Loucuras na Adolescencia escrita por Naty Valdez


Capítulo 30
Capitulo 30 - Pai, Mãe e Filha


Notas iniciais do capítulo

Heeey, peoples *----* Hahahahahaha' Eu não demorei tanto, demorei? Não foi horrores, eu tinha até uma explicação! Enfim, eu estou MUITO FELIZ PORQUE O MEU SANGUE DO OLIMPO CHEGOU, e eu deveria estar lendo ele, mas eu quis postar pra vocês primeiro, sabe, por que vocês são divas nos comentários!
Alias, eu tenho muito que agradecer a diva da Thai Wallflower, por que ela RECOMENDOU A FIC! E, tipo, eu fiquei muito feliz porque faz um tempão que eu não ganho recomendações! OBRIGADA, SUA LINDA *---*
Enfim, podem ler! Fiz utilizando todo o meu tempo livre pra vocês u.u



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Thalia

Eu estava sob muitos olhares.

Hera me olhava com fúria e puro ódio nos olhos. Eu sabia que eu seria castigada na hora em que dei à louca e pulei em Nico. Mas eu queria me vingar. Eu precisava me vingar. Hera fazia de tudo pra me fazer sentir inferior e eu não aguentava mais.

Ainda tinha os pais de Hera ao lado dela. Uma senhora com cabelos brancos e um senhor gordinha com uma cara simpática. Eles me olhavam com certa pena e um pouco de indignação, com a qual eu não me surpreendi.

Mas o pior, o pior mesmo, olhar de quem eu estava sustentando era o de Nico. O cara a qual eu chamei pra me declarar, mudei de opinião de repente, disse que o odiava, pra depois pular nele seminua. Ele me olhava com tanta incredulidade, e até um certo nojo, o que me fez sentir mais inferior que as ofensas de Hera.

— Qual é o seu problema, Grace? — ele disse, os olhos cheios de raiva, mágoa. Ele saiu de perto de mim e tentou passar pela porta.

— Onde você pensa que vai mocinho? — Hera disse, impedindo sua passagem.

— Vou ficar bem longe da sua enteada — ele disse, olhando pra mim com desgosto, e depois tentando novamente passar por Hera, que sorriu satisfeita com o que ouviu falar e liberou a passagem.

— Nico, espera! — Thalia tentou falar, mas ele saiu antes.

Hera sorriu maléfica e satisfeita pra mim.

— Ah, pobrezinha. Acho que seu namorado não gosta muito de você, sabe?

Eu ignorei ela completamente. Se eu disse qualquer coisa, eu pularia em cima dela e bateria até alguém me prender em uma camiseta de força.

Segundos depois, meu pai chegou na porta do quarto. Jason estava do lado dele.

— O que aconteceu aqui? — ele exigiu — O filho de Hades desceu essa escada correndo e descontrolado, chamou o pai pra ir embora às pressas. Não entendi nada. O que... Thalia, porque está apenas de sutiã?

Em meus dias bons, eu diria: “Ah, papai, não é um sutiã. É uma blusa muito curtinha”. Mas tudo em que minha mente estava pensando era em Nico. O que eu fiz? O. Que. Eu. Fiz? (Thalia: Chega! Pra mim chega, Produção. Não aguento mais você! NÃO AGUENTO MAIS, SUA VACA DEMIOLADA, GAIA MUMIFICADA, PESTE EMPREGNADA, MERDA DESENGONÇADA, NOJENTA INSENSIBILIZADA! O QUE VOCÊ QUER DE MIM, EM?) (Produção: Caramba! Anda usando bem as suas rimas, Thalia! Parabéns, vai passar em português!) (Thalia: Não mude de assunto. Sério, será que você não se cansa de levar a culpa sobre tudo? NÃO SE CANSA DE SER A CHATA MAIS CHATA DA FIC?) (Produção: Eu sou chata? *cara de dúvida*) (Thalia: *revirando o olhos* Chega, eu não aguento mais!).

— Sua querida filha estava quase transando com o filho de Hades, Zeus. — disse Hera, com uma voz presunçosa.

— O QUE?! — gritou meu pai, olhando pra mim com um brilho furioso nos olhos.

— Ah, não. — escutei Jason murmurar.

— É verdade, Zeus. — Hera dizia — Você sabe que eu não minto. — ela voltou-se para os seus pais — Papai, mamãe, me perdoem por isso. Quero dizer que Zeus não tem nada a ver com esse comportamento de Thalia. Ela, bem, anda tento esse padrão de comportamento ultimamente.

— Inacreditável — disse o pai dela — E inaceitável também.

— Senhor, senhora, me desculpem por isso. — meu pai foi dizendo, nervoso comigo e envergonhado com eles ao mesmo tempo — Eu não imaginei que isso poderia estar... Ah... Vamos... Vamos descer e tomar um chá, está bem? E quanto a você, Thalia — ele apontou acusatoriamente pra mim — Nem ouse em sair daqui, está bem? De maneira nenhuma!

Me encolhi. Nunca o vi falar com tanta seriedade e atitude, mesmo em relação a mim. Afinal, ele me dá broncas o tempo todo.

A seguir, ele coloca as mãos nos ombros dos pais de Hera e os guia corredor abaixo. Hera o observa com um sorriso de satisfação no rosto. Depois, ela olha pra mim, com um sorriso malicioso e vitorioso no rosto.

— Suíça, querida — dá uma risada maléfica e depois desce atrás deles.

Com isso, as lágrimas jorram de meus olhos. Simplesmente fluem, como fogo alimentado pelo querosene. Eu choro de raiva. Mas não raiva de Hera, por me maltratar todos os dias, ou raiva do meu pai, que nunca faz nada pra impedir. Eu choro de raiva de mim, por ser uma burra impulsiva.

Não estou me importando com a bronca que vou levar ou até mesmo pela possibilidade de ir parar na suíça. A única coisa que eu estou me importando é com, caramba, o que droga eu fiz com o Nico?

Chorei tanto, que nem notei quando Jason sentou-se ao meu lado com minha blusa cinza na mão. Com lagrimas nos olhos, peguei a blusa da mão dele, a visto rapidamente e dei um abraço no meu irmão. Jason me abraçou de volta, e passou as mãos pelos meus cabelos carinhosamente.

— Ah, Thalia, Talhinha, minha irmã. O que você fez dessa vez, Thalia? — Jason me perguntou, totalmente preocupado.

— Eu estraguei tudo, Jason — o abracei mais forte — Se eu tinha alguma chance, eu estraguei.

— Ah, Thalia — ele passou as mãos pelos meus cabelos — Estragou o que, com quem?

— Com o Nico. Se eu tinha alguma coisa com ele, eu estraguei. Sou muito burra, Jason. Muito burra. Ele nunca vai me perdoar. Nunca.

— Calma Thalia. — Jason saiu do abraço — Me conte detalhadamente o que aconteceu.

— Eu não...

— Thalia, é sério. — Jason falou com tanta ordem que ate eu me surpreendi — Pelo que eu vi, a coisa está séria de verdade entre vocês. Pelo jeito em que ele saiu daqui... Bem, ele estava muito irritado. E, bem, nunca pensei que você conseguiria deixa-lo assim, por que... — ele hesitou.

— Por que...?

— Bem, sei lá. Enfim, eu quero, digo, preciso saber o que você fez com ele. Se não, não vou poder te ajudar. E nem adianta me omitir nada. Está mais na cara que vocês têm um rolo.

Mais que na cara?, pensei, mas me obriguei a não me preocupar muito com isso. Eu já não me importava mais se saberiam ou não do meu caso com o Nico. Eu só queria tê-lo de volta. Isso mais que tudo.

Então eu contei ao Jason toda a minha historia com o Nico resumidamente. Desde o primeiro beijo, até os minutos anteriores.

— Thalia, isso é horrível! — ele disse, ao meu término — É cruel também. O cara também tem sentimentos, sabia? Isso foi rude!

— Eu sei, Jason! Não aumente a minha culpa. Mas é que eu estava com tanta raiva de Hera, tanta raiva, que eu agi por impulso, não pensei duas vezes. Eu estraguei tudo.

— É, estragou mesmo.

Chorei. Mais tarde me sentiria ridícula por isso; é claro. Mas eu não conseguia evitar. E mal sabia eu que pior do dia não tinha acabado ainda.

— O que eu faço agora? — questionei.

— Dê um tempo a ele, okay? Ele precisa de um. Você embaralhou por completo a mente do garoto, Thalia.

— Eu acho que ele nunca vai me perdoar, Jason. Eu fui longe demais dessa vez. Ele... Acho que dessa vez ele não vai voltar.

— Eu discordo. Se tiver uma coisa que eu sei, que a Annabeth sabe, o Luke, todo mundo sabe, é que Nico di Angelo é completamente apaixonado por Thalia Grace.

— Espera... Todo mundo sabia... Menos eu?

— Exatamente.

— Porque eu sempre tenho que ser a última a saber de tudo? — (Produção: por que eu decidi que você faria um cosplay da Rochele do Chris) (Thalia: Há, há, há, que engraçado).

— Tá meio que na cara, não é Thalia? — disse Jason, e depois abriu um sorriso — Enfim, dê um tempo a ele. Peça perdão, passe por cima desse seu orgulho enorme. Acho que ele vai te perdoar.

— Acha?

— Quase certeza. A não ser se o Nico, nesse momento de beijos que vocês trocaram, acabou por pegar o seu vírus da imprevisibilidade, sabe.

Eu esbocei um sorriso.

— Obrigada, Jason — o abracei.

— Que isso — ele beijou o topo da minha testa — É pra isso que serve os irmãos. Ah! E você me ajudou também, lembra? Se não fosse por você, eu nunca teria começado a namorar a Piper.

— E vocês vão bem?

— É, mais ou menos. Ela quer que eu vá conhecer os pais dela, mas eu acho que está muito cedo, sabe? Estamos namorando a uma semana!

— Acho que você deveria ir. Sei lá, são só os pais dela, cara. Qual o problema?

— São os pais dela. Uma cantora e um ator. Não quero nem imaginar.

— Eu quero.

— Engraçadinha.

Eu ri. Bem, fraca, mas ri.

— Thalia? — uma voz veio da porta, a qual eu reconheci na hora. Olhei naquela direção, e deparei com o meu pai parado, olhando pra nós dois com certa curiosidade — Precisamos conversar. — ele disse.

Jason separou-se de mim.

— Boa sorte, maninha. — passou a mão levemente em meu rosto, levantou-se e saiu do quarto.

Meu pai andou até mim.

— Eu espero que tenha uma boa explicação pra isso, Thalia — ele disse, a expressão muito séria — Porque, sinceramente, se não tiver nenhuma...

— Eu tenho, pai. — levantei-me do chão — Eu fiz isso pra provocar a Hera.

— O que? — meu pai estava confuso — Como assim?

— Ela veio ao meu quarto quando os pais dela chegaram. Disse que não queria que eu aparecesse lá embaixo para não envergonha-lo na frente dos pais dela. Mas ela me ofendeu, pai. Me disse coisas horríveis. Eu não aguentei aquilo. Quando os pais dela chegaram aqui, eu fiz aquilo. Não estava acontecendo nada entre mim e o Nico, papai. Eu juro. E eu fiz aquilo só pra deixar Hera mal.

Soltei tudo de uma vez. Eu não queria que ele me parasse. Eu já sabia que ele me daria um belo de um castigo de qualquer jeito, então contei a verdade. Eu sempre falava a verdade.

Meu pai ponderava. Sua expressão era de duvida, aceitação e um pouco estranhosa.

— Eu não acredito, Thalia. — ele disse — Não acredito que Hera tenha te ofendido pra você ter feito alguma coisa. Acho que fez isso só pra irrita-la. Como sempre.

— Pai...

— Eu não acredito, Thalia — ele afirmava convicto, mas não estava nervoso — Chega de mentir.

— Não é uma mentira! — falei, agora quase chorando — Você sabe que eu nunca minto quando apronto alguma. Eu omito às vezes, mas nunca nego. E eu nunca teria feito nada se ela não tivesse me provocado, me ofendido e me ameaçado.

— Ah, agora ela te ameaçou também? Pelo amor de Deus, Thalia, não faça isso! Chega de implicar com uma pessoa que eu tenho certeza de que nunca fez nada com você!

Me indignei completamente. Era inacreditável como meu pai defendia com unhas e dentes aquela megera malévola.

— Quer saber? — eu disse, limpando os olhos que tinham ficado cheios de lágrimas de raiva — Eu cansei, pai. Cansei do fato de você acreditar mais em uma mulher que você não conhece direito, a mim, que você viu nascer. Tudo bem, tudo bem, eu entendo. É revoltante, mas tudo bem. E sabe porque? Porque de agora em diante eu estou pouco me fodendo pro que você pensa de mim!

— Thalia, não fale assi...

— Com você? E o que você fala comigo, em? Me chama de mentirosa, encrenqueira. Nunca passou pela sua cabeça que eu me sentia mal? Olha, pouco importa, okay? E se for me dar um castigo, me dê logo.

— Não vou te dar um castigo. — ele disse — Nada disso vai resolver.

— Ótimo. Sou um caso perdido. E já que sou um, me de licença do meu quarto que quero arrumar as minhas coisas. Vou passar a noite na casa de Annabeth.

Meu pai me olhou devidamente irritado.

— Okay, faça o que quiser. Mas se eu souber que você foi pra casa daquele menino, o Nico, pra completar o serviço, nem adianta voltar.

— Sabe de uma coisa? — sorri, ponderando com puro sarcasmo — Seria uma boa ideia. Aí eu não precisaria ver mais a cara da Hera. Mas, não, pai. Hera conseguiu acabar com isso também. Nico provavelmente não quer mais olhar na minha cara.

— Excelente. Vou ligar pra Hades agora. Quero ter uma conversinha com ele.

— Eu já disse que o Nico não fez nada. De todos nós, ele é o mais santo da história. Ouse em brigar com ele, e eu nunca mais olho pra você.

— Tá certo, Thalia. Estamos entendidos. Nem você e nem eu falamos com ele. Ótimo, perfeito. Espero que tenha entendido.

Assim, ele saiu do quarto.

Comecei a chorar novamente.

Peguei o meu celular e disquei o primeiro da lista. Ela atendeu no segundo toque.

— Annabeth? Tem alguma cama sobrando aí pra mim?

Nico

— Quer me dizer agora o que está acontecendo, Nico? Chega desse mistério todo, filho. — disse meu pai, pela milésima vez, desde que eu o puxei o sofá da sala de estar dos Grace.

— Não, não vou. É pessoal meu, pai, eu já disse isso. Quer me dar espaço, por favor? — soltei. Geralmente, eu não falaria desse jeito com o meu pai, mas eu estou completamente irritado pra tratar qualquer pessoa com educação.

Eu dirigia feio um louco. Meu pé não saía do acelerador. Era inútil descontar no meu carro novinho a raiva, sem falar que eu poderia sofrer um acidente se não tomasse cuidado.

— Quer pelo menos ir mais devagar? — meu pai pediu — Ou será que vou ter que te tomar esse carro com menos de uma semana de uso?

Consegui diminuir a velocidade. Inspirei fundo e soltei o ar logo em seguida.

Alguns minutos depois, nós chegamos em casa. Joguei as chaves do carro em algum lugar a qual eu não me recordo muito bem. Subi diretamente as escadas em direção do meu quarto.

Eu não chorei. Me recusei terminantemente a isso. Neste momento, tudo o que eu mais pensava era que, definitivamente, Thalia não merecia. Ao olhar pro meu quarto, me lembrei da ultima vez que ela veio aqui. Ah, ótimo. Suspirei, passando as mãos pelo rosto. Decidi descer e procurar qualquer lugar que eu não me lembrasse dela.

Acabei indo pro jardim, o que, definitivamente, não me lembrava a Thalia. E fiquei ali, por incontáveis minutos, talvez até horas, até que minha irmã apareceu e sentou-se ao meu lado na grama do jardim da minha madrasta.

— Papai disse que você está estranho — ela falou — Que praticamente fugiu da casa dos Grace depois de falar com a Thalia.

Remexi-me desconfortável, e abracei os meus joelhos.

— O que aconteceu? — ela perguntou.

— Nada — respondi — Não aconteceu nada.

— Aham, sei — Bianca falou sarcástica — Fala logo. O que aquela punk louca que te deixa louquinho aprontou com você, em? — ela abriu um sorriso.

— Bia, sério, eu não quero falar sobre isso, está bem? — falei, calmamente. — Não agora, pelo menos.

— Tudo bem, eu paro de perguntar — ela erguei as mãos em rendição — Mas agora me fala: qual desses dois aqui é melhor, em? — ela tirou um papel de dentro do bolso da calça jeans escura e o desdobrou, mostrando-me duas figuras de convites desenhadas.

— O que...?

— São os convites da sua festa, lembra? Ou será que Thalia também anda mexendo com a sua memória?

— Por favor, Bia. Não mencione esse nome perto de mim nesse momento, tudo bem?

— Ok, ok, perdão. Mas, enfim, qual é o melhor? Vai me dizer que você não vai chamar ninguém pra festa? Sério, depois de quase tudo pronto?

— Eu não estou cabeça pra festa.

— Nico di Angelo! — Bianca disse, nervosa, erguida pelos joelhos — Olha, vou deixar de bancar a irmã do ano e vou pegar você pela orelha assim — ela apertou minha orelha esquerda com as unhas — e vou te perguntar mais uma vez: qual a droga do convite que você quer, porcaria!

— Ai, ai, ai, acho que eu não vou querer mais festa! Na verdade, eu nunca quis, caramba!

— O que?! — ela apertou mais a minha orelha que começou a arder — Tudo isso por causa da Thal... Por causa de Você-sabe-quem?

— Não, não é por causa do lorde Voldemort não.

Ela apertou mais a minha orelha.

— Você me entendeu, Okay? E se você não me falar agora o que aconteceu eu mesma vou ligar pra ela vir aqui pra me contar!

— Tá, tá bem, eu conto. Mas solte a minha orelha, Okay?

Ela me obedeceu. Enquanto eu esfregava a minha orelha pra tentar diminuir a dor, eu contei a história pra Bianca. Não foi tão difícil reviver aquilo. Com toda certeza, a dor na minha orelha estava me ajudando a não se concentrar muito no que eu dizia.

Bianca pôs a mão na boca.

— Não acredito. — ela disse — Agora ela surtou de vez.

— Nem me fale.

Neste momento, o meu celular toca. E toca, e toca, mas eu me recuso a atender. Não quero falar com ninguém, tirando a Bianca que já está aqui.

— Não vai atender? — ela perguntou.

Neguei. Ela suspirou e tirou o celular do meu bolso. Depois, atendeu.

— Alo? — disse ela, e escutei uma voz conhecida falar na linha, mas não consegui entender o que ela falava. A expressão de Bianca era terminantemente de pedra.

Depois de um tempinho, ela tirou o celular do ouvido e o estendeu a mim.

— É pra você.

— Não diga? Quer dizer que agora eles ligam pra mim, querendo falar com o Leo?

— Pega logo o telefone.

Peguei e o coloquei no ouvido. Com o som do meu suspiro, ela já começou a falar.

Nico, aqui é a Annabeth. Por favor, não desligue até eu acabar de falar. Eu sinto muito pelo que aconteceu.

— Que bom que sente. — soltei. — Você me jogou nessa, praticamente, sabe? E olha no que deu.

Nico, calma. Eu já sei tudo o que aconteceu detalhadamente. Thalia já me contou.

— Não me surpreende. — falei, indiferente — E não me surpreenderia se você me dissesse que ela está aí agora mesmo, te pedindo pra dizer pra mim que sente muito.

É exatamente isso. Thalia está aqui mesmo, aos prantos, se martirizando pela burrada que ela fez. Ela está muito mal, Nico. Eu sei que você não quer, mas fale com ela, por favor. Não faça isso com ela.

— Ah, é? E o que ela fez comigo? Não conta? Sim, sempre isso. Agora ela vai me bater da próxima vez em que me encontrar por que eu não quis falar com ela.

É, você está muito mal.

— Descobriu isso sozinha ou precisou de ajuda?

Ei, cara, eu estou tentando ajudar vocês, caramba! Então quer, por favor, parar de me tratar com ignorância? Senão quem vai te bater da próxima que te ver serei eu, merda!

— Está bem, me desculpe.

Tá. Olhe, você ainda está irritado, então falo com você mais tarde. À noite eu ligo pra você, está bem? Mas, por favor, Nico. De uma chance pra ela se explicar. Eu juro que ela tem uma explicação.

— Está bem, eu vou pensar.

Pensei seriamente, Okay? Tenho que desligar. Tchau.

— Tchau.

Annabeth desligou antes de mim. Joguei o celular no chão. Bianca pôs a mão em meu ombro, em apoio. Peguei o papel em sua mão e avaliei os dois cartõezinhos simples feitos a mão e os avaliei.

— Eu quero esse aqui, cinza. — disse.

Bianca me deu um sorriso fraco, pegou o papel da minha mão e disse:

— Okay.

Depois sentou-se novamente ao meu lado, enroscou o seu braço no meu e repousou a cabeça em meu ombro.

— Ah, Nico. No que você se meteu, em?

— Se eu soubesse, Bia, eu até te responderia.

Annabeth

— O que ele disse? — Thalia me perguntou — Não me omita nada, Annabeth! O que o idiota do di Angelo te disse, em?

Thalia tinha uma expressão tão suplicante que era quase crueldade dizer o que Nico me havia dito. Mas eu resolvi falar. Ela precisava saber.

— Ele disse que... Disse que iria pensar se iria te deitar explicar. Ou seja, está muito bravo. Bem, mais do que eu pensei que ele estava. Me respondeu e tudo.

— Oh, não — Thalia pôs a mão no rosto, mas com muita força, o que me fez pensar que ela literalmente se auto agrediu — Eu sou a pessoa mais burra que eu já conheci em toda a face da terra.

— Não, não é isso. — empurrei Thalia pelos ombros e a fiz sentar em minha cama — Digamos que você é uma pessoa com um porcentual de impulsividade um pouco acima do normal. Só isso.

— É, isso ajuda — Thalia disse pra mim, sarcástica, e depois suspirou. — Eu preciso falar com ele, Annabeth. Preciso mais que tudo.

— É, acho que ele conseguiu te conquistar mesmo, não é?

Thalia assentiu melancolicamente. Levantei-me da cama e andei até a janela. E, sim, neste exato momento, Percy passou ali. Ele olhou pra mim e depois desviou o olhar pra trás de mim. Em seguida, saiu da janela. Segundos depois, chegou uma mensagem no meu celular.

“O que aconteceu com ela?”.

Ele apareceu na janela novamente. Ele se auto indicou, demonstrando que foi ele quem mandou a mensagem, já que eu não tinha o numero dele gravado. Fico me perguntando como ele conseguiu o meu numero. Enfim, respondi.

“Muita coisa pra contar pelo celular.”.

Ele sorriu, enquanto eu via que ele digitava.

“Eu tenho paciência”.

Respondi:

“Eu não”.

Ele riu novamente.

“Vou aí”.

Olhei pra ele completamente encabulada. Ele riu, ergueu os ombros como se dissesse “O que?”. Olhei pro céu e vi que estava escurecendo. Não seria uma boa ele chegar uma dessas aqui em casa. Virei-me pra Thalia.

— O Percy ajuda ou atrapalha?

— Atrapalha. Ele vai me encher o saco.

Voltei pra janela e respondi ao Percy.

“Pode vir, mas venha pela janela. Sério, quero evitar confusões. Ah, e venha preparado pra encher bastante o saco de alguém”.

***

Cinco minutos depois, Percy estava dentro do meu quarto, perguntando o que aconteceu. Evitei ao máximo ficar perto dele. Acho que ele perceberia logo a minha tremedeira. Então, fiquei sentada ao lado de Thalia, na minha cama, enquanto eu explicava ao Percy o que tinha acontecido.

— Meu Deus! — ele disse, surpreso, pondo a mão na boca, ao meu terminar. — Thalia, você surtou de vez, é isso?

— Surtei, seu idiota, eu surtei. — Thalia levantou-se tão rápida e tão irritada que até eu me assustei — E daí, o que você tem contra os loucos, em? Você também não bate bem.

Percy teve a audácia de rir.

— Desculpe, mas... É muita loucura.

Thalia sentou-se novamente.

— Como sou burra! — martirizou-se.

Levantei-me.

— Percy... Venha aqui rapidinho, por favor?

Levei-o até o closet, onde Thalia não podia nos escutar. Tudo bem que foi uma ação precipitada e a qual eu tinha certeza de que iria me arrepender, mas era o único lugar.

— Eu preciso que você encha o saco da Thalia de verdade. — fui logo dizendo, ignorando nossa proximidade — Eu preciso que ela esqueça o danado do di Angelo pelo menos por hoje. Acha que encara o desafio?

— Não.

— Fala sério, Percy. Eu sei que você é enjoado o suficiente pra fazê-la querer te esgoelar, e assim ela esquece ele. Por favor, é horrível vê-la assim.

Ele ponderou.

— E o que eu ganharia com isso? — disse ele. — Com certeza eu vou acabar apanhando. Então o que eu ganharia com isso?

— Ah, por favor...

Então olhei pra expressão séria dele e vi que o cara não estava de brincadeira.

— Você é o pior amigo do mundo, Thalia não merece você — suspirei. — Fale o que você quer. Juro que faço.

— Não sei... — a mão dele foi se erguendo e tirou uma mexa de cabelo loiro do meu rosto — O que eu poderia querer? — a mão acariciou o meu pescoço e repousou em meu ombro. Um arrepio correu por mim.

— Rápido! — exclamei, tirando sua mão de mim.

— Depois eu falo. — ele sorriu — Primeiro vou cumprir o meu trabalho.

Percy saiu do closet sem se quer esperar por mim, o que me deu tempo suficiente pra respirar e encontrar o meu auto controle. Depois, disso, saí também.

Percy já havia começado o seu trabalho devidamente mal. Tudo o que ele falava, Thalia negava.

— Que tal a gente brincar de caraoquê?

— Não.

— Jogar banco imobiliário?

— Não.

— Ir pichar alguma parede?

— Não.

— Fazer castelos de baralho?

— Não.

— Assistir algum filme?

— Não.

— Passar trote?

— Não.

— Escrever uma carta? Virar cambalhota? Fazer um desenho no paint? Abrir um champanhe? Fazer uma fogueira? Comer macarrão? Andar de Jet Ski? Fazer uma pescaria? Tacar pedra em alguma janela? Beber até ficar bêbada?

— Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Nã... A última é a mais aceitável. Mas, não.

— Desisto.

Percy deu uma volta completa sem sair do lugar. Não sabia se eu ficava animada ou entristecida com o fato. Por um lado, não precisaria pagar nada ao Percy. Mas por outro, Thalia continuaria mal.

— Já sei! — disse Percy, de repente — Vamos brinca de pai, mãe e filha. Eu sou o pai, Annabeth é a mãe e a Thalia é a nossa filhinha querida que vai levar uns tapas se não se mexer.

Olhei pra Percy totalmente pasma. Que ideia ridícula era essa?

— Sabe, disso eu quero brincar — disse Thalia, de repente, levantando-se.

Minha boca virou um perfeito “O”. O que significa isso, Produção? Quer me explicar, por favor? (Produção: Bem, todos estão pensando neste momento que a Thalia tem realmente surtos psíquicos. Sim, eu não discordo. Mas, entendam, ela só é carente, Okay? E digamos que Percy Jackson é um gênio. Observem!) (Annabeth: Am?).

Percy olhou pra mim com um sorriso de felicidade. Ele havia conseguido tirar Thalia do transe com uma brincadeira totalmente idiota. Fala sério!

— Tá — eu disse por fim — Vamos brincar.

***

A primeira coisa que nós fizemos foi assistir “Frozen”, com uma bacia enorme de pipoca e coca cola.

Nós sentamos no chão, escorados em minha cama, com vários travesseiros em volta. Thalia no meio e eu e Percy dos lados dela, abraçando-a como se ela fosse mesmo a nossa filha. Foi bem divertido vê-la cantando “Let it go” junto com a Elsa. Aí, nós a acompanhamos.

Percy não pode deixar de dizer:

— Thalia, não coma muita pipoca se não você não janta. E nem beba muita coca cola também. Faz mal pro estômago. E assim você também não janta!

— Tá bom, pai — disse Thalia, rindo.

Eu ri, impressionada. O que estava acontecendo ali? Seja o que for, entrei na brincadeira mais do que já estava.

— Percy, deixe a menina comer. Ela ganhou nota dez na soletração hoje. Ela merece.

— Pode até ser, mas o estômago dela ainda vai sair prejudicado com isso. Acho melhor ela receber outra coisa por isso, não uma ulcera.

— Seu pai é muito exagerado, Thals — falei, dando um beijo no topo de sua cabeça.

— Meu pai, é seu marido, mãe — Thalia falou, enfiando pipoca na boca — E desde que ele chegou do trabalho, você não deu nem um beijinho nele.

— Thalia, só estamos brincando! — esbravejei, não tão brava.

— De que? Estamos vivendo de verdade, não percebeu? Pai, acho que ela está te traindo.

— O que?! — Percy gritou, falsamente irritado.

— Claro que não! — defendi-me.

— Então me dá um beijinho — disse Percy.

— Dá um beijinho nele. — disse Thalia.

Virei-me pra Percy, com um olhar de “Vou matar você quando isso acabar!”. Ele deu de ombros. Então aproximei o meu rosto do dele e lhe dei um beijo na bochecha.

— Que seco — disse Thalia — Ainda acho que ela está traindo você.

Thalia daria uma filha muito interessante.

Quando o filme acabou, nós deitamos os três na minha cama na mesma posição em que estávamos e ficamos batendo papo de pai/mãe/e filha de dez anos.

— Seus coleguinhas te tratam bem, não é? — Percy perguntou.

— Sim, papai. — Thalia respondeu — Eles sabem que eu bateria neles se não me tratassem.

Rimos.

— E as notas? Como andam? — perguntei.

— Ah...

Rimos de novo.

Thalia bocejou.

— Tô com sono, mãe.

— Então dorme.

Ela se ajeitou no braço de Percy e fechou os olhos. Passou muito tempo. E, aí, ela dormiu. Quando fui dar por mim, Percy também havia cochilado. Eu não queria acorda-lo, mas foi necessário.

Ele olhou pra mim e disse:

— Já tenho que ir trabalhar?

— Deixe de ser ridículo.

Ele riu, mas eu fiz “shi” e ele ficou em silencio.

— É, ela dormiu. — disse ele.

— E você tem que ir embora.

Ele abriu outro sorriso.

— Okay.

Assim, ele levantou-se bem devagar, ajeitando Thalia na minha cama de um jeito que ela não acordou. Depois ele se espreguiçou e andou até a janela. Fui atrás dele, com uma pergunta em mente:

— Pode me explicar o que aconteceu? Pode me explicar porque ela decidiu brincar dessa brincadeira idiota?

Ele escorou-se na janela, sorrindo.

— Ah, Annabeth, e depois você diz que conhece sua amiga. — ele sacudiu a cabeça — Do que a Thalia tem mais saudade? Em?

— Do Nico? — arrisquei.

— Pen! Resposta errada! — ele se aproximou de mim — Thalia sente saudade de uma família unida, que lhe dê atenção, que cuide dela, que goste dela. Quando arrisquei a brincadeira de pai, mãe e filha, ela viu uma oportunidade pra isso. Aliás, somos parecidos com os pais dela. Eu, porque tenho um parentesco com Zeus, e você, é loira como a mãe dela.

— Então ela... Só aceitou por que viu a chance de viver uma... uma infância com a família que ela sempre quis ter?

— Exatamente.

— E vivendo isso ela se esqueceu completamente do Nico.

— É isso aí.

Olhei abismada para ele.

— Você é um gênio — soltei.

Ele fez uma reverencia.

— Obrigado.

Ainda o olhava abismada. Não me irritei nem um pouco com o fato de ele conhecer Thalia melhor do que eu. Eu estava impressionada demais pra isso.

O que me fez questionar: como um cara como ele pode ter feito o que fez? Não havia lógica. O mundo é um lugar completamente estranho.

Percy virou-se, subiu no peitoril da janela e apoiou-se pra descer na escada.

— Ah, a propósito, já decidi o que vou querer. — disse ele.

Me aproximei da janela, hesitante.

— O que?

— Quero te dar um beijo.

Sim, eu já imaginava. Percy Jackson é tão previsível.

Não respondi nada. Suspirei e fechei meus olhos.

Esperei sentir a boa sensação dos lábios dele colando nos meus. E esperei, e esperei, e esperei. Mas nada veio. Primeiro senti sua mão descer dos meus cabelos e segurar meu rosto. Quando finalmente senti seus lábios, não foram nos meus. Percy depositou um carinhoso beijo em minha testa. Quando abri os olhos, ele já tinha descido. E havia pulado o muro que separa as nossas casas. E entrado pela porta da frente da casa dele.

Quando sai da janela, fui tirada do transe com o meu celular virando com uma mensagem.

Dê um beijo em minha filha por mim. E boa noite minha ex-esposa”.

Só conseguir sorrir como uma idiota olhando pro celular.


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Notas finais do capítulo

Percy clichê, né? Acho que depois que ele tomou a real decisão, ele está mais ainda u.u
Mas, enfim, o que acharam? Sei que tem gente querendo me matar, mas, não se preocupem, tudo a seu tempo u.u

Agora, as baboseiras que eu amo colocar aqui: meu Sangue do Olimpo chegou, eu sei que já falei isso, mas é que eu estou feliz, por isso repito, meu Sangue do Olimpo chegou! kkkkk' Foi a terça feira mais feliz da minha vida! hahahaha' Mas eu ainda estou no primeiro conjunto de povs da Reyna, porque to super sem tempo! E PORQUE EU QUERIA COMPARTILHAR COM VOCES! Mas não me deem mais spoilers!
Em relação a prova, gente, eu estou estudando pra caramba! E estou com cada vez mais medo de não passar! Serio, gente, essa é a meta da minha vida pra esse ano!
Agora, em relação a próxima postagem... Bem, eu estou pretendendo consegui postar dia 03 de novembro. Porque? Bem... GENTE, DIA TRÊS DE NOVEMBRO É O ANIVERSARIO DA FIC! SÉRIO, VAMOS COMPLETAR UM ANO, GENTE! Nem parece, né? Acho que não tenho odos os meus leitores do começo! Ou tenho? Me avisem, porque agora estou ficando com memória curta! hahahaha' Mas, bem, esse e o dia que pretendo, mas não garanto! u.u

Enfim, por hoje é só! Comentem, favoritem e recomendem, Okay? Beijos ♥