondência e por E-mail. Isso foi ontem a tarde. É o aniversario de dezenove anos dele. É no mesmo dia, mesmo horário. Só muda a localização. Ah, e é fantasia. Ele não convidou você?

― Não, ou ainda não teve tempo de entregar. ― bati a mão no rosto. ― Thalia vai ficar furiosa quando descobrir. Eu vou falar com ela.

Saí correndo na mesma hora. Mas escutei Piper gritar.

― Fale com o Percy primeiro.

Com isso, acabei batendo no peito de um garoto. Ele estava abatido e os olhos azuis elétricos como os de Thalia estavam nervosos.

― É bom você consertar o que fez, Jason. ― falei.

― Eu vou ― ele disse.

Depois saí à procura de Thalia.

***

Ela definitivamente não me esperou no mesmo lugar. Típico dela. Depois de procura-la por alguns minutos em todos os cantos possíveis, eu desisti e fui logo falar com o Percy.

Sinceramente, eu não sabia com qual conversa eu estava mais nervosa. A que poderia perturbar a minha mente ou a que poderia me fazer necessitar de um transplante de tímpanos. Decidi então que a mais barata era mais difícil.

Talvez eu não devesse estar indo falar com ele. Quem sabe o que ele poderia estar querendo comigo? Mas eu decidi confiar em meus instintos dessa vez e imaginar que ele que ele queria falar comigo por uma coisa muito mais importante.

E o achei sentado no chão ao gramado da escola, encostado em uma arvore, o sol batendo em seu rosto.

― O que quer? ― perguntei, parada de pé na frente dele.

Ele olhou pra cima, os olhos apertados e disse:

― Não estou te enxergando. Quer se sentar, por favor?

Olhei em volta, vendo se tinha alguém conhecido. Só vi alguns alunos do time de futebol americano, do time de basquete, futebol, de vôlei, algumas líderes de torcida praticando em seus uniformes azuis, e alguns seres do terceiro ano. Ou seja, ninguém com quem eu me enturme muito.

Então me sentei de frente pra ele, as pernas viradas pra esquerda. Por um tempo, só avaliei o seu rosto: a pele branca meio bronzeada, os cabelos bagunçados levemente úmidos, os lábios rosados, os olhos verdes. Lindo como sempre. Ele também me observava.

― Admirando a minha beleza, Chase?

― Não ― respondi, completamente calma ― E você, admirando a minha, Jackson?

― Pode apostar que sim.

Corei. Corei. E corei.

Putz.

Ele esta flertando comigo.

― Já que está tão envergonhada pra falar, e digo isso sem o menor sarcasmo, acho melhor eu começar. Pois bem, Annabeth, eu preciso urgentemente de sua ajuda.

Se eu ainda não estivesse curiosa o suficiente, agora acabei de ficar. Mas pra que ele precisaria da minha ajuda?

― Minha ajuda? ― questionei.

― É. ― ele falou, obvio. ― Eu vou levar os meus pais hoje a um restaurante. Só nós três. Vou aproxima-los. Só que existe um pequeno grande empecilho nisso tudo: eu não faço a mínima ideia de como.

― E você espera que eu saiba?

Ele assentiu, os olhinhos brilhando de ansiedade.

― Am... ― comecei a pensar ― Não sei... ― nada vinha a minha cabeça. Afinal, digamos que eu não sou a melhor conselheira paterna, né? Olha a minha situação! ― Ah... Sei lá, você precisa... Hum...

― Tá, isso está ajudando muito ― ele começou a se erguer.

― Ei, Percy ― segurei-o ― Eu não tenho culpa. Você sabe que a minha relação com a do meu pai nunca foi uma das melhores. Eu simplesmente...

― Cuidado.

Outro fato bastante rápido. O que processei na hora foi que Percy arregalando os olhos e jogando-se em cima de mim. Na hora, pensei que ele fosse me agarrar ali mesmo. Depois, escutei um impacto de alguma outra coisa.

Quando passou a surpresa, percebi que Percy estava em cima de mim e parecia não querer levantar. Joguei-o para o lado, conseguindo sentar, e reparei que já tinha uma rodinha em volta da gente. Com certeza, eles pensaram que nós estávamos nos pegando.

Então eu olhei pro lado, vi uma bola de futebol americano jogada na grama ao meu lado. Virei-me pra Percy que ainda estava jogado no chão.

Inconsciente.

― Ah, não.

Ah, não mesmo. Olhei bem pro rosto dele, afastei seu cabelo da testa. Havia um galo nascendo no canto esquerdo. A bola de futebol americano veio na minha direção, e ele se jogou em mim, levando a bolada no meu lugar.

Isso foi ridiculamente heroico da parte dele.

― Percy? ― chamei, nervosa, sacudindo-o pelo ombro ― Acorda, por favor.

As pessoas murmuravam ao nosso redor. E decidi ignora-los completamente. Só tinha que faze-lo acordar. Ele tinha de acordar.

― PERCY! ― gritei e, sem pensar, apertei no local onde a bola bateu.

― Ai! ― ele reclamou ― Eu pensei que você fosse um pouquinho mais sensível!

― E eu sou ― mas eu estava sorrindo que nem um idiota ― Vem ― falei, colocando a mão em sua nuca e o puxando-o pra cima ― Vamos na enfermaria colocar um gelo nisso.

Consegui coloca-lo de pé ele estava meio zonzo e tinha a mão onde a bola tinha acertado.

― Obrigada ― falei.

― Sem problema.

E nos encaramos por um tempinho não muito longo. Eu estava realmente grata. Se aquela bola tivesse pegado em mim, com certeza estaria inconsciente no chão. Mas não se esqueça, eu disse mim mesma, ele ainda te odeia. Então reparo que o pessoal da rodinha ainda está na rodinha.

― Vamos ― eu digo, carregando Percy pra o meio daquele monte de gente enxerida e o levando ate a enfermaria.

***

A enfermeira do colégio disse que ele estava bem, que não ia perder a memoria, que não teve nenhuma concussão e nem nada do tipo. Só receitou um gelinho e que ele aguardasse um pouco até a tonteira parar.

Eu estava segurando o gelo em sua testa, de pé em frente ao banco onde ele estava sentado. Sei lá, eu só imaginei que era o mínimo que eu poderia fazer depois do que ele fez por mim.

― Você deveria estar na sala, sabia? ― ele falou.

― Sim ― confirmei, encarando o hematoma roxo em sua testa. Uma coisa me incomodava naquilo ― É só que... Isso foi muito estranho. Digo, força com que a bola te atingiu. Eles estavam longe demais da gente. Não havia como ela vir na minha direção, com aquela força, a não ser...

― Que ela tivesse vindo propositalmente? ― Percy completou ― Pois é. Foi exatamente o que aconteceu.

Bati, sem querer é claro, com muita força o gelo na sua tesa, o que o fez fazer uma careta engraçada, porém, com a situação, eu não ri.

― Me desculpe. Mas... Como assim?

― O garoto que tacou a bola em você, tacou propositalmente ― ele explicou ― Agora porque ele fez isso eu não tenho a mínima ideia.

― Talvez ele tenha feito isso a mando de alguém ― raciocinei ― Alguém que definitivamente não gosta nada de mim.

― Tipo a Rachel?

― Tipo a Rachel.

Ele não disse mais nada, apenas ficou olhando pra mim. Naquele momento, me lembrei da minha primeira semana de aula, quando alguém ― que julgo ser a Rachel ― me jogou da rampa de salto da piscina. Eu machuquei a minha cabeça no dia. E agora alguém também queria acertar uma bola de futebol americano na minha cabeça. E nos dois casos, Percy foi meio que me super herói intrometido.

Eu preciso retribuir.

― Talvez você devesse tentar conversar sobre épocas boas com eles ― comecei ― Podia contar suas piadas, pedir opiniões de faculdade. Profissões. Sei lá, pedir a marca do perfume do seu pai, a opinião do seu cabelo pra sua mãe. Acho que isso são coisas que eu teria feito se eles... Os meus pais... Estivessem na situação. Bem, na época eu não tinha como fazer nada. Eu não entendia muito do assunto. Não entendo muito ainda.

Ri sem graça. Nunca tinha pensado dessa maneira. Eu não pude fazer nada pra ajudar os meus pais a se reconciliarem. Percy está tentando e eu quero, por tudo o que é mais sagrado nesse mundo, que ele consiga.

O mesmo ir a minha mão com o gelo da sua testa e pega o gelo. Nem tinha sentido com minha mão estava gelada e dolorida. Ele joga o gelo longe. Depois aperta a minha mão gelada entre as suas duas mãos quentes.

― Eu acho ― ele fala ― que eles são loucos de não terem visto que grande obra celestial que fizeram juntos, e pelo menos tentado se aguentar por você.

― Ridículo você dizer isso ― comento, sem graça.

― Não é ― ele se levanta de onde estava sentado, ficando de frente pra mim ― É a realidade.

Ele vai me beijar, ele vai me beijar, ele vai me beijar. Ele está chegando perto, mais perto, ele... Parou a centímetros da minha boca.

― Ainda da tempo de você correr, ou me bater ou fazer um discurso de como eu sou mal e essas coisas que você ama dizer ― ele sussurra.

― Opa! Interrompo? ― a enfermeira está na porta da sala, o que concluo quando me viro rapidamente para olha-la.

― Claro que não. ― confirmei. ― Nós só estávamos... ― olhei pra Percy, e ele meio que abriu um sorriso de lado, sentando-se novamente logo em seguida ― Esquece. Eu já vou agora ― voltei-me totalmente pra Percy ― Eu preciso ir. Tenho que falar uma coisa urgente com a Grace e...

― Ela está bem? ― ele me perguntou, segurando minha mão, o que me pareceu um gesto completamente involuntário da parte dele.

― Ele está normal ― com minha outra mão, tirei a mão dele da minha ― E isso é um estado de espirito dela que não deveria se manifestar no momento. Se é que você me entende.

― Estou de acordo. ― ele sorriu, jogando o cabelo para o lado, e pude ver o roxo do tamanho de uma tampa de garrafa em sua testa.

― Já vou ― afastei-me dele e passei pela enfermeira antes de chegar a porta. O encostar nela, parei. Dei meia volta e corri até Percy, dando um beijo em sua bochecha logo em seguida. ― Obrigada mais uma vez.

Saio logo em seguida.

Jason

Eu sou um marica.

Essa frase deveria ser o titulo da nova, e primeira, música que estou escrevendo e que lançarei como single do meu primeiro álbum de mesmo título. Isso também vai depender de mim, porque marica do jeito que eu sou, é bem capaz de eu não ter coragem para publicar o álbum, simplesmente porque ficarei com medo das críticas.

Eu tenho medo das negativas.

Foi por isso que não fui a casa da Piper sábado a noite. Eu estava confiante quando falei com Thalia, mas a confiança se esvaiu assim que botei o pé pra fora do meu quarto, depois de estar todo pronto pra ir. Fiquei com medo e nem sequer me dignei a ligar pra ela pra dizer que não iria.

Eu sei, sou um péssimo namorado.

A minha desculpa esfarrapada é que eu não estou acostumado com isso. As garotas com quem eu namoro ― ou namorava ― havia algumas que eu nem sequer sabia o nome do pai delas. Com a Reyna foi a mesma coisa. Eu sabia que ela estava sob a guarda da irmã mais velha, Hylla, mas ela nunca me contou o que aconteceu pra isso. Ela estava mais preocupada em falar em como a roupa dela era muito bonita, e tudo mais.

Com a Piper é diferente. Sempre foi diferente.

E é por isso que eu a amo.

Então quando a vejo no corredor da escola, abatida, pra baixo e tudo mais, eu me martirizo mentalmente. Sei que foi eu que fez isso com ela. E não me orgulho disso.

Então, Annabeth chega perto dela primeiro. Primeiro Piper continua abatida. Depois que um cara que eu suponho que seja o Percy passa por elas e Annabeth fica meio avoada, fazendo Piper rir. Depois, Annabeth si correndo e esbarra em mim. Ela diz:

― É bom você consertar o que você fez, Jason.

― Eu vou ― respondi.

Em seguida, após Annabeth sai correndo novamente, eu caminho em direção a Piper, que está parada olhando para um livro de ciências. Assim quem ela ergue os olhos e me vê, fecha o livro e me dá as costas.

― Ei ― segurei-a pelo braço.

― Me solta Jason ― ela pede, balançando o braço pra eu soltá-la.

― Não antes de você me deixar explicar ― insisto.

― Explicar o que? Que você não cumpre o que diz? Ou que você não está acostumado com garotas não fazendo o que você quer? Eu sinto muito, Jason, mas você não tem o que me explicar.

Ela tenta se soltar de mim.

― Tenho sim ― insisto mais uma vez ― Talvez se você parasse de tentar fugir de mim, eu conseguisse falar com você.

― Falar que você perdeu o celular? ― ela esbravejou ― Que você esqueceu-se de ligar? Que você estava a caminho, mas o pneu furou? Fala sério, Jason. Eu sei que você não foi porque não quis! Sabe quanto tempo eu esperei por você? Agora me diz: eu estava te obrigando a ir? ― fiquei em silencio ― Não. ― ela continuou ― É claro que não. Mas você nem se dignou a uma ligação, não é?

Ela conseguiu se soltar de mim, porque eu já não estava fazendo nada para segura-la. Depois que ela já estava a uns dez metros de mim foi quando eu conseguir me mexer novamente. E meu primeiro ato foi socar um armário.

― Ah, ela está te irritando, Jason? Não é de se admirar.

Quando me viro para a minha direita, dou de cara com aquele pesadelo ruivo ambulante cujo único trabalho é atrapalhar a vida de qualquer ser vivo do bem nesta escola.

― Vá embora, Rachel ― eu falo, dando as cosas pra ela.

― Nem pensar ― ela aparece na minha frente novamente ― Eu não vim a toa falar com você, Jason. Eu sei porque ela está assim.

Parei.

― Se interessou, não é? ― ela sorriu ― Bem, eu não ia te dizer nada, mas depois do que eu vi...

― Depois do que você viu? ― eu perguntei desconfiado.

― É... ― ela adaptou uma expressão curiosa ― Eu ouvi a conversa da Piper e da Annabeth agora pouco e... Bem, eu acho que a Piper não está nem aí pra você. Digo, ela usou sua falta casa dela como pretexto pra se afastar.

― Ah, dá licença. Eu não acredito em você. ― comecei a passar por ela, mas a mesma voltou a ficar na minha frente.

― Porque não acredita? Eu sei o que eu ouvi. Ela não gosta de você. Está usando esse pretexto pra se aproximar de outro. Acorde, Jason. Você é mais esperto do que isso.

Sai de perto de mim, eu queria gritar.

― Que outro? ― foi o que saiu, fazendo Rachel sorrir satisfeita.

― Não vou te falar. Você disse que não acredita em mim. Mas acho que você deveria começar a repensar em quem realmente é seu amigo.

Finalmente ela saiu de perto de mim, o que foi quase um alívio para os meus olhos. Mas o estrago já estava feito, porque eu já estava em dúvida.

Thalia

― ANNABETH!

Todos da sala olham para a louca que gritou na porta da sala. Ah, e especificando: ela sou eu. Isso foi na segunda aula, logo após o toque do sinal. A loira olhou pra mim espantada.

― Eu juro que não fui eu! ― ela disse.

A sala inteira riu.

― É assim que se acha um culpado. ― comentei ― Pode vir aqui na porta, por favor? Eu necessito falar com você urgentemente.

― É...

― Vem logo, loira lerda ― insisti ― Antes que o treinador Hedge Cara de Bode apareça aqui. Se ele me pega aqui, vai começar a balir ordens. ― eu ri, achando que todos ririam comigo.

Só achando.

Ao invés de caras hilárias, eles tinham uma expressão assustada e olhos arregalados ― o que também era uma expressão hilária, ainda mais com todo mundo junto fazendo aquela careta. Bem, quase todo mundo. Mas foi aí que eu percebi o que estava acontecendo.

― Ele está bem atrás de mim, não é?

Algumas pessoas assentiram levemente.

― Ah, droga! ― murmuro, então me viro devagar, olho pra baixo e topo o meu querido treinador parado atrás de mim com uma expressão tão acolhedora quanto da Lorde Voldemort no dia de Ação de Graças ― Olá treinador! ― falo na maior cara de pau ― Acredita que eu estava falando de você agora? Só coisa boa, só coisa boa.

O pessoal da sala riu de novo, mas o treinador continuava com cara de quem chupou limão e não gostou. Acho que imitar o Olaf de Frozen não foi uma boa ideia.

― Sente-se, Srta. Grace. Antes que eu perca a paciência com você! ― ele disse, passando por mim e indo até a mesa.

― Tá bem ― falei, já caminhando em direção a minha cadeira, que, pela sorte indecifrável da minha vida era bem na frente da dele.

Quando olhei pra ele enquanto caminhava até a minha cadeira, ele estava olhando para um lápis amarelo, dando petelecos no mesmo, jogando-o pra frente e fazendo a mesma coisa quando a inclinação da mesa o jogava pra trás. Nem sequer olhou pra mim.

Me sentei, ajeitando minha jaqueta para tampar o meu pescoço. Isso foi um tique sem razão da minha parte, não querer que ele veja meu pescoço, mas eu simplesmente pensei que eu não queria que ele visse mais do que tinha visto sexta a tarde. Segundos depois, eu escuto ar saindo de nariz, e deduzo que ele fez isso enquanto sorria.

Acabei por sorrir com isso.

Quando a aula finalmente acabou, fiz Annabeth ficar na sala, pois ainda queria falar com ela sobre o assunto importante, que era importante mesmo.

― Annabeth, minha querida Annabeth, você por um acaso sabe de quem é a festa que está marcada PARA O MESMO DIA QUE A MINHA?!

― Thalia, se acalma ― Annabeth ergueu as mãos ― Eu sei de quem é, mas você tem que entender que ele convidou primeiro. Ele não sabia da sua festa. Ou seja, ele não tem culpa de nada.

― Quem garante que ele não sabia?

― Thalia, nem eu sabia que você estaria disposta a fazer uma festa. E olha que eu fui a primeira a ouvir falar dessa festa. Ele não tinha como saber.

― Ele quem?

― O Nico. A festa é do Nico.

― O que tem eu?


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Notas finais do capítulo

Sim, é só isso. hehe' O que acharam?

O motivo da melancolia contante da tia Naty, foi que a burra aqui não passou na prova. Enfim, eu fiz a prova dia trinta e acertei 26 das 50. Fiquei em 22º lugar, mas só tinha 18 vagas. Estou em 5º lugar na suplência. Pra quem não sabe, eu ainda posso ser chamada sem alguém desistir, o que é bem difícil. Mas, enfim, por enquanto eu não passei. Se alguém quiser saber mais, é só perguntar.

Mas... ALGUÉM AÍ JÁ VIU O TRAILER DE INSURGENTE? Está divo né? Muito filé! Muito filé! Muito filé!

Agora a tia Naty vai chorar, Okay? Beijos ♥

PS: Lembrem-se que agora eu vou tentar postar mais rápido, tá? Quanto mais reviews melhor u.u Beijos de novo ♥